A
Mestra em Língua Portuguesa Brasilesa
e
Literatura a Mineira Claudia CarvalhoÉ a convidada da Sala Protheus:
Intacta Flor!
“... Só
sei que somos jardim...
Ao se sentir cuidado, até o capim
nasce
bonito... Imagine então seres humanos...!”.
R.
Miranda
Em
toda sua plenitude, formosa e exótica, a misteriosa flor, em sua profusão de
cores e formas, permanece intacta. Acessível somente aos olhos, espelho d'alma,
portal mágico do desejo! O que as torna ainda mais belas e preciosas
Existem
amores de orquídeas, amores de lírios, amores de rosas, de todas as cores,
amores de flores do campo e o ininteligível amor da flor de cacto. È um amor
tão sincero e legítimo quanto os outros. Porém, é um amor que resiste que se protege
que se defende. Para ele só serve a delicadeza, a sabedoria e a sutileza! Mãos
indelicadas jamais colheram esse amor!
Contudo,
há quem com mãos zelosas e gentis, toquem, colham e até cultivem, a selvagem
beleza da intocável e por isso, intacta
flor de cacto. Por traz de sua beleza exótica e de seus espinhos, a intacta
flor possui um enigma que só o silêncio, com sua musicalidade oculta, conseguem
penetrar.
A
flor respira com avidez a morte ardente, mas seu pulmão se enche de estrelas e
seu grito é meu nome ao vento! Reinvento-me, eu, a própria flor de cacto, então
me pergunto: - Quem sou eu? Uma tempestade? Um tropel de cavalos? Ou
simplesmente uma selvagem flor de cacto. A resposta é imediata: existo dentro
de um cacto, em seu oco, sou sua seiva que mata a sede. E meus pés se confundem
às raízes e caminham dentro da terra, reconhecem a vibração do som da noite
subterrânea. Meus braços são pequenas adjacências que brotam em torno de mim.
Eu
cacto, um só pensamento me aflige. Minha imobilidade perdura a séculos! Sinto
medo da solidão, medo do meu próprio medo, medo de meus espinhos! Então clamo
pelas raízes já apodrecidas na terra e meu grito são notas dissonantes e
distorcidas, acordes estridentes de um violino quebrado. A canção fala do medo
e a melodia infernal, repete sem parar: “Flor Mortal”.
Em
cada beira de abismo me sento e um anjo vem até mim e me sussurra aos ouvidos: -
As encruzilhadas, os caminhos desconhecidos, atenta! Então, quero sair da minha
estabilidade estática e coloco todos os meus anseios e medos em suas delicadas
mãos. Seu hálito me acalma. E ele continua sussurrando, - Durma bela flor, não
sinta medo, descansam às sombras de minhas asas, não temas seus sonhos. E em
algum lugar no firmamento, enfim repouso!
Entendimentos, Compreensões, Sensibilidade
e pensamentos de minha amiga
Cláudia Ezídgia de
Carvalho - Belo Horizonte – M. G. -
Licenciatura em Língua
Portuguesa Brasilesa .
Universidade Federal de Ouro Preto - M.G.
Mestrado em Literatura
Comparada
Unicamp – SP.
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