segunda-feira, 31 de março de 2014


 

A Única Liberdade!

 

 
“... A única e autêntica liberdade do ser humano é a do espírito, de um espírito não contaminado por crenças irracionais e por superstições talvez poéticas em algum caso, mas que deformam a percepção da realidade e deveriam ofender a razão mais elementar...!”.

José Saramago

 
                                         A grande impostora, a armadilha infernal, é nos acreditarmos os autores de nossas ações como egos mutáveis e distintos.

                                         A multidão de "eus" transitórios, físicos – Os Meus “Eus” (crônica anterior, já publicada) emocionais e mentais que ocupa as diferentes sequências do nosso destino é uma sucessão de réplicas inseparáveis do conjunto do drama. Os papéis não podem decidir ser ou não ser o que são. Resultam de encadeamento inelutável. No decorrer de um dia, podemos ser, sucessivamente, motorista, pedestre, apreciador de uma boa refeição, freguês de uma loja, leitor, amante... Nenhum desses desempenhos é deliberadamente escolhido como tal.

                                        Nossa existência inteira é um mosaico temporal de papéis de onde se destacam certas linhas gerais, certas figuras do conjunto. Há papéis menores, fugidios e papéis dominantes. Há papéis secretos, camuflados, que se escondem sob uma máscara ou disfarçam sua voz - todos os personagens reprimidos e censurados pelo inconsciente-.

                                       Enquanto mantiver a ficção de que somos nós quem decidimos, de que somos os autores de nossas  ações e o donos do jogo, estaremos mantendo a ficção de um ego distinto, de uma entidade isolada, separada, dotada de consistência e realidade próprias - daí as tensões, os conflitos, o implacável mecanismo dos desejos e dos medos.

                                      Em suma, quanto mais nos acreditamos livres, tanto mais somos subjugados pelos efeitos perversos da nossa própria ilusão.

                                      Aqueles que estão despertos (iluminados) sabem que é absurdo e insensato pretender ter livre arbítrio enquanto fenômeno individual.

Compreendendo e aceitando totalmente essa escravidão, ele atinge uma perfeita liberdade interior porque, em vez de desejar constantemente outra coisa, além, de outra maneira, deseja apenas o que é tudo o que é.

 Já sobre loucura, linguagem e liberdade, Lacan, um dos discípulos dissidentes de Freud, afirmava:

“Longe de a loucura ser um fato contingente das fragilidades de seu organismo, ela é virtualidade permanente de uma falha aberta na sua essência. Longe de ser um insulto para a liberdade, ele é a sua mais fiel companheira, seguindo seu movimento como uma sombra. E o ser do homem não somente não poderia ser compreendido sem a loucura como não seria o ser do homem se, em si, não trouxesse a loucura como o limite da liberdade.”
 

 

                                      Do seu ponto de vista, a noção de liberdade não tem um sentido fragmentário: um dedo não pode apontar para o céu se a mão pende para o chão. E devemos seguir o movimento da grande mão histórica, econômica, biológica de que somos um dos inúmeros dedos. Se endurecer, se resistir tem todas as possibilidades de entortar ou quebrar.

                                Para Kant, a razão que se movimenta no seu âmbito, nos seus limites, faz o homem compreender-se a si mesmo e o dispõe para a libertação. Mas, segundo Nietzsche, trata-se de uma libertação escravizada pela razão, que só faz apertar-lhe os grilhões, enclaustrando a vida humana digna e livre.

                                    Ao contrário, desde que se revela a nossa natureza essencial, desde que aparece claramente a nossa identidade fundamental como o divino jogador, todo esse universo - a começar por nossa própria pessoa - torna-se o Nosso Jogo -, um jogo maravilhosamente livre e espontâneo.

 

Pensar não Dói... Já tentar ser livre conosco mesmo...

 

 

 

Entendimentos & Compreensões -
Inspirado nos estudos  de Patrick Ravignant–
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no grupo Kasal – Vitória – ES –
www.konvenios.com.br/articulistas
Em São Paulo – SP –
www.pintoresfamosos.com.br/artigos
Jornais do RS,SC e PR.
 

 

quarta-feira, 26 de março de 2014


"As Maneiras de Amar... Ou Sentir!"
-Um pouco de Mônica Bayef -




“... Quantas vezes o medo do que o outro vai pensar enjaula a gente?Quantas vezes a gente bifurca para o lado errado por medo da opinião alheia? Não segue o coração e se estropia...!”.

- Extraido do livro Não Preciso Dizer Que Sempre Te amei –
 Segunda Obra de Mônica Bayef pela Amazon Books


O dia começava normal. Sem alterações. Enquanto o cheiro de café passado se espalha, ligo o computador... Espero as atualizações de vírus e outras coisas...
Pego uma caneca de café e começo a ver as correspondências recebidas (e-mails).
Um me chama atenção: Não era conhecido. O título: Poesia Toda Prosa.
Mesmo não conhecendo o destinatário fui direto olhar... Apaixonado por palavras, linguagem a poesia e suas formas me atrai sobremaneira.

Largo a caneca de café... Fico boquiaberto com o que leio... O pensamento foi automático:
- Esta mulher me conhece?
Sim. Eram apenas três estrofes que me apresentavam a Mônica Bayef, que nem sabia quem era ou de onde. Mas suas palavras pareciam pular de minha alma... Meu coração ficou saltitante... Não me contive e em minha pequena pretensão soltei para meus botões...
- Não é possível, esta mulher parece estar lendo meu coração... É exatamente assim que me sinto...
Confesso. Desconcertado fui direto ao blog da poetisa.

E lá... Ah, lá naquele espaço tinham mais poesias e todas pareciam falar daquilo que “ia em meu coração e minha alma”.
Automaticamente, de novo, como que por impulso, vou direto aos comentários do blog, deixo um comentário ... Mas me parece tão pouco. Gostaria de dizer algo mais àquela mulher. Pego o endereço da poetisa e lá vou eu...
Mando-lhe um jornal.

A resposta não tardou:
Em sua forma sempre singela, quase beirando a uma timidez, agradece e me fornece o endereço do Twitter. - isso em janeiro de 2013.
Pronto. Começava assim uma amizade de amor incondicional entre um leitor ávido por todas aquelas formas maravilhosas de dizer o que se passa no coração e na alma e uma escritora fantástica,

Algum tempo depois, em que certa “intimidade” de amizade se formou remeto-lhe:
- Mônica, está na hora de registrar tudo isso em um livro. É muito profundo, lindo, emocionante e esta forma de transferência que se torna uma contratransferência faz-nos muitíssimo bem.
Em cada poesia lançada, lá ia eu para o Twitter e colocava cada estrofe. E as repostas vinham imediatamente. Como se fosse eu o poeta.
As respostas, mesmo que contivessem o autor eram sempre:
- Não, são de Mônica... Sou apaixonado pelas estrofes desta guria.(moça, mulher para o gaúcho).

Um dia Mônica, um pouco (ou muito tímida) me diz:
- Bortinho (ah, as formas carinhosas desta guria) já tentei buscar maneiras de fazer um livro, mas é muito difícil. Só dei com a “cara na parede”!
Tinha razão Ela. Eis nosso país em que a cultura não é valorizada.

Imediatamente lembrei-me de um ser divino, genial, gente, sobretudo e acima de tudo de uma doação incondicional impecável – Prof. Nelson Valente. Jornalista, professor, escritor. Um grande amigo e companheiro de lutas pela educação. Temos os mesmos ideais pela educação, principalmente nas áreas do fundamental e médio. Nossas paixões, tanto que, juntos criamos a Tag #SOSEducacao.

Converso com Nelson.
A resposta de quem já me havia cobrado para lançar minhas obras,
- Profe. Dá-me o endereço que posso ver através da Amazon.
Ele começa a ler as poesias e as crônicas de Mônica e pronto: Paixão a primeira vista.
Lá vão eles discutirem os assuntos. Fico feliz e pensei:
 - Pronto Mônica está em boas mãos.
E que boas divinas e maravilhosas mãos.

Em pouco tempo surgia e era lançado  - 101 Maneiras de Sobreviver a Um Caso de Amor – O primeiro “filho” literário de Mônica.
A recepção nas redes sociais foi fantástica. Todo mundo descobrindo aquela poetisa fantástica e suas formas de transformar sentimentos profundos em palavras, em estrofes, em poesia...
E seu estilo de “confessionalismo” impressionava, cativava e mais e mais pessoas ficam felizes com suas poesias...

No Twitter, recebia por vezes:
- Profe parece uma sessão de análise... Esta mulher entra em nossa alma!
Sim. Mônica tem esta dádiva... Completamente divina, Ela consegue isso e muito mais...
Mas as surpresas não paravam por ai:

Certo dia, Mônica manda-me.
- Bortinho, acho que tenho outro livro pronto...
Eu ria às gargalhadas.... Eis nossa iluminada poetisa agora escritora.

E lá vem o professor Nelson Valente fazendo a organização de: Eu Preciso Te Dizer que Sempre Te Amei! A nova obra de Mônica.

Esta é para deixar os sentimentos mais a “flor da pele”. Quase um diário de uma menina que mostra as relações com seu pai,
No fundo mais uma obra para se ter ao lado... Para consultar vez por outra... Para ler... Assim como a primeira....

Ah, Mônica... De sua timidez saiu tudo isso?




Das emoções... Aos sentimentos, todos eles sentidos e partilhados por Mônica, guardo em meu coração... Que suas emoções de menina repartidas comigo... E levando-me às lagrimas, são coisas de  amigos que precisam de alguém para mostrar o quanto são humanos... E desta humanidade incrível que “amo de graça” esta mulher de coração tão sensível, de mente tão genial e de alma Iluminada.

Abraços Sr. Bayef tens uma grande ser ao seu lado.
Aos filhos de Mônica saibam – Tem uma mãe maravilhosa que corrigiu tudo o que não lhe foi feito em amor a cada um de vocês.
Voces também são especiais...

Ao final, depois de “degustar” estas duas obras maravilhosas somente posso dizer.
Professor e amigo de alma Nelson Valente muitíssimo obrigado por mostrar o caminho a esta fantástica mulher convertida em escritora mais fantástica ainda.

Mônica Bayef, amiga de amor incondicional que bom que resolveu partilhar conosco, pobres seres mortais, tanta divindade... Tantas maravilhas que vai do coração a alma.
Sobretudo Mônica, obrigado por existir... Nós precisamos disso... Nós merecemos.

Já esperando seu terceiro “filho”...

Sucesso... Muito sucesso grande e divina amiga...



  
Dedicado à poetisa, escritora, psicóloga, esposa, mãe e, sobretudo, filha e carioca Mônica Bayef – Rio de Janeiro – RJ.
Suas Obras estão em:
101 Maneiras Para Sobreviver a um Caso de Amor
e Eu Preciso Dizer o Quanto Te Amei
http://www.amazon.com/Preciso-dizer-sempre-amei-Portuguese-ebook/dp/B00J7Y5W1C/ref=sr_1_fkmr0_1?s=books&ie=UTF8&qid=1395704405&sr=1-1-fkmr0&keywords=m%C3%B4nica+raouf+el+bayeh
E suas poesias estão em:

http://poesiatodaprosa.blogspot.com.br

domingo, 23 de março de 2014


"PERFIL DE UM PICARETA DE LUXO"

 


“... Todos os caracteres nobres não adquirem,
sem doloroso aprendizado, a desconsoladora
ciência que se chama ceticismo. Cada ilusão
que se desvanece é um golpe fundo no mais
sensível da alma, e os conflitos da vida social
deixam feridas que só lentamente cicatrizam...!”

 Júlio Dinis

  
É interessante, aliás, muitíssimo interessante, verificar as ambiguidades da vida, principalmente, aquelas relacionadas a indivíduos, ou quem sabe pode-se ter a pretensão de chamá-los de subespécies, das quais geralmente patrocinamos, para que estejam no meio social, no nosso convívio. Muitas vezes parece que os povos necessitam destes "tipos" escorregadios, covardes e consequentemente “diferentes”, para que "todos" possam ser considerados "normais".

Até por que, o grande Aristóteles, tem uma maneira eficaz de colocar a ambiguidade; diz ele: "Muitas vezes a ambigüidade também se insinua sem ser notado nas próprias definições, motivo pelo qual cumpre também examinar estas". Diz ele mais: "Que é de índole manifestar que espécie de estado social prevalece".

Mas vejam todos como é fácil definir um perfil para o picareta de luxo, ou comumente chamado de “ladrão de casaca”: ele aos poucos vai infiltrando-se entre os "homens de bem", entre aqueles da chamada classe privilegiada, entre os de maiores posses. Consegue-lhe a amizade, a penetração em seus meios, e até no de muitas famílias.

Usa a sua própria família, para mostrar a dignidade que todos os "Homens de bem" tem, ou pretendem ter. Frequenta os lugares onde estas classes frequentam. Faz os filhos participarem dos grandes acontecimentos sociais, se conseguir, ainda, manda seus filhos, junto aos outros filhos, de preferência de nobres famílias para viagens ao exterior. Afinal, isto gera “status”, gera "coluna social", que por sua vez gera publicidade gratuita. Ajuda a autopromoção, quase que sempre planejada.

Mora nos melhores bairros, em boas residências. Adquire casas de lazer, onde esta "elite" frequenta. Patrocinam festas, e refeições, geralmente, regadas a lagosta e bons vinhos, de preferência importados. Tudo no melhor "finesse".

Andam de carro do ano, de preferência os mais caros, geralmente importado. Afinal, além do “status-quo”, melhora a acepção da imagem, já programada, entre estas classes sociais.

Geralmente é “especialista” - ou faz parecer como tal - em  uma área específica, pode  ser a agricultura, pode ser serviços, ou distribuição de bens. Frequenta clubes sociais e de serviços, e de preferência todas as entidades que os "amigos" frequentam. Vai à igreja ou templo, como todo "bom cristão", deixa gordas "contribuições" na caixinha, recebendo as bênçãos dos céus por tanta generosidade.

Os filhos frequentam os melhores colégios, de preferência, os particulares, aqueles bem caros, isto, ainda, gera “status”, principalmente no interior. Vez por outra até participa de reuniões de Pais e Mestres, mostrando um interesse fora do comum por tudo.

Pronto. Esta feito. Esta construída uma imagem intocável. Foi considerado um projeto de imagem muitíssimo bem articulado, vendido e comprado, por "quase" todos. Suas opiniões, nunca são contra ninguém. Somente esta contra o governo, se seus "amigos" estiverem.

Somente fala de algum grande político, baixinho, isto se alguém de seus "amigos" estiver muito bravo com a administração, caso contrario, considera como tudo, o melhor que se tem.

Fica, às vezes, dias trancado em casa lendo "Maquiavelli, Gramsci”, ou ainda vendo filmes no vídeo, do tipo como: "Como enganar alguém em 24 horas", mas nunca, sem antes, publicar, e avisar todo mundo que esteve 2 ou 3 dias "à negócios" em São Paulo, Brasília, Nova Iorque ou Londres. E todo mundo acredita, não sem antes tecer-lhes créditos, imensuráveis, sobre sua grande conduta.

Torna-se, portanto, a pessoa do meio social, inatacável, um exemplo de indivíduo que todos deveriam ser. Exemplo de onde um homem pode chegar, para que todos fiquem contentes ao máximo.



Até porque como afirmava Maquiavelli: “... São tão simples os homens e obedecem às necessidades presentes, que quem engana encontrará sempre alguém que deixa enganar...!”

Depois de tudo isso, dá um bom golpe, de preferência em dólares, e, bem, some.
Isto mesmo, simplesmente some.
Tchau... Adeus... Ou como, obviamente, preferirem.

Como eles são óbvios, não é mesmo?

A proposito: Conhece alguém assim próximo de você?

Pensar não dói... Já ser enganado, ludibriado.......


Dos Entendimentos & Compreensões

Observações do Cotidiano Brasilês
Publicado no sitio do Grupo Kasal - Vitória - ES -
www.konvenios.com.br/articulistas
Jornais do RS,SC e PR.


quarta-feira, 19 de março de 2014


Do Rio de Janeiro para a Sala de Protheus
A poetisa com o lançamento de seu livro
Monica El Bayef



Meu Livro e Eu!
- Uma História de Amor -


  
“.. E se tudo o que puder fazer for sentir, que pelo menos eu possa escrever sobre isso! Se um acontecimento me amola, escrever me consola. Uma forma de digerir até conseguir não dar mais bola. Assim sigo...!”

Citação do blog http://poesiatodaprosa.blogspot.com.br
da autora.

A história desse livro começou num churrasco, dia 23 de dezembro de 2012. Um grande amigo me disse que eu deveria ir além dos textos. Porque não um livro? Tente.

Não me imaginava escrevendo tanto. Um livro! Muita responsabilidade. Mas deitei na rede e comecei sem compromisso. Balançavam o cérebro e a rede. E o livro começou a surgir. Hoje, não sei dizer como...

Mas ainda é nítida e quente a lembrança. O melhor: a sensação de não saber do futuro. Tinha o hábito, quando solteira, de sair sem rumo. Mochila no carro, guia nas mãos, biquíni e casaco para qualquer eventualidade. Na estrada a gente escolhia o rumo. Delicioso...
Ali, eu e o livro, experimentamos a mesma experiência: livres sem saber para onde ir. Fui me apaixonando pela protagonista. Amo como se fosse uma amiga. Adoraria poder sair com ela para beber e conversar uma noite inteira. Acho que ela gostaria também.

Propositalmente não dei nome, profissão, nem idade. Ela é qualquer um de nós e todas nós, ao mesmo tempo.  
Terminei esse livro dia 12 de janeiro, menos de um mês depois. Aproveitei as férias. Mar me da boas ideias... Lagoas também... Mergulhava, ficava lá de molho, voltava e escrevia mais um capítulo.

Fiquei um ano com o livro. Sem saber muito bem o que fazer. Medo de colocar filho para andar pelo mundo. Com a ajuda de dois amigos de enorme generosidade, o livro pode ser publicado. Publicado pela Amazon, uma experiência nova.

Encomendei o livro. Um processo de espera. Dias de angústia esperando o correio chegar e nada. Lembrei-me da adolescência, das cartas do namorado longe. Lembrei-me da barriga grande de final de gravidez. Da espera pela lua cheia que traria as contrações.    



Ontem chegou! Estava de novo com um bebê nos braços. O mesmo afeto, a mesma preocupação. O que seria dele? Saberia eu escolher o melhor caminho? Este bebê tinha uma diferença, chegou envelopado, pelo correio. Mas meu coração disparou igual.
Cheirei, beijei, bati foto. Mais um filho que pus no mundo. Este , ao contrário dos outros, criado para passar de mão em mão, se Deus quiser. 


Ah, amada poetisa...
Desta obra... Deste filho... Pedi a Monica uma de suas marcas registradas: A poesia!
Eis o que ela fez sobre seu “filho literário”:

Plantei algumas coisas
Nem todas vingaram, é certo.
Comecei alguns projetos
A maioria futuro incerto

Concluir é desejo doce
Água pura no deserto
No prazer de olhar ali pronto
Até me desconcerto

Sonho bom realizado
Ter o ser amado por perto
Me pego sorrindo e sonhando
Um sonho agora desperto

Do fundo do meu pensamento
De mão em mão voa liberto
No meu colo meu livro nascido
Me pisca um olhar aberto

Cheiro, beijo e abraço
Folheio, leio e aperto
Converso, ele me responde
Como responde todo livro aberto

Falo de amor por ele
Ele fica boquiaberto
Um livro escrito é amor puro
O melhor de mim que oferto


Felicidades... Tu escritora e teu "filho literário"...

Felizes com tua alegria.....


Da sensibilidade e transpiração de
Mônica Raouf El Bayef
Psicóloga, Professora,  Poetisa e Escritora
Rio de Janeiro – Brasil
Ela está no Twitter em:
@monicabayef
Seu blog é:
http://poesiatodaprosa.blogspot.com.br
Seu livro está em:
http://www.amazon.com/dp/1496056582/ref=rdr_ext_tmb







segunda-feira, 17 de março de 2014


Ai, Miserável de Mim e Infeliz!




“... Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo,
não se transforme também em monstro. E se tu olhares,
durante muito tempo, para um abismo,
o abismo também olha para dentro de ti...!”.

Friedrich Nietzsche



Estamos vivendo momentos tão diferençados do que pensamos, sonhamos ou julgávamos que chegariam que se torna difícil descrever o que temos e para onde vão.
Mero exercício filosófico?

Não. Apenas tentando entender a realidade. A atualidade. O momento em que parece que um povo inteiro não sabe o que fazer nem para onde ir. Não se confia mais nos administradores – em todas as esferas – e seus valores (estes já considerados antigos e arcaicos, mesmo sendo redundante), que ele se considera um ser sem solução.

Não há necessidade de descrever tais atos e suas consequências. Basta olharmos as ditas “redes sociais” ou as informações que estão surgindo, cada vez em maior quantidade e com pouca qualidade, naquilo que ainda conseguimos chamar de imprensa séria.

Mas como manifestar o pensamento do cidadão brasilês atualmente?

Fui buscar no grande escritor e poeta espanhol Pedro Calderón de La Barca, uma espécie de explicação para as manifestações que o Brasilês tem dentro de si e não consegue expor.

Mantenho, na integra e na originalidade a obra do grande poeta espanhol. Não tentei trazer alguns termos para nossos tempos para não perder a originalidade. Portanto alguma dificuldade, não adianta procurar em dicionários, estes já foram modificados no Brasil. Poderá buscar em dicionários espanhóis.

Mas o que interessa é seu pensamento dito há mais de um século e completamente atual.

Disse o poeta:

Apurar, ó céus, pretendo, já que me tratais assim, que delito cometi, contra vós outros, nascendo; que, se nasci, já entendo qual delito tenha cometido: bastante causa há servido vossa justiça e rigor, pois que o delito maior do homem é ter nascido.

E só quisera saber, para apurar males meus deixando de parte, ó céus, o delito de nascer, em que vos pude ofender por me castigardes mais?

Não nasceram os demais?

Pois se eles também nasceram, que privilégios tiveram como eu não gozei jamais?

Nasce a ave, e com as graças que lhe dão beleza suma, apenas é flor de pluma, ou ramalhete com asas, quando as etéreas plagas cortam com velocidade, negando-se à piedade do ninho que deixa em calma: só eu, que tenho mais alma, tenho menos liberdade?

Nasce a fera, e com a pele que desenham manchas belas, apenas signo é de estrelas graças ao douto pincel, quando atrevida e cruel, a humana necessidade lhe ensina a ter crueldade, monstro de seu labirinto: só eu, com melhor instinto, tenho menos liberdade?

Nasce o peixe, e não respira aborto de ovas e lamas, e apenas baixel de escamas por sobre as ondas se mira, quando a toda a parte gira, num medir da imensidade com tanta capacidade que lhe dá o coração frio: só eu, com mais livre-arbítrio, tenho menos liberdade?



Nasce o rio, uma cobra que entre as flores se desata, e apenas, serpe de prata, por entre as flores se desdobra, já, cantor, celebra a obra da natureza em piedade que lhe dá a majestade do campo aberto à descida: só eu que tenho mais vida, tenho menos liberdade?


Em chegando a esta paixão um vulcão, um Etna feito, quisera arrancar do peito pedaços do coração. Que lei, justiça, ou razão, nega aos homens - ó céu grave!

Privilégio tão suave, exceção tão principal, que Deus a deu a um cristal, ao peixe, à fera, e a uma ave?

Pensar não dói... Já entender o brasilês no Brasil na atualidade...




Entendimentos e Compreensões
Do Monólogo de Segismundo
Da obra La Vida Es Sueno, Ato I, Cena I
do poeta e escritor espanhol
 Pedro Calderón de La Barca
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES
www.konvenios.com.br/articulistas



sexta-feira, 14 de março de 2014

A  Mestra em Língua Portuguesa Brasilesa
e Literatura a Mineira Claudia Carvalho
 É a convidada da Sala Protheus




O Que Houve Com As Cores?



 “...Tive febres de todas as cores me arderam todos os amores, rasguei seda, comi flores fiz das tripas coração quase que aperto o botão do juízo final você já veio...!”.
 Alice Ruiz



Sempre acreditei no poder e na influência das cores na nossa psique, na forma como percebemos o mundo. Sendo assim, os efeitos, atribuições e associação das cores no ser humano tem me instigado! Existem inúmeros estudos, sobre o efeito das cores, e qual a melhor cor quando se pretende determinado comportamento. Hoje, no entanto vou falar de uma amiga fictícia, na qual as cores faziam ou traziam sempre sensações opostas ao esperado!

A cor azul, por exemplo, é considerada a cor da simpatia, da harmonia, da amizade e da confiança. Associada também á fidelidade, à grandeza, à vastidão e eternidade. Considerada pelos artistas uma cor fria, associada ao espiritual. No entanto, minha amiga da qual  falei, sempre sentia nos finais de tarde, não uma dor preta, considerada por muitos uma cor, associada ao fim, à dor. À semelhança do vermelho, associado ao ódio. Cor da maldade, do azar. Minha amiga sentia uma dor azul. Azul profundo, azul escuro Não era uma dor forte o bastante, que pudesse ser aliviada através de um triste pranto.
Era só uma pontadinha, uma fisgada no peito. Ela dizia: Ai que dor azul. Azul escuro como céu ao escurecer. As pessoas em sua volta, a achavam meio doida: - Imagina: dor nem tem cor!

Mas aquilo era constante, a tal da dor azul não passava e parecia se tornar cada vez mais aguda. Daí as pessoas começaram a achar que a dor era mesmo real. Ela foi a vários especialistas: Psicólogos, Cardiologistas, Psiquiatras, Psicanalistas, Cromoterapêutas e nada. Ninguém sabia o que era aquilo. Cada um dava um conselho diferente, receitas diferentes, terapias alternativas, pais de santo, simpatias e nada! A dor não arredava pé. Continuava lá. Às vezes ia e voltava sempre no mesmo horário.

Semanas, meses, se passaram e o azulão da dor de minha amiga fictícia, continuava colorindo seus fins de tarde. Pela manhã, ela sentia uma saudade cor de rosa. E à noite um desejo dourado que ela nem ao menos sabia dizer do quê!

Certo dia, a jovem mulher conheceu um homem, ainda moço, em pleno vigor, físico e mental. Ele lhe confidenciou que sentia uma vontade lilás de espirrar em manhãs cinzentas. Eles se gostaram, um gostar da cor de salmão que foi se transformando em uma vermelha paixão. Eles se casaram numa noite prateada de alegria, cheia de luzes multicoloridas de amor e felicidade. O casal teve uma bela filha, que como já podemos supor, tinha a mesma mania de cores. Ela herdou a vontade lilás de espirrar do pai e o desejo dourado da mãe.

A menina cresceu e resolveu olhar em um livro que trazia o significado das cores:



AMARELO: É considerada a cor mais contraditória, visto estar associada ao otimismo, mas também ao nojo, à mentira e à inveja. Associada ao entendimento, mas também aos desprezíveis e aos traidores.

VERDE: Associada à fertilidade, à natureza, à esperança, ao tranquilizante, à falta de juventude, á imaturidade e ao venenoso. Simboliza a cor do útil e da burguesia.

BRANCO: Branco é considerado uma mistura de todas as outras cores. Associado ao começo e Ressurreição, à perfeição, ao início e à unicidade. Cor da pureza, inocência, esterilidade e honestidade.

Lá pelas tantas em sua pesquisa a menina enfim descobriu o azul escuro. Ela viu que um dos significados da cor azul era desassossego. Então era isso que tanto atormentava sua mãe? O tal desassossego! Que em outras palavras, se traduziria em:

 - O que será do amanhã?

Tens a resposta?



Entendimentos & Compreensões
Dos pensamentos de minha amiga
Cláudia Ezídgia de Carvalho  - Minas Gerais -
Licenciatura em Língua Portuguesa Brasilesa
 Universidade Federal de Ouro Preto
Mestrado em Literatura Comparada
Unicamp - SP