domingo, 29 de maio de 2016

#SerieCidadania:

E a Imprensa do Brasil?

“...Se a imprensa não existisse,
seria preciso não inventá-la...!”
Honoré de Balzac.


                          O grande Brasilês Rui Barbosa deixou escrito para a posteridade: “...A imprensa, entre os povos livres, não é só o instrumento de vista, não é unicamente o aparelho do ver. Participa nesses organismos coletivos, de quase todas as funções vitais. É, sobretudo, mediante a publicidade que os povos respiram. (...).”
Bonito e sábio, não é mesmo?
Teoricamente sim. Na prática o que vimos, sentimos, observamos e descobrimos na última década é um pouco diferente.
Uma explicação conveniente aqui, da citação de Rui Barbosa:
- Publicidade, vem do latim publicare – Dar publicação, levar ao povo informações de interesse.
- Propaganda, vem do latim propagare – Ou seja propagar, espalhar, tornar público o máximo possível.
                            O primeiro não é considerado como elemento pago. Pois é de utilidade pública. Já a Propaganda é um método de divulgação geralmente paga e hoje, subdividida em várias partes.

                     Veículos de todos os tipos, incluindo agora os virtuais, foram “pagando suas contas” ou “sobrevivendo” graças as “benesses” de governos. Nos três âmbitos da nação. União, Estados e Municípios.
Qual município não conhece um veículo de comunicação que: “se não fosse a prefeitura”, já estaria fechado? Creio que em raríssimos dos mais de 5.600, existentes em nosso país continental.
                   Nossa imprensa remonta oficialmente do império. Porém existiu um pouco antes com uma publicação do exilado Hipólito José da Costa lançara, de Londres, o Correio Braziliense, o primeiro jornal Brasilês — ainda que fora do Brasil. O primeiro número do Correio Braziliense é de 1 de junho de 1808, mas só chega ao Rio de Janeiro em outubro, onde tem grande repercussão nas camadas mais esclarecidas, sendo proibido e apreendido pelo governo.
                    Isto era censura. A censura de hoje é mais fácil e não precisa de tantos “fiscais”: Basta “patrocinar”, literalmente.

                         Entrei na imprensa do Brasil, ainda guri (menino para os gaúchos). Aos 15 anos começo no radiojornalismo. Para as outras áreas foi um pulo. Minha formação jornalística incluía oratória, comunicação de massas, literatura clássica, muitos textos, ainda em latim, ou em espanhol, pois publicações mais exigentes para a formação não existiam no Brasil. Não ao menos no interior de muitos estados. Mesmo cultos como o Rio Grande do Sul. A Língua Portuguesa era muito mais que exigência, era uma imposição. Se você não soubesse escrever, seria apenas um mero ajudante de uma redação. E nesta época já tinha entrado as Mudanças da Língua, 1972. Ou você sabia.... Ou você sabia.
                         Publicar uma notícia era, literalmente, ater-se ao fato ocorrido, com fontes, provas irredutíveis, fotografias – mais tarde as filmagens-, e gravações que ficavam em arquivo. Não era medo da justiça. Era medo do “editor” das notícias do veículo, ao qual se trabalhava. Por quê? 
Eram “carrascos” na área de cobrar uma notícia bem-feita.
Por que a verdade era a única virtude reconhecida. Não existia a subjetividade do redator ou repórter. Era o contido, estritamente no fato. 
Como era antes?

                          O francês Max Leclerc, que esteve no Brasil como correspondente para cobrir o início do regime republicano, assim descreveu o cenário jornalístico de 1889:
"A imprensa no Brasil é um reflexo fiel do estado social nascido do governo paterno e anárquico de D. Pedro II: por um lado, alguns grandes jornais muito prósperos, providos de uma organização material poderosa e aperfeiçoada, vivendo principalmente de publicidade, organizados em suma e antes de tudo como uma empresa comercial e visando mais penetrar em todos os meios e estender o círentação da opinião pública. (...) Em torno deles, a multidão multicor de jornais de partidos que, lonculo de seus leitores para aumentar o valor de sua publicidade, a empregar sua influência na orige de ser bons negócios, vivem de subvenções desses partidos, de um grupo ou de um político e só são lidos se o homem que os apoia está em evidência ou é temível."
(Fontes abaixo. A versão do Google não corresponde a editada pelos autores nas fontes.)
E qual seria a sua visão de hoje. Como leitor?
Enquanto você pensa lembro-lhe:
                           Durante o regime de exceção, governado pelos militares, (como conheci o governo e a história, nego-me ao titular de “regime militar”) ouvi falar e uma vez passou por uma emissora um tal de “fiscal” que eram conhecidos como “censores”. Fora isso. Nada.
                               Os veículos sobreviviam pela seriedade e ética que pautavam suas informações. E desta ética é que vinham propagandas. Pois as publicidades – de órgãos oficiais – não eram cobradas. Por isso publicidade.

                   Seria desonra (ao menos no interior gaúcho) um veículo de comunicação cobrar algo de um órgão público, principalmente uma prefeitura. Desta prática que você deve lembrar, ter ouvido, ou lido sobre um locutor anunciar sem fundo musical e seco: “Serviço de utilidade pública! ”. Pois era isso mesmo, um serviço para a utilidade do público. Nada era cobrado. Era interesse de cada veículo prestar, mais que o outro, informações para seus leitores ou ouvintes. Um veículo que descobria-se ter recebido algum tipo de “patrocínio político”, simplesmente perdia o respeito e logo desaparecia. 
Se existia? Claro que sim. Mas eram considerados folhetins, com fins politiqueiros.
                       Não precisava haver preocupações com “censores” ou a tal de Censura de algum Governo; A “censura” acirrada dos editores de redação chegava ao ponto de ser cruel com repórteres e redatores. E como aprendi na prática antes da teoria, foi com estes que descobri verdadeiros mestres. Eram simplesmente jornalistas muito cultos, versados em literatura clássica. Falavam além da Língua Portuguesa, O latim, o Espanhol, e na grande maioria – dependendo da colonização -Ainda italiano ou Alemão – o germânico. Tinham um poder de síntese que humilharia os “habitantes da rede Twitter”. Eram impecáveis na escrita e na cobrança de seus repórteres ou redatores. Tudo era minuciosamente corrigido.
                       Faço-lhes esta narrativa, pois o que lemos, assistimos, ou ouvimos hoje, fere até os ouvidos não dotados de muito conhecimento adquirido.

                           A Voz do Brasil, era considerado o veículo com as notícias mais sérias que existia em todo o país. O que ali saia não precisava de Diário Oficial. Tornava-se oficial em tudo e para todos.
                              Erros de escrita, de gramática, concordância de todos os tipos, frases desconexas, textos incompletos sem um mínimo de beleza permeiam jornais, revistas, sítios e diários (blogs) em todo o país hoje. Tudo parece normal. Basta alguém saber de qualquer coisa, de qualquer lugar, não importando se aconteceu ou não e lá vai para as tais de: Redes Sociais e, a partir disso, os veículos é que correm atrás para dar um enfoque diferençado ao fato. Muitos deles inexistentes.
                          Hoje um jornalista que sai de uma academia dificilmente encontraria lugar em uma redação dos anos 80. Não passaria nem como entregador de jornal. A redação é péssima. Não há concordância. E os fatos... geralmente são inventados para, literalmente, “tapar furos”. (Jargão jornalístico para que não fiquem espaços livres nos jornas)
                            Os grandes jornais até os anos 90 no Brasil, muitos seculares, deixaram-se vender aos partidos políticos ou forma por eles comprados e os grandes redatores, comentaristas, jornalistas de renome se recolheram às suas vidas privadas.
                           Muitos destes conhecemos ainda hoje nas redes sociais. Gosto sempre de dar o exemplo do grande jornalista Carioca Miranda Sá. Hoje faz apenas por diversão, em seu blog, e é um dos mais respeitados, até nesta área – de blogs – em todo o Brasil.
                      Deste quilate, deste valor na ativa, não existem mais. Não resistiram ao poder da ignorância comprada de novos “chefetes de redação” com ternos caros e carros de luxo, comprados por alguém para chefiar o veículo. Em todos os estados temos exemplos deles.
E a nossa imprensa?

                        Ela praticamente, parafraseando o pensador do século 15, teríamos que reinventá-la em um novo Brasil. A que aí está hoje não é confiável.
                Temos diários de notícias na rede mundial de computadores (blogs) com mais seriedade e profissionalismo do que muitos jornais grandes, em nome e estrutura, pois em ética e profissionalismo deixaram de ser há muito tempo.
                  
Cada estado tem o seu jornalista sério e confiável. Vou me ater ao Rio Grande do Sul, com o grande jornalista, escritor e autor de Blog, Políbio Braga, de Porto Alegre. Hoje fonte para divulgação de fatos com ética e responsabilidade em toda a Internet no Brasil.
                     
O que Políbio publicar, sem medo de errar, pode “espalhar”, pois o respeito de seu nome está em primeiro lugar. Algo que era exigido nos anos oitenta. Se perder a honra do teu nome jamais será um jornalista... Ouvíamos isso a todo momento dos chefes de redação.
                              
Como isso é “coisa do passado”, hoje qualquer um tem blog, qualquer um escreve (mesmo não sabendo, e não conhecendo nem a própria língua) misturando as duas ortografias de nossa amada Língua Pátria (sim as duas estão oficialmente em uso. Porem ou usa a antiga ou a reforma) e divulga que tem milhões de seguidores
                                   
Todos parecem terem se tornado igreja e pastores. Todos querem seguidores, não importa para quê.
Quanto ao profissionalismo e o respeito com o leitor, ouvinte ou telespectador.... Bem isso é outro assunto.... Dirão: Deixe para lá, ninguém quer saber disso.
Será?

                             Buscando o pensamento de Walmir Celso Koppe, deixo para você pensar que imprensa o Brasil precisa hoje:
“... O papel da imprensa deve ser o papel da indignação, da cobrança por soluções, da informação criteriosa e discutida, da parceria com a sociedade, da exigência, da perseguição dos resultados, da defesa das leis, da crítica às leis, do processo construtivo de uma organização social aprimorada..., e não o papel medíocre, passivo, abestalhado, desinformante e irritante que se traduz em lançar sobre cada cidadão todas as mazelas pútridas dos governos e dos criminosos comuns, sem ao menos um manifesto de amparo, de apoio à boa sociedade. A imprensa brasileira é como um vento que vira as páginas de um livro antes que se possa interpretar, traduzir e criticar o que nelas está escrito...! ”.
                           
Escrever é quase automático hoje, um simples computador faz isso. Mas fazer imprensa para o público é uma coisa muito mais séria do que pensamos...
Óbvio, para os que sabem que: Pensar não dói...


Entendimentos & Compreensões 
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Fontes básicas citadas:
CAPPARELLI, Sérgio. Comunicacao de Massa Sem Massa, 5a edição, Summus Editorial, 1989, 128 pp.
REVERBEL, Carlos. Evolução da imprensa Rio-grandense (1827-1845), in Enciclopédia Rio-Grandense. Porto Alegre, 1956.
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Konvenios – Vitória – ES
http://konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=27802#.V0r40JErLNM
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br 





quarta-feira, 25 de maio de 2016

#SerieMeritocracia:

Quando As Mulheres 
Merecem Respeito!


"A política é quase tão excitante como a guerra
e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só
pode ser morta uma vez, mas na 
política diversas vezes...!"

Winston Churchill

                  Não costumo escrever, genericamente, sobre a política nacional. Exceto quando for para um discernimento, para um pensar ou olhar diferençado sobre o atual estado do país.
Muito menos separar por gêneros, o Brasilês, na política.

Mas nas últimas duas semanas, principalmente, após o presidente provisório assumir o posto no executivo, ouvimos diversas frases desconexas sobre a participação da mulher no governo.
A participação de qualquer ser na política nacional está, literalmente, atada aos acordos partidários que tomam conta do congresso nacional. E não como pensamos que poderia ser. Como por exemplo por competência ou outras finalidades.
Mas porque todo este preâmbulo?
Vamos começar pela parte feminina dos partidos.
                        Esta semana a indicação do nome da presidente do PSDB Mulher Nacional, Solange Jurema, para presidir a Secretaria de Políticas para Mulheres, saiu de uma reunião entre os segmentos femininos de dois partidos: PPS e o próprio PSDB Mulher, que aconteceu na última quarta-feira (18). Entretanto ganhou vida própria nos últimos dias, com o apoio declarado de pessoas de todas as classes, partidos, ideias e profissões.


Por que Solange? 
Estou fazendo propaganda e tomando partido por Solange?

Não é bem assim. Vamos ver as competências primeiro e...
Vamos ver quem é Solange.
                         Solange Bentes Jurema, que parece de repente unir todas as tribos em torno de seu nome e por que razão é tão importante que seja ela e mais ninguém a presidir a SPM, neste momento em que o Brasil enfrenta uma das maiores crises políticas, econômicas e morais que jamais viveu?
                           Exatamente por isso! Não dá para errar em uma hora dessas e Solange tem a experiência de quem passou a vida lutando pelos direitos da mulher e pelas comunidades em situação de risco. Solange, que sempre pautou sua vida profissional pela preocupação com o universo feminino, foi presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ); esteve à frente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher; foi presidente pró-tempore da Reunião Especializada da Mulher do Grupo Mercado Comum, Mercosul (REM). Em 2002, assumiu a Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher no governo Fernando Henrique Cardoso; mais uma vez pioneira, foi a primeira ministra da Mulher no Brasil.


                         Procuradora de Estado aposentada, Solange Jurema usou sua vasta experiência em gestão pública a serviço de Alagoas, ocupando a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social no governo Teotônio Vilela, entre 2007 e 2010. Foi secretária Municipal do Trabalho, Economia Solidária e Abastecimento da prefeitura de Maceió, na gestão de Rui Palmeira (PSDB). Mais do que um belo currículo, o que chama a atenção em Solange Jurema é o entusiasmo, o brilho nos olhos quando ela descreve o projeto em gestação no momento. A felicidade com que conta a história de uma comunidade paupérrima que teve seu cotidiano transformado a partir do cultivo e processamento de um tipo específico de pimenta.
Porque é isso o que diferencia Solange Jurema de uma burocrata; o entusiasmo. A paixão que ela emprega na transformação da vida da comunidade pobre a partir do cultivo da pimenta é a mesma que usa na proteção de mulheres em situação de risco.

                        Ouvir Solange falar sobre um grupo de mulheres donas de casa, que dependia financeiramente dos maridos, sem perspectiva alguma de melhorar suas vidas e foi resgatado por sua Secretaria Municipal, através de um programa de mulheres rendeiras que, hoje, vende para boutiques do país inteiro, é entendê-la melhor do que qualquer texto conseguiria explicar.

                         Talvez seja por isso que os apoios não param de chegar, quem sabe é essa a razão que faça de Solange Jurema a mulher certa para estar à frente da Secretaria de Políticas para Mulheres. Depois de treze anos, quatros meses e doze dias ouvindo mentiras e números falsos, estamos frente a uma mulher que não enxerga números e sim pessoas, mulheres que precisam de sua ajuda, de políticas públicas efetivas. Que já fez, ao presidir o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e a própria SPM. Está pronta.
                       Enquanto escrevo esta crônica, Brasília, a cidade em que os boatos das quintas-feiras invadiram a semana inteira, dão como certa a nomeação de outra candidata para presidir a SPM. Tudo é possível, em tempos de idas e vindas, de nomeações tão disparatadas que algumas vezes até se pode pensar que o governo do presidente Temer não consulta o Google, para ver se a pessoa indicada tem realmente identificação com o cargo pretendido, ou um currículo imaculado, que o preserve de constrangimentos futuros.

                      Secretaria de Políticas para Mulheres não é um órgão de importância secundária, para ser loteado em função de interesses políticos de ocasião. Dela dependem mulheres que foram estupradas e não têm mais a quem recorrer; vítimas de violência doméstica; mulheres em situação de risco; comunidades femininas inteiras esperando que alguém as enxergue, as resgate, lhes devolva orgulho e cidadania.
                      Lutou-se por 13 anos, 4 meses e 12 dias contra o arbítrio dos governos petistas, houve apoio ao presidente Michel Temer com o desespero dos que sabem que precisa dar certo, que o tempo está se esgotando e não há contemplação para quem se cerca de pessoas com passado duvidoso, para dizer o mínimo. Não abra outro flanco de desgaste em sua administração, a Secretaria de Políticas para Mulheres merece respeito.

                    Agora que os fatos ficam um pouco mais elucidativos. Pense.... Não dói!
Mas a participação nossa, independente de gênero hoje, requer sobretudo uma postura e um caráter à altura de qualquer cargo.... Em qualquer lugar.... De qualquer espécie.
Simples assim.





Entendimentos de um Brasil Consciente

Leituras & Pensamentos da Madrugada
Fonte:
Brasília (DF) – 
E mais: 
[12:30, 25/5/2016] +55 61 9989-9339:
http://oglobo.globo.com/politica/patrimonio-da-deputada-fatima- pelaes-cresceu-125-2690811 … 
[12:30, 25/5/2016] +55 61 9989-9339:
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/32740593/fatima-lucia-pelaes/atualizacoes … 
[12:30, 25/5/2016] +55 61 9989-9339: 
http://veja.abril.com.br/infograficos/rede-escandalos/perfil/fatima-pelaes.shtml …

Arquivos da Sala de Protheus.

domingo, 22 de maio de 2016

#SerieCidadania:

Assim como Nunca Dantes... 

Agora e Sempre na História...

“Recuperamos a confiança no desenvolvimento.

Não é mais uma questão de esperança, apenas.

Nem é euforia passageira pelos dois bons anos

que acabamos de ter. Este ano será melhor.

O ano que vem, melhor ainda. Hoje não há
especialista sério que preveja para o Brasil
outra coisa que não um longo período
de crescimento”.


Fernando Henrique Cardoso (01/01/95) –

Discurso de Posse 1º Mandato. 


" O que nós dizíamos, eu vou repetir agora, é que

nós iremos recuperar a dignidade do povo brasileiro.

Recuperar a sua autoestima e gastar cada centavo

que tivermos que gastar na perspectiva de melhorar

as condições de vida de mulheres, homens e crianças
que necessitam do Estado brasileiro.


Luiz Inácio Lula da Silva (01/01/03) –

Discurso de Posse 1º Mandato.



Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional:

milhões de empregos estão sendo criados; nossa taxa

de crescimento mais que dobrou e encerramos um longo

período de dependência do FMI, ao mesmo tempo em que
superamos nossa dívida externa. Reduzimos, sobretudo,
a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de
brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros
milhões a alcançarem a classe média.


Dilma Vana Rousseff (01/01/11) – 

Discurso de Posse 1º Mandato.



                                      Por mais que me esforce em socializar a função do Estado no tocante à Economia, não consigo esquecer alguns preceitos básicos. Não aqueles aprendidos nos bancos universitários nas cadeiras das Ciências Econômicas, mas na condição de morador da periferia e ganhador de um salário mínimo mensal, que certamente são aqueles mais duros e sábios, pois que aprendidos com o bolso e o “couro”.

                                   Quem conta com um orçamento limitado para fazer face ao suprimento das suas necessidades básicas de moradia, (aluguel), alimentação, transporte e educação, (afinal nem tudo na escola algum dia foi pago pelo Governo), sabe o tamanho exato do seu “superávit primário necessário” para atender as necessidades, sem qualquer possibilidade de dar “pedaladas”. No meu tempo ainda não existiam empréstimos bancários populares e nem tampouco cartões de crédito.
                                       É desnecessário dizer que no “fim do dinheiro” ou faltariam pagamentos ao locador, por isso naqueles tempos a Lei do Inquilinato era uma política pública, ou se andaria a pé e sem refeições de almoço por muitos dias no mês. Entretanto, a primeira vítima era sempre a escola, fator de recondicionamento social, a primeira a ser cortada. Eram tempos de “disciplina fiscal pessoal rigorosa”.

                              Lembro-me em especial de uma aula na faculdade da disciplina de Contas Nacionais, isso lá pelos idos de 1973, quando nosso professor ensinava: “Uma nação crescentemente endividada é reflexo de uma sociedade crescentemente endividada. A indisciplina fiscal individual contumaz somada nada mais é que o reflexo do exemplo de uma prática contumaz corriqueira do Governo”. Isto se reflete no tamanho dos “cheques especiais” tomados pela sociedade e pelo Governo representados pelo endividamento. Por Governo, aqui incluo a todos: Federal, Estaduais e Municipais.

                              Nos últimos 132 meses, (janeiro 2005 a dezembro 2015), a Dívida Pública Bruta pulou de R$ 1 trilhão para uma estimativa agora em abril de 2016 de cerca de R$ 4 trilhões, o que significa um acréscimo de R$ 3 trilhões. Se descontarmos as reservas internacionais do período ainda assim teríamos um acréscimo de R$ 1,7 trilhões. Ressalte-se que esse valor deve ser acrescido da arrecadação total do período para termos a real dimensão dos dispêndios públicos. Segundo o site do Impostômetro somente nesse mesmo período a União arrecadou R$ 15 trilhões equivalentes ao valor de três PIB’ s de 2015, (R$ 5,5 trilhões).


                           No site www.tesouro.fazenda.gov.br temos a definição: Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, bem como para realizar operações com finalidades específicas definidas em lei. 
                        Desta maneira somadas a arrecadação e o crescimento da dívida teríamos R$ 16,7 trilhões queimados, porém vamos arredondar isso para R$ 17 trilhões somando o “buraco” da meta fiscal que o Presidente Interino vai passar ao Congresso de outros R$ 170 bilhões, e mais alguns esqueletinhos que vão aparecer, tipo Eletrobrás, o endividamento monstro da Petrobrás e outras “brás” da vida. Transformando em dólares americanos teremos um pouco mais que o PIB de 2015 do Japão, (US$ 4,1 trilhões), com a contribuição média de US$ 18,63 milhares por brasileiro.

                        Os militares foram acusados de endividar o Brasil em US$ 100 bilhões para provocar um Milagre Brasileiro comprovados pela infraestrutura física e social implantadas nos anos 70. Já este endividamento monumental atual que benefícios trouxe?

                       Como é rico nosso Brasil ... e como somos endividados e pobres nós os brasileiros.

                     Comecei esta crônica com os discursos de posse dos nossos três últimos presidentes democraticamente eleitos, que neles nos passaram a imagem de um país em desenvolvimento consistente e rumo ao seu grande futuro. Temos decorrido um período de 21 anos e sem que divisemos no horizonte aquele futuro tão risonhamente anunciado nas previsões eleitoreiras otimistas.
                             O Brasil nunca conseguiu “ciclos de vacas gordas” duradouros. São sempre um máximo de cinco anos cercados por longos “ciclos de vacas magras” e isso é definitivamente associado à falta de planejamento do uso do dinheiro público a longo prazo. É o “sonho salvacionista” de cada novo eleito, que irresponsavelmente define a nossa “via crucis” econômica.

                               Entretanto, o mais incrível é que a “base governista” no Brasil consegue transitar do neoliberalismo ao centralismo econômico desde que recompensada por verbas e cargos sejam eles concedidos por FHC, ou Lula ou Dilma e eles tem a coragem de se identificar como nossos representantes. Sempre demos um valor desmesurado ao Executivo concedendo-lhe um “limite de responsabilidade” irresponsável e nos esquecemos de escolher um Congresso Nacional, que cumpra sua finalidade constitucional.

                             Que tal repensarmos todo esse sistema e redefinirmos a partir das urnas os “cercadinhos democráticos” para que o dinheiro do contribuinte seja olhado como o faz uma “dona de casa da sociedade”?

                        Os destinos e decisões estão sempre nas mãos da sociedade e parece que na República ainda não nos demos conta disso.



Das Percepções & Pensamentos Partilhados

Antônio Figueiredo - Escritor &; Cronista -

São Paulo – SP.

Arquivos da Sala de Protheus.

Obs..:
Todas as obras publicadas na Sala de Protheus
São de inteira responsabilidade de seus autores.
O Editor!

quarta-feira, 18 de maio de 2016

#PensarNaoDoi:

A Sofisticação da Simplicidade!
“...A simplicidade é o último
grau da sofisticação...!”

Leonardo da Vinci.

Charles Dickens disse: Um fato maravilhoso para refletir é que toda criatura humana é constituída para ser o grande segredo e o mistério para todos as outras.
                          O romancista inglês do século dezoito, que adotou o pseudônimo Boz, no início de suas atividades literárias foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana.
Para quem não lembra seus maiores clássicos são Um Conto de Natal, Oliver Twist, Christmas Carol e David Copperfield.
Morreu em junho de 1870, sepultado no Poet´s Corner (Esquina dos Poetas), na Abadia de Westminster. Na sua sepultura está gravado:
“ Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos ...!”
                         Para quem conhece a literatura clássica, parafraseando sua biógrafa, Claire Tomalin, Charles sempre será amado pelas pessoas comuns, que sabem que eles está ao lado delas.
                         Claro que nenhum socialista deve ter lido Dickesns, teria a sabedoria perfeita para estar entre os que tanto “defendiam”. Fui Irônico agora, propositadamente.
                          O que pego de “gancho” deste genial romancista inglês é a sua sabedoria dotada de uma classe divina, simplesmente com escritos fantásticos lotados de sofisticação e dirigido à classe mais pobre dos ingleses. Em sua época.
Daí surge a frase em epígrafe que todo mundo utiliza.
                        Suas obras principalmente a mais conhecida, Um Conto de Natal, e simplesmente algo fantástico de ser lido, e com uma classe e sofisticação natural. Daí se tira que todo ser com classe nasce. Não se aprende a ter classe.
                        Você pode até fazer curso de boas maneiras, de etiqueta, como utilizar até dez talheres, 3 copos e mais duas taças em um fino jantar. Mas para olhos observadores, saber-se-á, no exato momento de pegar o talher se você tem classe ou aprendeu. Com isso é artificial.
                           Os cumprimentos rotineiros, as frases mais usuais no dia a dia das pessoas podem ou não serem dotadas de um refinamento – que a grande maioria chama de frescura – e com elas uma classe, uma sofisticação.
                        Você pode tomar chá da tarde – costume dos ingleses que trouxeram do Oriente – na praia de bermudas e chinelos. Sem problema. O que vai diferir da classe é como você faz isso.
                      Uma xícara e um bule com seus pratinhos e alguns salgados ou doces, devidamente colocados em tigelas de acordo, darão na simplicidade uma certa classe que trará a sofisticação.
                              Isto não quer dizer quer dizer que você não possa tomar chá em um copo de vidro qualquer. Não é esta a questão. Estamos falando de classe.
                            Os gaúchos – mesmo tendo a fama de grosseiro e até fanfarrão – Jamais deixam uma mulher entrar em um carro sem abrir-lhe a porta antes. Jamais senta à mesa sem retirar a cadeira para uma dama. Serve primeiro a dama e espera que ela aprecie primeiro, tanto a bebida quanto a comida.
                             Fomos ensinados e casa a sermos assim. E diziam apenas que era gentil um “peão” – rapaz – agir assim com uma “prenda” - moça-. E levamos isso conosco até hoje.
                                  Quanto você, de outro estado, vir a serra gaúcha – moda agora no inverno – verá que a maioria dos restaurantes de Canela e Gramado, no café da tarde, famoso em Gramado, todos estes detalhes estarão a mesa para todos.
                         Região colonizada por italianos trouxeram de seus antepassados estes costumes da Europa.
                                 Se você for para a região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, como Joinville, Brusque ou Blumenau além de outras cidades de colonização alemã, verá mais detalhes ainda. Pois as mesas terão toalhas rendadas, assim como os guardanapos. As tolhas e as roupas de cama dos hotéis conservam este bom gosto.
                                   Mas isso tudo não quer dizer que você precisa andar em um carro de milhões de reais, roupas de nomes famosos para ser de classe e ter sofisticação.
Muito pelo contrário. Geralmente é nestas “máscaras” que se escondem a pobreza de detalhes e grossura dos seres humanos. 
                                       O Brasil é campeão nisso tudo. Os famosos novos ricos, então, nem se fala. Basta comprar uma roupa famosa, um carro de valor alto e lá vai o fulano.... Achando-se sofisticado. Ledo engado.
                                     Daí a famosa frase: "Você pode ter saído de uma vila, mas a vila jamais sairá de você.! ”. Presenciamos isso na última década.
                                Esta classe, este refinamento está exatamente nos detalhes. E isto vem de berço, da educação dos pais. Não se aprende nem em curso de etiquetas. Caso contrário políticos, muitíssimo bem remunerados, ao menos falariam bem, sem erros e saberiam dar, no mínimo, um nó de gravata descente, em meio aos seus caros ternos, pagos por nós.
Não é esta a questão. 
                                O que mais está faltando em nosso povo hoje, principalmente, digamos, neste início de um novo tempo, pós-comunismo de quinta categoria é uma espécie de gentileza.... De bons gestos.... De sorrisos sinceros.... De cumprimentos doces com o olhar.                                         De pegar na mão como se estivesse segurando uma flor. De sentar à mesa, mesmo em um shopping com um pouco de educação e não como se estivesse em uma “barraca de praia”.
                                  Tudo isso é notado por quem tem um pingo de classe e educação. Um simples olhar sorrateiro e genérico sobre o lugar e sabemos exatamente onde estamos e quem frequenta.
                                  E ensinar isso aos filhos não é frescura. É obrigação. É assim que se faz seres refinados, educados, com classe, que tratarão os outros da mesma forma. E tal qual bola de neve, vai se formando um grupo sofisticado. E isto não é a tal de “elite” tão propalada pelas colunas sociais (geralmente pagas para dizerem as asneiras que falam), muito pelo contrário; isto é uma necessidade tão emergencial em nossa so ciedade, cuja carência nota-se em todos os lugares.
                                      Ceder o assento em um ônibus público para uma senhora ou pessoa de idade, ou ainda grávida, é sinal de respeito e de educação vinda de casa, da família.
                         Respeitar os sinais de trânsito e suas regras, assim como a faixa de pedestres, ceder seu lugar na fila de banco.... Enfim os exemplos são vários.
Mas cada gesto destes, quando efetuado, é captado por muitos olhos que forma uma impressão direta de sua personalidade e principalmente de seu estilo cidadão.
                   Torna-se apropriado hoje, principalmente no caos do ensino das escolas, ter um tempo para estes pequenos detalhes com filhos e netos.
                  Adequá-los ao que se foi criado e não a uma horda selvagem que sai em shoppings, cinemas, restaurantes e parques como uma turba fazendo arrastão.
Não. Podemos sair em grupos, mas com uma determinada classe, um pouco de refinamento. E isto está com os que ganham pouco também.
                  Era isto que Dickens se referiam em seus romances e contos. Claro que ele falava de um povo cultíssimo, os ingleses. Mas quem disse que não podemos ser assim?
                  Podemos admirar a beleza de uma mulher passando, mas com classe, quase como um elogio a ela, e não a vulgaridade do olhar baixo e com comentários insinuosos e mais toscos ainda.
O mesmo vale para as mulheres. Para os adolescentes.
                  É de um tipo assim de sociedade que estamos precisando hoje, depois de mais de uma década de grossura sórdida de todos os tipos indo cá em baixo onde vivemos até os três poderes da república.
                Glória Kalil é conhecida no Brasil exatamente por sua educação primorosa e sua sofisticação. Em Pedidos de Perdão, Glória deixa a sugestão:
“.... Fazer alguém esperar sem uma desculpa séria, sem um motivo importante e, principalmente, sem um telefonema no meio do caminho para justificar o atraso, é uma prova de arrogância e falta de civilidade. Está aí uma boa hora para usar o celular...! ”
Viu alguma dificuldade nisso?
Não? Ótimo. Que tal sermos um pouco mais educados...
Um pouco mais sofisticados... Mesmo em nossa pobreza financeira?
Pensar não dói... Sofisticação também não!


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Transpirado de um ser de classe e sofisticação
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Vitória – ES.
http://konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=27791#.VzywSpErK00
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

sábado, 14 de maio de 2016

#PensarNaoDoi:

“ Honra & Dignidade! ”

“... A dignidade pessoal e a honra não
podem ser protegidas por outros.
Devem ser zeladas pelo indivíduo
em particular...!”

Mahatma Gandhi

O que é honra e dignidade nos dias atuais?
Será que todos os seres que “perambulam” pelas ditas “redes sociais”, em sua grande maioria já pensaram sobre se tem tais virtudes ou não? Será que conhecem um pouco de sua estrutura moral?
Será que os seres que tentam “descortinar” este Brasil atolado em corrupção e ausência total de valores de humanidade conseguem parar um pouco para pensar sobre o que tem? Sobre o que herdaram ou não de seus pais? O que aprenderam com seus professores?
Será que estes “repetidores” de “copia e cola” e manda à frente, sabem exatamente o que estão fazendo? E se seus filhos os observassem? O que Eles diriam?
                               Sou gaúcho e aprendi desde tenra idade: jamais dê sua palavra se não for cumpri-la. Você perderá sua honra e sua dignidade.
Mas o que é honra?
                             Ora, em qualquer dicionário simplório você encontrará este substantivo feminino dizendo que é o princípio que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade. Também é uma consideração devida a uma pessoa que se distingue por seus dotes intelectuais, artísticos, morais; privilégio.
Vou colocar um exemplo.
O “ilegal” “Jogo do Bicho", prática popular no Brasil inteiro. Você simplesmente faz uma aposta, que é anotado em um “bloquinho”, por um “recolhedor”, que coloca uma letra só como assinatura. E se você ganhar, não precisa ir procura-lo. Ele vem trazer seu prêmio de direito.
Diferente de todas as jogatinas ditas “oficiais” que conhecemos no Brasil. Por tanto este tal de “jogo proibido” é completamente honrado e trabalhado com dignidade. Mesmo que digam que os grandes “bicheiros”, também chamados de “donos de Bancas” financiem o crime. Ora depois de vários crimes cometidos por todos os políticos no Brasil parece que também teremos que rever outros conceitos.
                                  O gaúcho tem até hoje estes valores. E lhe são por demais caros. Uma palavra dada é mantida pelo “fio de bigode” como diziam os antigos. Ou seja: o que foi falado jamais será descumprido. E honra nisso é maior do que registrar em cartório, pois a dignidade do sujeito está ligada a isso tudo. E se alguém perder tal honra. Perde tudo.
                               De nossa educação – quase toda ela com base religiosa – aprendemos desde pequeninos a: “Honrar pai e mãe”. Isso é sagrado. Não é discutível. Cumpre-se com prazer pela dignidade que isso representa e pronto.

                            O Gaúcho ainda marca um horário e chega no mínimo 10 minutos antes. Se for com uma dama pior ainda.... É muito caro a imagem de honradez e dignidade perante uma Prenda para o Gaúcho. Ele pode não ter dinheiro nenhum, ser um, literalmente “sem nada” em termos financeiros e econômicos, mas se tiver honradez e dignidade é um homem riquíssimo.
                            Os da minha geração que conseguiram passar isso tudo para seus filhos, orgulham-se de ter-lhes deixado a maior e melhor herança possível no mundo.
Um pai quer seu filho dotado de todos os principais valores para que enfrente o mundo com altivez.
                              Pode-se afirmar sem medo de errar que ser honrado é julgamento que determina o caráter de uma pessoa exatamente: se ou não a pessoa reflete honestidade, respeito, integridade ou justiça.
                           Dr. Samuel Johnson, definia honra como tendo vários sentidos, o primeiro de que eram “nobreza de alma, magnanimidade, e um desprezo a maldade”. Esse tipo de honra decorre da percepção da conduta virtuosa e integridade pessoal da pessoa dotada com ele. Por outro lado, Johnson também definiu em relação a honra a "reputação" e "fama", aos "privilégios de classificação ou nascimento", e como "respeito" do tipo da que "coloca um indivíduo socialmente e determina o seu direito de precedência”.
                              Eis a honra que fomos ensinados a ter. Eis a dignidade que fomos exemplarmente mostrados a mantê-la.

                                     E eis o que mais está faltando nos políticos e na maioria dos eleitores, que em desonra a seu próprio nome, a de seus pais e de seu País doa seu voto, consequentemente, sua assinatura para que sujeitos “desonrosos e desclassificados”, exerçam um poder. Dos quais depois dependerá que uma tal de “justiça”, na maioria das vezes dotada destes mesmos seres julgue o que o “eleitor não gostou”.
Eis as ambiguidades de nossa cultura causada pela ausência de educação familiar e, completa, no sistema de ensino.
                             E isso vai além; nas relações internacionais contemporâneas, o conceito de "credibilidade" assemelha-se ao da honra, como quando a credibilidade de um estado ou de uma aliança parece estar em jogo, e políticos vinculados em honra pedem medidas drásticas.
                                         O conceito grego antigo de honra (timē) incluía não apenas a exaltação dos que recebem uma honra, mas também a superar uma vergonha pelo ato de arrogância.
                            Meu pensador predileto Nietzsche, deixou registrado em A Gaia Ciência: “Quem aqui entra, faz-me uma honra; quem não entra – um prazer”.
Ficou um pouco mais fácil para seus pensamentos agora? Então pode analisar o Brasil como um todo atualmente. Mas antes, por favor, comece por sua casa... Sua família... Sua comunidade... Seus amigos. 

Todos se comportam ou tem estes valores tão caros?
Ao sair à rua, respeita as faixas de seguranças e sinais de trânsito?
Concede espaço em filas às pessoas mais velhas ou deficientes?
Se encontrar qualquer ato negativo, em qualquer destas ações mais simples, creia-me. Estás colocando tua honra e dignidade em jogo.
                               Quanto ao ser como eleitor, pense muito nisso. Pois além dos que tu ama, tem um povo inteiro, um estado... Todo o Brasil que depende de atos tão primários quanto a ter honra e dignidade nas eleições e cobranças de políticos, estes atualmente, desprovidos de todas elas.
Pense... Ainda não dói...


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Fontes:
Dr. Samuel Johnson, em A Dictionary of the English Language (1755).
A Gaia Ciência – Nietzsche –
Coleção Pensadores – Nova Cultural – 1991. 
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Vitória – ES.
http://konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=27769
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

terça-feira, 10 de maio de 2016

#SerieCidadania:

Que Aurora é Essa?


"...O novo sol róseo nascente de hoje 

e o velho sol escarlate poente de ontem

são o mesmo sol. Fazer o novo acontecer 

não depende do sol, 
mas de cada um de nós...!"


O Autor 

                              A visão poética sempre colocou no novo amanhecer a esperança de um novo tempo e o homem, na maioria das vezes, para compensar suas frustrações e desesperanças, atribuiu ao sol o condão de no seu périplo pelo universo e em cada uma das voltas completas da rotação da terra a cada novo amanhecer de ser um agente renovador. Idêntico comportamento tem tido o “homem brasileiro” no que tange à Política. Estamos sempre aguardando e aportando nossas esperanças e anseios em uma “nova aurora política” e seu “sol renovador”. Nos dias atuais esse sol chama-se Michel Temer.
                       Sabe-se hoje pela teoria do Big Bang, que uma grande explosão inicial foi juntando a poeira cósmica e com ela se foi construindo dinamicamente o Universo, que assim e até os dias de hoje se organiza e harmoniza. Explosão e renovação.

                       É exatamente isso que acontece na Política Brasileira atualmente e em especial no dia de hoje com a votação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff no Senado. Na ultima quarta-feira pode ter havido o “big bang” político brasileiro, mas aqui vamos questionar a qualidade da “poeira cósmica congressual” com a qual se construirá essa nossa “nova Democracia”.


                           A Natureza em sua sabedoria original constituiu essa poeira de todos os mais diferentes elementos químicos, que possibilitaram não só a existência de vida, mas tudo o que é necessário para sua manutenção. A dúvida aqui é se a matéria prima política de que dispomos é suficiente e capaz para essa nova oportunidade destrutiva/construtiva de formação de uma nação nos moldes, que organize e harmonize em igualdade e fraternidade o povo brasileiro.
                        Entretanto, é pela desconfiança da qualidade da “poeira política” do “universo Brasilis” totalmente contaminado conforme indica a coleta de amostras da Operação Lava Jato, tão brilhante e competentemente desenvolvida por parte da PF, PGR e JF, que não nos dá a segurança de que a sustentabilidade democrática vital neste “planeta” continuará a ser nada além de precária. Os gases da corrupção que emanam do subsolo da Praça dos Três Poderes em toda sua extensão dificilmente sustentarão satisfatoriamente a “vida política”, que todos nós desejamos e talvez esse “big bang” não passe de um novo “traque”. Ainda não será desta vez, que o ar será a mistura adequada o suficiente para arejar a política brasileira.


                           O que falta e sempre faltou nessas forças gravitacionais geradoras da confusão e consequente ordem é o dinamismo de uma maioria participativa, representada pela “ação cidadã”. A omissão cidadã sempre deu espaço às forças que têm se incumbido de escolher por nós nossas vontades e destinos.
É isso que queremos que continue a prevalecer e ordenar nossa vontade?

                  Ultrapassada esta quadra histórica nos sentaremos e ficaremos aguardando as promessas dos “novos amanheceres”, ou manteremos nossa vigília cívica, bandeiras e voz nos manifestando pelas avenidas paulistas deste Brasil pelas causas, que efetivamente são importantes?

                         A questão atual não é mais de quem queremos tirar ou colocar ou que queremos individualmente substituir. A busca deve ser por candidatos e mandatários que efetivamente sejam “fichas limpas” por caráter, o que seria muito raro nos dias de hoje, mas que seriam integrais respeitadores das leis por suas consequências muito bem estipuladas.


                           Além disso, que o sistema de representação fosse tal que cada cidadão individualmente e em qualquer ponto do território nacional se sentisse realmente representado detendo a proximidade e controle do seu representante na proporção exata dos diferentes Colégios Eleitorais de cada Estado da Federação. Esse é o caráter do Voto Distrital.
             Os últimos dias tem nos mostrado, que é a desproporcionalidade da representação, que lota o Congresso Nacional de figuras bizarras e compradas a qualquer preço para tentar fazer valer o interesse do “poder de plantão”.

                         Falar em golpe ao se utilizar dos preceitos moralizadores e normalizadores da Democracia é querer dar um “poder imperial” a um mandatário, que ainda que respaldado pela maioria dos votos, descumpre os princípios básicos do nosso regime. A votação recebida é a dimensão da confiança e esperança depositada. Já o “impeachment” nada mais é que o “cartão vermelho” a um “craque” contratado a peso de ouro e votos, mas que se comporta como um peladeiro no “jogo democrático”.

                           Essa é a nossa grande responsabilidade atual. Não baixarmos a guarda e nem tampouco relaxar na fiscalização de quem está a “nosso serviço” no poder.

Venha quem vier, ainda é o “povo” o grande soberano!



Das Percepções & Pensamentos Partilhados

Antônio Figueiredo - Escritor & Cronista -

São Paulo – SP.

Arquivos da Sala de Protheus.


Obs..:
Todas as obras publicadas na Sala de Protheus
São de inteira responsabilidade de seus autores.
O Editor!