As histórias vividas
do
escritor Antônio
Figueiredo na Sala de Protheus:
NÃO
IMPORTA QUE A MULA MANQUE...
“... Nunca subestime seu adversário. Conheça-o.
Você pode não ser tão forte quanto pensa.
Sua "fraqueza" tem que ser maior que a
"força" dele...
O autor
(,,,) o que
eu quero é “rosetar”!
A canção foi composta por Haroldo Lobo para o
Carnaval de 1946 e tornou-se um “escândalo
nacional”. O termo na “linguagem
tropeira mineira” significava “assentar
as esporas”, (rosetas), mas o
imaginário popular levou o título da música para a sacanagem. Naquele tempo as “marchinhas de Carnaval” eram
cumulativas, ou seja, ano após ano as novas marchinhas eram incorporadas às já “tradicionais” e eram cantadas nos “bailes carnavalescos” dos anos
seguintes e lembro-me dela cantada até pelo menos 8 anos após.
A imaginação
popular sempre vai ao “limite da
irresponsabilidade”, como afirmou um alto funcionário do Governo FHC
durante o “processo de privatização”,
que o “limite da irresponsabilidade da
Oposição” chamou de “Privataria
Tucana”, assim como hoje a Oposição alega, que os “fatos da Petrobrás” nas manchetes diárias dos jornais, seja um “salve à Democracia” no sentido
criminoso hoje em voga e que o “processo
democrático brasileiro” não seja o suficientemente sólido e sob risco de um
processo de “venezuelização”.
O medo
apregoado por todos acaba por ser o medo de ninguém e tão somente um simples
mote eleitoral para quem quer se manter ou conquistar o poder e eu como a “boa Oposição” queremos “rosetar” o
lombo do “poder constituído”, como
sempre fizemos desde tempos imemoriais do passado, ainda que pedindo: “Pai, afasta de mim
este, (cálice), cale-se”.
Nos meus
mais de 50 anos de espectador político o tema “corrupção” sempre foi recorrente, só que outrora sempre destinada
ao “enriquecimento pessoal”. A
montagem de um “esquema permanente de
corrupção” é inédita, pelo menos no Brasil e isso exige uma reflexão maior
sobre o nosso sistema político. Em especial a questão do “ideário partidário”, no qual tantos partidos são indistintos e não
comportam qualquer diferença de propósitos e objetivos.
O Brasil
como “organização nacional” sofre da
falta de regras firmes e claras sob todos os aspectos. O Executivo ao “executar” peças orçamentárias e com a “liberdade imperial” do Presidente em
mover e redestinar suas verbas, além da usurpação da competência legislativa
com o uso de Medidas Provisórias.
O Legislativo
há muito abdicou do “poder de legislar” e
tornou-se apenas “subserviente regulador”
dos mandos legislativos do Executivo e o Judiciário elefantino e sujeito a leis
e recursos descabidos de “sentenciar”
finalmente e sob um arcabouço legal excessivamente disperso, genérico e ineficaz
em “punir”.
As Agências
Reguladoras há muito deixaram de “regular”.
Nossas Empresas Públicas, que por definição deveriam ser apenas aquelas
essenciais a promoção do interesse público, porque não despertariam interesse
dos investidores, estão aí desacreditadas e com sua situação financeira
escondida sob um “manto negro”, que
encobre sua “transparência”.
O Serviço
Público totalmente desmantelado e desmotivado não presta os “serviços públicos” essenciais e em
benefício do cidadão. As Contas Públicas desarrumadas e pouco transparentes e
sujeitas à manipulação e que têm mais de Houdini que de Adam Smith.
Nossa
própria Constituição é um amontoado de salvaguardas equivocadas voltadas para o
passado, (foro privilegiado) e de “legislação comum”, que nada representa
em “salvaguardas constitucionais”,
bem como com a exigência de “reformas
constitucionais”, que atravancam a pauta legislativa regular.
“Diante
da esculhambação, brasileiros não conseguem mais entender o que são princípios,
integridade, verdade, valores, ética, honestidade...” escreveu o amigo ativista, Willian
Fagiolo, nas redes sociais. E é disso que se trata. O lema iluminista “Ordem e Progresso” do Pavilhão Nacional
é um mero pensamento e jamais foi um compromisso do Poder.
A tarefa é
hercúlea, pois é inadmissível que a 7ª Economia do Mundo apresente uma “organização nacional” própria de “claudicantes repúblicas nascentes”, que
se veem na África e Ásia e nas “demagógicas
republiquetas bananeiras” sul-americanas. Uma Nação do nosso vulto tem
enormes responsabilidades perante o concerto das nações e por isso deve ser
respeitada.
Há algum
tempo atrás outro amigo ativista, que agora me passa o nome, postou que: “Os políticos
brasileiros não acompanharam a evolução política do eleitorado e das práticas
democráticas modernas”,
o que não é de se estranhar, posto que uma grande maioria é “herdeira política” dos coronelatos e
currais oligárquicos dos “grotões” e
das “periferias” e no Congresso
Nacional conduzem o “alto clero”.
O que projeta
o Brasil no mundo nos dias correntes é seu potencial e desenvolvimento
econômico, sua cultura e seu povo e aqui investidores estrangeiros e
brasileiros tem colocado suas apostas no futuro. Poucos países, apesar do
extrativismo secular, mantêm ainda seu potencial mineral tão integro e tão
explorável no longo prazo. É baseado na conjunção “desenvolvimento econômico e desenvolvimento político”, que hoje as
nações se sobressaem.
É na solidez de
suas instituições e regras, que as apostas se fazem e delas deve se beneficiar
a população de um país igualmente. Não há como falar em “igualdade” com a aplicação de “políticas
compensatórias”, pois apenas socorrem “populações
vulneráveis” sem dar-lhes a dignidade da “inclusão na cidadania”. Todos os países um dia delas se socorreram
pontualmente e deram um “passo adiante”
incluindo esses “excluídos” com
educação, saúde e principalmente trabalho e renda.
Louve-se
quem as criou e quem as ampliou, mas é preciso “exigir mais”.
Com já afirmei
algumas vezes, já viajei centenas de milhares de quilômetros pelas estradas
brasileiras do Sul/Sudeste, Centro Oeste e Nordeste e uma coisa me chamou muita
a atenção. Com exceção da “área mineira
da SUDENE” e o Nordeste em geral, sempre vi às margens das rodovias a
oferta de produtos locais, sejam agrícolas, (frutas,
abóboras e etc.), ou da pecuária, (carnes
curtidas, linguiças e queijos), além de artesanatos e doces de frutas
regionais.
Dificilmente se
roda mais de 100 quilômetros sem avistar as “tendinhas”,
mas nas áreas citadas isso é praticamente invisível por mais de 200
quilômetros, o que demonstra o pouco “estímulo
econômico” dos habitantes locais. Sempre foi muito discutível se isso é
fruto do “abandono secular” e a falta
de condições de produção ou por terem se acostumado ao “assistencialismo”, visto que Programas de Incentivo às Vocações
Regionais sempre foram muito superficiais e ilusórios. “É a vontade de
Deus” se diz
por lá.
Essa é a “grande responsabilidade” do próximo
Governo Eleito. A “estruturação do Brasil”
de baixo para cima, mas nesse particular, do Nordeste para o Norte. A “presença do Estado” mostrando-se como o
traço de união da “brasilidade
igualitária”, pois se não fizermos e conseguirmos isto teremos fracassado
como Nação e principalmente como “seres
humanos”.
Entretanto,
é do eleitor a parcela de responsabilidade maior como “agente da mudança” em escolher o “novo Presidente”. A reeleição não poupará a atual ocupante do
cargo dessa responsabilidade e a população não aceitará “mais do mesmo”, que tem desqualificado todo o esforço nacional na
busca do seu real espaço e lugar.
Será
necessária uma atitude corajosa de “reabertura
dos portos”, quer na Economia, quer nos objetivos políticos. Um país do
porte do Brasil não pode ser tímido em impor seu real protagonismo nas decisões
que envolvem o futuro da humanidade, principalmente no tangente ao “desenvolvimento sustentado”.
Uma
discussão corajosa sobre toda a matriz energética não pode excluir nenhuma das
opções, inclusive as “nucleares”. A
água é certamente a “commodity vital”
do futuro e nosso modelo hidrelétrico está praticamente esgotando essa via de
energia. Há algum tempo um grupo francês esteve na Bahia interessado nos Aquíferos
Baianos, isso sem contar o Aquífero Guarany no Sul/Sudeste.
Vote, eleitor, pensando em tudo isto.
Construir uma Nação é da responsabilidade do trabalho de todos e não podemos
delegar aos políticos essa responsabilidade exclusiva. Eles têm demonstrado sua
capacidade e empenho ao longo da vida republicana e por isso reafirmo:
Não importa que a mula manque, porque eu
quero “esporear” ...
Fonte:
Das vivências, percepções e pesquisas de
Antônio Figueiredo – De algum lugar entre a Bahia e São Paulo
Economista, Escritor, Empresário, Militante
Apartidário Parlamentarismo e Voto Distrital Puro. Ex - Ativista Movimentos
Sociais Católicos/ Metalúrgico/ Estudantil (1961/73). Operário da Cidadania
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