terça-feira, 23 de junho de 2015


O que não Abunda não Incomoda!
 A Bunda!


... O Vagalume é um inseto que só brilha por causa

Da bunda. Conheço muita gente que também é assim...!”.

 

Do Imaginário Popular

 

                                  Os responsáveis pela bunda (como é conhecida na atualidade, referindo-me ao conceito contemporâneo de bunda; ou seja, a bunda como ela é) são os africanos. Mais especificamente, os angolanos e os cabo-verdianos. Para ser ainda mais preciso ainda: as angolanas e as cabo-verdianas.

                                Foram elas, angolanas e cabo-verdianas, que, ao chegarem ao Brasil durante as trevas da escravatura, revolucionaram tudo o que se sabia sobre bunda, até então.
Foi assim: naquela época, a palavra bunda não existia. Os portugueses, quando queriam falar a respeito das nádegas de uma cachopa, diziam exatamente isto: nádegas; ou região glútea (tanto fazia).

                               Aí, os escravos angolanos e cabo-verdianos chegaram ao Brasil. Só que eles não eram conhecidos como angolanos nem cabo-verdianos.

                              Eram os “bantos”, chamados bundos, e falavam o idioma "ambundo", ou "kimbundo": a língua bunda, enfim. Os bundos, em especial as mulheres bundas, possuíam a tal região glútea muito mais sólida, avantajada, globosa.

                        O kimbundu, quimbundo, ou umbundu do norte é uma língua africana falada no noroeste de Angola, incluindo a Província de Luanda. É uma das línguas bantas mais faladas em Angola, onde é uma das línguas nacionais.

O português tem muitos empréstimos lexicais desta língua obtidos durante a colonização portuguesa do território angolano e através dos escravos angolanos trazidos para o Brasil.       


                               É falada por cerca de 3 000 000 de pessoas em Angola como primeira ou segunda língua, considerando, também, 41 000 falantes do dialeto ngola.

                         Os portugueses, que não são parvos, logo “deitaram” os olhares para as nádegas das bundas (das mulheres bundas). Quando alguma delas passava diante de um grupo de portugueses, vinham logo os comentários: “Que bunda!” (referindo-se, claro, à africana; não à bunda, propriamente dita, da africana...).


                          Em pouco tempo, a palavra bunda, antes designação de uma língua e de um povo, passou a ser sinônimo de nádegas. E assim nasceu a bunda moderna.
Como se pode ver na pesquisa acima... Bunda também é cultura
Depende do ponto de vista...
Pensar não dói...
Já olhar a bunda alheia... Cuidado!

 

 

Nota do Autor:

 

1 - Saartjie já foi assunto da colunista, da Sala de Protheus,  Candida Maria Ferreira da Silva em www.epensarnaodoi.blogspot.com.br  

Assistente Social, Teóloga, Especialista em 
Infância e Violência Domestica pela USP. - Rio de Janeiro – RJ -

Candida é autora do Diário

blogcontosrecontos.blogspot.com.br

 

2 - Saartjie "Sarah" Baartman (1789-1815) foi a mais famosa de, pelo menos, duas mulheres hotentotes usadas como atrações secundárias de circo na Europa do século XVIII sob o nome de Vénus Hotentote.

 

 

 

Garimpos da Língua Pátria

Tesouros da fraseologia brasilesa

Antenor Nascente

Freitas Bastos - 1966

Arquivos da Sala de Protheus

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