domingo, 26 de fevereiro de 2017

Perfeições Imperfeitas...

 #Sentimentos:

Perfeições Imperfeitas...
                               
“... Homem, imperfeição passageira.
Terra, símbolo pálido de seu criador.
Alma, coisa intangível a debater-se
fadigada em busca de libertação nos
braços acolhedores de Deus.

Morris West

Festejos parecem não ter fim.... Arruma-se motivos variados para que haja festas. Em meio a elas tristeza, mágoas guardadas, sentimentos variados de pessoas, como qualquer um de nós, imperfeito..., mas em uma ânsia de buscar a tal perfeição.
Quem inventou a perfeição? Fora Ele, em sua perfeita criação? Seriamos nós as criaturas feitas à Sua perfeição?
Sinto-me arrogante pensando assim. Não consigo ver nada perfeito que não seja da natureza.... Dos animais... Até mesmos dos insetos.
Mas nós, os ditos “humanos”, somos tão pretensiosamente arrogantes que queremos uma perfeição inexistente e por isso imperfeita...
Por que tudo isso? Por que precisamos estar correndo atrás de uma felicidade constante? Por que não nos satisfazemos com pequenas coisas.... Com simples acontecimentos.... Como as crianças sentem-se perfeitas em um simples balanço em uma arvore.... Ou em uma cantiga de roda. Elas não se preocupam com nada... Não buscam está tal de “perfeição”... Elas estão na perfeição da infância.
                                       
Mas daí surge alguém que nos diz: Você precisa ser adulto; você não é mais criança; agora você tem responsabilidades...
E esta resposta às nossas verdadeiras habilidades parecem sumir.... Serem esquecidas em algum lugar do tempo.
Nos encantávamos com o simples voo de um pássaro, acompanhando as famosas térmicas.... Simplesmente planavam... E quando não os enxergávamos mais, ficávamos vendo imagens, centenas delas nas nuvens se formando.... Ora pareciam um cavalo.... Ora pareciam uma casa.... Ora pareciam um rosto de menino brincando... E perdemos isso. E perdemos as perfeições das coisas simples.
Nos tornamos perfeitas imperfeições em um mundo adulto que quer explicação para tudo. Principalmente o que não entende.... Isso fica de lado, afinal não é importante e perde-se tempo.
                                                
Crescemos? Não sei.... Creio que fomos colecionando idade, tempo passando, marcando-o como se fosse um placar da vida...
Eu tenho fome do tempo...
A divina escritora mineira Adélia Prado, costumava definir que (...) o amor, cai na simplicidade bela de definir que o amor é miudezas(...) “ o amor é feito de miudezas, e ele é tão miúdo, que se não tomarmos cuidado, vamos pisando nele pela vida afora…”
Quem sabe em nossas perfeitas imperfeições é disso que vamos nos esquecendo com o tempo. Aliás sobre o tempo a escritora disse:
“A mim que desde a infância venho vindo como se o meu destino fosse o exato destino de uma estrela apelam incríveis coisas: pintar as unhas, descobrir a nuca, piscar os olhos, beber. Tomo o nome de Deus num vão. Descobri que a seu tempo vão me chorar e esquecer. Vinte anos mais vinte é o que tenho, mulher ocidental que se fosse homem
amaria chamar-se Eliud Jonathan. Neste exato momento do dia vinte de julho de mil novecentos e setenta e seis, o céu é bruma, está frio, estou feia, acabo de receber um beijo pelo correio. Quarenta anos: não quero faca nem queijo. Quero a fome”.
Fernando Pessoa disse: “Tenho fome e extensão de tempo, e quero seu eu sem condições...! ”.
                                  
Na eterna tentativa e busca de perfeições que acabam se tornando todas imperfeitas, assim como esta amada mineira.... Eu só quero fome.... Muita fome.... De vida.... De alegrias incontidas.... De crianças correndo.... De amor sendo derramado pelos poros dos seres...
Acho que minha fome já é uma gula... E se a for, é um pecado.
Não gosto de pecados.... Prefiro a pureza da minha criança que ainda está dentro de mim....
Ela sabe que pensar não dói.... Ser feliz em alguns momentos.... Já estou satisfeito...
Já bastam...



Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Citação de parte do Poema O Tempo.
Adélia Prado – Minas Gerais.
Arquivos da Sala de Protheus

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Adeus a Doutrinação!

#SOSEducacao:

Adeus a Doutrinação!

                                 
“...Brasil é um lugar onde pensam que

educação é sinônimo de escola.
E político é eleito apenas por
defender a construção delas...!”



S. Breguêdo

Enquanto escrevia, o Congresso aprovava as medidas de “Reforma do Ensino Médio”, no Brasil!

Este Congresso não representa mais ninguém, moralmente e legalmente. 
O "legalmente" quanto grande parte deles estão sendo investigados.... Se sobrar é algo, em torno de meia dúzia, dos mais de 550 seres que não merecem ser chamados de parlamentares, para não ofender pares de outros países onde funcionam como representantes dignos do cidadão.
Junto com o professor Catarinense Nelson Valente, criamos, nas Redes, a hashtag #SOSEducacão e nos últimos 5 anos estamos batendo nesta tecla.
A reforma do Ensino Médio é basicamente querer mudar o adolescente pela “criança” que ele não teve.
Não vão fazer alteração na base (Ensino fundamental) por quê?
Fácil!



Desde o início da década de 70, Freyre introduziu o Marxismo e o Gramscismo nos projetos de ensino do MEC, e nas cabecinhas que hoje todos conhecem como “gentalha esquerdalha”.
Seus “projetinhos”, que conhecemos nos últimos 13 anos era de nos transformar em Republiqueta de ditadozinho barato, à exemplo de vários países da África.
Os regimes marxistas ruíram na Europa depois de quase um século de opressão e miséria. Sua vertente cato comunista da Teologia da Libertação impregnou, no entanto, a Igreja da América Latina e penetrou na política partidária do continente, com a ajuda da Universidade e de intelectuais devotados à causa, como os seguidores dos frankfurteanos, dos pós-modernistas e dos desconstrucionistas. 
E nós? Ficamos quietinhos com raríssimas exceções que logo foram caladas. De uma forma ou outra. Hoje o projeto “contaminou” todos os setores da sociedade e precisamos de tratamento em termos de “pandemia”, pois generalizou.


O professor Nelson Valente, quando indagado por mim, que desse dez sugestões, sim um decálogo (já que é moda desde Lenin) para melhorar o nosso ensino.
Ele foi curto e grosso! (se me permitem utilizar o jargão gaúcho)
Disse o professor: 

                                                 Defendemos o decálogo:

1. Criar cursos técnicos, de acordo com as necessidades do mercado de trabalho e reservar 800 horas para a sua ministração, na 3 ª série, deixando a escolha a cargo dos alunos;
2. Preparar professores para os cursos técnicos;
3. Elevar para 70% o domínio de Matemática e Leitura, num prazo de 5 anos;
4. Ampliar o número de escolas de tempo integral, com professores de dedicação exclusiva e salários compatíveis;
5. Considerar o potencial da educação a distância. O Brasil tem, hoje, 1,1 milhão de alunos frequentando os vários cursos dessa modalidade;
6. Construir bibliotecas e laboratórios, especialmente de informática;
7. Criar, dentre os gestores escolares, o cargo de Inspetor de Qualidade de Ensino (IQE), para acompanhar adequadamente o cumprimento pleno do currículo escolar;
8. Cuidar efetivamente da assistência aos alunos portadores de necessidades especiais, incluindo-se as altas habilidades (superdotados);
9. Oferecer bônus aos professores e especialistas por resultados;
10. Corrigir a defasagem idade/série.
Temos também a esperança de que a educação a distância seja também de extrema utilidade no ensino médio.
Agora que você sabe um pouco mais, pense por teus filhos.... Se não for por você.
Afinal, pensar ainda não dói...


Entendimentos & Compreensões

Das Conversas com o Professor
Nelson Valente – Blumenau – SC
Publicado originalmente no Grupo Kasal
Konvenios – Vitória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28570#.WKtWizsrKyI
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Ele Nunca Me Bateu!

#Humanidade:

Prólogo:

Esse artigo nasceu, inicialmente, com objetivo de atingir mulheres evangélicas e /ou católicas, visto estarmos nos dedicando a estudar e trabalhar com a temática da violência doméstica nesse grupo especifico. Mas, o texto pode lembrar sua amiga, sua parente, até você mesmo, em relações heterossexuais ou homoafetivas. E, também homens podem passar por relacionamentos abusivos. Estima-se que 14% de homens passam por violência doméstica, da qual a principal é a violência psicológica.

A Autora!

Ele Nunca Me Bateu...
                                                
Talvez você tenha ouvido essa frase de uma amiga, de uma parente, da mulher que congrega na sua igreja ou quem sabe você mesma tenha dito esta frase: “Ele nunca me bateu”. Mas, você já perdeu as contas das vezes que ele fez com que você se sentisse inútil e burra.

No início sempre é tudo tão lindo. Resposta as orações. O rapaz, o homem de Deus, dedicado na igreja, frequentador assíduo das atividades eclesiásticas, a família se alegra, a igreja e o pastor também. E você não se contém de felicidade com a sua “benção”. Por isso, quando ele briga com você por causa de suas amigas e amigos, você não se importa, afinal são demonstrações de ciúmes, coisa que passa. Então, ele reclama da sua roupa, do seu cabelo, do batom que você usa. Bobagem, zelo de um homem sério nas coisas de Deus. Se você é extrovertida com seu grupo na igreja, ele começa sutilmente a mudar isso em você, afinal você namora com ele, é um namoro sério, agora você ficou noiva. O compromisso é sério. Talvez não diga nada, mas, a cara emburrada no final da programação e no caminho de casa, faz com que você não queira de forma alguma “magoá-lo” e para a felicidade de vocês... Você muda.
Então vocês casam. Tudo tão perfeito. Lua de mel, primeiros meses de casados. Se você trabalha fora, ele reclama do seu trabalho, quer a casa arrumada, mas, ajuda pouco ou não ajuda em nada. Você engordou, ele faz questão de mostrar isso. Agora você não tem mais tempo para sua família, afinal você está casada, precisa dar conta da casa, dele e de suas “obrigações de esposa”, e é claro das obrigações eclesiásticas, principalmente o acompanhando.
                                          
Se você reclama, enfrenta, ele lembra o quanto te ama, que ele assumiu um compromisso com você, casou com você, afinal, você devia ser grata a ele, de tantas moças na igreja, ele escolheu você! E que você nunca deve esquecer que o cabeça da família é ele. Isso é bíblico. Você lhe deve submissão.

Com o tempo se torna mais agressivo. Nunca te bateu. Mas, já te espancou com palavras. Tudo em casa que dá errado é por sua culpa. Sumiu algo? Foi você. Algo está fora do lugar? Foi você.
Você levanta da cama e não recebe um bom dia: recebe reclamações sobre a casa, a comida ou qualquer outra coisa. Quem vai imaginar aquele homem agradável, de orações belíssimas, grande líder, pregador, cantor... Um “varão de Deus” é um tirano que lhe tortura dia e noite, há anos, psicologicamente, a tal ponto que você passou acreditar que realmente é aquela mulher sem valor algum que ele tanto diz.
Você não tem coragem de pedir oração. O que vão pensar dele? Vai conversar com o pastor e ele diz: “irmã tem que orar mais. É o temperamento do seu marido. Ser mais dócil, mais meiga. ” “A irmã tem que rever seu comportamento, se ele reclama tem algum fundamento. ”
                                                     
E você já fez todas as orações. Todos os jejuns. E dizem para você orar mais e suportar a “sua cruz”, “o sofrimento como Jesus”. Ser mansa e abnegada e o Senhor a recompensará.

Você já se tornou depressiva, já explodiu em doenças psicossomáticas. Tem ansiedade e pânico. A família que vê de longe acha que está tudo bem. Casamento perfeito. E todo mundo acha tudo tão perfeito, que você começa a achar que está maluca, que realmente você é o problema e continua a cair no seu poço de culpa e depressão.
Não, você não está louca! Você é vítima da mais covarde e silenciosa violência doméstica existente: a psicológica. Não deixa marcas no corpo. Deixa marcas na alma. Você deixou de ser você para ser uma marionete manipulada.
Então, você acorda. Quer sair daquilo, ele ameaça seus filhos, vai sumir com eles e você nunca mais os verá. Ele não sabe viver sem você. Ele não tem para onde ir. Você é tudo em sua vida. Ele vai se matar. Ou, você é incapaz de viver sem ele. E você fica por causa dos filhos. E você fica por causa dele, coitado! E você fica com medo de ficar sozinha.
Ele nunca te bateu....



Entendimentos & Compreensões

Das percepções de 
Candida Maria Ferreira da Silva
Assistente social, teóloga, especialista em Infância 

e Violência doméstica pela UFF, palestrante.

Rio de Janeiro - RJ
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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Reforma do Ensino Medio!

#SOSEducacao:


Reforma Do Ensino Médio...

- Medida “precipitada” -
                                                 
“As coisas não são ultrapassadas

tão facilmente, são transformadas...!”

Nise da Silveira – 1905/1999

Médica brasilesa


No ensino público: faltam 400 mil professores no ensino básico (fundamental e médio) no País. A maior carência é para as disciplinas de matemática, química, física e biologia. Há escolas que nem as têm na grade.
O Brasil dá mais ênfase ao topo, o ensino superior, do que à base, o ensino fundamental. O resultado é outra manifestação de instabilidade: a qualidade do ensino superior vem sendo puxada para baixo por causa da má qualidade do ensino médio; e este também vem perdendo qualidade por causa da piora no ensino fundamental.

É necessária cautela na unificação das 13 disciplinas do ensino médio público nacional em quatro grandes áreas do conhecimento - anunciada recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). Pela proposta, prevista para vigorar a partir do próximo ano, as disciplinas serão integradas em ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática.
É uma medida "precipitada" e sugere a criação de um debate na sociedade a fim de aperfeiçoar o projeto e apresentar solução para os problemas crônicos do ensino médio nacional. O que se teme é que o ensino médio fique mais genérico e prejudique os alunos, principalmente os menos favorecidos que não podem estudar em escolas privadas.
A impressão que se tem é a de que, para evitar o problema de evasão escolar, querem baixar medidas sem enfrentar as causas mais profundas do ensino médio.
Pelo meu entendimento, a iniciativa do MEC contraria as novas diretrizes do ensino médio aprovadas pelo Conselho Nacional da Educação (CNE) em estabelecidas na Resolução nº 2/97. Conforme as normas aprovadas pelo colegiado do CNE, os componentes curriculares devem ser organizados em quatro blocos, garantindo a permanência das 13 disciplinas. Isto é, Linguagens, reunindo as disciplinas de línguas portuguesa, materna para populações indígenas e estrangeira moderna; arte - em suas diferentes linguagens (ciências, plásticas e musical) e educação física. Outro bloco é matemática, sozinha. Há também o bloco ciências da natureza que reúne biologia, física e química. Outro é ciências humanas que abrange as disciplinas de história, geografia, filosofia e sociologia. A proposta do MEC de integração das disciplinas do ensino médio sinaliza uma manobra em uma tentativa de "resolver a falta de profissionais" no País. É "temerário" mudar primeiro o currículo para ajustá-lo depois. Sou favorável à inovação e às novas iniciativas, mas essa decisão, no mínimo, é precipitada.
Livros didáticos articulados - Além de considerar precipitada a unificação das disciplinas do ensino médio, considero também prematuras as metas do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2015 as quais preveem a distribuição de livros e material didáticos articulados com outras áreas do conhecimento.
É impossível atingir a meta. O Brasil não tem escritores para escrever esses livros e não estão explícitos os possíveis escritores e atores que poderão contemplar a interdisciplinaridade de textos para o ensino básico.
Defendemos o decálogo:
                                            
1. Criar cursos técnicos, de acordo com as necessidades do mercado de trabalho e reservar 800 horas para a sua ministração, na 3 ª série, deixando a escolha a cargo dos alunos;
2. Preparar professores para os cursos técnicos;
3. Elevar para 70% o domínio de Matemática e Leitura, num prazo de 5 anos;
4. Ampliar o número de escolas de tempo integral, com professores de dedicação exclusiva e salários compatíveis;
5. Considerar o potencial da educação a distância. O Brasil tem, hoje, 1,1 milhão de alunos frequentando os vários cursos dessa modalidade;
6. Construir bibliotecas e laboratórios, especialmente de informática;
7. Criar, dentre os gestores escolares, o cargo de Inspetor de Qualidade de Ensino (IQE), para acompanhar adequadamente o cumprimento pleno do currículo escolar;
8. Cuidar efetivamente da assistência aos alunos portadores de necessidades especiais, incluindo-se as altas habilidades (superdotados);
9. Oferecer bônus aos professores e especialistas por resultados; 
10. Corrigir a defasagem idade/série. 
Temos também a esperança de que a educação a distância seja também de extrema utilidade no ensino médio. 
Os países desenvolvidos, como a Inglaterra, experimentaram unificar as disciplinas do ensino médio sem sucesso. A sorte é que eles têm mecanismos rápidos para reverter uma decisão dessa magnitude. 
O MEC, ao invés de atacar o problema principal que é a de formação de professores, inventa mais uma moda: "modismo" da integração e das disciplinas. O Brasil não tem uma Pedagogia. Tem várias, sobrepostas, muitas vezes sem conexão umas com as outras. A história da Pedagogia brasileira é uma espécie de colagem de modelos importados, que resulta em um quadro sem sequência bem definida. 
Não existe uma pedagogia “pura”, ou seja sem influência de outras pedagogias ou do contexto social em que se desenvolve. Última moda é o Construtivismo, que nem é método pedagógico, mas sim um conjunto de teorias psicológicas sobre as estratégias utilizadas pelo ser humano para construir o seu conhecimento.
Ainda que o conhecimento seja integrado, o estudo tem de ser dado de forma desintegrada porque em algum momento haverá necessidade de se ter todas as bases para formar o conhecimento integral.
A reforma do ensino médio por meio de Medida Provisória evidencia que o governo de Michel Temer está sem rumo. O que me preocupa é que os mesmos que conduziram a desastrada política do MEC na era do FHC estão por trás dessa nova reforma. 

A Lei de Atualização e Expansão do Ensino de 1º e 2º Graus – Lei n. º 5.692, de 11 de agosto de 1971 - o 2º grau, com três ou quatro séries, apresentando uma terminalidade para permitir o engajamento em atividades profissionais de nível intermediário e o aproveitamento de estudos específicos no curso superior. A Lei n. º 7.044, de 18 de outubro de 1982: altera dispositivos da Lei n. º 5.692, de 11 de agosto de 1971, referentes à profissionalização do ensino de 2º grau. Foram muitas as leis definidoras da educação brasileira. Enfrentando muitos atropelos e uma vida média, em geral, inferior a dez anos, sucederam-se as reformas.

A mudança chamou atenção e provocou discussões no país ao incluir a possibilidade de escolha de diferentes trilhas de formação tradicional e técnica, educação integral e autorizar a contratação de professores sem licenciatura, mas que apresentem "notório saber": sem professor habilitado, só milagre!

O que deve ser considerado prioridade no ensino médio, são investimentos pesados na qualificação de professores que possam preparar os alunos antes do ingresso nas universidades. Hoje o indivíduo que conclui o ensino médio não está habilitado a nada. É apenas um generalista não preparado para o mercado de trabalho.




Dos Diálogos com Nelson Valente – 
Professor universitário, jornalista e escritor
Blumenau – SC = 
Publicado Originalmente no Grupo Kasal
Konvenios – Vitória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28552
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Talento Mineiro!



“Talento Mineiro! ”

                                   

“.... Nada no mundo se compara à persistência.
Nem o talento; não há nada mais comum do que
homens malsucedidos e com talento. Nem a
genialidade; a existência de gênios não
recompensados é quase um provérbio.
Nem a educação; o mundo está cheio de
negligenciados educados. A persistência e
determinação são, por si sós, onipotentes.
O slogan "não desista" já salvou e sempre
salvará os problemas da raça humana.

Calvin Coolidge

Era início de tarde, sol alto e céu claro, mas com temperaturas baixas. Sim, o RS neste ano não nos deu muita chance em termos de verão daqueles quentíssimos e abafados.... Estou falando de todo o interior, menos a capital. Lá é abafado, em todos os sentidos, sempre...
Mas o interior gaúcho.... Ah, o interior...
Sinal de mensagem no telefone. Olho e lá está meu bom amigo mineiro Cleber Máximo.
Diz meu amado irmão mineiro.
- Professor, estou no ônibus, entre Sete Lagoas e “Beagá”, termo carinhoso em forma de abreviatura para a capital Belo Horizonte...
- Mas, estava almoçando em Sete lagoas, onde faço trabalhos de consultoria, e profe, a cidade tem este nome exatamente por ter este número de lagoas. 
Não conheço, ainda, o riquíssimo interior mineiro, que assim como o paulista e o gaúcho, tem peculiaridades fantásticas.
Mas, continua meu amigo me contando....
- Me chamou a atenção no restaurante que tinha música ao vivo, o cantor por detrás de um teclado.
Fiquei sem saber “onde” o gaúcho, aqui, entrava no assunto
E Cleber continua narrando seu almoço em Sete Lagoas, nas Minas Gerais:
- Professor, lembrei do senhor (ele não se acostuma que somos amigos e troca os pronomes de tratamento sempre, deve ser base da educação mineira) .... Pois o que vi me levou a Machado de Assis...
Confesso, fiquei cada vez mais curioso com a história de almoço do meu amigo mineiro....
Ele continua:
-(...) Machado de Assis era favelado, epilético, negro…. Tudo para dar errado.... Para não ser nada.
- E professor o que me chama a tenção, o musico.
Cleber se referia a Evandro Abelin, artista setelagoano, de 36 anos, cantor, tecladista, professor de canto e fonoaudiólogo.... Com um detalhe professor; - Esclarece Cleber! - Nasceu cego.
O assunto ficou interessante enquanto meu amigo mineiro continuava sua narrativa de seu especialíssimo almoço.
- Professor Ele nasceu cego, é um homem bonito, bem cuidado e um musico sensacional, canta todos os grandes interpretes brasileses dos anos 80 e também alguns internacionais...
- Tem uma voz melodiosa, muito bonita, tremendamente simpático e meu almoço demorou mais do que o previsto, por isso estou lhe ligando a esta hora.
- (...) para dizer também que, sabendo que o senhor é fã dos anos 80, em termos de música, comprei um CD deste artista mineiro e estou lhe mandando, creio que em poucos dias o senhor o receberá.
Ah, meus amados amigos mineiros.... Tocou-me o coração e a alma em profundidade.
Quatro dias e recebo o CD de Sandro Abelin, Teclado e voz com o título Exaltando a Mulher.
Músicas divinas e com um toque pessoal colocado por Sandro em cada grande cantor Brasilês dos anos 80.
Cego? Creio que se torna apenas um pequeno detalhe, sobre superação que tanto amo nos brasileses.
Sim, cego desde que nasceu.... Que não o impediu de ser um musicista, instrumentista, interprete e ainda um profissional da fonoaudiologia, com CRM e tudo constando do CD além de sua história...
Ops... Esquecidos hipócritas dos “politicamente corretos” ou abestados como diriam os nordestinos....
O Grande artista mineiro Evandro Abeln, não é cego.... É Deficiente Visual.... Pronto hipócritas! Satisfeitos? 
Deixo o endereço de e-mail e telefone para contatos com este grande talento mineiro e exemplo de Brasilês para muitos... E muitos mesmo.
Evandro Abelin, fone (31) 9 9788 4455 ou pelo e-mail evandroabein@gmail.com – Sete Lagoas- MG.
O CDd.... Bem, esqueço dele dentro do computador.... Pois fica tocando muitas horas.
Vale a pena encomendar o CD deste bravo guerreiro mineiro.
E gratidão profunda pela lembrança ao meu grande irmão mineiro Cleber Máximo.
Eis o valor de uma amizade em qualquer lugar do mundo....



Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Dos presentes de Cleber Máximo
Sete Lagoas e Belo Horizonte – MG
Publicado originalmente no 
Grupo Kasal – Vitória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=28549
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

E Os Dias Bons...!


 #PensarNaoDoi:

E Os Dias Bons...!
                                            
“Os bons vi sempre passar

No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.”

Luis de Camões


                                    Óbvio que você deve ter lido uma infinidade de livros que asseguram ter descoberto a fórmula mágica para encontrar senão a felicidade, dias mais felizes.

Não se preocupe, eu próprio já li vários deles desde minha adolescência. Confesso que tirei muito pouca coisa de aproveitamento... O resto páginas lotadas de lixo de autoajuda barata.
O motivo é simples. Para ser distante e até um pouco antipático é preciso estar, de certa forma, com algumas amarguras não resolvidas. Estar amargurado, é na realidade que trará a felicidade.... Ou alguns dias melhores. Você poderá me dizer que é uma “desculpa” dos melancólicos. Pode até ser, mas, o êxito de uma vida não é a busca da própria felicidade que me levará a algum lugar e sim os momentos que fico feliz comigo mesmo. 
O restante: mera transferência.
                                          
                              É lógico que você pode pensar que o seu objetivo na vida é ser feliz. Centenas de contos e fábulas infantis, tradições milenares, escritos filosóficos e preconceitos culturais podem tê-lo orientado para a busca da felicidade, ainda que ela possa se parecer com o “Santo Graal” (Santo Graal é uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Última Ceia, e onde, na literatura, José de Arimateia colheu o sangue de Jesus durante a crucificação, entretanto a origem do Santo Graal é muito anterior ao cristianismo, o Graal já existia entre os Celtas. Milhares de anos antes de Cristo). Ainda que esteja etiquetado com a palavra utopia, e, além de tudo, saiba que milhões de pessoas na história a procuraram antes de você e não obtiveram sucesso.

A felicidade é supervalorizada em detrimento de uma certa amargura, ou se preferir, melancolia.
                                  A busca da felicidade não nos leva a conseguir sermos felizes. Na realidade, precisamos de infortúnios, desgraças, tragédias, catástrofes, crimes, pecados, delírios e perigos nas nossas vidas. E senão os tivermos, nós os inventamos. Por quê?
Porque, no fundo, a felicidade é chata. Imagine um coro de anjos sorridentes pousando numa nuvem e logo estará bocejando; observe então, esses mesmos anjos, discutindo, traindo e sofrendo uns com os outros, e perceberá que está comovido.
                                            
                           Faça, se puder e estiver próximo, uma visita ao jardim zoológico. Observe os animais e repare como todas as suas necessidades estão garantidas: São alimentados sem que peçam, estão protegidos contra as doenças e não tem de temer predadores, pois as suas vidas já não se resumem a uma questão de sobrevivência. Podem se relacionar com outros de sua espécie e passear livremente por um espaço (limitado, isso sim) adaptado às suas necessidades.

Será que esses animais são felizes?

Não é verdade que estão num estado de tédio e de hipnose infinitos? Imaginem agora, o efeito da felicidade em um ser humano.
Você se sente assim dentro de sua própria casa?
Encher um humano de felicidade é o caminho mais rápido para aborrecê-lo, para afundá-lo no tédio e para deixa-lo em um asfixiante estado de depressão. Não há nada mais difícil de suportar do que uma serie consecutiva de dias bons. Sem dificuldades não podemos ser felizes. A verdadeira felicidade, o autêntico êxito que os livros de autoajuda tanto perseguem e a realização pessoal residem, então, na arte de viver uma vida amargurada. 
Você pode levar tudo isso meio na brincadeira, meio a sério, mas com certeza tem muito de você no que foi dito até agora.
É uma espécie de "sindrome de dr. House"? (já escrito em crônicas anteriores - Série americana para a televisão com o ator  Sir Hug Laurie).
Talvez.. Mas, apenas talvez!

Pode pensar.... Não dói!




Entendimentos & Compreensões

Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado originalmente no 
Grupo Kasal - Vitória – ES.
http://www.konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117
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