quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

" Santa Maria - Bagunçando a Tua Casa - !"






"...Os espíritos ainda não encontraram 
uma palavra para definir
 a dor de um coração de mãe 
quando perde um filho...!"
Chico Xavier


“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores”.

Santa Maria, hoje se completam trinta dias. E, rogamos, tenha a companhia de duzentos e trinta e nove inocentes, iluminadissimos, agora anjos ou que nome tenha ao teu lado. Mas que estejam felizes, sorrindo e mandando energias para os que ficaram. Para os que ainda estão sofrendo a ausência de cada um deles.

Santa Maria rogai por nós, omissos em proteger Teu Filho, também omissos na vida dos nossos, permitimos que fiquem à mercê da ambição estúpida da raça humana.

Santa Maria rogai por nós, impotentes perante nossa própria ignorância no que teríamos muito que falar, mas só ouvimos daqueles que nos escutariam.

Santa Maria rogai por nós, indiferentes às oportunidades perdidas de mostrar o quanto amamos as pessoas, enquanto mostramos a estranhos o quanto alegre somos atrás de um monitor.

Santa Maria, Mãezinha Querida, rogai por nós, mal-educados, sem avisar, aprecemos com tanta gente, bagunçando Tua Casa.

Afinal, Santa Maria, rodeados de morros ou no calor dos teus braços, nossos filhos estarão, desde sempre...

Santa Maria... Perdoe-nos e ilumine nossa ignorância!



Oração pelos 30 dias de #SantaMaria.
Da bondade de meu amigo com nome de anjo Michael
Entendimentos & Compreensões

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

" Os Desencantos de Annita - Desilusão Política - !"







“... O sufrágio universal, a mais monstruosa e 
a mais iníqua das tiranias, pois a força do 
número é a mais brutal das forças não 
tendo ao seu lado nem a audácia, 
nem o talento...!”

P. Bourget – Escritor Frances em
Le Disciple – 1852 – 1935

O pensamento de Miguel Torga parece emergir em meio às turbulentas ondas que assolam o “mar’ político do Brasil, nos últimos tempos. Afirma ele: “... É um fenômeno curioso; O país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado; come, bebe e diverte-se indignado; mas não passa disso. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos socialmente, uma sociedade, uma coletividade pacífica de revoltados...!”. Ambiguidade? Não. Realidade.
Dia desses recebi de uma amiga uma espécie de desabafo na tarde. Chamo-lhe, simplesmente Annita.

Assim como Miguel, Annita esta se desiludindo, desencantando-se, politicamente, com o que esta acontecendo no País.
Dizia-me ela:

Sem ser provada, a paciência dura. O exemplo de uma Nação deve começar pelos seus governantes. No Brasil isto não está acontecendo
Há honestos, mas a grande maioria é só por alianças políticas e por interesses. Houve um tempo que não era assim.
Houve o tempo do fio de bigode, da palavra e da honra. Hoje dão de um lado e tiram do outro. Aquele tempo deixa saudades

Às vezes penso nas vidas de todas as pessoas. Passo de um lugar para o outro com extrema facilidade.
Há os que não têm vergonha, não tem coragem, os fúteis e os inúteis. E há pessoas normais. O mundo não deveria funcionar só na esperteza.
Prefiro ser o que sou nem famosa nem notória, graças a Deus.

Aquele tempo deixa saudades, hoje estou bem triste e cansada. As pessoas carecem de caráter. Eu sou do tudo ou nada
Pode ser que uma hora eu sinta que a missão acabou e que não adianta mais lutar contra o destino que não foi eu que escolhi.
Eu pensava que houvesse uma chance, mas não há.

Desejo tudo de melhor para todos nós, que mesmo sem nos seguirmos acabamos compartilhando nossas aflições.

Saudosismo? Não. O que minha amiga Annita quis dizer com tudo isso, os pensadores modernos como o inglês John Locke e o francês Jean Jacques Rousseau o fizeram de duas formas.

O primeiro, Locke, se tornou a base principal, por exemplo, da Constituição dos Estados Unidos da América. Ela foi centrada em seus pensamentos. Com um detalhe: É a mesma até hoje.

John Locke e Jean Jacques Rousseau são dois dos pensadores mais representativos da Teoria Política Moderna. Locke destaca-se por defender as liberdades negativas e a representação político-parlamentar, a democracia representativa, enquanto Rousseau se notabiliza por ser contrário à representação política e propor a democracia participativa, direta. Ambos fazem parte da vertente contratualista da Teoria Política Moderna, pela qual a passagem do estado de natureza para o estado civil ocorre mediante a celebração de um pacto social entre os integrantes da sociedade, com a finalidade de solucionar conflitos e minimizar os inconvenientes e a insegurança presentes no estado de natureza. A comparação das Constituições resumo somente em um ponto: Procure em nossa Constituição, nos índices Direitos e Deveres. Vá até a página e depois procure por deveres.

Eu deixo o tempo que você quiser para achar.
Mas o que é um pacto social.
Simplesmente um acordo celebrado entre o governo e representantes de toda a sociedade civil. Ou seja, nós. Nesse caso através do voto (mesmo que obrigatório no Brasil), visando à resolução de problemas. Ponto. Isso acontece aqui? Legalmente sim. Moralmente, há controvérsias. Por quê? Só temos dúvidas.

Temos uma “cordilheira” de “ditos partidos” (mais que montanha, obviamente). Número, quantidade. Nada de qualidade. Mas não temos oposição. Logo, por lógica, só temos situação. O Congresso nos expõe e impõe isso diariamente. Longos discursos. Falácia. Mais nada. Na prática, sentimos um povo todo desiludido ou ludibriado, enganado através de fantasia como “pão e circo”, utilizando a frase romana que ficou famosa.
E o que fazer?

Deixarmos de ser uma sociedade pacífica revoltada. Agressão, em referência ao autor citado, não é violência de qualquer tipo. Mas sairmos da passividade. Grande diferença de paciência com os acontecimentos.
Assim Annita, ao ser saudosista, relembra momentos em que nossos homens públicos eram dignos, retos, justos, fraternos, literalmente representantes. E em nos representando eram nossa própria essência. Hoje estão longe disso. Independente dos escândalos e roubalheira. E o restante? Inertes, assoberbados em seus próprios interesses. Exclusivamente.

Tanto Miguel como Annita, veem nosso momento da mesma forma, porém de ângulos diferentes.
E nós? 
Vamos Pensar... Não Dói! 
Já as consequências de não fazermos isso, poderão ser muito trágicas.


 Inspirado e transpirado de minha amiga Annita
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no grupo Kasal – Vitória – ES – em 22.02.2013
http://www.konvenios.com.br/info/Articulistas.aspx

domingo, 24 de fevereiro de 2013

" Inacabados & Insafisfeitos!"





“... Nossos pensamentos tem apenas a energia
que tem nossas palavras...”
Protheus!


Declaro, a partir de agora, para todos os fins, que estarei, constantemente, muito insatisfeito com o meu desempenho. Em todos os níveis. Principalmente como Ser.  Também com os resultados, daqueles que precisam e dependem de mim, necessitam ter.
Sim, não estou equivocado!
Insatisfeito!

Compartilho, assim, o belíssimo texto de Cortella, por sua vez citando Guimarães Rosa, no qual inspirou minha meta:
A insatisfação.

“... O animal satisfeito dorme. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual...”!

O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital e confortável com a maneira como as coisas já estão rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.

A advertência é preciosíssima:
Não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita amortece.

Por isso, quando alguém diz: “fiquei muito satisfeito com o teu trabalho”, é assustador.
O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja?
 Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade?
Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está?
Assim seria apavorante; passaria a idéia de que desse jeito já basta.

Ora, o agradável é quando alguém diz:
“... Teu trabalho, ou carinho, comida, ou aula, ou texto ou música é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas...!”.

Um bom livro não é aquele que, quando termina deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar?

Com a vida de cada um também ter de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

É fundamental não nascermos sabendo, nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição, todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer somente para si próprio.

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e nunca a criar, inovar, refazer, modificar.
Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.

Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa que quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velha ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...

Isso não ocorre com a gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo.
Por isso, a partir de agora, sou a minha mais nova edição (revista e, ás vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente.

Espero que mais seres sintam-se insatisfeitos e inacabados. Para que o nosso melhor aconteça sempre...!

Afinal, ao menos, Pensar não dói...!




Baseado em Carta da Fonoaudióloga, amiga
 e Prof.ª Andréa Schiavetto -
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES-
Em 20.02.2013
http://www.konvenios.com.br/info/Articulistas.aspx


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ana Beatriz Barbosa da Silva & Irvin David Yalon - Os Caminhos da Mente –






“... Ouçam-me! [...] Sobretudo não me confundam.
Retribui-se mal a um mestre,
continuando-se sempre apenas aluno...?”

Prólogos de Nietzsche


O título desta nossa prosa não é uma comparação. Por mais que pareça inevitável. Muito pelo contrário. O médico psiquiatra e escritor, octogenário, estadunidense, Irvin Yalon, professor emérito de Stanford, ficou conhecido no Brasil por suas obras contendo uma espécie de biografia romanceada de grandes pensadores como Nietzsche, Schopenhauer e Spinoza. Assim como provocou controvérsias nos meios dos profissionais da Psique - O termo grego psychein ("soprar"), é uma palavra ambígua que significava originalmente "alento" e posteriormente, "sopro". Dado que o alento é uma das características da vida, a expressão "psique" era utilizada como um sinônimo de vida e por fim, como sinônimo de alma, considerada o princípio da vida. A psique seria então a "alma das sombras" por oposição à "alma do corpo".
Independente de semântica, a partir de Freud virou, praticamente, mente, principalmente quando lançou no Brasil o livro Terapias & Terapeutas. Causou alvoroço entre os profissionais. Em sua grande maioria recém-saído das academias. Ou seja, algum conhecimento teórico e prática nenhuma. Grande parte deles behavioristas – ou comportamentais – Movimento ou linha da psicologia surgida nos Estados unidos no começo do século XX, mas mais discutidas após a guerra. Tornou-se sinônimo de psicologia comportamental.
                   
 Mas fui apresentado a uma grande profissional, pesquisadora, professora e pensadora da área há algum tempo, através de suas obras, é claro, por um grande amigo: Ana Beatriz Barbosa da Silva, médica psiquiatra, escritora, bem mais jovem e bonita que Irvin, não sendo sexista, por favor, conferencista de altíssimo nível e professora Honoris Causa pela UniFMU – SP. E entre suas obras, notáveis, diga-se de passagem, estão: Mentes Inquietas, Mentes Insaciáveis e – meu preferido – Mentes Perigosas, este ultimo pela editora Fontanar. Além de outros livros que ainda não os “devorei”.
                    
 O primeiro, estadunidense, ninguém discute. Só os que não aceitam seus pensamentos. Afinal “devoramos” tudo o que vem de fora. E muito bom, por sinal.
                    
Ela, Ana Beatriz, fabulosa. Como escritora. Não a conheço como terapeuta e nem pessoalmente, exceto através de suas obras. Eis alguém para se passar conversando alguns dias, direto. Daria outra obra fantástica. Agora, porém, sob os olhos leigos de nós ditos “pacientes”, porem não passivos, ao menos os mais normais. Não confundir com “normose”, termo de Jean Yves-Lelloup. Esta é prejudicial e nos encaminha a um automático usual. O primeiro dirigido aos dois lados, terapeutas e pacientes.

                       A autora brasilesa idem. Porem com uma linguagem singular e apropriada para que os “sedentos” de conhecimento dos intrincados caminhos da mente, possam se aventurar e tentar, por si próprios, desvendar, ao menos, parte destas complexidades do complexo ser humano.

                       Ela é fantástica em suas exposições. Facílimo de contextualizar e em o fazendo se colocar no papel dos avaliados e por sua vez, mais próximos das técnicas de quem faz avaliação. É inteligentíssima, o que deve proporcionar grande temor aos homens ao seu lado. Sim, homens, os latinos em grande parte não sabem lidar com mulheres em nível de inteligência superior. Eis um grande desafio para horas de conversa com esta brilhante profissional. Consegue trazer até ao leitor mediano e por sua vez ao profissional com a mesma classificação, informações e definições profundas e compreensíveis de como perceber, ao menos em nosso nível, estes intrincados caminhos que nossa mente segue. As normais. Já as psicopatológicas nos fornecem informações ao menos para que nossa percepção, agora avisada, aumenta a observação. Primeiro ao nosso redor. Família, amigos, colegas e em seguida em nosso grupo social mais abrangente. E nos fornece uma espécie de segurança para as relações – estas sim cada vez mais difíceis em sua manutenção.

                    Quando Irvin Yalon fala, em A Cura de Shopenhauer e cita-o, faz dessa maneira: A única forma de um homem se manter superior aos demais é mostrar que não depende deles.

                    Já Ana Beatriz Barbosa da Silva quando faz citações busca de suas próprias anotações, de suas vivências, terapias, observações cotidianas quando afirma: ...O corpo humano talvez seja a mais criativa e surpreendente invenção de todo o universo. Nosso corpo parece ter sido planejado para nos salvar e nos ajudar a lidar com todo tipo de perigo. Em pequenos fatos do cotidiano podemos ver o quanto essa máquina é programada para nos manter em equilíbrio...!”.
 Capitulo 1, Ansiedade e Medo: Duas faces da mesma moeda, da obra Mentes Ansiosas.

                   Como afirmou Jorge Luis Borges: “... Acho que o escritor deve escrever para a alegria do leitor...”. Ana Beatriz faz exatamente isso.

                   Assim deixo para o leitor, como eu, leigo, fazer suas percepções. Irvin Yalon para os estadunidenses.

                    Ana Maria Beatriz Barbosa da Silva e suas inteligências e percepções para nos brasileses. Ao menos os que querem aprender um pouco mais sobre si mesmos.

Afinal, ainda, Pensar não Dói!


Das Leituras & Pensamentos da Madrugada
Entendimentos & Compreensões
Publicado no Grupo Kasal – Konvenios em 15.02.2013
http://konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

" Você Fala Guarapuavês? - A cidade mais bem-humorada do Brasil - "





“... Guarapuava tem a festa do ki-suco - etimologia - ki = qui, suco = água com sabor. Este ano será realizado a MMXXIII festa do KI-SUCO (expoguá). Origem: Realizada pela primeira vez em 1234 A/C pelos habitantes da mesopotâmia (que antes ficava em Guarapuava, antes da separação dos continentes). A festa é realizada no centro de eventos do terreno baldiu do lado do Guarapuava Esporte Clube e ao lado da "vila dos aflitos". Diversos tipos de KI-SUCO são servidos, sendo o preferido aquele de groselha....!”


das frases típicas guarapuavenses



Hoje é o “dia dos mortos”. Calma. Somente em Guarapuava. Cidade do centro-sul do estado do Paraná. Exatamente em meio ao caminho de Curitiba à Cascavel.
Esta cidade, aliás, parecidíssima com a minha Passo Fundo, RS, em população, em tamanho, em economia. Ponto.
Porém há algo de superior em Guarapuava. O Humor guarapuavano, sim, este é outro gentílico atribuído a quem nasce ou vive nesta cidade de humor impecável.
O tal de “dia dos mortos”, é a segunda-feira. Parece ser uma frase cotidiana nesse dia. Pois surgindo a pergunta: Como está você? A resposta do guarapuavano é automática: “To morto”!
A tarde ou noitinha, após ter feito a digestão eles vão “na casinha” (banheiro) “desalmoçar”.
Em uma tentativa leiga de tradução, significa retirar o excesso ficado no “estômego”. Não busque erros gramaticais, pois estou tentando ficar no guarapuavês, língua única no mundo e sendo estudada, inclusive por mestres linguísticos escandinavos ou mesopotâmicos, a verdadeira origem da cidade.

Homens barrigudos são chamados de “arvore de cemitério”. O significado é intrínseco e não necessita de tradução. Ao menos nesse caso específico.
 Outro sinônimo para “casinha” é “patente”,  - mesmo se morar em um apartamento de luxo - por favor não confundir com o registro de marcas ou imagens.
Quando você faz algum tipo de pegadinha o guarapuavano fica “sisperto”: Uma espécie de desconfiado, misturado com esperto e atento. A tarde as mulheres preferem chá de DAÍ-ME. Não consegui a significação desta expressão. Talvez por ser unicamente feminina.
O guarapuavano é considerado o povo mais “tucura” do Paraná. Também sem tradução exceto na disciclopedia da cidade que depois deixo o endereço para comprovar que tudo aqui não é invencionice não.
Guarapuava tem cerca de um (1) milhão de Habitantes, sendo cerca de 180 mil vivos.

E a foto de inicio é para comprovar o respeito da população pelas leis de trânsito na cidade.

Quando você perguntar pelas Zonas da cidade a resposta é esta: Um dos pontos positivos da cidade, é a quantidade de zonas que a cidade possui, é uma diversificação com qualidade, andando pela grande cidade, pode-se identificar uma zona a cada esquina, uma das mais famosas é o |Bar da Fia|, frequentada pela alta elite social guarapuavana. Também surgiu a pouco tempo atrás o famosa zona "Contro los migos", que ao contrário do Bar da Fia, é frequentado pelos indivíduos que estão no "bico do corvo" já! Não podemos esquecer a Rua Padre Chagas.

Mas as gírias guarapuavanas e algumas palavras que poderíamos colocar no g~enero de regionalismo não servem pois elas são únicas e somente compreendidas por eles mesmos, ou se você tiver um intérprete da cidade.
Por exemplo: "você veio de carro? Não vim andandinho, passeandinho, olhandinho umas vitrines" ou ainda: "se alguém te conta alguma coisa que você desconfia, logo solta um: "Há de ser, capaiz?"
"Ou as tias conversando: "Calcule, loca do céu..." no lugar de:"imagine!".
Acarcar! Usado na frase: Não acaRRRRque minha caneta! E com o R bem carregado!
E se você ouvir algo do gênero, por favor, não “intica”. Eles detestam serem “inticados” (provável tradução – provocar - ).
Quer mais: Guarapuavano nunca fica na posição de cócoras, guarapuavano fica de cróque, ou acrocado!
"Pare de atiça, por que depois você carpe o gato" atiça=provoca, cape o gato=sair fora.

Minha colega de cursos a especialista em linguagem e também paranaense Andrea Schiavetto, é uma das amigas que vai adorar isso. Ela diz que o regionalismo é a maior riqueza de um povo. Pois ele consegue ser diferente de todos, mesmo sendo igual.

No caso específico de Guarapuava, eis algo nobre. Somente seres muito inteligentes possui um senso de humor apurado.
Assim até o Twitter agora tem a Twittoterapia, com alguns habitantes de Guarapuava e outros que estão “intrando” na tribo para rir até se “estribuchar” (possível tradução, doer tanto a barriga que não aguenta mais de tanto rir) Ou ainda, as piadas em Guarapuava para serem risíveis precisam atingir o “centro do bucho, do estômego da  barriga”, literalmente bem no centro do estômago.

Mas se vocês estão achando tudo isso uma “invencionice”, por favor consulte a página na internet com este endereço:

Mas uma prevenção: Se você não estiver preparado para rir muito, por favor não acesse: http://desciclopedia.ws/wiki/Guarapuava
Pensar, o guarapuavense já descobriu que não dói, mas as piadas e o senso de humor deste povo lindo, bem... Isso com certeza vão doer... O “estômego”.
Divirtam-se!

Inspirado em Joci Branda
Das Leituras & Pensamentos da Madrugada
Entendimentos & Compreensões

domingo, 17 de fevereiro de 2013

(Inter) Ações sem Comunicação! - Perdendo a Finura - "







“... A internet é a primeira coisa criada pela humanidade que a humanidade não entende, é o maior experimento anárquico que já se viu....!.

 dos pensamentos de Eric Schmidt


Um amigo, muito querido, me manda uma questão para discutirmos, a partir de suas próprias percepções e experiências. Pergunta ele:
            “Qual o real mistério que se esconde por trás dessas intricadas ações que, exercidas mutuamente entre duas ou mais pessoas, são capazes de as tornarem tão próximas, assim como são capazes de fazer surgir entre elas verdadeiros abismos que as afastam um pouco mais a cada dia?”

Aos poucos estamos perdendo nosso traquejo? Sim, nossa habilidade, prática, experiência. Nossa finura no proceder, em saber impor-se ao vivermos em grupo, em sociedade. E até com nossos pares.

A rede mundial de computadores é o melhor exemplo disso. Falamos com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, e não nos mostramos. Ou melhor, temos essa impressão. No fundo nos mostramos mais do que realmente imaginamos.

É evidente que a linguagem não falada tem grande responsabilidade pelo desenvolvimento, ou não, da empatia com os outros.
Este meu amigo se refere a isso como sermos obras de arte em permanente exposição, e, assim como acontece quando visitamos qualquer acervo, existem obras que nos atraem pelas suas cores, formas, traços e técnicas, assim como tem as que nos trazem lembranças não tão agradáveis, ou são exageradamente realistas ou pragmáticas, causando-nos repulsa ou medo.

Algumas vezes somos demasiadamente orgulhosos. Acreditamos que somos a obra perfeita. Embora tenhamos plena consciência de que estamos disfarçando desbotamentos da pintura, ou rachaduras na moldura, utilizando-nos de efeitos de iluminação.

Que vida é tão importante a ponto de nos interessarmos por detalhes, na maioria das vezes sem nenhum sentido. Como alguém que antes de sair do “ar”, ou deixar de estar ligado em algum tipo de rede dita “social” deixa recados como: Vou dar uma saidinha, já volto! Ou então: Estou no banho! Ou ainda, Vou almoçar!. E... E nada. É assim que funciona essa dita comunicação na rede de computadores. Ou internet, se preferir.

G.B. Shaw afirmava: “O maior problema da comunicação é acreditar que ela acontece...!”.

Somos orgulhosos o bastante para admitir, que mesmo saudáveis, somos doentes socialmente? Dificilmente iremos admitir que possuímos rompantes de algo que afeta nossa emocionalidade e não sabemos como agir. Desta forma essa “transferência” pode ser obtida através da internet. Se formos feios, gordos, agitados ou qualquer outro “adjetivo” que nossa autoestima ainda permita, essa ferramenta parece ser tudo o que precisamos. Dessa forma nos tornamos grandes socialmente. E o numero dos tais “seguidores”, ou “visitantes”, todos “fantasmas”, parece preencher o vazio existencial a que estamos submetidos.

Quando não conseguimos reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais, acreditamos que são eles que não se fazem compreender. Quando somos incapazes de entender outros pontos de vista e nos tornamos inflexíveis e incapazes de negociar soluções de conflito, paranoicos que ficamos culpamos os demais por suas atitudes. E é simples, naquele momento, basta “desligar”, ficar “off”, ou então, deixar de “seguir” aquele outro, pois discordamos totalmente dele e, afinal, somos, ao menos nesse aspecto superior em alguma coisa.

Algumas vezes temos crises de ‘cegueira emocional’. Perdemos a consciência que nossos comportamentos se tornam ofensivos e insensíveis; não entendemos como nossos sentimentos impactam nos sentimentos alheios; não captamos os sinais de alerta que nosso comportamento é inadequado a situação; somos incapazes de prever o que se pode esperar dos demais e o que estes esperam de nós.

Isso ao vivo e em cores. Agora pense no que foi dito acima estando atrás de um monitor: Pense no “poder” que é autofornecido a este ego narcisista que pode simplesmente “deixar de seguir”, ou ainda, e mais forte, “desligar” o outro lado, do tipo: “ que está achando que eu sou? Sabe com quem está falando?” Bem, ficaria a pergunta se este ser, primeiro sabe quem ele é...

Quando estamos portadores dessas singelezas emocionais, de desequilíbrio para com o outro, a partir de nós mesmos, somos incapazes de interagirmos saudavelmente. Somos incapazes de praticar a empatia. “Lutamos” ou fugimos?

Na definição da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa da Silva empatia é a capacidade de considera e respeitar os sentimentos alheios. É a habilidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, vivenciar o que a outra pessoa sentiria caso estivéssemos na situação e circunstancias experimentadas por ela
Só os capazes de compreender que cada indivíduo, embora com semelhantes funções e características, pensa, sente e reage de maneira muito particular, conseguem permanecer e estabelecer tais interações.

Mas como conseguir esse feito através de interações efetuadas, friamente, “escondidos” atrás de um monitor?

Eis nosso novo desafio. E dele, como consequência, resultará nossas relações de qualquer tipo ao vivo. Na Vida real.
O exercício da interação é mútuo, portanto, não espere que os demais te admirem se não consegue ao menos enxergá-los ou senti-los, mesmo através da linguagem escrita, como eles são.

E é precioso lembra que quem está “do outro lado” da tela, não é um número. É um ser partilhando algo que possui e é necessitado de algo que você tem para compartilhar. Assim nossos desafios se tornam melhores. E nossos valores não esmorecem por total ausência de significância e essência. Essa sim vem do coração e da razão: Nossa consciência.

Pode pensar. Não Dói... Já interagir...

Entendimentos & Compreensões
Das percepções do Cotidiano
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES –em 13.02.2013
http://konvenios.com.br/Index.aspx

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

" A Politica do Puxa-Puxa! - Ou a Não-política - "







“... O socialismo (a utilização do Estado para
resolver problemas sociais) afeta negativamente
a moral pela destruição da vontade e da
capacidade individual de cuidar dos entes
queridos e dos amigos...!”.

 dos pensamentos de Glen L. Pearson –
Prof. da Univ. de Brighan Young, Provo, Utah, EUA.

                            Para se discutir o extremamente óbvio, é preciso saber, antes de qualquer coisa, que a natureza humana não é modificada pelos controles sociais, econômicos que são impostos pelos governos. Ela só pode ser melhorada pela persuasão e pelo exemplo; no entanto, as pessoas não se tornam melhores ou piores numa economia mista ou em uma economia livre, a não ser na medida em que as oportunidades para “pecar” aumentam ou diminuam.

Isto tudo dito, pela simples razão, de que percebendo nos últimos tempos, levamos em plena "cabeça", as afirmações, não menos grotescas, que as ações praticadas pelos afirmantes no decorrer do tempo. Até o momento não há explicação, lógica, para o fato de toda uma oposição política – se é que ela existe - não ter conquistado vitória à administração nacional. É muito tempo, em que todos dizem que tem “coisas” demais erradas. E em sendo errôneas, nada surge? Bem, talvez não existam, de fato. Somente justificativas. E quando justificamos demais sabemos que não há explicação plausível. Parece inferência? Sim. Pois é a partir dela que se fazem deduções e disso decorre a formação de uma hipótese. Estão comprovadas nas atitudes de "politiqueiros", (a subjetividade é referente àquele que pratica exclusivamente a política do partido) "velhas raposas", verdadeiros "experts" em política. Tanto, que até o momento não conseguiram, além da exposição de suas ideias, conquistarem nada. Salvo uma ou duas exceções. Das raposas, é claro.

Por incompetência? Ou talvez, a cartilha política esteja errada, e se vislumbre urgente necessidade de modificá-la? Certamente estas velhas "aves de rapina", possuam a resposta. Mas este recrudescendente "puxa-puxa" tem levado uma nação inteira ao colapso político, e consequentemente administrativo. (obras superfaturadas, transposição do Rio São Francisco, para citar alguma coisa) Mas, também, é bom que se diga, que além de grandes teorias sobre o "como-fazer-melhor-em-pouco-tempo", destes, tem ficado exclusivamente na retórica, diga-se de passagem, bastante imprecisa. Afinal, o desconhecimento, de fato, coloca-nos em posição assustadora.

Henry Maksoud tinha uma maneira peculiar de se referir, a estes discursos. Dizia ele: "O debate político brasileiro peca, fundamentalmente, por imprecisão conceitual. Fala-se em democracia como um fim, quando ela não passa de um meio, um método de tomada de decisão. Fala-se em "liberdades Políticas", quando a liberdade é uma só, a individual. Criticam-se sistemas autoritaristas, mas defende-se o distributivismo e exige-se a participação da máquina administrativa em questões que não são de sua competência".

Em outras palavras, o que mais necessitamos, como um dos únicos remédios, não para curar totalmente esta ignorância política, mas tranquilamente, para ir tratando aos poucos, desta mesma doença, é a renovação. E não apenas a renovação conceitual, mas renovação de fato, Começando embaixo. Sim em prefeituras, associações, - muitas institucionalizadas - entidades afins, nos partidos políticos, principalmente, e é claro na administração pública.

Qualquer teoria diferente, das necessidades que se apresentam hoje, seria perigosa, e entrariam no campo retórico de quem as profere. Exatamente da mesma maneira "sapiente", que estas velhas raposas ainda teimam, marcando passo, em continuar afirmando aos quatro ventos. Nos partidos, é necessário que se vislumbre novas oportunidades, principalmente, de criação e ou, incentivo de novas lideranças, sob pena de se ver, por muito mais tempo, os pecados cometidos até o momento. E isto vale para todos os partidos. Afinal, coerência, já era algo usado e muito pelos gregos da antiguidade. O restante é simplesmente puxa-puxa.

Pessoal e intransferível é claro.
Afinal Pensar Não Dói...!

Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado em 08.02.2013 em Profe Borto:


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

" Leitura - Prazer ou Obrigação!"






“(...) Nós, leitores de hoje, estamos ameaçados de extinção, mas ainda temos de aprender o que é leitura (...)!”1



                                       A leitura é polêmica? Não. O ato de ensinar leitura sim. Benveniste tinha razão quando afirmava: “Toda pessoa necessita de outrem para “vir” ao mundo e se desenvolver, pois o ”eu” não existe senão como reciprocidade de outrem; o “eu” isolado, na verdade, não é mais que uma abstração.” (1966, t. 1:26,74). Célia2 também quando aventura-se pela psicanálise para entender razões de tanto não aprendizado e uma tentativa de “busca” de motivos que levam a esta não leitura. A criança antes de se tornar aluno continua criança. Os mestres “esquecem” este detalhe e dão-lhe novo “rótulo” e um mundo estranho. O dos professores e suas tribulações e não da leitura.
                                      Cada pequeno ser, antes de se tornar aluno, possui um mundo a parte. A leitura deve acrescentar a este mundo todas as necessidades que devem ser descobertas pelas próprias dificuldades. Como fazer? Conhecer a criança antes de tudo. O seu mundo.  Fazer-se convidado para conhecê-lo. A sua forma de ver e sentir este mundo e não o do professor ou de literatura, tão estranha até para o próprio mestre. Leitura não é simplesmente “saber ler”, repetir palavras escritas. E esse sistema não está somente inserido no Ensino Fundamental, ele continua até a academia com os mesmos “sintomas” da ausência de empatia básica com o aluno.                          
                                        A citação de Célia, sobre Bettelhein, foi somente um enxerto e não a ideia completa. Não são os professores que “encontram o significado da vida para o aluno”, serão eles mesmos em futuro incerto. Querer “buscar” significado de vida para o outro é no mínimo arrogância e disfunção daquele que ousa intitular-se “professor”. Mostrar caminhos, os mais diversos possíveis para que ele encontre e decida? Sim. E a leitura poderá ser o caminho de entendimento e compreensão de toda esta complexidade do ser, se o professor estiver preparado, com ele mesmo, em sua autoestrutura, e somente depois com a pedagogia.

                                              O grande escritor e psicanalista, brasiles, Rubem Alves3 tem uma maneira, peculiar, de se referir a isso: “... E que outra maneira existe de se comunicar com as pessoas comuns senão simplesmente dizer às palavras que o amor escolhe?”, (...) continua o autor, citando Fernando Pessoa: ”Arte é a comunicação aos outros de nossa identidade intima com eles.”.

A identidade de cada um se constrói progressivamente, após o nascimento, no ritmo de suas interações com a mãe, com os demais membros da família, com os amigos, com os professores e, mais tarde, com as demais pessoas que encontrará no curso de sua vida.
                                               Ronaldo Laing4, nos excertos abaixo, de uma profundidade excepcional, põe em relevo as extraordinárias implicações das conversas, dos intercâmbios de palavras (1971: 115): “São os outros que nos dizem quem somos. Mais tarde, ou endossamos a definição que fazem de nós, ou tentamos nos desvencilhar dela... É difícil não aceitar a versão dos outros. Podemos nos esforçar para não sermos aquilo que, no fundo de nos mesmos, “sabemos” que somos. Podemos nos esforçar por extirpar essa identidade” estrangeira de que fomos dotados ou a que fomos condenados, e criar com nossos próprios atos uma identidade por si mesma, a qual obstinadamente buscamos fazer confirmar pelos outros. No entanto, quaisquer que seja, posteriormente, as vicissitudes, nossa primeira identidade social já nos foi concedida. Aprendemos-nos “a ser aquilo que nos disseram que somos.”. E esta responsabilidade, buscada pelo professor, através da leitura, se perpetuará ou não. Será benéfica, ou não. As formulações técnicas, “exigidas” pelo sistema, como ortografia, gramática, poderão fazer parte, mais tarde da vida do aluno, ou não. O que se esta buscando é uma formulação, própria de cada criança, para que se insira neste “mundo da leitura”. Apenas isso. Identificar cada “mundo” e inserir-se. Agora sim será tarefa do professor.

                                         Este dito “processo”, que depois se tornará mais comum, social, para o aluno, em sua gênese, talvez tenha sido esquecido há muito. Mas o professor não deve esquecer que uma era os transmite a outra sem estar consciente do processo como um todo, e os conceitos sobrevivem, enquanto esta cristalização de experiências passadas e situações retiver um valor existencial, uma função na existência concreta da própria educação.
Depois da sociedade – isto é, enquanto gerações sucessivas puderem identifica suas próprias experiências no significado das palavras.

                                      A pressão aos professores não é originada pelo futuro leitor e sim pelo “sistema” do qual ele faz parte. Em meio a toda tribulação em que o “mestre” encontrar-se, buscará em seu discernimento as “fórmulas” básicas de interação com o ser, após, a leitura, será uma consequência.

                                      O professor ainda tem, em sua memória genética, sistemas do “decorar”. Uma espécie de automatização educacional que ainda não se perdeu nas “nuvens escuras do tempo”. A aprendizagem de cor como meio para educar ou condicionar desempenhava um papel muito mais importante na sociedade medieval, onde os livros eram relativamente raros e caros, do que hoje, e esses preceitos rimados eram um dos meios usados para gravar na memória da pessoa. Hoje não. Temos acervos inesgotáveis, ao gosto de cada um. E a pesquisa de cada obra deverá ter a relevância com as necessidades de cada “serzinho” que se encontrará em sala de aula. E o professor, enquanto educador deve ter como obrigação, esta descoberta. Somente após terá condições, através de suas técnicas de aprendizado, levar o que julgar importante, e até o que o “sistema” exigir que seja feito.

                                      Nosso futuro – o futuro da história de nossa leitura – foi explorado por santo Agostinho (*), que tentou distinguir entre o texto visto na mente e o texto falado em voz alta; por Dante (*), que questionou os limites do poder de interpretação do leitor; pela senhora Murasak (*), que defendeu a especificidade de certas leituras; por Plínio (*), que analisou o desempenho da leitura e a relação entre o escritor que lê e o leitor que escreve; pelos escribas sumérios que impregnaram o ato de ler com poder político: pelos primeiros fabricantes de livros, que achavam os métodos de leitura de rolos (como os métodos que usamos agora para ler em nossos computadores) limitadores e complicados demais, oferecendo-nos a possibilidade de folhear as paginas e escrevinhar nas imagens. “Você não pode embarcar de novo na vida, esta viagem de carro única, quando ela termina”, escreveu o romancista turco Orhan pamuk (*) em “O Castelo Branco”, mas, se tem um livro na mão, por mais complexo e difícil que seja compreendê-lo, ao terminá-lo você pode, se quiser, voltar ao começo, ler de novo, e assim compreender aquilo que é difícil, assim compreendendo também a vida.

 Somente assim Benveniste[i], poderá ter suas razões. Mas em seu tempo. Necessitamos buscar as nossas. Para o nosso tempo.
Pensar não dói! A Leitura também não!


1. Alberto Manguel - Uma História da Leitura – SP - Companhia das Letras, 1997
2. Silva, Célia Ribeiro da – PG – UEL – Leitura no Ensino Fundamental – Prazer ou Tortura – Unipar.
3. Alves, Rubem – Se Eu Pudesse Viver Minha Vida Novamente – p.23 – Versus – SP – 2004.
4. Laing, R.D. Lê moi divisé, de la santé mentale à la folie, Paris, Stok, 1970 –
5. (*) Citados por Alberto Manguel, IBID.



Leituras & Pensamentos da Madrugada!
Publicado em 06.02 em: