O que não Abunda não
Incomoda!
A Bunda!
“ ... O Vagalume é um inseto que só brilha por causa
Da bunda. Conheço muita gente que também é assim...!”.
Do
Imaginário Popular
Os responsáveis pela bunda (como é conhecida na atualidade, referindo-me ao conceito contemporâneo
de bunda; ou seja, a bunda como ela é) são os africanos. Mais
especificamente, os angolanos e os cabo-verdianos. Para ser ainda mais preciso
ainda: as angolanas e as cabo-verdianas.
Foram elas, angolanas e cabo-verdianas, que, ao
chegarem ao Brasil durante as trevas da
escravatura, revolucionaram tudo o que se sabia sobre bunda, até então.
Foi assim: naquela época,
a palavra bunda não existia. Os portugueses, quando queriam falar a
respeito das nádegas de uma cachopa,
diziam exatamente isto: nádegas; ou
região glútea (tanto fazia).
Aí, os escravos angolanos e cabo-verdianos chegaram ao
Brasil. Só que eles não eram conhecidos como angolanos nem cabo-verdianos.
Eram os “bantos”, chamados bundos, e falavam o idioma "ambundo",
ou "kimbundo": a língua bunda, enfim. Os bundos, em especial as mulheres bundas,
possuíam a tal região glútea muito mais sólida, avantajada, globosa.
O kimbundu, quimbundo, ou umbundu do norte é uma língua africana falada no noroeste
de Angola, incluindo a Província de Luanda. É uma das línguas bantas mais
faladas em Angola, onde é uma das línguas nacionais.
O português tem muitos empréstimos lexicais desta língua obtidos durante a colonização portuguesa do
território angolano e através dos escravos
angolanos trazidos para o Brasil.
É falada por cerca de 3 000 000 de pessoas em Angola como primeira ou
segunda língua, considerando, também, 41 000 falantes do dialeto ngola.
Os portugueses, que não
são parvos, logo “deitaram” os
olhares para as nádegas das bundas (das
mulheres bundas). Quando alguma delas passava diante de um grupo de
portugueses, vinham logo os comentários: “Que
bunda!” (referindo-se, claro, à
africana; não à bunda, propriamente dita, da africana...).
Em pouco tempo, a
palavra bunda, antes designação de uma língua e de um povo, passou a ser sinônimo de nádegas. E assim nasceu a bunda moderna.
Como se pode ver na
pesquisa acima... Bunda também é cultura
Depende do ponto de
vista...
Pensar não dói...
Já olhar a bunda alheia...
Cuidado!
Nota do Autor:
1 - Saartjie já foi assunto da colunista, da
Sala de Protheus, Candida Maria Ferreira
da Silva em www.epensarnaodoi.blogspot.com.br
Assistente Social, Teóloga, Especialista em
Infância e Violência Domestica pela USP. - Rio de Janeiro – RJ -
Infância e Violência Domestica pela USP. - Rio de Janeiro – RJ -
Candida é autora do Diário
blogcontosrecontos.blogspot.com.br
2
- Saartjie "Sarah" Baartman (1789-1815) foi a mais
famosa de, pelo menos, duas mulheres hotentotes usadas como atrações
secundárias de circo na Europa do século XVIII sob o nome de Vénus Hotentote.
Garimpos da Língua Pátria
Tesouros da fraseologia brasilesa
Antenor Nascente
Freitas Bastos - 1966
Arquivos da Sala de Protheus
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