quarta-feira, 23 de setembro de 2015


#SerieBrasil:

 

“… Ideologia do Dinheiro Público...!”
-Justiça Social –
  • And when you got money
    You got lots of friends
    Crowding round your door
    When the money's gone
    And all you're spending ends
    They won't be round any more
    No, no, no more
     
    Blood, Sweat & Tears – God bless the Child (*)
     
    Uma coisa desnecessária é estudar-se por cinco anos em uma faculdade de Economia, para se aprender que os “fluxos financeiros dentro dos programas econômicos” são meramente “partidas”, (as “entradas” são as receitas e as “saídas” são as despesas), na Contabilidade Nacional. Portanto, não estão subordinados à “masturbação ideológica”. Para que não restem dúvidas, estes conceitos vêm lá de 1494, por obra e graça do Frei Luca Bartolomei de Pacioli OFM, que ainda que fosse amigo de Leonardo da Vinci e contemporâneo de Nicolló Maquiavelli deles não recebeu influências, sendo somente parceiros na Renascença Italiana.
    Desde aqueles tempos imemoriais é sabido, “que o dinheiro não aceita desaforos de ninguém”, ou seja, o seu uso desregrado e perdulário, sempre acaba em “falência”. Não de uma “corrente ideológica de poder”, mas de “toda sociedade por essa corrente governada”. Esta é uma “pregação filosófica” desde os tempos da Grécia Antiga a partir de Platão em A REPÚBLICA, onde os pensadores preocupavam-se com a “justiça na Democracia”, dentro da qual se incluía o “uso justo do dinheiro público”.
    O “trato espartano do dinheiro público” era um princípio básico de “justiça social”, posto que submetido a critérios de moralidade, pontualidade e necessidade pública, subalterno ao “conceito da educação”, também chamada o “ócio digno”, que se destinava a estudar e difundir um conjunto de regras de convivência na “polis” e considerando o desenvolvimento do cidadão “física e espiritualmente”. Pois bem, se essa era a finalidade da “organização social democrática” proposta pelos filósofos gregos subentendemos que o “cuidado da riqueza da sociedade” tinha por objetivo exclusivo o “benefício socializado” dessa riqueza e desta maneira todas as políticas desenvolvidas sempre seriam “políticas sociais” beneficiando todo espectro social, inclusive os “escravos do estado”. Como se pode depreender, é impossível falar-se de “políticas sociais” sem se falar em Democracia, pois elas são a base do arcabouço legal das garantias básicas individuais, que se encontram descritas na CRFB, (Constituição da República Federativa do Brasil) e não no “O Capital” de Karl Marx. Aliás, essa é uma das grandes confusões que muitos teóricos fazem até hoje de misturar “política com dinheiro”.
    “Não existe dinheiro público, sem pai nem mãe. Existe dinheiro público tomado do cidadão”, dizia Margareth Thatcher, como que a manter o alerta permanente de que é a “contribuição individual coercitiva”, que “financia” todo e qualquer “plano político”, que só é moralmente aceito se “integralmente” em benefício do cidadão. O “poder” é o “fiel depositário” da “contribuição coletiva”. É assim que hoje funciona o “capitalismo democrático”, muito diferente daquele criticado por Marx no seu livro e para o qual o próprio Marx muito contribuiu na evolução.
    O Capitalismo Selvagem do Sec. XIX, vigente tanto na Europa, quanto nos USA, de jornadas de trabalho indefinidas, salários aviltantes, segurança zero e benefícios sociais nulos foi gradualmente mudado, graças à organização sindical democrática, a pressão da massa trabalhadora quanto a novos direitos, além da formação de partidos trabalhistas e socializantes.
    A “luta de classes” sempre existiu e sempre existirá na história da humanidade, pois se trata muito mais do que uma “luta por espaço”. É mais principalmente uma “redivisão espacial negociada” da pirâmide social, política ou beligerante por um novo perfil do poder social, econômico e político democrático. A “experiência socialista” com o “despotismo estatal esclarecido” de uma nomenclatura acabou por ter vida curta de menos de 80 anos e o maior sucesso experimentado pelo Comunismo é a experiência capitalista da China. O Brasil de cultura agrária e por ter tido seu desenvolvimento industrial mais importante sempre sob regimes ditatoriais, (Getúlio e Revolução 64), nunca chegou a desenvolver uma estrutura sindical de base e por isso sujeita ao “peleguismo histórico”. Até mesmo os “novos sindicatos” pós-revolucionários acabaram por constituir-se em simples troca de atores, mantendo-se o mesmo script. O brasileiro não foi ensinado a lutar pelos seus direitos e, principalmente,... Deveres.
    Entretanto, mudou-se para uma opção muito mais perigosa, pois a tolerância da mistura de “sindicalismo” com “partidos políticos” sob uma “bandeira socialista” só fez com que dentro da Democracia se criasse uma “nomenclatura”, que a exemplo dos países socialistas da URSS só gerou poder corrupto. Vide a Rússia de Putin, onde grassa a corrupção oficial mantida no poder por um “populismo barato” de folhetim.
    Aqui no Brasil, o PT preferiu embebedar-se de poder através do “dinheiro público” e tudo o que ele pode comprar e assim em vez de se fortalecer para a “natural alternância do poder” na Democracia, partiu para a tentativa de detenção permanente e exclusiva de poder, numa “ditadura democrática”. Para isso criou um processo de aparelhamento de cima abaixo da estrutura do estado. O plantio de uma “estrela vermelha” nos jardins do Palácio Alvorada, logo após a posse de Lula em 2003 por Dona Marisa foi a “senha”: Viemos para ficar... Em definitivo.
    A questão que se impõe neste momento é: caso Dilma renuncie, ou seja, impichada, o que acontecerá e quem comandará esse processo de mudança, que todos “exigem” nos dias de hoje? Como diz a lei de Murphy: Se as coisas correrem por conta própria, só irão de mal a pior!
    É isso, Brasil? Ou desta vez vamos colocar o “nosso” na reta, lutando por aquilo pelo qual muito falamos... Mas não lutamos...
     
    (*) Quando você acumula dinheiro
    Você junta também um monte de amigos
    Aglomerando-se à porta da sua casa
    Mas, quando o dinheiro se vai
    E tudo que te resta é gastar os restos
    Eles não estarão mais por perto
    Não... Não... Nunca mais!
     
    Das Percepções, Pesquisas & Entendimentos.
    De Antônio Figueiredo
    Escritor & Cronista –
    São Paulo – SP –
    Exclusivo para Sala de Protheus
     

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