quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


 
 
Quando Deus Quiser...
Tá contada a minha estória
Verdade e imaginação
Espero que o sinhô
Tenha tirado uma lição
Que assim mal dividido
Esse mundo anda errado
Que a terra é do homem
Num é de Deus nem do Diabo

Sérgio Ricardo- Deus e o Diabo na Terra do Sol

                                 Muitos vão julgar minha afirmação inicial parecer apostasia, mas acredito sinceramente que foi um “excesso de religião”, que nos condenou à dependência permanente da “vontade de Deus” a marcar nossa história e o que é o pior, a índole do brasileiro de delegar ao “divino” soluções exclusivas do “humano”. Não podemos nos esquecer que na Península Ibérica vigorava a “Idade das Trevas” sob a égide da Santa Inquisição e a “hipocrisia religiosa” acobertava as “piores intenções” do ser humano e sempre em “nome de Deus”.
                               O mais intrigante é que a Primeira Missa em 1500 foi rezada por um frei franciscano, Frei Henrique de Coimbra, mas a Primeira Missão Religiosa foi encabeçada pelos Jesuítas, Padre Manoel da Nóbrega, em 1549, apenas 9 anos após a fundação dessa ordem religiosa, que se dispunha ao acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou “para onde o Papa os enviasse, sem questionamentos”.
                            Essa negociação ocorreu sob o reinado de Dom João III, filho de Dom Manuel, conhecido como “O Pio” e visava à catequese dos índios, porém antes em 1536 o rei havia permitido, por fortíssima pressão da Santa Sé, a instalação da Santa Inquisição em Portugal, para contrabalançar o crescente movimento luterano na Europa, (1517-1521). Em 1548 promoveu a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, que marcou o efetivo início da “ocupação da terra”. Nesse cenário surgiu o Brasil.
                         Pois bem, uma coisa de que sempre duvidei, é da boca, que diz falar em nome do “senhor”, seja esse senhor o “Ser Celestial”, ou aquela que é a “senhora da verdade” ou da “voz de um povo” e é dessas “bocas charlatãs messiânicas”, que a História do Brasil está povoada desde sempre e ainda está.
                          Fala-se muito de que só com Educação conseguiremos mudar o atual paradigma, do que discordo veementemente, pois ainda que o nível educacional do povo brasileiro fique muito a dever, não se pode classifica-lo de “inocente ingênuo”. A “idade da inocência” já ficou lá para trás no retrovisor histórico.
                           Não podemos dizer também, que o povo brasileiro seja um “esperto aproveitador”, que jamais vai cuspir na mão que o afaga e aquinhoa, pois não jogará no “lixo” um benefício mensalmente garantido.
                          O resultado das últimas eleições presidenciais, com uma vitória tão apertada da candidata situacionista, vem demonstrar que o Bolsa Família não foi tão decisivo assim e no final das contas a decisão deu-se pelos votos dos que “não votavam PT”, contra os que “não votavam PSDB”.
                            A realidade é que os dois partidos, que mal completaram 30 anos de existência, são “mortos vivos”, que jamais representarão uma maioria expressiva do eleitorado para as próximas eleições, assim como vem acontecendo às várias anteriores.
                            E a explicação é muito simples. Faltam-lhes “quadros expressivos”. “Nomes”. E a razão para isso também é facilmente explicável historicamente. Político brasileiro, que se preza, não deixa “nada crescer” na sua sombra e nem “cobra para picá-lo” no seu “quintal”. Partidos políticos brasileiros nascem, crescem e morrem junto com seus fundadores e é o que está acontecendo com PT e PSDB, como já aconteceu com o PTB de Vargas, o PDT de Brizola, o PSB de Arraes e Eduardo. E é assim que nascerá, crescerá e morrerá o partido de Marina Silva, porque ele é Marina e só.
                              O brasileiro que viu suas maiores conquistas e hegemonia esportivas serem fruto do “trabalho em equipe” em esportes coletivos, como o futebol e o voleibol, é incapaz de fazer seus “times vencedores” politicamente. E é nisso, que continuaremos a patinar. Entre PT e PSDB.
                                Na verdade é a “força conjunta” com seus valores e expressões, que deveria prevalecer na formação de um partido político, onde pessoas proeminentes e respeitadas nos mais diferentes segmentos das necessidades nacionais passassem a população à ideia de um “time comprometido” na solução dessas necessidades. É evidente, que nessa equipe uma liderança maior se destaque e certamente será em face da necessidade “mais emergencial”.
                               O que realmente ocorre é que a “um homem”, o iluminado, se entrega toda essa responsabilidade, exclusivamente por sua capacidade de “falar ao coração do povo”. Na realidade histórica temos mais exemplos de “coveiros da pátria”, que de “salvadores da pátria”, quando assim se decide por uma liderança nacional. Sir Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, para mencionar líderes da II Guerra, eram líderes de Partidos Políticos, com uma ideologia e objetivos muito bem traçados.
                               Já Adolf Hitler, que devolveu à Alemanha o seu orgulho nacional e fez dela uma potência em poucos anos, só conseguiu isso pela força e estrutura sociais, que a Alemanha já possuía, mas levou-a à ruína, quando colocou seus objetivos pessoais de poder em uma direção, que não era a pretendida por seu povo. E o povo alemão pagou por toda essa “loucura”.
                              Alguns líderes brasileiros recentes em muito se assemelham a ele, pois usam a “massa descamisada” em delírio para ascender e manter o poder, mas que o próprio tempo se encarrega de provar, que são “muito pequenos” para a missão, que se propuseram. E é este o momento nacional, que se vive.
                               Aqui os judeus são os “sulistas de olhos azuis” e o “inimigo a destruir” é toda uma massa de eleitores, que não se alinha às suas pretensões. Por incrível que possa parecer, essa massa é a mais produtiva e a maior pagadora de impostos. Cabe aqui uma pergunta: se essa massa efetivamente for alijada, do que se comporá a Nação?
                               A resposta já está dada. É só olhar à que situação interna e à imagem externa que o país foi levado em nome desse “projeto de poder” e o mais incrível: ninguém é responsável por nada e mais uma vez a “receita amarga” será bebida de um só folego não só por votantes na oposição, mas também para os da situação.
E agora, José?
                            Vamos mais uma vez pedir: Pai, afasta de mim esse cálice ..., ou vamos traga-lo, como seremos obrigados a fazê-lo para manter a “pátria em pé”, mas vamos atirá-lo vazio na cara de quem mais uma vez o colocou em nossas mãos, sem que o pedíssemos, mas que consentimos.
Brava gente brasileira, como diz o ditado: Quanto mais nos abaixamos mais aparece a nossa bunda...
Vamos mais uma vez consentir: Cuecas fora, brasileiros?

 
Entendimentos & Compreensões de
Antônio Figueiredo
Escritor e cronista
São Paulo – SP -
 

domingo, 25 de janeiro de 2015


A Bucólica Vida No Campo!
- Bia & Bia –
"...Às vezes, é preciso um simples cão,
com péssimos modos
mas intenções puras, para
nos ajudar a ver o essencial...!"
Do filme Marley & Eu
                        Quando resolvi morar no Park Way vim preparada para enfrentar escorpiões, cobras e aranhas. Coloquei telas na casa inteira e rezei para que os “bichinhos” ficassem do lado de fora, mal sabendo o que me esperava...
                           Em um sábado ensolarado, do tipo produtivo, em que a gente descansa se esfalfando nas "duzentas coisas de casa" que aparecem durante a semana, meu filho do meio berrou da porta da frente, a caminho de um cinema com o pai:
- Mãe, tem uma galinha no jardim!
- ...
- Você ouviu Mãe? Tem uma galinha passeando no gramado da frente!
- Tá na panela, Pedro César?
- Claro que não, né?
- Então enxota.
                              Como a última coisa que ouvi do solidário mancebo foi o barulho do carro já na rua, achei que o assunto estivesse resolvido. Continuei minha arrumação até às quatro da tarde, hora ideal, segundo todos os jardineiros de plantão, para se regar o jardim.
                           Abri a porta da frente, olhei cuidadosamente para os dois lados, fui até o portão da casa e nada de galinha. Mais tranquila, comecei a regar minhas plantinhas que estão crescendo que é uma beleza, como se a jardineira até soubesse o que está fazendo.
Rega daqui, rega de lá, olhei para o canil e vi a Bia – pois é, ganhei um labrador, preta de quatro anos, chamada Bia. Por quê?
                           Como o seu pedigree é algumas vezes melhor do que o meu fiquei com pena de mudar. Além do mais, meus filhos estão amando, por motivos óbvios –, olhando para ela vi que estava com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança e resolvi soltá-la.
                             A moça é meio desengonçada e, depois de demonstrar sua alegria quase decepando meu dedão do pé, passou a me acompanhar enquanto eu continuava a rega, um quadro lindo, quase uma pintura...
De repente ouvi um cocoricó e Bia enlouqueceu. Uma peste de uma galinha surgiu do nada e começou um escândalo digno de um filme de Fellini. Berrava eu, para que a cadela parasse, berrava a galinha, tentando escapar, só quem não berrava era a Bia, muito concentrada em não perder o lanchinho.
Passamos uns dez minutos nesta agonia: penosa na frente, Bia quadrúpede no meio, Bia bípede atrás, até que consegui trancar a xará na cozinha da churrasqueira.
                             Perigo temporariamente afastado, passamos uns três minutos nos encarando, galinha e eu, as duas à beira de um enfarto. Simpatizei com a coitada, tem cara de galinha paupérrima, magra, escanifrada, parece saída das páginas de Vidas Secas?
Quando achei que estávamos perigosamente perto de criar um elo afetivo resolvi sair pelo condomínio, procurando o dono da bichinha.
Soube pelo meu vizinho de muro – testemunha ocular, sadicamente divertida, de todo o meu tormento – que Magali (batizada por ele, depois que a filha entendeu “A Magali está no quintal”, em vez de “tem uma galinha no quintal”) não é de ninguém. É uma “Gení” das galinhas, desculpem a redundância, que vive nos jardins alheios desafiando a sorte. Perguntei se ele não gostaria de me ajudar a retirar Magali do meu terreno e fui gentil, mas fragorosamente rechaçada.
                                  Telefonei para meus filhos, ambos no cinema, o jardineiro não atende o celular e eu nunca segurei uma galinha viva. Não pretendo começar agora, o que é que eu faço?
Tranquei Bia no canil, Pingo e Morgana, que são menores, fechei comigo dentro de casa. Magali, neste momento, rodeia a churrasqueira, que estuda com olhos críticos...
Enquanto eu entro no Google, para saber quanto custam às telas à “prova” de galinhas...
 
Cenas da Vida Real
Beatriz Ramos
Jornalista & Cronista
Brasília - DF -
 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Por Mim, Tudo Bem...

 Não sei por que para você
As coisas batem sempre desiguais?
Eu chego, você sai...
Você chega, eu chego junto.
A vida é uma casa de muitas portas
Algumas só abrem para dentro;
Outras só para fora e tem tranca!
Sem volta...

O Autor
 
                                Lá pelos idos de 1976, em Belo Horizonte, fui convidado a participar do Encontro de Casais com Cristo. Esta era uma iniciativa para fazer os casais católicos sentarem-se e reavaliar seu relacionamento e a partir daí lançar novas bases para “requentar” ou “reaquecer” o casamento e com isso reavivar o “até que a morte os separe”.
                              É bom recordar, que varria o país a luta pela Lei do Divórcio, uma iniciativa do Senador Ruy Carneiro – RJ e que veio a ser sancionada em 1977, pelo General Geisel. O casamento até então fundamentado em princípios religiosos desde o Império, (“felizes para sempre”), passou a ter um regramento mais civil, (“felizes enquanto dure”) e por isso a Igreja Católica lutava para “unir seu rebanho”. Mas, voltando...
                             Eram por volta de 30 casais e na primeira noite, logo após a chegada, jantar e alojamento foram levados para um salão, onde a todos foi perguntado sobre os motivos da vinda ao evento. Não me lembro das minhas palavras, mas me recordo muito bem do testemunho mais marcante da noite, pelo menos para mim, de um rapaz de Itabirito, se não me falha a memória, que prestou o seguinte depoimento:
- “Eu gosto de uma cachacinha e bebo todo santo dia, ao sair do trabalho no caminho para casa. Quando chego, normalmente já é tarde, a comida está fria e a patroa “fervendo” de raiva e aí lá vem falação...”!
- “Bom, até agora como era só a mulher que reclamava, nunca liguei muito, pois sabem como é mulher fala muito de dar bom dia a cavalo. O problema é que os vizinhos também estão começando a falar e se os vizinhos também estão reclamando, é porque deve ter alguma coisa errada...!”
Guardei até hoje estas palavras e a partir de então criei o hábito de tentar saber a opinião circundante, porque além de ser uma excelente forma de nos situarmos, mostra a tendência da opinião mediana do grupo e é disso que vamos falar hoje. Do que “todo mundo está reclamando e falando”...
                            Nascemos e fomos criados no Brasil ao compasso de “moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza” ou então do “Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro. Vou cantar-te nos meus versos”... Todos reconhecem e poucos duvidam e me refiro inclusive aos estrangeiros, que nos visitam que esta impressão sempre foi tida e é uma verdade inconteste.
                            A beleza da terra de dimensões continentais e a riqueza sob e sobre o solo é impressionante, mas o “em fevereiro, tem Carnaval” já não é mais o suficiente para falar da felicidade de um povo. Aquela sensação de se viver preguiçosa e relaxadamente nos Jardins do Éden há muito já a perdemos, ainda que alguns visitantes encantados ainda a enxerguem. A realidade expulsou-nos do Paraíso.
Um dos ensinamentos do Evangelho mais marcantes para mim é o do senhor que distribuiu “um talento” para cada um de seus empregados, para fazer crescer sua fortuna, enquanto viajava. Ao cabo da viagem retornou e cobrou de cada um o “que cada um tinha feito com o seu talento”. O que diríamos nós aquele senhor sobre a enormidade de talentos que esta terra recebeu e o que fizemos com eles?
                           Pelo muito que se fala e se reclama por aí parece que muitos de nós fizeram como aquele “servo preguiçoso”, que temendo o rigor daquele senhor enterrou a sua moeda, para depois devolvê-la sem riscos, mas também sem nenhum trabalho, que fizesse valer o seu talento.
                          Falar e reclamar deve, sempre, ser apenas o “gatilho” de qualquer processo de mudança. Quando Josué derrubou as muralhas de Jericó, após uma travessia do deserto do Sinai por 40 anos, o fez marchando e batendo os pés com muita energia e não atirando palavras e imprecações contra os muros. Nossa quadra histórica em muito se parece com aquela.
Se você quiser fazer o mesmo, vamos...
Por mim, tudo bem...

 

Das Percepções de um Brasil Atual do
Escritor e Articulista
Antônio Figueiredo – São Paulo – SP –

 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sala de Protheus
recebe Beatriz Ramos
de Brasília- DF- :

 Meu Pai Me Queria Augusto!
“... Seus filhos serão seus pais...!”
Khalil Gibran 

                                      Na cama de hospital meu pai me encara pelos olhos de um estranho. O choque da devastação sofrida em tão pouco tempo faz com que, por um instante, eu respire quase com tanta dificuldade quanto ele.
                                     Teve belos olhos, quando jovem: castanhos, com uma orla que começava verde e terminava azul, o que me fascinava. Agora o azul, transformado em halo senil, ocupa metade da íris, como se as pupilas fossem os alvos de uma competição de arco e flecha. Azul, marrom e preto, quase em proporções iguais.
                                   Não reconheço seu rosto, sua pele fina, seu corpo prostrado. As lágrimas vêm facilmente, sem que eu tenha tempo de descobrir se choro por ele ou por mim. Nos perdemos, uma vez mais: meu pai também não sabe quem sou.
                                   Beijo seus cabelos ralos, abraço seu corpo ferido com cuidado e, quando começo a passar nele a colônia nova que trouxe, ouço sua voz rouca em meu ouvido: Ah, mamãe!
                                   E assim me torno mãe de meu pai, aninho-o em meu peito, falo com ele na linguagem das crianças, tento preservar o encanto deste momento de intimidade, mesmo sabendo que não sou quem ele busca.
                                  Quero cantar para ele, mas não sei com que músicas minha avó o punha para dormir, se é que o fazia. Sei pouco deste pai que me deixou tão cedo, ao se divorciar, e a quem procurei tanto. Não temos a intimidade da vida compartilhada, dos segredos cúmplices. Ele também não deve ter tido uma infância fácil, pois jamais se referiu a ela espontaneamente.
                                   Sei que não ficou feliz quando nasci mulher. Já pai de uma menina, esperava um homem, que eternizasse o nome da família e o ajudasse a recuperar glórias perdidas, que só ele chorava. Sei que lidou mal com a decepção de aguardar Augusto e receber Beatriz.
                                   Superamos nossos descaminhos com a pressa dos que se julgam eternos. Quando me dei conta, já era tarde demais. Meu pai morreu no dia 10 de agosto, e eu fiquei sozinha, angustiada como um hamster, correndo eternamente em sua rodinha, tentando encontrar respostas para questões que teimam em martelar minhas têmporas maltratadas: o que herdei deste homem?
                                       A risada solta, a generosidade com os amigos, a capacidade de amar, o excesso de confiança que chegava às raias da temeridade, a recusa em se deixar abater pelas pancadas da vida ou o gosto exagerado pela bebida em que se refugiou quando a velhice começou a pesar? Talvez eu jamais descubra. O tempo se foi, e eis-me aqui, matriarca sem senso de uma família que espera de mim o que não consigo me dar.
 
 
Entendimentos & Compreensões
Homenagens ao Velho
Beatriz Ramos
Jornalista & Cronista
Brasília - DF

 

 

 

 

sábado, 17 de janeiro de 2015


Não Sufoque A Criança
Que Existem Em Você!

Quando você faz um desejo
na direção de uma estrela
Não faz diferença quem você é;
Qualquer coisa que o
seu coração deseje
Irá se tornar realidade;
Se seu coração está nos
seus sonhos,
Nenhum pedido é extremo;
Quando você faz um desejo
na direção de uma estrela,
Como sonhadores fazem
O destino é amável;
Ela traz para aquele que ama,
A doce satisfação de seus
segredos de amor;
Oh, como um barco fora do azul,
O destino caminha e vê o
que você desejou;
Quando você faz um desejo
na direção de uma estrela,
Seus sonhos se tornam realidade;
Se seu coração está nos seus sonhos
Nenhum pedido é extremo,
Quando você deseja uma
estrela lá de cima;
Como sonhadores fazem
Woah, quando você faz um
desejo na direção de uma estrela,
Seus sonhos se tornam realidade... mmm...
(When You Wish Upon A Star,
Tema central da trilha sonora do filme Pinóquio)
                           Pense bem... Quem criou e escreveu todas as histórias infantis que conhecemos que não tenha sido um ADULTO?
                        Não só escrever fantasias “infantis”, mas todo adulto tem condições de, quando, em idade avançada, desenvolver um “pensamento muito bom”, e assim, “explodindo” sua criatividade, concretizar seus desejos, imaginados quando criança.
                              A criatividade do adulto, portanto, não é pensada racionalmente senão o resultado do mais puro, sincero e inocente desejo de criança que o indivíduo armazenou em seu inconsciente, externada na idade madura.
                          Quem, de fato, tem os mais puros e sinceros pensamentos que não as crianças? Quem nada teme e se lança em realizar todo e qualquer instinto que emerge em determinado momento, que não uma criança?
                            Em outro giro, quem é que freia esses instintos naturais dos infantes que não seja o adulto? Um adulto que no transcorrer da própria vida acondicionou em seu subconsciente toda sensação de medo e negação que outro lhe apresentou quando aquele era criança?
                       MEDO... Sentimento que pode gerar inúmeras reações. Quanto mais um adulto alimentar esse sentir em uma criança, menos chances ela terá de se tornar um adulto criativo e produtivo. O adulto sabe que o ser humano não pode voar. Mas um dia, quando era criança, se um adulto, ao invés de lhe impingir medo e meras repreensões, lhe ensinou que um ser humano não pode se lançar das alturas como uma ave, mas pode sonhar e “viajar” até onde pretenda, essa criança, quando adulto, se transformará em um ser humano rico em gerar e aproveitar oportunidades. Uma máquina de realizar desejos!
                        Mas... O que vemos normal e comumente? Adultos “travados”, “revoltados” com os adultos com os quais mantiveram contato enquanto crianças e consigo próprios; adultos cheios de temores e medos que os impedem de “voar”, sentimentos esses que, sem pejos, repassam aos filhos, netos, bisnetos e demais crianças com as quais mantém contato.
                        No entanto, não precisa ser assim porque todo adulto mantém dentro de si os mesmos sentimentos que tinha enquanto criança, cujas sinapses podem ter sido aplacadas por um adulto, mas não dizimadas. As sinapses que são feitas ao longo dos primeiros anos de vida, se por um motivo ou outro são “atacadas” por um desajeitado adulto, mais à frente elas podem ser restabelecidas se o indivíduo assim o desejar.
                              Os sonhos de uma criança podem não ser realizados na tenra idade porque os conhecimentos necessários a tanto ainda não foram apreendidos, porém, a partir dos conhecimentos científicos que possa haurir ao longo de sua frequência escolar, do primário à academia, aprendendo regras e teorias científicas, pode, quando adulto, concretizar aqueles sonhos de infância e assim... Voilá... “uma estrela satisfez o desejo externado”!
                             Quando criança temos a plena capacidade de sonhar e quando adulto a de realizá-los porque as células são as menores unidades pensantes do organismo humano, por isso mesmo é que não podemos dissociar o que se institucionalizou chamar de CRIANÇA do que também costumamos chamar de ADULTO!
                                 Os adultos que não sonham não vivem e, em não vivendo, se ocupam em destruir os que lhe rodeiam.
Assim... NUNCA MATE A SUA CRIANÇA INTERIOR!

 
Entendimentos & Compreensões
Dos Pensamentos e Diálogos com  
Minha admiradíssima amiga
Regilene Santos do Nascimento
Especialista Jurídica
Brasília  -  DF.
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


Índio Quer apito...!

 Ê, ê, ê, ê, ê, Índio quer apito
Se não der, pau vai comer!
Ê, ê, ê, ê, ê, Índio quer apito
Se não der, pau vai comer!
                                          Haroldo Lobo e Milton Oliveira – Marchinha de Carnaval

                                        Uma coisa que fica evidente a cada eleição que passa, são os crescentes desencanto e desconfiança não só com o PT, o que não representa qualquer novidade para os políticos brasileiros, pois atinge toda e qualquer “oligarquia”, que assume o poder. Em 2002 foi o desencanto com Fernando Henrique, após dois mandatos sucessivos e ainda que respaldado pelo “sucesso” do Plano Real, o “povo” se esqueceu de tudo e levou Luiz Inácio Lula ao poder mesmo depois de três derrotas eleitorais consecutivas.
                                    “O “povo” é ingrato. Esquece muito rápido...”, dizem muitos. Tenho a mais absoluta certeza, que o PT estará falando a mesma coisa no dia que for apeado do poder. Como podem 50 milhões de beneficiários do Bolsa Família esquecerem-se de que foi o PT que os tirou da “extrema miserabilidade”, para torna-los “miseráveis cidadãos”?
                                     Ah! Povo ingrato... Ah! Povo, que sempre se deixou levar pela “lábia doce” dos políticos, crente nas suas “promessas de amor”... Ah! Povo, que parece que começa a ficar esperto... Ah! Povo, que parece que começa a tomar forma de uma Nação...

                                   Ao fazer uma análise evolutiva do “silvícola brasileiro” desde o Descobrimento, parece-me que os atuais não mais se contentam com “espelhinhos e miçangas de vidro”. Se o Brasil é hoje uma nação próspera e crescentemente rica deve-se ao trabalho da sociedade, trabalhadores e empresários e não à ação de qualquer governo, que nada produz.
                                 As ações governamentais que possibilitaram esse desenvolvimento são a mais simples e básica das obrigações do Estado. Não é à toa que sociedades mais avançadas separam uma verba polpuda para os “políticos” brincarem de presidencialismo ou parlamentarismo e até mesmo de monarquia, desde que não se intrometam na Economia, sejam moderados nos gastos e cobrança de impostos.
                                 O que acontece no Brasil atual é que os defensores de “tetas públicas”, típicas do “centralismo econômico” põem a pecha de “neoliberais” e até mesmo de “entreguistas” nos que defendem a tese da “menor intervenção do Estado” e até mesmo do “Estado Zero”. Na verdade, estes são os “que pagam” e aqueles os “que gastam” e é evidente que é mais fácil decidir como gastar o dinheiro alheio, do que ganha-lo.
                             Ufana-se o Governo em conceder “bolsas” à metade da população, esquecendo-se de agradecer pelo esforço ao restante da coletividade em “pagá-las”. Não somos merecedores de qualquer tipo de agradecimento pelo nosso “duro suor gasto”, enquanto eles só gastaram a “tinta da caneta”, que ainda por cima é financiada também com nosso dinheiro.
                               O que as eleições vêm mostrando sucessivamente é que o “otário contribuinte”, já vem sofrendo com a degradação da sua qualidade de vida por salários, cada vez mais achatados. Que se vê obrigado a contratar terceirizadamente “serviços públicos” essenciais e constitucionalmente garantidos, quer seja de saúde, educação e até de segurança pública, além de não ver a sua contribuição através dos impostos serem tratada republicanamente, vê a “sanha arrecadadora” crescente e famelicamente insaciável.
 
                              Se já não têm a capacidade de “prestar contas” confiável e transparentemente com que direito vêm nos exigir mais? Quais erros foram cometidos ao pagar impostos, para que sejamos punidos com mais encargos? É esta inversão de valores que o eleitor crescentemente começa a se questionar.
“Tudo eu...?”, se pergunta.
                             Pois bem, conseguimos evoluir do “tempo dos espelhinhos” e agora “índio quer apito”, e daqui para frente índio terá que apitar alto e forte, ensurdecedoramente, pois parece que os protestos pós-eleitorais não chegaram aos “tímpanos oficiais”.
                              Não vou discutir a legalidade e a transparência do pleito, pois se não tivemos a capacidade de fazer valer nossos conceitos e princípios antes da eleição de como fazê-lo limpo e cristalino, que nos mexamos pelos próximos, porque para este o “leite já derramou e talhou”.
                            Mas nesse intervalo de tempo devemos “apitar” não só pelos nossos direitos solenemente ignorados, mas principalmente pelo nosso dinheiro, que vem sendo sistematicamente “redestinado” para fins outros, que não aqueles expressos na Constituição, além de não ter demonstrada sua utilização adequadamente.
                             Lembro-me de minha primeira viagem aos EUA, quando todo atrapalhado com o uso de moedas, (na época o Brasil não usava moedas de centavos, pois a inflação fazia com que o valor material da moeda valesse mais que seu valor estampado), resolvi entregar a uma vendedora meu “porta niqueis” para que tirasse dali o suficiente. No final era merecedor de um troco de 3 cents e disse à vendedora que não era necessário e ela então me disse: What’s mine is mine. What’s is yours is not mine …
                           Com essa lição aprendi o porquê do sucesso dos EUA como nação. Tão importante ou até mais do que o respeito à Constituição é o respeito ao dinheiro alheio.
                           Lembrei-me na época da imensa quantidade de títulos públicos e bônus lançados no Brasil desde a época do Império e que acabaram por virar aquilo que nos meios financeiros foi usado para garantir empréstimos e pagar dívidas como “moeda podre”. O ponto é exatamente este. Quando o dinheiro foi recebido pelo Governo e entregou Títulos da Dívida esse era um “dinheiro bom e útil”, mas quando o Governo simplesmente “decidiu unilateralmente” dar o calote, virou moeda podre.
                            Estão aí precatórias, ações indenizatórias de aposentados e outras devoluções de imposto de renda e tantos outros “débitos oficiais” cuja devolução é feita “como e quando” o Governo quer em total desrespeito ao “direito e ao patrimônio do cidadão” e ninguém “apita”.

                         Está ai a correção da Tabela do Imposto de Renda, que segundo alguns tributaristas tem uma defasagem de 65% e agora a PresidentE, (ainda sou tradicionalista seguidor do respeito ao Velho Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa falada no Brasil), diz que vai vetar a correção de 6,5% aprovada no Congresso e ninguém “apita”.
                         Ai vem o novo Sinistro da Fazenda dizer que tem que criar novos impostos e reativar alguns velhos, o que certamente fará crescer a carga tributária acima dos 40% atualmente penalizantes e ninguém “apita”.
                       A conclusão que tiro disso tudo é a de que ou o brasileiro não tem boca e folego para assoprar seu apito, ou é “frouxo mesmo”...

O “índio velho” aqui quer o seu apito... Pulmão não falta...!

 

Dos pensamentos de Antônio Figueiredo
Escritor & Articulista
Convidado Especial da Sala de Protheus
São Paulo – SP -