#RockNaSala:
O Punk Rock Versus
o Fascismo no Reino Unido!
Em
1978 a preocupação da esquerda britânica era a expansão do National Front (partido da
extrema direita) que recebera expressiva votação na eleição daquele ano. O
NF arrebanhava seguidores entre os jovens desempregados e sem perspectivas que
eram atingidos por mais uma crise do capitalismo em meados da década de 70.
O
prestigio do National Front não era
um fenômeno isolado, claro, logo as ideias ultraliberais de Fred Hayek, um economista da Escola Austríaca, triunfariam na figura
implacável de Margareth Tatcher,
semente do neoliberalismo.
Mas
o NF era o braço radical dessa direita que se manteria hegemônica nos anos 80 e
pregava a violência e a deportação des imigrantes, vindo das ex-colônias
inglesas (jamaicanos, indianos, pakis).
Jovens
pobres brancos segregando jovens imigrantes e descendentes.
Até
os esclarecidos Eric Clapton e David
Bowie, em momentos diferentes, corroboram com a onda direitista, o primeiro
dando uma declaração desastrosa contra negros, vergonhosa mesmo, e imigrantes
no meio de um concerto em 1976 e o segundo usando a saudação nazista no meio de uma das suas
aparições marketeiras numa estação de
metrô. O que um cara de origem sem grana, como o David Bowie tinha na cabeça?
Em
30 de abril de 1978 oitenta mil pessoas vindas de todo canto do Reino Unido marcharam de Trafalgar Square para o Victoria Park, local onde bandas de rock
antifascistas fizeram um concerto
espetacular.
Foi
esse o primeiro “basta!”... O
primeiro grito de resistência... Um contraponto ao avanço da direita.
O
aparente niilismo e anarquismo
inconsequente do punk se lançavam na luta concreta contra um inimigo palpável:
o fascismo.
O concerto “Rock
Against Fascism” reuniu The Clash,
Buzzcocks, Steel Pulse, X-Ray Spex, The Ruts, Sham 69, Generation X, Tom
Robinson Band , Patrik Fitzgerald. Música
rebelde musica de rua era o lema.
O
engajamento tinha tinturas estéticas, pois quase a totalidade dessas bandas
buscou referências na música negra, nos ritmos terceiro mundistas, o que emprestou
cores diversas ao punk e aos estilos derivados.
O
RAR desencadeou uma série de outros
concertos e estimulou o engajamento de várias bandas contra a onda fascista.
Uma
boa lembrança para esse momento terrível e mesquinho que vivemos...
Dos
Entendimentos & Compreensões de
Sérgio
AVELLAR - Profissional Multimídia.
Comunicólogo
com doutorado em "Master en Publicidad" pela Universidad de
Barcelona,
onde se aprofundou sua tese sobre a "Cultura de Massas e a Perda das
Identidades".
Autor
e mantenedor da Rádio RockPuro, um formato exclusivo.
avellar@rockpuro.net
Release:
http://rockpuro.net/sergioavellar.html
Obs.: Todas as
obras publicadas na Sala de Protheus
são de inteira
responsabilidade de seus autores.
O Editor!