terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Do escritor paulista
Antônio Figueiredo
Especial para a
Sala de Protheus:

Feliz Ano... De Novo...!

 Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
 
Ivan Lins
                                           
Hoje é trinta e um de mais um dezembro e como de hábito segue-o um “primeiro de janeiro”, daqueles que sempre juramos que “este ano eu vou ...” e então o enchemos de “promessas vencidas”, (exceto as muitas das quais já desistimos em definitivo). Todas não cumpridas, para variar, acumuladas naquele monte de “primeiros de janeiro”, que já tiveram cumpridos os seus dezembros.
Mas este ano será diferente. Tenho a mais absoluta das certezas ... Só não me lembro bem, se já disse isso no passado ...
Bem, em primeiro lugar quero me livrar de qualquer complexo de culpa, que carrego por todos estes anos por: não parar de fumar; não fazer regime e não começar a “malhar” e etc. ..., e é melhor parar por aqui.
Minha consciência, sem vergonha que é, já não cora mais de vergonha, pois acostumou-se a “descumprir projetos de ano novo”, pode “encher-se de má vontade” e então não cumprir os meus “firme propósito e desejos” para 2015.
 Vamos à minha “lista mínima”, então:

  1. Gratidão - Que eu seja grato, até mesmo ao receber um sorriso tímido e ver nele o maior tesouro que ganhei em toda a vida e jamais esquecer a importância daquele gesto e do momento;
  2. Generosidade - Que eu seja generoso gratuitamente, pois todas as dádivas que a vida dá em oportunidades, saúde, felicidade, paz e amor assim o são e muitas das vezes de quem menos esperamos ou de desconhecidos e que sejamos “devedores fieis” pagando com a mesma moeda nossos “estranhos”;
  3. Solidariedade - Que eu seja solidário naturalmente, até mesmo com quem apenas pede um olhar ou um sorriso, pois um vigilante guardião não deixa passar e de perceber por menor que seja a necessidade ou pedido;
  4. Justiça – Que eu seja humanamente justo e compreenda a limitação e tolere as deficiências e divergências com nossos semelhantes e que a maior das injustiças, que cometa seja a de tolerar os intolerantes;
Eu poderia desfilar propósitos por todo um ano e mesmo assim, ainda que os cumprisse a todos, quiçá não lograsse atingir a perfeição como ser humano. Contudo, na vida “jamais buscamos a perfeição” e sim “nos aperfeiçoar”.
Ser hoje melhores que ontem, mas não ainda o bom suficiente para o amanhã, que deve ser o nosso objetivo máximo permanente, que jamais concluiremos, mas constantemente perseguiremos.
Somos como pedras brutas lavradas continuamente e que ainda assim não perdem em tamanho, mas que crescem dia a dia ao formar parte de uma construção, quer de amanhãs melhores, quer de caminhos mais planos e amplos, onde todos possam caminhar juntos em pé de igualdade. Isso se formos “pedras do bem”. Outros simplesmente seguem seu destino eterno de “pedras brutas” e que só são úteis e se prestam a apedrejar as “Marias madalenas”.
Um “ano novo” é mais que uma contagem cronológica de tempo a ser celebrada a cada novo marco. É a lembrança de que ele “tempo” está passando e nos questionando o que temos feito com ele. Se o estamos aproveitando bem ou desperdiçando-o? Se estamos construindo com ele, ou se nada agregamos ao tempo que passou? Um dia certamente nos tomará a “prestação de contas”.
O tempo é um “diário” cheio de páginas em branco e uma “pena de escrever” autônoma, sobre as quais não se impõe qualquer vontade ou mando humano, mas que se auto escreve com as “verdades absolutas”, que testemunha, cinicamente.
Não são verdades sujeitas à interpretação ou versões de quem quer que seja, pois é a “verdade pura”, que um dia rebeldemente se revelará e então escreverá a História real, plena e absoluta. O tempo é também um “corretor de textos”, mas tão somente dos “nossos escritos”, porque o seu sempre reina dominante e eterno.
Já o que chamamos de “realidade”, para ele são simples “ilusões individuais”. Cada um de nós vê a sua com os seus “olhos da alma” e é assim que a constrói. Podemos enganar nossa percepção, mas não aquilo que o tempo “registrou” indelevelmente. O tempo é o senhor da razão e da verdade.
Sempre foi dito, que a história é a “versão dos vencedores”. Hoje não mais, pois nestes tempos em que a “informação eletrônica” de múltiplas fontes gira a Terra em questão de segundos e o Universo em minutos os fatos reportados “on line” submetem-se a diversidade da inteligência humana a decifrá-los e a interpretá-los com espantosa rapidez e fidelidade.
Qual será o “tempo” do Brasil em 2015? Continuaremos a tratar a “informação oficial” como a indiscutível e irrefutável “voz do rei”, ainda que agrida às inteligências mais primárias?  Essas são as “perguntas do milhão”.
Seguirão sendo as “ilusões individuais” de alguns “vendedores de quimeras” a “realidade do Brasil”? Ou será, que é chegada a hora de “acertar os ponteiros” desse relógio histórico e será a “ilusão coletiva” de uma Pátria Justa e Limpa, que começara a se impor em benefício da cidadania?
Ainda, que não tenha havido uma “promessa de ano novo” em primeiro de janeiro deste ano, a “verdade do tempo” se impôs e de trás das cortinas emergiu não uma “ópera bufa”, mas uma “pornochanchada política” da pior qualidade de enredo e protagonistas a debochar do “cidadão contribuinte”.

As “vergonhas da nação” ficaram expostas, até no plano internacional e a surpresa ficou por conta, de que o nu era mais decoroso, que os “farrapos ideológicos” que as cobriam.
Todavia, cumprimos agora “tempos de purificação” e já cobrimos nossas cabeças de cinzas, jejuamos e cingimos nossos cintos em expiação pelos tempos de adoração ao “bezerro de ouro” e a “ira democrática” punitiva sobre todos nós, certamente não nos condenará a esperar e vagar nesse “deserto de ideias” por 40 anos.
“Doze anos bastam, ó Liberdade ...”.
Os “muros dessa Sodoma infame”, aos judeus tocou uma Jericó, já estão à vista e expugnáveis e é para lá que vamos marchar circundando-os e batendo as nossas “sandálias dos humilhados” com toda nossa e muita mais força, levantando uma nuvem de pó, que encobrirá esse “sol de vergonha”, que cobre a Nação. Esses muros cairão em 2015 e isto é mais que uma promessa ou desejo de “ano novo”, é a vontade de um povo tomando a “pena e o livro do tempo” em suas próprias mãos para então escrever o seu “tempo criador” de futuros.
O homem “é e faz o seu tempo presente” e é sobre o “alicerce do hoje”, que edifica o seu futuro, pois ainda que eterno senhor da razão e da verdade, o tempo é subalterno à vontade e à ação do homem. Ele tão simplesmente se assenhora da “razão exercida”, “despoeira” a mentira e armazena o “grão da verdade” nos celeiros da História.

A razão decide, mas é a alma que inflama e nos leva aos “limites da irresponsabilidade”, inclusive quanto à preservação do nosso ancestral “instinto de sobrevivência” e sempre foi com estas “labaredas da indignação”, que se escreveram as mais belas páginas da história de todos os povos. Muitas vezes sangrenta, mas que a “alma brasileira” saberá redigi-las em paz.
Se é sincero cantar, que se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta e nem teme, quem te adora, a própria morte e atendermos ao que nos pede a nossa “terra adorada, (que) entre outras mil és tu, Brasil, ó Pátria Amada” poderemos celebrar:
Feliz Ano Novo, Brasil... Enfim! E em paz...

 
Do amigo Escritor e articulista
Antônio Figueiredo
São Paulo – SP.
 

domingo, 28 de dezembro de 2014

#PensarNaoDoi:
 
Relações Wi-Fi?

“... Eu não consigo viver com alguém
que não consiga viver sem mim...!”
Nadine Gordimer

                             Recebi de um amigo, do litoral, após ler uma crônica em que postei sobre as relações do amor, um material no caderno – Especial – Outubro Rosa – do Jornal Vida & Saúde, de Osório, RS.
                               Na matéria especial a cronista Marcia de Luca deixa registrado: (...) A Geração da cabeça baixa precisa arranjar tempo para a reflexão. Continua Marcia: “... Com o advento dos smarthphones, as pessoas não têm mais um tempo calmo para a reflexão. A colunista fala desta “geração da cabeça baixa”, que está sempre olhando para o celular..”.
Muitíssimo bem colocado pela gaúcha de Osório, Márcia.
                           Tem razão até porque outra situação relatada por uma amiga, esta de uma capital de grande porte, lhe chamou a atenção em um restaurante. Ela foi almoçar próximo do seu trabalho naquele dia. Como estava muito atarefada foi em um restaurante calmo, destes com cardápios, uma música leve e... Como diz minha amiga, uma refeição leve e em paz.
                           Enquanto aguardava sua refeição, minha amiga não deixou de notar, na perpendicular, à sua frente um jovem casal. Pelas alianças, casados. Ambos muito bonitos e bem vestidos, na descrição desta amiga. Chamou a atenção, primeiramente, além da beleza e do charme, os gestos muito elegantes dos dois. Algo que não vemos todos os dias. Aliás, em todos os lugares, parece que estamos – nesta dita evolução – ficando grotescos e fechados. Estamos fazendo o caminho contrário? Quando não falávamos? Parece!

Pois bem, continuou minha amiga:... Como estava calmo e poucas mesas ocupadas ela, quase que atraída pelo casal, não conseguia tirar os olhos. Tudo estava certinho demais. Ela não compreendia. Aí ela olhou, realmente, os detalhes. Ambos não trocavam uma palavra. Estavam brigados?
Não! Simplesmente cada um estava com seu smarthphones, e dedilhando como se estivessem em um jogo. Somente eram interrompidas, as “dedilhadas” ou tecladas, por uma risada. Pressentiu-a que não era simples jogos. Eles estavam se comunicando. Mas com quem? Ambos? Um frente ao outro?
                             Sim, para encurtar a história assim continuaram após a chegada dos pratos. Uma mão segurava o garfo que levava à boca o alimento, com um olho. A outra mão e o outro olho teclavam desesperadamente nos seus respectivos fones.
                            Ela comeu a salada e, perdendo, literalmente, o apetite ficou acompanhando o casal. Não almoçou naquele dia, confessou-me a noite. A conta, ao ser paga pelo do gênero masculino, dos dois autômatos, foi simplesmente continuando a dedilhar o fone entregando um cartão de crédito a garçonete.
E assim foi e saíram apenas lado a lado..  Olhando para os fones.
                           Minha amiga disse ter ficado entristecida. Eu a compreendo. Talvez por ambos formos solteiros. Quem sabe o que não faríamos em companhia de outrem?
Isso me lembrou duma citação (aforismo) de Nietzsche. Ele deixou claro: “... O cérebro verdadeiramente original não é o que enxerga algo novo antes de todo mundo, mas o que olha para coisas velhas e conhecidas, já vistas e revistas por todos, como se fossem novas. Quem descobre algo é normalmente este ser sem originalidade e sem cérebro chamado sorte...!”
                       Este tipo, por incrível que pareça ainda chamado de relação, parece estar na contramão da história ou evolução do, dito, ser humano.
                      Não consigo imaginar um casal que diz “amarem-se”  fazerem isso. Não por estar em público. Mas e, principalmente, com eles mesmos. Se houver um “pecado” em uma relação a dois é a falta de diálogo, do dizer tudo ao outro, de contar seu dia, suas frustrações, suas conquistas, seus desafios, suas saudades...
                      Não consigo me imaginar na pele deste ser “autômato” que vive com uma grande mulher e, parece, seu fone é mais importante que tudo; mandar mensagens do tal de “whatsapp” é muito superior ao amor existente entre os dois?
Bem parece que sim.
A sábia conterrânea, do litoral, Marcia de Luca, termina seu artigo dizendo:
(...) meu objetivo é oferecer a oportunidade de tentar algo novo: transformar o círculo vicioso da correria em um círculo virtuoso da paz, harmonia e amor! Você também pode “bolar” suas formas de alcançar o mesmo. Seu eu interior, sem dúvida, agradecerá!”.
Conclui Marcia, referindo-se ao seu trabalho de grupos de terapias alternativas com pessoas e casais.
                    Não sou um terapeuta como Márcia. Mas vejo, entre alunos, entre amigos reais e virtuais, nas crônicas recebidas e nos blogs que visito todos os dias.
                 O ser humano está cada vez mais sozinho em meio a multidão. Sei, a frase é “clichê”, mas tão atual. Tão verdadeira que espero estar vivendo ainda para ver a nova fase das relações após o tal de meio eletrônico que em vez de nos aproximar estamos ficando longe um do outro. É tudo ambíguo.
                   Se estiver ao lado da pessoa amada, estou ao fone “dedilhando” feliz com alguém longe? Se estou só, sinto, na maioria das vezes uma proximidade tão divina ao falar com amigos queridos a centenas de milhares de quilômetros, e outras cidades, estados e até países.
                     Converso com meu filho na  Europa, quase todos os finais de tarde, através de hangouts. Muitas vezes ao ver meu neto falando, chego a tocar a tela como se estivesse á minha frente, e não a milhares de quilômetros, do outro lado do Oceano.
É assim com amigos de Goiás, Minas Gerais, Paraíba.. Enfim!
                   Terminei a ligação, com esta amiga, que está exatamente a 2000 km de distancia dizendo, como se a tocasse: Se eu estivesse naquela situação (a do casal) eu deixaria o fone no carro ou desligaria. Minha amiga respondeu:
- Mas não somos nós que precisamos e valorizamos! São os que têm algo e ao mesmo tempo não têm tão próximos e tão longe.
                    Terminei a noite com aquele pensamento e pedindo que as energias mais fortes do Universo aproximasse mais as pessoas e que o conforto e as praticidades da vida atual na fossem empecilhos, para o carinho, a ternura, o relacionar-se como seres humanos e divinizados que somos.
O sentir... O tocar... Os cheiros e, principalmente, os abraços... O ouvir o outro e sentir-se ouvido sem que o olhar se disperse...
Ou sou muito “quadrado” ou confesso: estou no tempo errado.
Pensar não dói... Ser sozinho dá saudades... Mas ter alguém ao seu lado e tratar como objeto isso é desumanidade.
Simples assim!
  

Entendimentos & Compreensões
Leituras  &Pensamentos da Madrugada
Crônicas do Cotidiano
 

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

#PensarNaoDoi:

“Imprensa & Verdade!”
- Temos isto? –
“... Para cada bom motivo que há para mentir,
há um melhor ainda pra dizer a verdade...!”.
B. Bennett
 
Uma pergunta me foi dirigida, diretamente, na rede social Twitter:
- Profe.: O Senhor acha que a imprensa deve dizer a verdade?
Antes da resposta a este questionamento vamos ao inicio.
Por que alguém faria tal pergunta? Por que um adulto teria esta dúvida em pleno século Vinte e Um?
                          Quando iniciei no jornalismo existiam somente dois tipos de imprensa: A séria, ou a que dizia a verdade (doesse em quem for) e a famosa imprensa marrom (expressão trazida dos EUA para divulgar qualquer coisa que resultasse em manchete para o veículo). Não importando se fosse verdade ou não.
                       Os Paparazzi é algo mais novo, ao menos no Brasil. Significa o plural de paparazzo, (no italiano é utilizada para se designar os repórteres que fotografam pessoas famosas sem autorização, expondo em público as atividades que eles fazem em seu cotidiano.) surgiu no Brasil na segunda metade da década de oitenta. O caso mais conhecido de perseguição de paparazzo foi da Princesa Diana, na Inglaterra. Mas a expressão já tinha sido utilizada por Frederico Felini em uma obra de 1960.
Mas vamos por partes. Temos tantos termos agregados ao Jornalismo hoje que há a necessidade de uma separação para entendimento.
                       Um jornalista (ao menos aos tempos em que fui preparado para isso) é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados, fatos e divulgação de informações. Também se define o Jornalismo como a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais. Jornalismo é uma atividade de Comunicação.
Ou seja, antes de mais nada precisa saber escrever. No caso do Brasil ser um no mínimo, bom conhecedor da Língua Portuguesa Brasilesa. E sim... Dizer a verdade SEMPRE.
Mas em meio ao jornalismo – esta atividade de comunicação – surgiram outros pronomes ligados ao jornalismo, principalmente com o advento da internet e das redes sociais.
Sim, de repente todo mundo virou jornalista. Mas não é bem assim.
                   
   O jornalismo efetuado pelos veículos no Brasil é verificado por um editor chefe. Até os anos 80 um editor “comandava” as matérias divulgadas em qualquer tipo de veículo. Após 2002, os veículos (que são concessão governamental) começaram se não omitir, criar sensacionalismo às avessas, ou também chamado de factoides (Na nova grafia, pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Brasilesa) é uma declaração (falsa, não verificada, ou fabricada) questionável ou espúria apresentada como fato, mas sem provas.
Mas também temos colunistas, comentaristas, cronistas, articulistas e hoje com a internet os famosos blogueiros.
                            
  Lembrando ainda que o STF decidiu, em junho de 2009, que diploma de jornalismo não é obrigatório para o exercício da profissão.
Virou confusão? Não.
Vamos lá. Agora, ao menos em parte você sabe o que é imprensa e jornalismo. Dentro do jornalismo há uma escala, ou seja, denominações que determinam a importância de certos profissionais. Assim há os colunistas.
                             No início da década de noventa surgiu uma nova  “moda” na imprensa, também originada nos EUA: os Manuais de Redação e Estilo. Em outras palavras uma bíblia das redações. Estes manuais consideram como “colunas” qualquer texto assinado, opinativo e periódico, apesar de aceitarem a distinção entre “colunista” e “articulista”. Este é um convidado ou colaborador que oferece seu trabalho para publicação. Responsabiliza-se por ele e, na maioria das vezes, tem um conhecimento sobre o assunto bem superior aos demais.
                             Independente da qualidade dos textos, a crônica é um gênero literário, seu espaço natural é o jornal, o livro, o rádio e até a televisão. João Saldanha, que era multimídia, sempre fazia crônicas, mesmo quando escrevia para jornais. No mesmo caso estão Nelson Rodrigues, Jânio de Freitas, Ruy Castro, José Simão e muitos outros. Colunistas foram, no passado, Ibrahim Sued, Zózimo, Tavares de Miranda e outros que assinavam colunas fixas sobre pautas determinadas pelo editorial de cada veículo.

                              Assim como em rádios e TVs há os comentaristas que seriam “colunistas” falantes. E na internet surgiram milhares de blogs: É uma palavra que resulta da simplificação do termo web log. Este, por sua vez, é resultante da justaposição das palavras da língua inglesa web e log. Web aparece aqui com o significado de rede (da internet) enquanto que log é utilizado para designar o registro de atividade ou desempenho regular de algo. Numa tradução livre podemos definir blog como um diário online. E qualquer um pode ter e fazer. Não importando se é jornalista ou não. E há excelentes blogueiros, mesmo que seus assuntos, na maioria das vezes não sejam diários.
Vou dar exemplos:
           
                Hoje jornalistas, ou profissionais que noticiam assuntos ou fatos, e ainda comentam sobre ele e que conquistaram um respeito com os leitores são muito poucos e mais raros ainda estarem ligados a um veículo de comunicação. Assim conseguem exercer sua liberdade de escrita. A popularidade ou sucesso é mais difícil para se obter, pois o profissional conta apenas com seu nome e não tem “sobrenome” ( tipo o Azevedo da Veja).
Por exemplo:
 Políbio Braga no RS, juntamente com o colunista e escritor Percival Puggina. São profissionais confiáveis em que o público “coloca a mão no fogo” por eles, ou seja, respeitadíssimos.
Do RS vou ao meu querido Paraná. Lá tem meu amigo que é uma simpatia em pessoa Mhario Lincoln. Um ser que coloca paixão nas palavras e não se vende fácil. Por isso tem admiração e é admirado.
                         E são poucos não se preocupe. Agora pulo para o Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa temos o mestre Miranda Sá. Independente, tem seu sitio (site) e blog e é divulgadíssimo pelas redes sociais. Seus escritos são profundos e de muita pesquisa. Ou seja, o que Miranda Sá publica é considerado como verdade por milhares de leitores brasileses.
                         Do RJ, pulo para o outro Rio Grande, o do Norte e encontramos Carlos A. Barboza. Carlos conquistou aos poucos o mundo virtual por sua maneira cavalheiresca de se referir até mesmo aos assuntos, considerados desagradáveis. Uma publicação de Barboza tem o aval, também, de milhares de leitores em todo o Brasil.
Do RN desce para Goiás, e aqui tenho o aval, de minha amiga, Valéria Fernandes para citar André Marques. Um profissional de opiniões fortes e que coloca “medo”, principalmente, nos políticos. Para os Goianos o que André Marques falar ou escrever é tido como verdadeiríssimo. Eis seu respeito e profissionalismo
No estado (o cérebro do Brasil hoje) de São Paulo têm vários... Mas vou pegar apenas um exemplo respeitadíssimo na internet por suas posições sérias e dedicadas a um Brasil melhor, destaco Felipe Patury. Mesmo estando ligada a revista Época, vindo da revista Veja, conquistou uma respeitabilidade fantástica. Ou seja, mesmo estando “ligado” a um veículo (o que é raríssimo) seus escritos são de uma confiabilidade inerente ao seu lado profissionalíssimo. Aqui contei com a ajuda e filtro da grande mestra do Twitter, Marisa Cruz. Uma das twiteiras mais respeitadas no Brasil.
Assim cada estado deve ter o seu “grande profissional”. Vou começar a coleciona-los e divulga-los com a ajuda dos leitores. Não os deixo de fora, apenas refiro-me aqui aos que conheço profundamente.
                              Estas pessoas conquistaram um respeito por sua dignidade e profissionalismo inegáveis ao assinarem tudo o que falam ou escrevem.
Claro que teremos em cada veículo, bons profissionais. Mas estes deixo de fora por estarem ligados a uma empresa ou concessão.
                              Os que aqui foram destacados, não tem nada “por trás” somente sua honra e dignidade e ninguém os tira (por mais que tentem). Ou como se diz no popular “não tem o rabo preso”. E conquistaram não somente a simpatia como a confiança dos leitores.
São profissionais que sabem o que falam porque pesquisam. Jamais escrevem por escrever. Como os “escrevinhadores” (escritor de má qualidade, que escreve obras insignificantes e sem valor). Destes a net  está lotada.
                            Retorno a pergunta do meu amigo (por sinal conterrâneo):
  - Sim amigo, um jornalista de fato diz a verdade sempre. Ou se surgir ameaças que possam colocar sua vida ou familiar em perigo, ou algo do tipo, então eles preferem não opinar ou se manifestar sobre os assuntos.
Exemplo são os famosos “profissionais” que entraram na lista negra do PT, como Rachel Sheherazade, a apresentadora e comentarista de noticias de televisão.
Isso é um profissional de jornalismo. Estes são jornalistas. O resto creia-me: são meros “escrevinhadores”.
E para todos estes pensar... Não dói!
Por isso os cito e homenageio-os. Faço reverência a cada um deles.
 P.S. - Não coloquei suas fotos por não ter suas autorizações. Mas sintam-se todos fotografados pela alma.

Durante a tarde de sexta-feira esta crônica foi reproduzida na França -

Através de meu amigo  @Alcofribas_GP   Le journalisme ou sensationalime par Lionel R GRID traduçào artigo de J.C.BORTOLOTI http://blogs.mediapart.fr/blog/lionel-regis-grid/261214/le-journalisme-ou-sensationalime  via @MediapartLeClub

E no blog do meu amigo Carlos A. Barbosa - Em Natal - Rio Grande do Norte em http://blogdobarbosa.jor.br/



 Homenagem aos profissionais que dedicam suas
vidas para informar, tudo a todos.
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada.
 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014


Cartinha ao Papai Noel...

 Anoiteceu, o sino gemeu
e a gente ficou feliz a rezar.
Papai Noel, vê se você tem
a felicidade, pra você me dar.
Eu pensei, que todo mundo
fosse filho de Papai Noel
e assim felicidade
eu pensei, que fosse uma
brincadeira de papel.
Já faz tempo, que eu pedi,
mas o meu Papai Noel não vem.
Com certeza já morreu,
ou então felicidade
é brinquedo que não tem
 Boas Festas - Assis Valente

                                        Hoje eu quero entrar no “túnel do tempo” e reviver as vésperas de Natal da minha infância. Talvez seja de todo impossível, que depois de 69 “natais” eu ainda consiga vestir “calças curtas da inocência” seguras por um “suspensório de sonhos” e recolorir com “cabelos de milho dourado” os de hoje “cobertos de neve”.
                                          Mas, eu quero ...E se quero ...Eu posso. Coisas de menino birrento. E mais uma coisa, não se riam de mim, porque o mais importante de tudo é que eu ainda acredito em Papai Noel ...
                                          Vocês podem me achar um alienado e até mais, um “louco de pedra”, pois com o cenário que está pintado o nosso país nos dias de hoje, como pode alguém querer sonhar e ainda mais ... Acreditar em Papai Noel.
                                           Outros podem até considerar, que meu ato é uma “fuga à realidade”, como se eu estivesse me colocando numa posição fetal literária, como que buscando uma posição protetora intrauterina nas palavras.
                                        Não é nada disto. Eu simplesmente quero voltar no tempo para me permitir a escrever uma “cartinha ao Papai Noel”, daquelas que a gente pedia o quase impossível, simplesmente pelo prazer e a coragem de pedir. Para ter o “direito de sonhar” e que descuidadamente Papai Noel pudesse se enganar na “distribuição” e deixar aquele “presente errado” no nosso sapatinho tão caprichosamente engraxado ao pé da Arvore de Natal.
                                        Por falar nisso, aos pés da árvore sempre vejo os sapatinhos de todos, mas tenho me esquecido de colocar os meus. Talvez seja por isso, que não venha realizando muitos dos meus desejos e sonhos.
Mas vamos à “cartinha”:

Querido Papai Noel!
                                                Este ano eu não fui muito bonzinho. Sei que minhas notas na “escola da vida” não foram muito boas e mamãe, como já está com noventa anos e papai, que já “viajou” para muito longe, não estão aqui para me puxar as orelhas, mandar escovar os dentes e tomar banho, mas mesmo assim ainda consegui passar de ano.
                                               Tem uma matéria que eu deveria ter me esforçado mais, que é a da Cidadania. Deveria ter feito mais exercícios e melhorado a letra, mas infelizmente não me esforcei o bastante e por causa disso, sei que muita gente vai passar um ano de 2015 não muito bom.
                                               Papai Noel, sei que por isso não mereço muitos e bons presentes, mas o que quero que o Senhor traga não é só para mim. Quero que o Senhor traga um pouco de paz e esperança para os “meus amiguinhos e moradores” da rua Brasil. A rua está muito esburacada e com muito esgoto a céu aberto e por isso muitas crianças estão ficando doentes e até morrendo. Falta escola e um guarda na esquina para a gente atravessar a rua com segurança.
                                                Mas o que eu mais queria é que o Senhor trouxesse aquele seu “trenó de brinquedos” cheinho de “esperança e coragem” para que todos possam enfrentar o ano, que está chegando. Ouço os adultos dizendo que “não vai ser mole” e como também ouço deles, “que a vida é dura”, espero que não seja mais dura do que já é para muitos dos meus amigos, que os pais estão desempregados.
                                              O que tem me preocupado é que eles não têm aparecido de manhã cedinho para brincar na rua com a gente de tanta vergonha e quando aparecem ainda tenho que dar metade do meu pão com manteiga do café da manhã, que ainda estava comendo. Isso não é problema, porque graças a Deus em casa temos bastante comida.
                                              Ainda que na noite de Natal o Senhor esteja numa grande correria, porque afinal de contas entregar presentes no mundo inteiro, tendo que entrar e sair num monte de chaminés, eu queria pedir um favor especial, que não é prá mim, mas para todos os meus vizinhos da “rua Brasil”.
                                              Lá em Brasília tem um prédio com “duas chaminés” e vai ser fácil o Senhor achar, porque em baixo tem “duas panelas”. Uma de boca prá cima e outra de boca para baixo. Do outro lado da praça tem uma casa bem grande com umas “pontas de lança”. Nesses dois lugares eu queria que o Senhor despejasse toda a “vergonha”, que todo mundo diz que está sentindo. Eu não compreendo muito bem dessas coisas, mas se todo mundo tá falando é porque a coisa é séria.
                                            Na verdade o que todo mundo diz é que quer ter paz e tranquilidade para trabalhar, educar os filhos e dar a eles um “futuro melhor”. Não daqueles que se compra em shopping center, mas daqueles que se acha na rua com as pessoas alegres e felizes e se cumprimentando umas às outras.
Não sei se isso é pedir muito?
                                            Se isso for impossível, deixe pelo menos muita paz e força de vontade para as pessoas poderem mudar essas coisas ruins, que estão acontecendo na “rua”, pois senão as coisas ficarão ainda mais difíceis, porque as pessoas começarão a brigar umas com as outras e aí ninguém terá mais paz e esperança na “rua”.
                                             Quero desejar ao Senhor um Feliz Natal e muitos e muitos anos de trabalho, que é muito bonito. Se o Senhor precisar de um ajudante é só falar. Adoro ver as pessoas felizes e sorrindo, mas só posso ir depois que o Senhor entregar o meu presente, então ele terá eu ser o primeiro.
Assinado: Toninho
P.S.: Dá um beijo na Mamãe Noela e um abraço em todas as renas ...
Feliz Natal a todos e que venha repleto de bênçãos, paz, alegrias e MUITO AMOR.


Das lembranças e da mente divina
De Antônio Figueiredo - São Paulo - SP
Escritor e Articulista.