“... Que a
reputação do teu semelhante
seja tão
estimada por ti quanto a lua...!”.
Talmude (obra
hebraica pós-bíblica) aboth, II,15
Nos pensamentos de Fedro, um fabulista latino,
do século I d C, em suas fábulas IV, 10 1-5 ele deixou registrado: “... Júpiter
colocou sobre dós dois alforjes (sacolas
de couro que colocado sobre o lombo do cavalo, ou colocada sobre a cabeça com
uma sacola às costas e outra a frente) sobre nossas costas, aquele
carregado com os nossos defeitos; e, na frente, sobre o nosso peito, aquele com
os defeitos dos outros; Por isso não podemos distinguir nossos defeitos, mas
basta que os outros errem, para estarmos prontos a criticá-los...!”
Li de um ser muito
amigo, de consciência tranquila, de coração vivenciado, de mente irrequieta e
alma iluminadissima pelos obstáculos que a vida lhe impôs uma sugestão direta,
que obviamente saiu como defesa: “Sugiro
que fique só com o que ficou de bom de tudo isso – que pelo visto, foi muito. A
vida passa muito rápido. Penso que tudo deve fluir para o caminho da alegria no
sentido da vida. O resto... que fique para trás. Sei que há pessoas diferentes.
Fazer o quê?...”. Eis aqui a sua percepção de verdade.
Um dos conceitos mais fundamentados,
obviamente mais antigos, formatados pelo homem, a verdade, está na filosofia:
Na Metafísica é a que procura penetrar no que está “além” ou “ por detrás” do
que nos é dado pela experiência imediata. Já no Método, cuja origem está no
grego, significa “caminho para algo”. É todo um conjunto de processos e regras.
Uma espécie de manual de viver em grupos. Deste originou-se o método
experimental. Não é importante aqui. Porém, destes grupos sociais, veio uma
adjetivação: A Moral. E em nossa origem latina significa apenas, costumes,
hábitos, maneiras habituais de proceder. Por sua vez pode ser entendido como um
conjunto de princípios, normas, valores de caráter vigentes em grupos e aceitos
pelos seus membros, antes de qualquer reflexão sobre o seu significado, a sua
importância ou necessidade.
E isso aplicamos as relações. Em todos os sentidos. Para nós é verdade.
Tenha sido ela imposta por educação ou a cultura que é a vivência ou
experiência nos grupos em determinado tempo. Assim como a resposta utilizada
acima. Mas ela diz mais, um pouco adiante.
“... Eu,
enquanto Lua – Só para matar a curiosidade de quem quiser conhecer quem escreve
com a cabeça na lua e os pés fincados no chão. Eu, e minha veia lunar num dia
azul, por que se dependesse de mim, além da lua, o mundo seria também assim:
Iluminado por um sol azul...!”.
Sinta através destas palavras, ditas poeticamente, um eterno
posicionamento de verdade que está em nossa memória genética. E isso levamos
para nossas relações. Sejam elas de que tipo for: Amizade, familiares,
profissionais, amorosas e com nosso próprio coração. Eis aí algo que se torna
sofredor facilmente imposto por verdades, geralmente alheias, até que
conseguimos conceituar nosso próprio fundamento. E isso leva tempo. E isso
deixa marcas, cicatrizes. E isso nos afasta, na maioria das vezes do convívio
dito “social”. Nos exilamos? Não. Não é isso. Mas estamos cada vez mais vivendo
em um mundo em que a proximidade se torna mais “próxima” e ao mesmo tempo
longínqua. Falo das comunicações e sua velocidade estrondosa. Arrumamos amigos
virtualmente com tanta facilidade, que no conforto de nossa cadeira esbaldada
pelo conforto e segurança de nossa própria “caverna” nos comunicamos com o
mundo todo. E julgamos estar suprindo carências e até solidão. Desta forma
formamos “amigos”, e nos “apaixonamos” virtualmente. Não necessitamos mais de
contato. Afinal se não der certo, basta desligar o aparelho. Bem nessa verdade
esta inserida uma mentira típica de uma ausência de convívio, para começar
conosco próprios. Nesta busca de “verdades” que muito mais nos é incutida do
que realmente uma realidade plausível,
surgem outras necessidades. Afeição.
Uma longa conversa e muita gente consegue levar às relações mais
intimizadas, esses “bate-papos” eletrônicos, ainda ficam dependentes do afeto.
Como dar e sentir um abraço virtual? Como através de um sinal de satélite, seja
via computador ou telefone, substituir nossas necessidades mais básicas? E
estas não nos difere dos outros animais. Esses são afetuosos por natureza, mas
conosco parece, estamos perdendo isso em nome de tal velocidade de pseudos
conhecimentos e uma comunicação que de comum nada mais reserva.
Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer Senão
continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
E isso acontece na vida real tanto quanto na virtual. Muitos já estão
descobrindo isso.
Às vezes nos falta esperança, mas alguém aparece para nos confortar.
Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar,
tanto quanto precisamos respirar, é nossa razão de existir.
tanto quanto precisamos respirar, é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna
o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta
nosso
coração pela falta de uma única pessoa.
coração pela falta de uma única pessoa.
Mas veja como é fácil: Entramos na net, encontramos milhares de
seguidores e dentre eles, aparece alguém para ouvir nossas lamúrias e já o
tornamos “favorito”. Pronto aí está alguém para confiar.
Mas no fundo, o que esta acontecendo com o dito ser humano?
Bem, no fundo ele ainda não sabe. Parece fazer parte da conjuntura
social atual e seus meios rapidíssimos de pseudacomunicação.
O que importa é que ele acredita. E isso se torna uma verdade. Ou
realidade.
Até que se descubra outra.
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de
viver,
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por do
sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa
batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida. Ou como prefere esse ser a lua. Fica entre o lado iluminado e o escuro. Fica entre o que se pode ver mostrar para determinadas pessoas e o que se deve esconder, ou guardar para alguma ocasião muito especial. Ou ainda para alguém muito especial. Míngua e cresce se torna nova e enche-se, completamente de vida.
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por do
sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa
batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida. Ou como prefere esse ser a lua. Fica entre o lado iluminado e o escuro. Fica entre o que se pode ver mostrar para determinadas pessoas e o que se deve esconder, ou guardar para alguma ocasião muito especial. Ou ainda para alguém muito especial. Míngua e cresce se torna nova e enche-se, completamente de vida.
Nesse contexto seja virtual ou real, tenha a certeza, nada substitui o
toque, o afeto, um ombro e um olhar que penetra em qualquer escuridão. E a
palavra que vem em seguida sai do coração e não de um teclado frio. Estamos digitalizados, mas no fundo, primitivamente
ou não, originais ou não de todo, somos de fato, ainda analógicos. E este é
mecânico, elétrico. Precisa ser tocado, sentido, percebido, verificado...
Tentamos no
fundo, de uma forma ou outra esclarecer o
porquê que assim somos e antes de sermos assim o que éramos e porquê deixamos
de ser o que éramos, para ser o que somos...
A felicidade pode demorar a
chegar, mas o importante é que ela venha para
ficar e não esteja apenas de passagem, como acontece com muitas pessoas que cruzam nosso caminho. Virtualmente ou real.
ficar e não esteja apenas de passagem, como acontece com muitas pessoas que cruzam nosso caminho. Virtualmente ou real.
Afinal, pensar ainda não dói...
Dos Pensamentos & Leituras da
Madrugada
Inspirado no Urso da Lua.
Verão chuvoso de 2013
Passo Fundo – RS –
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuitos dos que "refugiam-se" nesse mundo virtual, frequentado a exaustão, o fazem por ser um mundo onde todos podem se "construir" com suas melhores ideias de um ser perfeito e completo, com dores e fraquezas apenas na medida exata para chamar a atenção de alguém que esteja disposto a imprimir cores em uma 'personalidade construída' com tons menos alegres.
ResponderExcluirAdoro, sou fã dele, sempre que posso leio, reflito e penso...afinal, pensar não dói!
ResponderExcluirAbraços,
Rodrigo.
Gostei muito do texto e adorei a analogia entre os sentimentos humanos e as fases da lua:"Míngua e cresce se torna nova e enche-se, completamente de vida"Sensacional! Parabéns.
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