quarta-feira, 3 de junho de 2015


#PensarNaoDoi:

 

Reforme Seu Político...!”


 Eu amo esse homem 
Deus sabe como o que.
 
Me deu casa e comida
 
E uma estrela do PT
Eu gostei tanto dele
 
Ter me dado a estrelinha
Não sei pra quê que serve
 
Mas achei tão bonitinha
Eu amo ele tanto
 
Nem posso acreditar
 
Ele me quer tanto bem
 
Nem me deixa trabalhar
 
Me dá tantos perfumes
E roupa decotada
 
Que eu só posso usar
 
Dentro da casa fechada


Eu amo esse homem – Língua de Trapo

 
Sempre ouvi dizer, que o homem um dia inexoravelmente ultrapassará a “idade da vaidade” e como dizia uma canção dos anos 60, “não confie em ninguém com mais de trinta anos” e talvez por isso eu tenha vivido a minha durante meus anos “renta”, “quenta” ou “senta”. Porém, estou seguro, que a mudança acontecerá nos próximos 30 anos, todos terminados em “tenta”. Afinal, esta é a fase da vida em que a gente “tentará” de tudo para ficar por aqui.


 Como posso afirmar isto? Bem, uma coisa, que tenho notado, é que agora entrando nos setenta anos, tenho me tornado mais “ouvinte”, “observador” e “comparador”, que “falante”, pois a memória sempre puxa pelo passado, para olhar o presente.
Muitos dizem que à “idade da vaidade” se sucede a “idade da sabedoria” para alguns, mas que para uma grande maioria sobrevém a da chatice e implicância, que entendo depender de como as memórias individuais são usadas: se para olhar a “evolução do mundo” com “sabedoria”, ou se for para achar tudo que é novo ruim com “intolerância”. Optei pela sabedoria de aprender a ler nas “entrelinhas dos acontecimentos”.

Nesta semana passada e apenas por “aprender a ler nas entrelinhas dos acontecimentos”, em uma manobra audaciosa o Presidente da Câmara, Dep. Eduardo Cunha - PMDB resolveu pela primeira vez na história do Legislativo colocar em votação as “reais intenções” dos deputados federais quanto a uma Reforma Política.

Como sabemos ela vem sendo “empurrada com a barriga” pelas “propostas unilaterais partidárias” colocadas e rejeitadas há pelo menos 60 anos. É muito fácil na realidade discordar de uma “ideia de um partido” e dizer “não”, continuando “sem dar a cara a tapas” e sem revelar qual é a sua reforma em “benefício do povo”.


Pois bem. O Presidente colocou em votação “todos os pontos possíveis” dentro de uma Reforma, para que os deputados escolhessem dentro de cada quesito uma opção dentre as várias. Moral da história: escolheram ficar onde sempre esteve, relembrando Magalhães Pinto, governador mineiro em 1964. Pressionado a se definir com quem estariam os mineiros na Revolução, respondeu: “Minas está, onde sempre esteve”. Só que no dia seguinte o General Mourão Filho “derrubou o muro” e lá estavam no entulho da demolição Magalhães Pinto e Minas, “enrolados” no Golpe, assim como os atuais deputados demonstraram de que “em time, que está vencendo, não se muda”, (no caso o time deles). Ou seja, “o Congresso Nacional está onde sempre esteve”. De costas para o povo.

O que a maioria dos brasileiros talvez não se dê conta é que os “diversos parlamentos” contam com 57.950 legisladores, (56.810 vereadores, 1.059 deputados estaduais 513 deputados federais e 81 senadores). Segundo um levantamento da Transparência Brasil o Senado custa anualmente aos cofres públicos R$ 2,7 bi, a Câmara Federal custa anualmente R$ 3,4 bi e estima-se que todos os Legislativos Estaduais e Municipais do Brasil custem adicionais R$ 6,1 bi, o que perfaz um total de R$ 12,2 bilhões anuais. (Dados de 2007).

Se contarmos o Fundo Partidário para 2015, (R$ 886 mi) e o custo médio anual da Propaganda Eleitoral Gratuita, (R$ 4,0 bi nos últimos 10 anos), em uma estimativa grosseira só os “parlamentares” custam aos Cofres Públicos, (nosso bolso), R$ 13,5 bi por ano. Uma média de R$ 65,53 para cada um dos 206 milhões de brasileiros. E cá para nós, uma imensa massa de dinheiro jogada ao lixo.



Tem sido da tradição republicana, que todos os projetos de reforma sejam da iniciativa do Executivo, que tem inclusive sido criticado por não ter tomado a iniciativa de fazê-las. Isto se criticou nos Governos FHC, Lula e Dilma mais recentemente, com respeito às Reformas Política e Tributária. Isto só vem comprovar a distorção das “atribuições políticas” dos Poderes. Ao Legislativo sempre competiu “legislar com faróis altos” olhando para o futuro, enquanto ao Executivo compete “legislar com farol baixo” apontando para soluções pontuais de temas de governabilidade.

Bastou ao Legislativo “tomar as rédeas” quanto às Reformas Essenciais mais recentemente, como a Lei de Terceirização, Reforma Política e mais proximamente sobre a Maioridade Penal para se acusar o Congresso Nacional de tomar “ares parlamentaristas”. Na realidade esse negócio de se “chamar para o voto” as diferentes propostas e se aprovar pela maioria uma delas é uma coisa muito perigosa para a “Democracia Brasileira”.

Nas redes sociais já está declarada a guerra a essa “audácia” do Parlamento. Como pode o Legislativo ter o atrevimento de querer cumprir plenamente a sua “função constitucional” de legislar? O Executivo já avisou que é contra a Redução da Maioridade Penal. Entenderam?


Não estou emitindo juízo de valor quanto a minha preferência, mas sinceramente quero ver ser o Congresso votará como “base do governo” ou como “representante da sociedade”. A palavra “reforma” tem dois sentidos distintos. O primeiro é o de “formar novamente” o que não foi bem feito e o segundo é o de “aposentar por definitivo” algo que já cumpriu à exaustão sua finalidade.

Quanto à Sociedade só podemos “formá-la novamente”, mas quanto aos políticos sempre poderemos “aposentá-los definitivamente”.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto...

 

 

Das Percepções & Histórias Vivenciadas

Antônio Figueiredo –

Cronista – Escritor –

São Paulo – SP

 

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