terça-feira, 22 de agosto de 2017

" E Para Amar...!"

#PensarNaoDoi

“... E Para Amar......! ”
                                          


“Alguns sabem provocar o amor no outro, os “seriais lovers”,
homens e mulheres. Eles sabem quais
botões apertar para se fazer amar. Porém, não
necessariamente amam, mais brincam de gato e rato
com suas presas. Para amar, é necessário confessar
sua falta e reconhecer que se tem necessidade do outro,
que ele lhe falta. Os que creem ser completos sozinhos,
ou querem ser, não sabem amar. E, às vezes,
o constatam dolorosamente. Manipulam, mexem os
pauzinhos, mas do amor não conhecem nem o risco,
nem as delícias”.

Jacques-Alain Miller

A revista inglesa Psychologies, fez uma espécie de bate-papo, em entrevista com Jacques-Alain Miller. Psicanalista e escritor francês. É um dos fundadores da École de la Cause Freudienne e da Associação Mundial de Psicanálise.
Extrai os melhores momentos desse grande pensador da atualidade.
A pergunta básica: A psicanálise ensina alguma coisa sobre o amor? 

O autor não é nada reticente quanto a isso. É enfático! 
Muito, pois é uma experiência cuja fonte é o amor. Trata-se desse amor automático, e frequentemente inconsciente, que o analisando dirige ao analista e que se chama transferência. É um amor fictício, mas é do mesmo estofo que o amor verdadeiro. Ele atualiza sua mecânica: o amor se dirige àquele que a senhora pensa que conhece sua verdade verdadeira. Porém, o amor permite imaginar que essa verdade será amável, agradável, enquanto ela é, de fato, difícil de suportar.
Lendo isso, automaticamente, vem a pergunta: Então, o que é amar verdadeiramente? 
Amar verdadeiramente alguém é acreditar que, ao amá-lo, se alcançará a uma verdade sobre si. Ama-se aquele ou aquela que conserva a resposta, ou uma resposta, à nossa questão “Quem sou eu? ”.
Dessa forma então, alguns sabem amar e outros não?
Alguns sabem provocar o amor no outro. Porém, não necessariamente amam, mais brincam de gato e rato com suas presas. Para amar, é necessário confessar sua falta e reconhecer que se tem necessidade do outro, que ele lhe falta. 
É desta forma que posso afirmar: “Ser completo sozinho”: só um homem pode acreditar nisso… 

Acertou! “Amar, dizia Lacan, é dar o que não se tem”. O que quer dizer: amar é reconhecer sua falta e doá-la ao outro, colocá-la no outro. Não é dar o que se possui, os bens, os presentes: é dar algo que não se possui, que vai além de si mesmo. Para isso, é preciso se assegurar de sua falta, de sua “castração”, como dizia Freud. E isso é essencialmente feminino. Só se ama verdadeiramente a partir de uma posição feminina. Amar feminiza. É por isso que o amor é sempre um pouco cômico em um homem. Porém, se ele se deixa intimidar pelo ridículo, é que, na realidade, não está seguro de sua virilidade.
                            


Dessa forma podemos concluir que; Amar seria mais difícil para os homens?
Exatamente! Mesmo um homem enamorado tem retornos de orgulho, assaltos de agressividade contra o objeto de seu amor, porque esse amor o coloca na posição de incompletude, de dependência. É por isso que pode desejar as mulheres que não ama, a fim de reencontrar a posição viril que coloca em suspensão quando ama. Esse princípio Freud denominou a “degradação da vida amorosa” no homem: a cisão do amor e do desejo sexual.
Não é separativo, mas, e nas mulheres?

É menos habitual. No caso mais frequente há desdobramento do parceiro masculino. De um lado, está o amante que as faz gozar e que elas desejam, porém, há também o homem do amor, feminizado, funcionalmente castrado. Entretanto, não é a anatomia que comanda: existem as mulheres que adotam uma posição masculina. E cada vez mais. Um homem para o amor, em casa; e homens para o gozo, encontrados na Internet, na rua, no trem…
“Cada vez mais”....

Aqui entram os estereótipos socioculturais da feminilidade e da virilidade estão em plena mutação. Os homens são convidados a acolher suas emoções, a amar, a se feminizar; as mulheres, elas, conhecem ao contrário um certo “empuxo-ao-homem”: em nome da igualdade jurídica são conduzidas a repetir “eu também”. Ao mesmo tempo, os homossexuais reivindicam os direitos e os símbolos dos héteros, como casamento e filiação. Donde uma grande instabilidade dos papéis, uma fluidez generalizada do teatro do amor, que contrasta com a fixidez de antigamente. O amor se torna “líquido”, constata o sociólogo Zygmunt Bauman. Cada um é levado a inventar seu próprio “estilo de vida” e a assumir seu modo de gozar e de amar. Os cenários tradicionais caem em lento desuso. 
“O amor é sempre recíproco”, dizia Lacan. Isso ainda é verdade no contexto atual? O que significa?


                             
Repete-se esta frase sem compreendê-la ou compreendendo-a mal. Ela não quer dizer que é suficiente amar alguém para que ele vos ame. Isso seria absurdo. Quer dizer: “Se eu te amo é que tu és amável. Sou eu que amo, mas tu, tu também estás envolvido, porque há em ti alguma coisa que me faz te amar. É recíproco porque existe um vai-e-vem: o amor que tenho por ti é efeito do retorno da causa do amor que tu és para mim. Portanto, tu não estás aí à toa. Meu amor por ti não é só assunto meu, mas teu também. Meu amor diz alguma coisa de ti que talvez tu mesmo não conheças”. Isso não assegura, de forma alguma, que ao amor de um responderá o amor do outro: isso, quando isso se produz, é sempre da ordem do milagre, não é calculável por antecipação.
Todos nós temos essa questão:

Não se encontra seu ‘cada um’, sua ‘cada uma’ por acaso. Por que ele?
Por que ela?

Existe o que Freud chamou de Liebesbedingung, a condição do amor, a causa do desejo. É um traço particular, que tem para cada um, função determinante na escolha amorosa. Isto escapa totalmente às neurociências, porque é próprio de cada um, tem a ver com sua história singular e íntima. Traços às vezes ínfimos estão em jogo. Freud, por exemplo, assinalou como causa do desejo em um de seus pacientes um brilho de luz no nariz de uma mulher!
E podemos dizer que é difícil acreditar em um amor fundado nesses elementos sem valor, nessas baboseiras! 
A realidade do inconsciente ultrapassa a ficção. A senhora não tem ideai de tudo o que está fundado, na vida humana, e especialmente no amor, em bagatelas, em cabeças de alfinete, os “divinos detalhes”. É verdade que, sobretudo no macho, se encontram tais causas do desejo, que são como fetiches cuja presença é indispensável para desencadear o processo amoroso. As particularidades miúdas, que relembram o pai, a mãe, o irmão, a irmã, tal personagem da infância, também têm seu papel na escolha amorosa das mulheres. Porém, a forma feminina do amor é, de preferência, mais erotômana que fetichista: elas querem ser amadas, e o interesse, o amor que alguém lhes manifesta, ou que elas supõem no outro, é sempre uma condição sine qua non para desencadear seu amor, ou, pelo menos, seu consentimento. O fenômeno é a base da corte masculina.

                               

Mas e as tais fantasias do dito “ser humano”?

Nas mulheres, quer sejam conscientes ou inconscientes, são mais determinantes para a posição de gozo do que para a escolha amorosa. E é o inverso para os homens. Por exemplo, acontece de uma mulher só conseguir obter o gozo – o orgasmo – com a condição de se imaginar, durante o próprio ato, sendo batida, violada, ou de ser uma outra mulher, ou ainda de estar ausente, em outro lugar.

Na mulher, evidentemente, então também é assim?
Está bem evidente no amor à primeira vista. O exemplo clássico, comentado por Lacan, é, no romance de Goethe, a súbita paixão do jovem Werther por Charlotte, no momento em que a ver pela primeira vez, alimentando ao numeroso grupo de crianças que a rodeiam. Há aqui a qualidade maternal da mulher que desencadeia o amor. Outro exemplo, é este: um patrão quinquagenário recebe candidatas a um posto de secretária. Uma jovem mulher de 20 anos se apresenta; ele lhe declara de imediato seu fogo. Pergunta-se o que o tomou, entra em análise. Lá, descobre o desencadeante: ele havia nela reencontrado os traços que evocavam o que ele próprio era quando tinha 20 anos, quando se apresentou ao seu primeiro emprego. Ele estava, de alguma forma, caído de amores por ele mesmo. Reencontra-se nesses dois exemplos, as duas vertentes distinguidas por Freud: ama-se ou a pessoa que protege, aqui a mãe, ou a uma imagem narcísica de si mesmo.

Puxa então somos meras marionetes?
Não, entre tal homem e tal mulher, nada está escrito por antecipação, não há bússola, nem proporção pré-estabelecida. Seu encontro não é programado como o do espermatozoide e do óvulo; nada a ver também com os genes. Os homens e as mulheres falam, vivem num mundo de discurso, e isso é determinante. As modalidades do amor são ultrassensíveis à cultura ambiente. Ora, acontece que no Ocidente, em nossas sociedades ao mesmo tempo liberais, mercadológicas e jurídicas, o “múltiplo” está passando a destronar o “um”. O modelo ideal do “grande amor de toda a vida” cede, pouco a pouco, terreno para o speed dating, o speed loving e toda floração de cenários amorosos alternativos, sucessivos, inclusive simultâneos.

E o amor no tempo, em sua duração? Na eternidade? 
Então Balzac tinha razão quando dizia: “Toda paixão que não se acredita eterna é repugnante”. Entretanto, pode o laço se manter por toda a vida no registro da paixão? Quanto mais um homem se consagra a uma só mulher, mais ela tende a ter para ele uma significação maternal: quanto mais sublime e intocada, mais amada. São os homossexuais casados que melhor desenvolvem esse culto à mulher: Aragão canta seu amor por Elsa; assim que ela morre, bom dia rapazes! E quando uma mulher se agarra a um só homem, ela o castra. Portanto, o caminho é estreito. O melhor caminho do amor conjugal é a amizade, dizia, de fato, Aristóteles.

Com isso conclui-se que:
“Para amar, é necessário reconhecer que se tem necessidade do outro”

Pensar não dói.... Já aprender a amar….





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Leituras & Pensamentos
Das Leituras da Revista Psychiologies
Publicado originalmente no Grupo Kasal
Konvenios- Vitória – ES – 
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=29083
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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Onde nascer faz muita diferença.... Ainda!

 
#Cidadania:


Onde nascer faz muita diferença.... Ainda!
                                             

São duas meninas: Maria Luíza e Aurora. Ambas filhas de brasileiros, e as semelhanças terminam aqui.

Aurora está para nascer a qualquer momento em Reyjavik, na Islândia, avisa sua mãe orgulhosa, no blog do Noblat. A garotinha poderá decidir pela cidadania ao fazer 18 anos, mas até lá ela e sua mãe terão acesso aos mesmos benefícios que o país reserva para as islandesas grávidas, parturientes e mães, que não são poucos. Lá cuidam bem delas.

O pré-natal é gratuito e oferecido a todas as residentes – desde que estejam legais há mais de seis meses –, supervisionado por parteiras e com todos os exames e consultas médicas necessários a cada caso. Aurora poderá nascer em casa ou no hospital, vai depender da escolha de seus pais, e após seu nascimento uma parteira irá visitá-la durante 10 dias, para ajudar na adaptação da nova família.

Seus pais terão três meses de licença parental para ficar com Aurora – cada um – e após esse tempo mais três, a serem divididos entre os dois como acharem melhor, recebendo 80% do salário do governo. Essa licença pode ser tirada a qualquer momento dos primeiros 18 meses da vida da criança, sem a preocupação de perder o emprego por isso. A pequena chegará ao mundo cercada de amor e de pais serenos, livres de preocupações materiais extremas, livres para se dedicar inteiramente ao momento mais importante da vida: receber um filho muito aguardado.
 
                                    


Maria Luíza nasceu em Brasília, em 2016. Sua mãe, Lucivane, é babá e como Beatriz fez o pré-natal pelo serviço de saúde pública do país em que mora, no caso dela o Brasil. Orientada pelo médico que fez seu parto, levou toda a documentação recebida do hospital ao INSS em fevereiro, para requerer licença-maternidade, e saiu de lá com uma senha de atendimento para junho. E soube que só então poderia dar entrada no pedido. A essa altura sua bebê já tinha seis meses, e ela ainda não havia recebido um centavo do que tinha direito.

Ninguém a procurou em casa após o parto, para saber se mãe e filha estavam se adaptando bem, ou lhe ofereceu a possibilidade de tirar mais meses de licença, ganhando 80% do salário. Maria Luíza ainda teve sorte, a patroa de sua mãe continuou pagando seu salário – e contribuindo com o INSS – para que as duas não ficassem desamparadas. Ficou combinado que Lucivane devolveria o recebido, quando o INSS pagasse.

Jamais pagou. Em junho de 2016, Lucivane teve seu pedido de licença maternidade indeferido. O instituto entendeu que por haver recebido durante os meses após o parto, a mãe de Maria Luíza teria trabalhado, não tendo, portanto, direito ao benefício. De nada adiantou o depoimento de sua empregadora, ou os comprovantes que mostram que ela está em dia com suas obrigações, ou as passagens que comprovam que viajou para o Nordeste, para apresentar sua filha aos pais. A notícia é antiga, pode ser que hoje, agosto de 2017, Lucivane tenha conseguido receber o que lhe é devido. O que busco mostrar aqui é a disparidade de tratamento entre duas mães, em consequência do país em que moram. Não deveria ser assim.

                                       
Em termos de captação de impostos, praticamente inexiste diferença entre Islândia e Brasil. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), divulgado em abril passado, a Islândia é o 13º país no ranking mundial de países com carga tributária mais alta (35,5%), nós somos o 14º, com uma carga de 35,04% em relação ao PIB. O problema está no retorno que o Brasil dá a quem paga tanto.

Arrecadamos como os países nórdicos e entregamos serviços dignos das mais pobres nações africanas. Aceitamos sustentar uma elite de privilegiados, enquanto o “andar de baixo” vive em condições subumanas e a classe média desaparece sem mugir. Nada vai mudar enquanto nós não mudarmos, e aceitarmos que nada nos será concedido sem esforço, seja de que ideologia for o partido no poder.

É preciso lutar por mais justiça social, por uma reforma tributária que elimine as distorções existentes hoje, uma administração transparente e leis que punam a corrupção com rigor. Chega de impunidade. Talvez assim, em um futuro próximo, não faça tanta diferença onde nossas brasileirinhas venham a nascer, e as Marias Luízas possam chegar em paz.

Para Beatriz Ramos pensar não dói... Mas quando lembra do sistema de saúde do Brasil....





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Leituras & Pensamentos da Madrugada
Cenas da Vida Real
Beatriz Ramos
Jornalista & Cronista
Brasília - DF
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São d Inteira responsabilidade de seus autores.

O Editor!

domingo, 13 de agosto de 2017

"Escrever Sem Ler..... Prof. Nelson!


#SOSEducacao:


Escrever Sem Ler….
- Modismo Educacional Brasileiro! -

                                 


“... Na educação de todo homem existe uma hora
em que ele chega à convicção de que a inveja é
ignorância; de que a imitação é suicídio; de que
ele precisa considerar a si mesmo, tanto por
bem como por mal, de acordo
com o seu destino...!”

Ralph Waldo Emerson


Nas palavras do mestre, Professor Nelson Valente, uma síntese do nosso #SOSEducacão e grande luta pela leitura no Brasil.
As reflexões sobre o desapreço pela matéria escrita, persistente em nossa cultura, a começar pelas escolas, que distanciam os jovens dos livros.
Soma-se a tal situação o império das mensagens visuais nos veículos de comunicação de massa, o que tem aprofundado o distanciamento das pessoas dos meios escritos de expressão.
Na verdade, nenhum povo logrou passar a estádios avançados da civilização sem que esse processo tenha sido intermediado pelo livro. Povo sem literatura condena-se ao atraso e a tornar-se vítima dos mais avançados.
Enquanto em algumas sociedades do mundo ocidental a criança se familiariza com a presença do livro desde o berço, entre nós pode-se vislumbrar uma situação inversa: o livro ingressa nos lares através da criança em processo de escolaridade.

                                     
Desse modo, um programa intensivo de valorização da obra literária nas escolas resultará em benefício de toda a família na medida em que os pais sejam envolvidos no primeiro aprendizado da criança ou do adolescente. 
Criar o hábito (ou gosto) pela leitura é um primeiro passo que depende basicamente de pais e professores.
O bom professor, que estimula o gosto de ler, promove a leitura acompanhada, dialogada, comentada, leitura a dois etc., para identificar com os alunos a existência de uma obra de arte literária.
Se utilizar vocabulário inacessível ou textos em desacordo com o aluno, o resultado será tangencial, não atingirá a meta. Se utilizar vocabulário do mesmo nível dos alunos ou textos que já poderiam ter lido, estará perdendo oportunidade de disponibilizar-lhes outras possibilidades.
O equilíbrio necessário é um dos grandes desafios do professor, que têm turmas numerosas compostas por indivíduos diferenciados.
                                     

Assim, a criança se prepara para o salto civilizador: deixa de ser apenas um ser biológico e se define como ser social. A leitura abre-lhe o campo de aprimoramento do raciocínio, dando-lhe uma sequencialidade lógica de que outros veículos de comunicação não dispõem.

Para o nobre mestre Nelson Valente....Pensar não dói... Já não ler.....




Entendimentos & Compreensões
Nelson Valente – Blumenau – SC
Professor universitário- Jornalista e escritor.
Publicado originalmente em 
http://www.diariodopoder.com.br/artigo.php?i=56960846732
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quarta-feira, 26 de julho de 2017

" O Sentido da Vida...!"

 #PensarNaoDoi


O Sentido da Vida!
                                       

“... O sentido da vida constitui um questionamento 
 filosófico acerca do propósito e significado da 
existência humana. Ela demarca então a 
interpretação do relacionamento entre
o ser humano e seu mundo...!"

P. Tiedemann.


Duvido que um médico possa responder a essa questão em termos genéricos. Isso porque o sentido da vida difere de pessoa para pessoa, de um dia para outro, de uma hora para outra.
É assim que Viktor E. Frankl, psiquiatra e fundador da Logoterapia, muitas vezes chamada de “terceira escola vienense de psicoterapia”. As duas primeiras são a da Psicanálise de Freud e a da Psicologia Individual de Adler.

Este Psiquiatra, PhD da Universidade de Viena e Professor na Universidade Internacional da Califórnia, a famosa UCLA, morreu em 97 e deixou um legado,digamos, diferençado de Freud.

De quebra podemos afirmar que o que Freud conheceu do Nazismo Alemão foi somente teórico... Já Frankl viveu nos campos de extermínio Nazistas.
Mas oque tem uma coisa a ver com a outra?
Simples. 

                                
                       Da teoria constatada a partir de pequenas experiências em laboratórios e seu famoso divã, Freud não conheceu o mundo além disso. Já Viktor não somente viveu, conheceu de perto e ainda foi conferencista e professor convidado em mais de 200 universidades de todo o mundo.
Por isso quando ele se refere ao sentido da vida, o faz em toda a sua profundidade. De quem já sentiu e aprendeu na própria pele... Ou na alma.

Mas o que importa não é o sentido da vida, costumava afirmar Frankl:

Mas, antes o sentido específico da vida de uma pessoa em dado momento. Formular essa questão em termos gerais seria comparável a peguntar a um campeão de xadrez:
“ Diga-me, mestre, qual o melhor lance do mundo?!"
Simplesmente não existe algo como o melhor lance ou um bom lance à parte de uma situação específica num jogo e da personalidade peculiar do adversário. O mesmo é valido para a existência humana. Não se deveria procurar um sentido abstrato da vida. Cada qual tem sua própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa executar uma tarefa concreta, que está a exigir realização. Nisso a pessoa não pode ser substituída, nem pode sua vida ser repetida. Assim, a tarefa de cada um é tão singular como a sua oportunidade específica de levá-la acabo.

                             
Uma vez que cada situação na vida constitui um desafio para a pessoa e lhe apresenta um problema para resolver, pode-se, a rigor, inverter a questão pelo sentido da vida. Em última análise, a pessoa não deveria perguntar qual o sentida da sua vida, mas antes deve reconhecer que é ela que está sendo indagada. Em suma, cada pessoa é questionada pela vida; e ela somente pode responder à vida respondendo por sua própria vida; à vida ela somente pode responder sendo responsável. Assim, quando começou-se afalar em logoterapia (psicoterapia fundamentada na busca de sentido.) iniciou-se, ao mesmo tempo a ver na responsabilidade e essência propriamente dita da existência humana.
Sobe a essência Viktor deixou dito:
“ Viva como se já estivesse vivendo pela segunda vez, e como se na primeira vez você tivesse agido tão errado como está prestes a agir agora...!”
Parece que nada estimula tanto o senso de responsabilidade de uma pessoa como essa máxima.
E você tem vivido segundo o seu sentido de vida?
Pensar não dói... Já descobrir os próprios sentidos....





Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Das observações de:
Em Busca de Sentido
Viktor E. Fran
Editora Vozes – 40 Edição – 2016
Rio de Janeiro – RJ.
Publicado originalmente no Grupo Kasal
Konvenios – Vitória – ES –
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=29055
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domingo, 23 de julho de 2017

"..Poema Sem Título...!"


"Sem título...!"

                               

Poema sem titulo
Sem métrica
Ou ritmo
Poema que explode
Ou escorre
Devagarinho!

Explode espantos,
Medos,
Indignações,
Pasmo diante
Do humano
Onde habita a maldade?

Escorre devagarinho
Silencioso,
Solitário,
Filete de vida.
Um desaforo a maldade.
De onde vem?
Para onde vai?
O que lucra?
O fazer mal?

Orgulho,
Desprezo,
Assassinato em vida.
Qual o preço que se paga
Dessa herança maldita.
Se tudo um dia volta
Pelas leis divinas
O bem que se faz
Em esperança florida
Que morte traz o mal
Para a alma encardida?
Da língua calunia,
Da agressão destruidora,
Da armadilha fatal,
Da mentira venal.
Que fim haverá
Quem assim pratica
O mal pela vida?
Que semeadura
Que caberá
Tão dura?

Ah, loucos desvairados
Que ao mal se jogam
Apressados
Não sabeis que morreis
E matais os que da tua
Entranha saíram?
E os que te pariram?

Que um dia olhos baços
Verás te atormentar
O mal
Dito,
Feito,
Lançado?

Miseráveis sois pela terra
Miseráveis sois pela vida
Miseráveis sois pós ela
Como chaga apodrecida
Levarás além tumulo

Tua maldade cometida
Que já te apodrece
A alma em vida!
Esse verso sem titulo
És para ti

Quisera que acordes
Depressa busque o Bem
Que ele te de alivio
Transforme
E boa sorte.

Te dê vida
Nessa morte que carregas
Onde todos já podem ver
O odor necrosante que exalas
Da tua morte em vida.
Essa tua vida pequena
E corroída!






Entendimentos & Compreensões
Das percepções de 
Candida Maria Ferreira da Silva
Assistente social, teóloga, especialista em Infância
e Violência doméstica pela UFF, palestrante.
Rio de Janeiro - RJ
Contato: 
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Todas as publicações, na Sala de Protheus,
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O Editor!

quarta-feira, 19 de julho de 2017

" Desafios...!"

 #PensarNaoDoi

Desafios...

                                      

“... Não é o desafio que define quem somos
nem o que somos capazes de ser, mas como
enfrentamos esse desafio: podemos incendiar
as ruínas ou construir, através delas e passo
a passo um caminho que nos leve à liberdade...!”

Richard Bach

Primeiro era o ruído. Um berro nos nossos ouvidos, estrondo, rugir, água forte rolando. A expectativa vinha lenta, esgarçada nos tons suaves da tarde, infiltrando-se em nossos olhos quase que misericordiosos. Era vagarosa a expectativa, certa criança rolando em manhã de maio, fruta exalando cheiro de muito longe.
Depois o ruído crescia. Vinha se despejando forte, batia estúpido na nossa cabeça, doía, tentava. Crescia a angústia, o desejo, o medo, a visão clara do proibido anseio. E era aquele desejo longo, envolvente como abraço, macios dedos estendidos para nossos rostos indóceis, para nossos músculos tensos, para a nossa esperança crescente e incrédula.
                              

Mais tarde, ainda, as pequenas flores das margens, jogadas com força contra os barrancos, e aquela sensação de angústia, a solidão das flores, o seu desamparo que era o nosso desamparo, sua fragilidade que era a nossa. Galhos, seguravam-se em nossos cabelos, ficava o mistério do medo, o mistério do escuro,
E nós tateávamos o escuro, o medo, as pedras sob nossos pés, as cores irisadas, as formas, as pernas recebendo aos poucos o impacto da água gelada, os olhos engolfando-se no todo incrível do mundo novo, da aventura, da descoberta.

                                    
Agora já era esse todo, flores e pedras, barro e limo, água rolando rápida e à nossa frente, indescritível, imensa, grande borboleta de asas abertas para nossos pequenos sonhos, a cachoeira com seus braços cheios de água despejando-se do alto. Nós parávamos e ficávamos mudos. A espera já tinha se derramado por nossos ombros, estirado por nossos olhos, e nós queríamos tocar a água, sentir o frio escorrer por nossos rostos, nosso cabelo empapado, visão de poder e da maturidade sendo criada no desafio à natureza.
E nós desafiávamos água funda e mães, estrépito e adultos, com o mesmo despudor, cabeça levantada alto, riso torto na boca. Nos desafiávamos o mundo sob a cachoeira. Nós podíamos mais. O mundo estava ali, resumido no ruído, nas flores, nas pedras, na água, e era nosso. Contra todos, contra tudo que havia sido dito, escrito, recomendado. Era nosso.
                                       
Um mundo feito de sensações, de cores, de formas, de insetos, de flores, de reflexos, de sombras se criando e se desfazendo,
Perfeito e inalcançado, tão distante e tão próximo, desafio mudo a todas as nossas expectativas. Como hoje. Quanto eu me embrenho fundo no escuro e também faço o meu desafio, e também lanço o meu grito, meu gesto de desapego ao certo e ao fácil. Quando eu me lanço nessa cachoeira, expectante efluída, e esqueço que nunca soube nadar....

Pensar não dói..., Mas, desafios esperam-nos... 

Serenos e calmos...





Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Transpirado de Crônicas Ontológicas/RS-1980
Maria Clara Pinho
Publicado originalmente em 
https://www.revistadoutrina.com
E no Grupo Kasal – Konvenios – Vitório – ES – 
http://www.konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117
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domingo, 9 de julho de 2017

" A Destruição da Alma Brasileira!"

 #Cidadania:


A Destruição da Alma Brasileira!
                                                     
“....A alma mais forte e mais bem constituída
é aquela que os sucessos não orgulham e
que não se abate com os revezes...!”

Plutarco


O brasileiro está se tornando mestre na arte da dissimulação. 
Nada é o que parece, como o cônjuge traidor flagrado em ato sexual com a amante: “Posso explicar, não é o que você está pensando”, tenta, assim, enganar a esposa traída.

A moça cai na balada, sem hora para voltar, engravida de um desconhecido e justifica que não sabia onde estava com a cabeça.
“Não sei o que deu em mim”, lamenta. E eu vou lá saber?
O sujeito acabou de assassinar o rival, é preso em flagrante e diz ao delegado:

“Doutor, se eu não tivesse feito o que fiz, não sei do que seria capaz!”.
O marido espanca a mulher todos os dias, ou de vez em quando, tanto faz, e culpa a carestia ou a bebida por seus atos:

“A vida está difícil, tudo subindo”, explica, ou diz que bebeu demais por causa dos problemas e perdeu a cabeça, mas quem perdeu a cabeça, ou uma parte dela, foi a vítima.

                               

O corrupto desvia a merenda escolar, a comida dos presos, os remédios dos hospitais, os recursos do saneamento básico, a tornozeleira eletrônica, o Bolsa-Família, o dinheiro das obras e da segurança pública, mas diz que caiu em tentação e pede a Deus para livrá-lo de todo mal, amém!
Agora, flagrados com o papelão na linguiça e as difusoras de porco na carne, têm a ousadia de dizer que a Polícia Federal está a serviço dos Estados Unidos.

“Não é o que você está pensando”, diz, enganando o povo brasileiro, como faz o cônjuge flagrado em meio à fornicação, só que com a cabeça do porco na mão pensando que é um microfone.
                                                 
A necessidade ininterrupta de mentir e de evitar a verdade, mostra Theodore Dalrymple, retira de todos aquilo que Custine (marquês de Custine, francês que escreveu La Russie em 1839, publicado em 1843) chamou de “os dois maiores dons de Deus – a alma e o verbo que comunica”, tornando as pessoas “hipócritas, maliciosas, desconfiadas, cínicas, silenciosas, cruéis e indiferentes ao destino de outros como resultado da destruição de suas próprias almas”.

E você?
Qual sua “des...Cupa”?
Para Miguel... Pensar não dói...

Amar o Brasil.... Menos ainda!




Entendimentos & Compreensões
Miguel Lucena – 
Escritor, Jornalista
E Delegado de Polícia – 
Brasília – DF –
No Twitter - @poetamiguezim 
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