quarta-feira, 30 de abril de 2014


Da Sabedoria do Escritor e Amigo Toni Figueiredo
Especial da Sala de Protheus!

 

“... Dê-Me A Honra...!”

 

 
“... A maneira mais fácil e mais segura
de vivermos honradamente,
consiste em sermos, na realidade,
o que parecemos ser...!”.

 

Sócrates

                      Há 40 anos o amigo Rogério Gallupo, que era Promotor de Justiça, mas que nas hostes rotaryanas do BH-SERRA tinha fama de ser um “grande promotor de bagunça”, contava uma história folclórica dos antepassados de Ivo Pitanguy na sua Curvelo-MG. O velho avô numa das muitas brigas domésticas do casal disse a sua mulher: “Quando te conheci v0cê era bonitinha e usava um vestidinho de chita barato e debaixo dele uma “honrazinha” muito da duvidosa”.
Ao contrário do que muita gente pensa, a honra não é uma virtude, mas tão simplesmente, “um louvar”, “um homenagear”, ou seja, é um “ato de respeito” à tradição ou a um passado individual ou coletivo.

Assim, “honrar” pode ser tanto para o que é bom, quanto ao que é ruim. Na antiguidade, (hoje também), existiam famílias que viviam do roubo nas estradas, (hoje dos cofres públicos) e com certeza a nova geração que se dedicava ao mesmo fim, estaria “honrando os antepassados”.
Roubar é também um ato. O “ato de subtrair” algo material existente e até mesmo um “bem imaterial futuro”.

Rouba-se dinheiro, ouro, prata, esperanças, direitos e etc. Roubou Caim, roubou Jacó, roubam as megapotências ao impedir aos “menos desenvolvidos” o seu direito à autodeterminação, como rouba o vereador daquele municipiozinho “prá lá de Deus me livre” a verba da merenda escolar e da educação.
Talvez não exista assunto de maior discussão e repercussão do que esse no Brasil. Alguns comprovados, outros suspeitos e outros ainda apenas imputados sem prova e nestes rouba-se a “verdade”.
Com todos nivelados por baixo é mais fácil fazer política e já que todos roubam, qualquer um que for eleito fará exatamente o que dele se espera: roubará. Existem os que “rouba, mas faz” e existem aqueles que apenas roubam sem qualquer retribuição. Entre políticos apenas o “furto” é proibido... Coisa de gentalha de periferia.

Há 60 anos falava-se da meia dúzia de chevrolets do Adhemar, depois, a 50 anos, de alguns hectares do Lupion, até que entrou em cena o Maluf nos anos 70 e ai começou a se falar em milhões... De dólares.
 Hoje quem falar em menos de bilhões, é expulso da rodinha. Nunca dantes na história deste país o escárnio foi tão grande e o assalto aos cofres públicos tão intensos e não me refiro exclusivamente aos cofres federais. E pensar que se gastou uma revolução com isso. Parece que só serviu como um fermento retardado e fortalecido.

O que mais me causa espanto é que o Brasil tem uma das instituições mais bem aparelhadas do mundo para controlar esses fluxos financeiros ilegais. A Receita Federal do Brasil, graças ao nosso histórico de enriquecimentos ilícitos, transferências milionárias de recursos ilegais, sonegação fiscal, corrupção endêmica e sinais de riqueza aparente através do COAFI e das DECLARAÇÕES DE RENDA tem como rastrear tudo isso.
 
 
Todos os anos são milhares de “contribuintes espertinhos”, que acabam retidos na “malha fina”, o que quer dizer que a rede do Ministério da Fazenda é feita para pegar só “lambaris”, que nadam em águas rasas da superfície, enquanto os “peixes grandes” que nadam nas profundezas dos cofres públicos escapam dessa malha.
A forma de justiça mais urgente dos tempos de hoje é que todos tenham tratamento igual nos maus feitos financeiros e vejamos respeitado nosso dinheiro arduamente ganho e “entregue” em impostos.

Afinal o dinheiro é a mola propulsora de tudo, inclusive da miséria.
Quero ver “peixe velho e grande enrolado em jornal novo”.

Para meu admirado amigo Antônio Figueiredo... Pensar não dói!
E você?

 

Das percepções e pesquisas de
Antônio Figueiredo – Entre Algum Lugar entre a Bahia e São Paulo
Economista, Escritor, Empresário, Militante Apartidário Parlamentarismo e Voto Distrital Puro. Ex - Ativista Movimentos Sociais Católicos/ Metalúrgico/ Estudantil (1961/73). Operário da Cidadania
 
 
 

segunda-feira, 28 de abril de 2014


Valeria Fernandes de Goiânia – Goiás
É a convidada da Sala de Protheus

 


“O Engodo Petista!”

 


 
“ ... A igualdade, o engodo dos engodos, que, sob a forma de justiça ideal, tem paralisado tantas vontades dos homens, tantos cérebros geniais, é a maior das injustiças e, aparentando salvaguardar
a liberdade, é a pior das tiranias...!"
 
Paolo Mantegazza

 

   Como cidadã e formadora de opinião, achei o momento oportuno em falar do dia do "TRABALHO", que oficialmente se comemora no dia primeiro de MAIO, que teve origem na (França em 1889). E, no Brasil, foi em Santos, em 1895. Mas a data consolidada 1925, quando Presidente Artur Bernardes, baixou um decreto instituindo, primeiro de Maio como feriado nacional.



Que nesse dia representa a todos 200 milhões de brasileses autênticos guerreiros que somos.

 PT (Partido dos Trabalhadores) sigla essa bem sugestiva, se o "Trabalhador" tivesse   motivos para  comemorar, no atual governo.


    O primeiro governo do PT (Partido dos Trabalhadores) surgiu como se tivesse nascido uma "Flor no Asfalto", os anseios, esperanças do povo brasilês, nao foram aleatoriamente.

    Todos esperavam mudanças  e o diferencial  dos governos antecessores.
     Hoje o governo PT, faz parte de um poder de elite, governando em desfavor da classe  trabalhista. Mas com o tempo os sonhos foram transformando em verdadeiro pesadelo.


     Lula antes de chegar ao poder era a maior  "Figura" que representava a classe trabalhista enquanto sindicalista, encabeçava os movimentos, incitava as greves, crucificava os governos que antecederam o seu.


     Pregava-se ética, moral, honestidade nas suas ideologias. Sempre foi um  crítico ferrenho, mas era mesmo obcecado pelo poder. 


     Seu governo pautado em um dos maiores escândalos que foi o "Mensalão", e seguido veio sua sucessora Presidente Dilma, dando continuidade na farsa de um poder para os trabalhadores que, na verdade virou um governo elitizado. Hoje a Sigla PT (Partido dos Trabalhadores) não mais nos representam.
 Governo pautado em ; corrupções, escândalos, tráfico de influência, economia instável inflação decolando, dívidas, ausência de políticas públicas eficazes.



 
Hoje PT (Partido dos Trabalhadores) e seus aliados dilapidaram os anseios do povo brasilês, que estão no legítimo exercício da defesa de seus direitos, indo contra a imoralidade pública.

   Os 200 milhões de brasileiros serão "presenteados" pelo governo PT que nos deixará, um espólio um rombo de bilhões em dívidas para pagarmos a fatura, durante anos a fios.


Esse será o legado deixado aos trabalhadores brasileses, que nada temos a comemorar no dia primeiro de Maio (Dia do Trabalhador).


    Que nessas eleições, possamos dar um novo salto de responsabilidade de escolher bem os próximos governantes.




Das Percepções & Entendimentos
De minha amiga Valéria Fernandes
Consultora Política – Goiânia – Goiás -





sexta-feira, 25 de abril de 2014


Conceito sobre o tempo!

 

 
“... Monstros são reais e fantasmas são reais também.Vivem dentro de nós e às vezes vencem...!".
 

Stephen King

 
Tenho amigos sábios. Alguns extrapolam em sabedoria. Compartilham comigo, através mesmo de piadas ou formas mais alegres de dizer certas coisas.  Jane Glasman, Professora e Doutora em língua hebraica, da Universidade do Rio de Janeiro, é uma destas amigas. No auge de alguém sexagenário que esbanja vida, alegria demonstra como deveríamos fazer.

Sempre que falo em tempo ela tem uma definição espantosa.

Desta reunião de tantos diálogos acredito haja um conceito sobre o tempo. Senão vejamos.
 
O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... Você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:
Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noção de passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... Enfim... As experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...
Rotina.
A rotina é essencial para a vida e aperfeiçoa muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Aprenda uma nova língua, ou um novo instrumento
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos ou animais de estimação (eles destroem a rotina).
Sempre faça festas de aniversário e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.
Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja Diferente!
 
 

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... Em outras palavras... V-I-V-A.!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.
 E se tiver a sorte de estar casado (a) com alguém disposto (a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... Do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.
Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é?
Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

ESCREVA em TAmaNhos diferentes e em CorES difErEntEs!

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...

V I V A !!!

Sobretudo, não esqueça, nunca: Pensar não dói...!”

 

Dos diálogos
com a Prof. Dra. Jane Glasman
Dra. Em Hebraico – UERJ – RJ
Entendimentos & Compreensões
Publicado no site do grupo Kasal – Vitória –ES
www.konvenios.com.br?articulistas
Em pintoresfamosos.com.br/artigos
São Paulo – SP-
Jornais do RS – SC e PR
 
 

domingo, 20 de abril de 2014


O Escritor e Amigo Toni Figueiredo
É o Convidado especial da Sala de Protheus!

 
Geração 1960 no  Brasil!
– A Verdade de Quem?
 

 

 
“... Ao Professor Capella de História do Brasil do SENAC – SP nos idos de 1959, que só dava notas 10 para Deus, 9 para professores e 8 para os alunos e assim me desafiava a ombreá-lo...!”

O autor.

  
Ainda era muito pequeno e já me interessava em saber das origens e sagas dos meus antepassados. Os Figueiredo do lado paterno e os Souza do lado materno. Da parte de meu pai e na figura de meu avô, que era um “bon vivant” profissional, pouca coisa se nos deu a conhecer, além de umas poucas vezes em que o “álcool contava histórias” e que de imediato meu pai, prudente e celeremente nos afastava da sala, pois não eram histórias apropriadas aos ouvidos da nossa tão tenra infância. Já da de minha avó materna foram muitas as noites, em que sentado aos seus pés enquanto tricotava “tapetes de meias velha”, aquelas de fio Escócia, “viajava” com as suas histórias de infância e juventude no início do Sec. XX em seu Trás os Montes quase selvagem, extremamente pobre e de sobrevivência litigiosa entre homens e lobos.

Como toda história de camponeses e suas terras, ambos muito pobres, do Norte de Portugal, eram despossuída de grandes heroísmos e ambições, mas farta em tenacidade e teimosia frente à dura realidade quotidiana. Foi assim que a história de minha família projetou-se na minha história e caráter pessoal, ensinando-me com seu exemplo de luta e abnegação, persistência e estoicismo, fracassos e sucessos, esperanças e objetivos traçados para a “Nova América”. Idêntica é a história de milhões de imigrantes italianos, alemães, japoneses, espanhóis e de muitos outros países em menor escala projetada sobre a de seus descendentes aqui no Brasil e isso sem deixar de contar os milhões de “imigrantes forçados”, negros, oriundos das múltiplas tribos africanas. Esse “povo” escreveu a “parte obreira” da História do Brasil, que não está nos livros.

Sabemos muito bem que são as classes mais abastadas e oligarcas os que escreveram e ainda hoje escrevem a nossa História Oficial transmitida nos ciclos básicos e que “deforma” a construção do “cidadão mirim”, não desafia à pesquisa e evolução do conhecimento ao jovem no “ciclo médio” e acaba sendo escrita de acordo com conveniências de professores no “ciclo universitário”. Não existe uma “responsabilidade educacional” para que todos apreendam a “mesma História”, ainda que em níveis de detalhes distintos à capacidade de absorção do educando.

Mas vamos aos fatos e falo de São Paulo. A década de 1960 introduziu no mercado de trabalho uma grande quantidade de “menores aprendizes” oriundos de famílias de “baixa renda” das periferias metropolitanas de então, que começaram uma verdadeira revolução tecnológica nos costumes, no comportamento social, no Mercado, na Indústria e no Comércio no Brasil. Em sua grande maioria eram jovens na faixa dos 13 para admissão e de 16 anos os que saiam das instituições técnicas básicas “plenamente profissionalizadas”. Do SENAI e de algumas Escolas Técnicas, (Getúlio Vargas e Escola Técnica Federal) em menor volume, formaram-se Torneiros Mecânicos, Fresadores, Ajustadores Mecânicos, Ferramenteiros, Gráficos e Tecelões, entre outras profissões e do SENAC, Auxiliares de Escritório, já com excelentes conhecimentos de datilografia e Contabilidade.

Hoje é totalmente incompreensível o porquê de sofrermos com a “falta de mão de obra qualificada” e porque este modelo foi abandonado por tantos anos, mormente constatando-se que a ascensão social de um ex-presidente é dele originária. Foi nessa mesma época, que muitos profissionais de nível médio foram agraciados com um “diploma de mérito prático” pela experiência adquirida no exercício das suas profissões. Assim Contadores, Boticários, Boticões, Jornalistas e muitas outras profissões obtiveram seu registro em Conselhos Regionais Profissionais, agraciamento este que não atingiu profissões como Médicos Engenheiros e Advogados. Não pelo menos nos grandes centros.

Essa geração de adolescentes foi certamente a que sofreu o “processo de passagem” mais traumático de todos os tempos no Brasil. Recém saída das escolas primárias públicas periféricas e totalmente ignorante do mundo real, dado ao precário acesso à informação jornalística, (fora de seu poder aquisitivo), rádio, (privilégio da classe média) e televisão (privilégio da classe rica) e em sua grande maioria “castrados” pela rígida influência religiosa, não é difícil de imaginar o choque já na subida de nível para essas escolas mais cosmopolitas e globalizadas em contraste com o provincianismo bairrista. Existia, além do mais uma escala de importância de acordo com a periferia de origem. Os bairros mais tradicionais e próximos do centro das metrópoles buscavam impor uma precedência e ascendência sobre os da periferia mais distante.

Um posterior “choque de gerações” ocorria dentro das empresas, que contavam exclusivamente com “profissionais adultos” formados em grande parte dentro dessas empresas segundo as exigências das tarefas específicas e que se esforçavam em manter sob seu controle essa nova “força laboriosa” mais preparada tecnicamente, pregando a supremacia do tempo e da prática no trabalho, como prevalecentes à qualquer teoria. O parque de máquinas do Brasil da época era extremamente obsoleto e no geral tanto o SENAI quanto as Escolas Técnicas treinavam esses “aprendizes” em equipamentos muito mais modernos tecnologicamente. O SENAC já começava a introduzir conceitos de processos contábeis já da melhor tecnologia de ponta de então.

Entretanto os “práticos” pregavam pelo “senso comum” de que os jovens deveriam pagar um “preço de admissão” e integração ”nesse mundo adulto” e por isso a eles destinavam “tarefas menos nobres (tecnicamente)”, além de depreciar sua “opinião técnica” na discussão de soluções, ainda que embasada e desta maneira a integração do jovem era condicionada a que ele se submetesse às “regras do jogo” e a subordinação aos “grupos adultos”. Esta era uma marca muito forte nessa geração, fruto da educação e disciplina rígidas de obediência às opiniões e valores transmitidos pelos “antepassados”.

Outra novidade apareceu nessa época, quando esses “jovens profissionais” constituíram-se num novo grupo de consumidores no mercado, até então composto exclusivamente de adultos. A onda de rebeldia gerada pelo “rock ‘n roll” incentivava o uso de jeans e adereços e mudava comportamentos, como uma forma de pressão reivindicatória por um “espaço social” e isso não passou despercebido às instituições políticas e religiosas, (é desse tempo o enraizamento mais profundo no Brasil das Juventudes Católicas – Estudantil (JEC), Operária (JOC) e Universitária (JUC) com “ideário ajustado à realidade social” do Padre Cardjin). Participei da JOC nos anos 60. O aproveitamento dessa força inovadora se fez mostrar também na constituição de inúmeros clubes de futebol de campo amador pela várzea paulistana, clubes de futebol de salão e de tênis de mesa, todos em regime de “vaquinha” entre jovens.

Nos sindicatos da classe operária a influência e força arrigimentadora sobre esta geração também se fez sentir. Em rebelião contra os “sindicatos controlados” desde a Era Vargas começou a se fazer presente a “orientação proletária” nos grandes sindicatos da época e assim Metalúrgicos, Bancários, Gráficos e Portuários, seguiram a tendência europeia da década anterior e deles apossaram-se próceres oriundos do PCB, que habilmente, através dos “práticos” de dentro das fábricas e locais de trabalho, engajaram essa “força emergente”, utilizando-a como “massa”, da qual fiz parte em 1961 como bancário e 1964 como metalúrgicos e pude “ver de dentro” esses procedimentos.

Outra falácia fartamente acreditada nos dias de hoje é a de que o DOPS foi ativo apenas nesse período histórico. Na verdade foi criado em 1927 e sua atuação mais marcante foi durante o Estado Novo, (1930-1937), quando se acredita que mais de 20.000 detenções foram feitas e cujos procedimentos de “controle social”, (torturas e assassinatos) levaram o prestigioso jornalista David Nasser da revista O Cruzeiro a escrever o livro: Falta alguém em Nuremberg. (Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1966) sobre o período de Felinto Muller à frente da Delegacia Especial de Segurança Pública e Social. O uso de veículos blindados de controle de “tumultos sociais” também era de larga aplicação desde então. Os Governos Militares pós 64 também se utilizaram dessa estrutura e seus métodos, de eficácia comprovada. Não por acaso Felinto Muller alinhou-se à Revolução desde as primeiras horas.

Não tenho aqui a pretensão de “lançar luzes” e “escrever (reescrever)” os eventos deste período, mas tão somente a de “detalhar” o terreno e clima, que fizeram germinar mais uma das múltiplas “intervenções militares”, que permearam o Século XX na política brasileira. O que a História nos ensina é que todos esses acontecimentos foram “degraus democráticos”, que nos trouxeram até os dias de hoje e é essa lição que deve ser “entendida”.

Só existe uma Comissão da Verdade. A que nos fará a todos conscientes da “verdade histórica única”, que “unirá” a todos os brasileiros pelo aprendizado das vitórias e fracassos que tivemos na “construção da Nação e da Cidadania”.

P.S: Aos muitos Barões de Munchhausen
ainda sobreviventes no Brasil. Que me contradigam!

 
Das percepções e pesquisas de
Antonio Figueiredo – Entre Algum Lugar entre a Bahia e São Paulo
Economista, Escritor, Empresário, Militante Apartidário Parlamentarismo e Voto Distrital Puro. Ex - Ativista Movimentos Sociais Católicos/ Metalúrgico/ Estudantil (1961/73). Operário da Cidadania
 

 

quinta-feira, 17 de abril de 2014


#Série Fatos Inusitados:

 

“Um Seio Me Ligou”!

 

  
 
“... Hoje aconteceu uma coisa engraçada, que atestou
mais uma vez a minha incoerência comigo mesmo.
Vivo imaginando que de repente vão aparecer fadas
ou gênios na minha frente para perguntar o que eu desejo.
Hoje pensei sério: se me perguntassem o que mais
desejo na vida, não saberia responder. Quero tudo...!”

Caio .F. Abreu

 
Ainda em viagem por outro estado, o que me alegra e revigora meu espírito “cigano”. Gosto de estar aqui e acolá. Raízes? Ora, isso é para plantas, para árvores frondosas. Barcos não foram feitos para estarem no porto, diria o poeta.
Concordo com ele. Novos lugares. Novas pessoas. Hábitos, costumes e uma de minhas paixões: estar próximo dos regionalismos. Das formas orais de manifestação da linguagem que cada estado deste pais tem como característica e é riquíssimo.

Assim onde passei a semana tem uma mistura genial, contagiante em que impera o paulista do interior que puxa a consoante R com mais força. Assim quando sou chamado é como se tivesse um R com Til pois soa .. Borrrtoo! Vou ao Merrrcado!
É muito bonito.

Enfim o dia tinha se tornado cansativo. Um seminário em três turnos que esgotaria qualquer um. Sem os frios das noites outonais de meu estado, contudo estava feliz.  Igual a um cão feliz com o calor que o sol tinha trazido e deixado na noite.

Nada que um banho revigorante para esquecermos qualquer cansaço.  Ainda deu tempo para falar com uma amiga muito amada de um outro estado, mais longe ainda, neste país continental. O que me deixa sempre muito feliz Virginia (nome fictício para proteger minha amiga) é tremendamente alegre ela consegue falar rindo. Anima qualquer um.

Ele deveria conversar com depressivos. Iria ficar rica. Enfim, após falar com minha amiga, liguei e falei com as três pessoas que mais amo (em todos os sentidos) neste planeta. E lá fui eu para os braços de Morfeu (Deus da mitologia grega do sono e dos sonhos).

 Utilizei como pré-título uma classificação morfossintática: Um adjetivo, masculino singular e também uma flexão que significa algo que não surge com frequência, raro, inabitual pelo que aconteceu no final da madrugada.


Exatamente às cinco e trinta toca o telefone: Meio dormindo, meio acordado, o braço procura tal qual busca o despertador para que deixe de tocar.

Olho no visor e  somente consigo enxergar o código de área que de longe e não identifico mais nada.
E o resto é automático.

Fone no ouvido, olhos fechados e a boca balbuciava:
-Alô!

Do outro lado somente uns ruídos estranhos.
Torno a dizer sonolento:

-Alô! Alô!
Eis que após mais uns ruídos ouço uma voz do outro lado:

-Alô!
- Reconheço até dormindo aquela voz sorridente e um pouco assustado pelo ineditismo da hora simplesmente sai-me:

-Virginia?
Do outro lado vem:

-Profe?
-Sim, o que houve amada!

A resposta: Uma gargalhada sonora e longa.
Pronto lá se foi meu sono. Sento-me na cama com dúvidas: Não sabia se ria junto ou se ficava preocupado que algo tivesse acontecido.

Virginia simplesmente, entre risos me diz,
-Profe, você não vai acreditar (ahahahahhahaha) eu coloquei o fone no sutiã enquanto me maquilava.

- ahahahahhahahahaha (sim a risada continuava a penetrar nos meus tímpanos) enquanto eu tentava fazer uma conexão, entre: Sutiã – Maquilagem – Ligação e Eu?
 
 

Ela continua.
-Profe, como tu foi a ultima ligação que fiz ontem, coloquei o celular no meu sutiã enquanto me maquilava e deve ter acionado a tecla discar...

- Mais risadas (ahahahahahahah) eu senti meu seio vibrar e depois um vozeirão dizendo alô, a principio me assustei,
E continuou ela:

- Engraçado, quando coloquei o celular no sutiã e fui pentear meu cabelo, eu mexia com o braço... Escutava um som, mas não  entendia... De novo....
- Depois escutei, saindo de dentro d0 meu sutiã... (ahahahahahah) um vozeirão.... Desculpe ter acordado você... Mas achei muito engraçado (ahahahahah) Beijos profe e tenha um bom dia.

 Virginia começa o horário de quem mora em capitais: seis horas

Recostado na cama, fiquei com o celular na mão, agora acordado, tentando imaginar a cena. E tudo o que me veio foi:
- Puxa... Um Seio me ligou...

Depois? Bem... Tentei dormir mais um pouco... Eu disse: Tentei!

 

Dos fatos do dia a dia para contar ao meu neto.
Entendimentos & Compreensões