sexta-feira, 12 de junho de 2015


Percepções de Vida:

Iª parte:

 

O Que Houve Com o “Para Sempre”?


“...Em última análise, amam-se os nossos desejos,e não o objeto desses desejos...!”

 

 Nietzsche

 

C. S. Lewis nasceu n Irlanda em 1898. Em 1954, tornou-se professor de Literatura Medieval e Renascentista em Cambridge. Foi ateu durante muitos anos e se converteu em 1929. Essa experiência ao ajudou a entender não somente a indiferença como também a indisposição de aceitação da fé do individuo como também tudo o que pode estar relacionado a esta “força” abstrata. Ele deixou escrito: “Só um risco real testa a realidade de uma fé...!”. Utilizo o escritor de origem irlandesa que depois morreu em Oxford na Inglaterra para simplesmente falar da relação entre duas pessoas. De um casal. Não importa o gênero e nem entrarei e não interessa aqui, esta discussão. Lewis foi categórico que somente depois de um grande risco, principalmente de vida, passamos a crer, a acreditar, a ter fé... Independente da Religiosidade. Esta está em outro patamar.


Parece que atualmente as relações, o amor em si entre duas pessoas, o casal, mais propriamente dito está no mesmo patamar de onde chegou a conclusão do escritor. Fazemos e desfazemos. Sim, como dizem na gíria da adolescência. “Estou ficando! Depois, se não der certo a gente parte para outra!”. Assim? Fácil? Desta forma? Sim. Para eles é assim. Não adentram os sentimentos. Em sua grande maioria por desconhecimento. Tornam-se frios. O contato físico esta relacionado a um “eu te amo”. Quando não tiver mais este contato ou surgir um novo contado, diz-se a este outro, o mesmo “eu te amo”. Ah, poderá me dizer você: Está sendo simplista ou é um romântico! Quem sabe um ingênuo; talvez um idealista; provavelmente um sonhador?


Tudo é possível ao analisar a nova geração, sim tem uma nova geração entre este autor e os adolescentes de agora (em principio uma geração, estatisticamente, é medida de 25 em 25 anos). Logo já estou mais para antiquado, “quadrado”, literalmente obsoleto. Será? Por que esta geração esta desta forma? Estamos como afirmou Nietzsche amando muito mais nossos desejos que os objetos deste? É culpa de nossa geração?

Sim. Afirmo. É nossa culpa. Pertencemos a uma geração quase “nula”. Claro que estou falando em termos culturais de Brasil e não de outros países mais adiantados culturalmente.

Hoje se tem cinquenta tons para tudo, até de cinza. Um romance um pouco sensual – Seria considerado pornográfico nos anos 70 – uma traminha daquelas que todos, quem sabe, sonham para si e pronto. Chamávamos “água com açúcar” estes escritos: Milhões de cópias vendidas. Temos cinquenta tons de azul e, politicamente, até de vermelho. Tudo se tornou vulgarizado, banalizado... Sem sentido... Sem valores... Literalmente sem sentimentos. A ausência deste.


Sentimento vem do Latim Setimentum, “opinião, sentimento, afeição”, de Sentire “sentir. Este ultimo, verbo, originou-se o nosso sentir, bem como “ressentimento”, este mediante a colocação do prefixo RE-, “para trás”.

Esta bem já sabe a origem, e dai? Sem adentrarmos na psicologia, isto nos levaria a Skinner e outros pensadores mais modernos um pouco do que utilizei como frase inicial, fica a pergunta do título: O que aconteceu com o “para sempre”? Era um sentimentalismo de uma época? Puxa então esta época duraram séculos, para não dizer milênios. E assim... De uma hora para outra estamos sentados à mesa cada um com um telefone pessoal utilizando o aplicativo de comunicação para dedilhar, para falar ou ver o mundo... E não vemos mais a pessoa à nossa frente.

Não sentamos mais de mãos dadas olhando o por do sol... Ou ficar uma noite conversando sobre tudo... E acordar com o nascer do sol.


 Antes que surjam adjetivos como os já citados do tipo “sai dessa coroa, a nossa é outra”... Eu sei! E como sei. Aliás, eu sinto que agora é “outra” para tudo. O que vale hoje não vale mais amanhã. O que se sente agora... Poderão durar horas, talvez na melhor das hipóteses alguns dias ou semanas. E pronto. Lá se foi a tal de “paixão” de bater as pálpebras rapidamente, de arfar o colo, de o coração bater mais rápido... Até que você descobre que tudo isso era apenas pela visão do externo, do fisicamente composto... Se não houver interior ou conteúdo cuidado: Poderá ter como resposta... Ótimo! Assim não entramos em discussões e vamos “direto ao ponto”. Fácil de entender? Sim. De compreender não. O aperfeiçoamento de uma relação amorosa foi evoluindo durante séculos, até a chegada da igualdade ou quase superioridade da mulher.

Mas hoje os predadores, que antes, logo ali atrás no tempo, eram somente os homens, os “cafajestes”... Agora são as Mulheres. E para elas este termo é inadequado. Afinal elas são independentes em todos os quesitos: profissionais, pessoais e financeiros e não dependem de nada nem de ninguém. E o desejo de amar é apenas para satisfazer este desejo buscando um objeto que combine com seu gosto atual.


Cuidado bicho homem: Agora poderá ser você a ouvir... Depois de uma noitada das Arábias, uma frase do tipo:

-Ah, quando acordar o dinheiro está sobre o criado mudo e não bata a porta, por favor, que vou dormir até mais tarde.

Estou falando da mulher deixando este recado para o homem. Antes que alguém deturpe minha frase ou posicionamento. Antes éramos o contrário agora nós, os homens, somos os objetos do desejo que elas amam. E não somos os seres que poderão ser amados. Há uma diferença gigantesca aqui nas relações “ditas” modernas. Elas estão cada vez mais precoces. Meninas de 13 anos, já estão nas redes sociais tirando fotos de preferência de cima para mostrar seu “físico”, seu corpo – em muitos casos ainda em formação- e é usado exatamente com o fim que você está pensando. Agora poderá me chamar de louco! Esta bem, então apenas acompanhe alguns movimentos de perto: Nas redes sociais... Nos bares - estes de qualquer tipo ou classe- nas casas noturnas (com carteiras de identidades com idades falsificadas) e se você não se cuidar logo estará em uma delegacia por estar com uma “menor”.

Mas quem queria era a “menor” você apenas foi o objeto escolhido. A frase título, escutada cerimonialmente durante o casamente, junto com o tradicional “até que a morte os separe”... Esqueça. Hoje é motivo de gozação para a grande maioria. Por pertencer a outra geração?


 Não. Infelizmente por que não colocamos estes valores, estes sentimentos explicados para estes jovens, salvo raras exceções... Bem raras. E agora ainda estou na categoria dos ingênuos? Ou posso passar de grau para, quem sabe, sonhador, romântico. Mas estes termos entre nós, se utilizar entre esta tal e dita “adolescência” talvez, não saibam exatamente o significado destas palavras. Na “escola não se utiliza mais isso, agora é a tal de “inclusão” da orientação sexual”, com livros para menores, - estou falando do fundamental – com desenhos de cenas sexuais entre o “menino e a menina”; Ou ainda “instrutores” cujos tiveram lavagem cerebral, e me abstenho de chama-los de professores, pede que um menino e uma menina venham a frente da classe e mostrem, suas genitálias para saberem a diferença e para que servem. Entenderam agora a diferença entre meros instrutorezinhos sem cérebro e os professores que tivemos? Aqueles a quem nos ajudaram a formar uma personalidade do padrão do ”pensar não dói...”, de pedirmos quando tínhamos dificuldade? Lamento estes professores estão se afastando das classes de aula. Na ultima semana do mês de maio, uma amiga me confidenciou:

- Profe. Pedi minha aposentadoria proporcional (não a completa) vou sair, pois não aguento mais o ensino que nos obrigam a passar para estes jovens.

Nada de admiração nisso. Cada vez mais normal.

Você tem filhos? Conversa ou sabe o que eles fazem... Aonde... Com quem? Tem certeza?


 Eis aonde foi parar o “para sempre”... Frase que os antigos utilizavam nas cerimonias primitivas de união que chamavam de casamento. Era mais um ritual de hipocrisia para a sociedade. Esta frase no grau 9 da escala da mediocridade me foi dita por uma Psicóloga. Sim eu disse uma psicóloga. Ao menos tinha diploma... Pois quanto ao resto... Nem me interesso em saber. Então onde estávamos mesmo em nosso diálogo? Viram? O pensador Nietzsche já sabia disso há mais de um século.  Amo-te, na tristeza e na alegria, na doença e na saúde, te serei fiel enquanto viver e te amarei até morrer... Virou apenas uma frase romântica de filmes... Infelizmente.

Pensar não dói. Já amar... Poucos estão sabendo o que é realmente isso.

 

 

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