domingo, 31 de março de 2013

“Quando o Homem Ora!” - Deus falando com você -







“... Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar para frente, uma vez mais elevo, só, minhas mãos a Ti de quem eu fujo. A Ti das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar. Sobre esses altares estão gravadas em fogo palavras: "Ao Deus desconhecido". Teu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrilégios. Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo. Mesmo querendo fugir, sinto forçado a servir-Te. Eu quero Te conhecer, desconhecido. Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão invade a minha vida. Tu, o incompreensível, mas meu semelhante quer Te conhecer, quero servir só a Ti...!”

Dos pensamentos de Friedrich Nietzsche

                             Este período todo, ao menos para os cristãos – a grande maioria do povo brasiles – seja no original ou no sincretismo, é importante, espiritualmente falando. Em mesmo período em que a Igreja Católica se prepara para escolher seu novo líder máximo neste planeta, para esta religião. Independente de conceitos, fundamentos, doutrinas, segmentos e formas variadas de espiritualidade, precisamos reconhecer que, neste caso, a Igreja Cristã, tem atravessado milênios, turbilhões e outras formas de ser vista e sentida.

Assim, neste período fui buscar parodiar. Sim, copiar, uma das orações mais famosas dos últimos quase quinhentos anos. Em plena inquisição. As palavras são de Baruch Espinoza, nascido em 1632 em Amsterdã e falecido em Haia, em 1677. Foi um dos filósofos racionalistas do século dezessete, dentro da chamada filosofia moderna juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz.

Neste período, um dos mais conturbados, já saindo da alta idade média e quase um início do iluminismo, Spinoza deixou registrado estas palavras e titulou como: Deus Falando com Você!

Notem, por favor, que fui buscar, em quase dois séculos mais tarde, outro filósofo, que para a grande maioria era ateu confesso e também deixou sua forma registrada de orar. Para os descrentes de tudo, ou ateus, como preferirem Spinoza disse: 

Para de ficar rezando e batendo no peito!
O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti. Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria.

Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer. Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.

Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade?

Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti.

A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia. Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é a única que há aqui e agora, e a única que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Viva como se não o houvesse.

Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não.
Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste? Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

 Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Aborrece-me que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Sentes-te olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... “Aí é que estou.”

 Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe.”

Não importa teu credo. Pode orar. Da tua maneira.
Não dói. Assim como pensar... Não dói! E faz bem. Ao coração... A alma... Ao ser... A todos!


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Leituras & Pensamentos
Publicado no sitio do Grupo Kasal – Vitória – ES – em 29,03.

quinta-feira, 28 de março de 2013

“A (In) dividualidade Conquistada!” - O adeus às falsas felicidades –






“... Nos grandes feitos, algo subsiste. Nos grandes espaços,
algo permanece. Formas mudam e passam, corpos desaparecem,
 mas os espíritos ficam para consagrar o solo que servirá de morada
 à visão da alma. E homens reverentes, e mulheres vindas de longe,
e gerações que não nos conhecem e não nos conhecerão, um dia
chegarão até aqui para pensar e sonhar.
E o poder da visão passará para suas almas...!”

Joshua Lawrence Chamberlain, 1828-1910.



                                        Livres e juntos. Separados mas coesos. Antagônico? Talvez. Porem esta-se visualizando novos tipos de relacionamentos. Em todos os sentidos. Pessoas querendo mais de si mesmo e esperando menos das outras. Em uma das mensagens colocadas na rede mundial de computadores, está assim: “... Quem disse que para estar junto precisa estar perto? (...)”.

Ao entrarmos neste universo busco a citação de Laura Potter, por Zygmund Baumann, ao dizer que ela embarcou em uma habilidosa exploração de todos os tipos de “sala de espera” na expectativa de que viesse a encontrar ali “pessoas impacientes, descontentes, agitadas, xingando cada milissegundo perdido” – explodindo diante da necessidade de esperar pelo “assunto urgente”, qualquer que fosse que os levara para lá. Com nosso “culto à satisfação instantânea”, pondera ela, muitos de nós “teríamos perdido a capacidade de esperar”. Como se neste momento “esperar” se transformasse em um palavrão. Queremos tudo para agora.
E levamos isso para tudo. Principalmente os relacionamentos.

Para Abraham Maslow, toda e qualquer “oferta” exige certo sacrifício da parte do doador, e é precisamente a consciência do autossacrificio que aumenta seu sentimento de felicidade.
Porem antes de querermos ser “dois”, precisamos aprender a ser “um”.
Anular o passado, “renascer”, adquirir um eu diferente, e mais atraente ao mesmo tempo em que se descarta aquele que “está velho”, usado e não é mais desejado.
Reencarnar como “uma pessoa completamente diversa” e começar de “um novo início”...

São sedutoras ofertas e difíceis de serem rejeitadas de imediato.
Em verificações atuais sobre os novos tipos de relacionamentos que tendem a substituir o antigo “até que a morte os separe”, outro autor, Stuart Jeffries observou a maré montante de “compromissofobia” e descobriu que são “cada vez mais comuns” os “esquemas de comprometimento “light” que minimizam a exposição a riscos”.

Esses esquemas, na visão do autor, visam a espremer o “veneno do ferrão”.
Entrar em um relacionamento é sempre um negocio arriscado, já que as armadilhas e espinhos do convívio tendem a se revelar gradualmente e é muito difícil realizar antecipadamente seu inventário total.

Entrar em um relacionamento associado ao compromisso de mantê-lo a despeito de qualquer adversidade, o que quer que aconteça, é como assinar um cheque em branco. Isso pressagia a possibilidade de se confrontar com algo ainda desconhecido, e com desconfortos e sofrimentos inimagináveis, sem uma cláusula de escape que possa ser invocada.

Assim os relacionamentos “novos e aperfeiçoados”, de “comprometimento light”, reduzem seu tempo de duração para que ele seja o mesmo da satisfação que produzem: o compromisso e é valido até que a satisfação desapareça ou caia abaixo de um padrão aceitável – e nem um instante a mais.
Os parceiros são mantidos perpetuamente em estado de nascimento, incertos quanto ao futuro, precisando constantemente provar de modo cada vez mais convincente que “ganharam” e “merecem” a simpatia e a lealdade do parceiro.
 “Ser amado” nunca é suficientemente obtido e confirmado, continua sendo eternamente condicional – a condição sendo um suprimento constante de evidências sempre renovadas da capacidade de estar sempre um passo a frente - contrariando com isso o pensamento imortal de Nietzsche -.

Mas e a ambiguidade da incondicionalidade tão perpetuada por ele e agora uma condicionalidade requerida?
Ele continua tendo razão. Porém, estamos experimentando novas realidades a partir de seus pensamentos. Estamos nos conhecendo um pouco mais, conhecendo mais o outro, esperando mais de nós, esperando menos do outro.

Desta forma em nossos momentos, atuais, a lealdade por toda a vida é uma benção misturada com muitas maldições. E se as ondas mudarem de direção, e se acenarem com novas oportunidades? E se o próximo e querido não for mais querido, mas continuar perturbadoramente próximo?

 Daí a ansiedade, o medo de perder o que se tem misturado com o medo de ser incapaz de se livrar daquilo que não é mais desejado – encimados pelo medo de se encontrar na extremidade receptora do ímpeto e determinação do parceiro.
Para alguns autores traçar essa fronteira com precisão pode ser uma tarefa torturante, mas de uma coisa podemos ter certeza: onde quer que se encontre, ela é violada no momento em que se declarar que atar e desatar vínculos são atos neutros, moralmente indiferentes, de modo que ambos são eximidos de responsabilidade pelas consequências recíprocas de seus atos.

Aquela mesma responsabilidade incondicional que o amor promete, para o que der e vier, e luta para construir e preservar.
A felicidade, lembrando o que diagnosticou Kant, é um ideal não da razão, mas da imaginação.

Ele também advertiu, conforme Baumann, que o caráter tortuoso da humanidade, nada de reto poderia ser feito. John Stuart Mill pareceu combinar as duas sabedorias em sua advertência: “quando você pergunta para si mesmo se é feliz, você deixa de sê-lo”.

Independente de qualquer visão de pensadores e estudiosos e para nós simples mortais? O que significa? Como estamos enfrentando tudo isso nesta, dita, modernidade? E tão necessitados de amar?  De sermos amados?
Medos de errarmos novamente?

Que tal apenas não fazermos os mesmos erros? Que tal experimentar? Se errarmos, serão novos erros. Vamos ao menos começar a pensar nisso?
E pensar não dói... Porém amar-se, sobretudo, para amar o outro, parece ser uma nova velha condição de experimentar não mais falsas felicidades, mas sim momentos específicos e aflorados de uma vida feliz.

Quem sabe não esta aí a diferença? Por que não podemos pensar diferente em nossa modernidade, sobretudo, começarmos a agir diferente? Mas acima de tudo, amar muito novamente.
O restante fica para você colocar em prática e ajudar a buscar uma nova forma de amarmos amando.
Nos grandes feitos, algo subsiste...




Baseado nos pensamentos citados de autores
 Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Sitio da Kasal – Vitória – ES – em 27.03.2013
http://konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117

terça-feira, 26 de março de 2013

" Perdão Nordeste - Somos Maus Brasileses -!"




“... De todas as presunções ridículas da humanidade,
nada ultrapassa as críticas feitas aos hábitos
dos pobres, por aqueles que tem casa,
estão aquecidos e alimentados...!”

H.Malville

Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
 - Zá Ramalho


Ao menos a semana trouxe um pouco de sol, em uma das manhãs da semana, depois de muitas com chuvas e temperaturas que encerraram fevereiro com 15°.
Coisas do Rio Grande do Sul.
Ao dirigir-me ao carro, no estacionamento, aborda-me um homem jovem, completamente carregado de mercadorias (de todos os tipos – carteiras, cintos, capas para banco de automóveis entre outras bugigangas), dizendo:

 -Senhor, não esta precisando de alguma coisa?
Sendo gentil puxei conversa dizendo:

           - Olá amigo, sotaque do nordeste, o que fazes aqui nestes frios e olha que o inverno nem começou. Deveria estar na terra do sol.
Ao que ele me respondeu, baixando a cabeça, quase que envergonhado:
          - Senhor, sou da Campina Grande, Paraíba.
Exaltei-me interrompendo-o:
          - Que maravilha pertinho da Capital,  tenho muitos amigos na Paraíba e adoro o nordeste.
Ao que ele, enfático, respondeu:
          - É senhor, mas lá a seca não nos dá o que comer e vindo para cá eu garanto o sustento de minha família.
Interrompi-o, quase que enfaticamente:
           - Mas amigo vocês tem um dos maiores contingentes de políticos no Congresso...

Ele me interrompeu com certo olhar de tristeza dizendo, com a voz um pouco mais baixa.
          - Senhor, não temos políticos, eu não voto. Lá nos temos donos...

Aquietou-me. Emudeceu-me. Comprei uma carteira, qualquer coisa. Penalizado, entristecido comigo mesmo.
Ele se afastou sorrindo e agradecendo.
Eu olhei um bom tempo para aquela carteira em couro, e a música de Zé Ramalho, automaticamente veio-me a cabeça:

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz

Ele se afastou sorrindo, feliz. E eu entristecido, como a perguntar-me:

- O que continuamos fazendo com o Nordeste? Porque agimos como se fosse outro país? Meu Deus, não nos importamos em nada com todo o sofrimento, de nossos irmãos, com todos os seus flagelos, no nordeste, há décadas... E eles estão sendo sorrindo... Eles estão sempre felizes.
-O que há conosco?
No que estamos nos transformando?

A frase dita por George Washington veio-me à cabeça:

“... Que seu coração tenha pena da aflição e a angústia de todos...!”
Pena? Eu tenho. Mas é um sentimento pequeno, pobre. É tudo o que posso fazer?

Bilhões para obras da transposição do Rio São Francisco e nem na metade está; Bilhões do orçamento nacional todos os anos; Milhões e milhões saem dos cofres nacionais para obras contra a seca: poços artesianos e muitas outras coisas.
E aonde vai?

Ficou as ultimas palavras do vendedor, ecoando na mente:
“... nós não temos políticos; Nós temos donos. Eu não voto!”

Voltei para casa. Hora do almoço. Confesso: abri a geladeira e a fechei novamente. Segurei o choro, gostaria de transportar aquela geladeira para o sertão nordestino, como nos filmes de ficção. Não tenho esse poder. Mas lembrei de que posso escrever, e posso fazer outros brasileses pensarem também.

Imediatamente lembrei-me da frase de Dom Francisco Austregésilo de Mesquita quando afirmou:
 “...Com o povo passando fome é mais fácil comprar votos. Os políticos não têm interesse em resolver o problema da seca...!”

Você que esta lendo isso, é brasiles, tem casa, comida e, principalmente, água, ajude-os a levantar uma bandeira e vamos ajudar este “povo marcado, este povo feliz” e admirável, que não é um gado novo, corrigindo o título da magnífica música de Zé Ramalho. Se somos irmãos, faremos algo. Chega de ficar somente olhando e escutando baboseiras.


O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.

Cantem-na. Mas, por favor, pensem... Não dói!”

Mas para os nordestinos, vamos fazer algo mais. Por Favor!


Entendimentos & Compreensões
Publicado no sitio do Grupo Kasal – Vitória – ES -  em 22.03.2013
http://konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117

segunda-feira, 25 de março de 2013

" A Elegância do Ser!"






“... A verdade cabe em todo lugar.
Bem como a boa conduta, elegância e
a palavra que ajuda. Muitos tem razões
Poucos tem sensibilidade
E alguns, menos ainda...o entendimento...!”

dos pensamentos de Abnara Leon

                                                     Em 13 de fevereiro, publiquei em http://www.konvenios.com.br/info/Articulistas.aspx, sitio do grupo Kasal, de Vitória, ES, o qual tenho o privilégio de ser um dos articulistas. O mais simplório, em meio a tantas mentes geniais uma crônica chamada – (inter) Ações sem Comunicação – Perdendo a Finura -, a pedidos de amigos, muito amados, que estão comigo, real e virtualmente.

Agora, novamente, estes mesmos amigos, sentindo que a “grossura” parece estar saindo pelos “poros” das pessoas, inclusive nas redes sociais e muito mais ao vivo. Fazendo com que as pessoas, por problemas seus ou não, se tornem mais embrutecidas e menos cordiais, bem menos afáveis, nada simpáticos, consequentemente, menos gentis e bondosos.

O que está acontecendo com os seres, ditos humanos, na maioria demasiados humanos? Em a Gaia Ciência, Nietzsche afirma:

Numa perambulação pelas muitas morais, as mais finas e as mais grosseiras, que até agora dominaram e continuam dominando na terra, encontrei certos traços que regularmente retornam juntos e ligados entre si: até que finalmente se revelaram dois tipos básicos, e uma diferença fundamental sobressaiu. Há uma moral dos senhores e uma moral de escravos; acrescento de imediato que em todas as culturas superiores e mais misturadas aparecem também tentativas de mediação entre as duas morais, e, com ainda maior frequência, confusão das mesmas e incompreensão mútua, por vezes inclusive dura coexistência até mesmo num homem, no interior de uma só alma.

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa, pintor pós-impressionista e boêmio que viveu em Alby, França, no final do século dezoito. Fez ao que se sabe, segundo sua biografia, um único texto, ao menos publicado. Nele Henri falava sobre Elegância. Utilizo-me de sua transpiração para tentar deixar uma espécie de mensagem para as pessoas, em pleno século vinte e um.

Ele afirmava:
Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância (gloss) do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.
        
 É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.
           
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

            Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazer... Porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.

            É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...

                                      Sobrenome, joias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante. É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é muito elegante.. Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante... Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma... Oferecer ajuda... é muito elegante... Olhar nos olhos, ao conversar é essencialmente elegante.

            Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: Se os amigos não merecem uma, certa cordialidade, os desafetos é que não irá desfrutá-la.
Ser Elegante... Assim como pensar.... Não dói!


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Transpirado das redes (ditas) sociais
Publicado no sitio do Grupo Kasal – Vitória – ES. Em 20.03.2013
http://konvenios.com.br/info/Artigos.aspx?codAutor=117 

quinta-feira, 21 de março de 2013

"...E Ela Continua (mais) Inculta e Bela! - #SOSEducaçao!"






““... Meu amor eu te acariceio (acariciar) com uma rosa
segurando-a pela hastia (haste), iluminados por esta luz que
vem deste postio (poste) da tua rua.
Sei que não negoceio (negocio) mais o amor que por ti tenho.
Depois que formos festiar (festar), com tuas novas vestias (vestes), na próxima noite de luar, vou te ratar (raptar) para tê-la em meus sonhos. Não sou corruto (corrupto), mas pagarei à lua para te iluminar, mesmo que ela não queira...!”.

José Carlos Protheus Bortoloti


O acima não é nenhuma preciosidade da escrita nem da poesia, sem ofender os poetas.  E também nem uma ideia (agora sem acento) nova, afinal esta é a terceira em 75 anos. É apenas uma demonstração de como se pode reescrever e falar, a partir de agora. E temos que aguentar (sim, agora sem trema) calados?

Agora não haverá mais paraquedistas (agora sem hífen), na escrita da Língua Portuguesa. Quem não sabe continuará não sabendo. Quem sabia um pouco saberá menos ainda e necessitará se atualizar muito.

Mas como aqui (Brasil) se aceita tudo, e parece não haver, ainda, nem vontade, para uma vacina contra a ignorância. Continuaremos assim, ignorantes e estúpidos.

Ora se, “ainda, escrevemos e cantamos a segunda parte do Hino Nacional como “..deitados eternamente”..., quando Joaquim Osório Duque Estrada (o autor da letra, para quem não sabe) escreveu: “Deitados TERNAMENTE em berço esplêndido”... E se entrar no sitio (em vez de site, por favor) da presidência da república, encontrará, nos símbolos nacionais, o hino escrito desta maneira... Estranho? Tem certeza disso?

Esqueci: todos os demais sítios também terão o Hino, com o mesmo erro.
Nossa, que ranço?
Pareço daqueles nacionalistas exacerbados?
Lamento. Não sou. Mas ser usado, como estúpido, para que alguns ganhem verdadeiras fortunas com a ignorância alheia e nada fazermos? Bem, certamente aqui o adjetivo será outro.

Estúpido ou não, agora eu tenho opção na escrita. Posso escrever qualquer um dos termos acima e estarei corretíssimo pela nova ortografia da língua portuguesa.

Baseados no decreto 6.583, de janeiro de 2009, que em 2013 era para  virar lei e substituir a de nº 5.765, que regulamenta todo o nosso idioma, os regionalismos (ou caipirismo como os especialistas preferem) podem ser utilizados em nossa língua e estarão corretos. Quando será?

Resposta com o tal de “MEC”. Sempre os respeitei e aprendi a gostar deles com a paulista/paranaense, Prof.ª Andréa Schiavetto, grande fonoaudióloga com quem trabalhei, adorava os regionalismos quando passava de um estado para outro.

Mas daí a torná-los parte integrante de uma língua completamente sem nexo ou sentido, dentro de algo tão belo e puro? Ou seja, os verbos terminados em “IAR” e os regionalismos. Ou ainda certas consoantes mudas como em rapto e corrupto.
Esta é “bagunça” legal, que iniciou em 2009 seria até o final de 2012. Já mudou.

Este era o período para se mudar tudo o que está escrito até agora em língua portuguesa. Sim, eu disse tudo.
E os acima são apenas uns poucos exemplos das atrocidades cometidas com a tal de “mudança na ortografia da língua portuguesa”, com o “intuito” de aproximação dos países lusófonos, ou seja aqueles que falam a língua portuguesa.

Nunca seremos iguais à língua de Portugal. Basta sair do Aeroporto em Lisboa, e verá que é outra língua completamente diferente.
Quem ganha com isso? Os mesmos de sempre.
Meu mestre, diz que isso somente acontece em países atrasados, em países sem cultura e que derivam disso os ganhos exorbitantes de poucos em decorrência da ignorância dos demais.

Ele diz mais: Nossa língua possui cerca de quatrocentos mil vocábulos. Achou muito? Sabia disso? Bem, uma pessoa culta utilizará, em sua comunicação e escrita, em torno de 7 a 9 mil vocábulos. A média geral em torno de oitocentos e mil vocábulos. Quer saber para que todo o resto?

Pergunte para aos mesmos imortais da Academia Brasileira de Letras, que promoveram esta mudança. Ou melhor, mais esta mudança.

Ops, muita mistura de assuntos? Este texto está uma bagunça generalizada? Tem certeza? É algum especialista da Língua Portuguesa? Está na Academia de Letras? Sabe todas as alterações que haverá? E que a partir da data que o MEC decidir, tudo o que existe publicado no Brasil estará errado e precisará ser reeditado?

Não? Esta colocando os termos certos? E quem vai saber que são corretos se você não informar? E agora quando algum “caipira” utilizar um termo correto em nossa língua, ainda vai chamá-lo de caipira?

Perdão Olavo Bilac: espero que meu título não ofenda sua obra. A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema desse poeta brasileiro que viveu no período de 1865 a 1918. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculto fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.

Continuaremos “subindo para cima”, “descendo para baixo”, “gritando alto”, só para citar as redundâncias. Continuaremos sendo atrasados.
Pensar não dói, tenha a certeza disso.
Mas falar e escrever, cada vez mais, vai doer e muito.


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES – em 15.02.2013


quarta-feira, 20 de março de 2013

"Palavras que Curam! - #SOSEducação - "





“... É preciso bem menos que a
morte para matar um homem...!


                             Nietzsche, o filósofo do séc. XVIII gostava de “deixar” a frase quando alguém lhe fazia questionamentos que ele não estava a fim de responder ou continua uma discussão retórica. Apenas dizia. Palavras são como fazer amor...
                            Elas continham ambiguidade. Sim tanto poderiam ter um significado positivo quanto negativo. Poderia ser inocentes quanto poderiam ter segunda intenção.
                           Martinho Luthero, o criador do protestantismo no século XVI, também gostava de aforismos. Um de seus famosos era: Sempre vi um mundo que odeia o mal mais do que ama o bem(...)
Essa semana que passou concluí a leitura de um livro em que me foi colocado às mãos.  Meio que forçosamente deveria ler. O título me levava à religiosidade. Respeito às dos outros por educação, para não dizer que alimento hipocrisias. Mas são deles. Que mania que as pessoas tem de “empurrarem”  crenças “goela abaixo” nos outros. É meio antiquado e me lembra da inquisição espanhola – período mais violento da igreja católico na Idade média, na Europa como forma de controle do poder da igreja sobre pessoas, povos, governos, príncipes -.

Voltando ao livro, chamava-se O Médico Jesus, escrito por          José Carlos De Lucca, além de tudo meu homônimo. Á primeira vista vi tratar-se de uma obra sobre espiritualidade, assim me defendi de pseudas religiões existentes. Fui simpático com a pessoa e peguei o livro. Confesso meio a contra gosto.

A leitura me surpreendeu. Foi didático.  Interessante diria mais. Não que contivesse novidades, ou assombros desconhecidos que fizessem pautar por um novo comportamento. Longe disso.
Porem o escritor De Lucca deixava algumas mensagens claras.
Entre elas todas aliadas ao célebre aforismo latino, “Mente sã em corpo são...”:

Diz ele:
 Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta. A cura real somente acontece do interior para o exterior.
Sim, diga a seu médico que você tem dor no peito, mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.
Conte a seu médico que você tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.

Relate que você tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer também que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.
Mencione que você sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.

Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoísmo. Não querem mudar de vida.
Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.

Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.
Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retira dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.

Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.

 Suplicam auxílio para os problemas de tireoide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.

 Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas emocionais do passado. Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.

No final o escritor diz que a Divindade nos fala através de mil modos; a enfermidade é um deles e por certo, o principal recado que lhe chega da sabedoria divina é que está faltando mais amor e harmonia em sua vida.  E encerra afirmando: Toda cura é sempre uma autocura. Independente da religiosidade, a espiritualidade ou o pensamento mais profundo do autor tem razão.

Portanto se você estiver com alguns dos pré-sintomas acima, consequentemente,  estará com o que, uma simples anamnese, lhe diria.
Estamos assim “meio largados” demais e aguardando milagres, que por sua vez acontecem todos os dias “debaixo” de nossos olhos e não percebemos.

Estamos ficando meio, ou como diria um amigo muito gozador, aqui do sul, ´abichornadamente´ (sim é quase um neologismo) dependentes demais em situações em que os donos da real situação somos nós mesmos.

O mais difícil, parece, em meio a isso tudo é que o ser, dito humano, e às vezes demasiado humano, ainda não aprendeu que pensar...
Não dói... Nadinha... Ainda!  São bons pensamentos para qualquer período.


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES em 13.03.2013

domingo, 17 de março de 2013

" #SOSEducação! - Siga O Mestre!"


                                     



Siga o Mestre!"


"Se a vida tem um significado mais alto e
mais amplo,que valor tem a nossa educação se
nunca descobrimos esse significado?

Krishanamurti



                            Em quase todas graduações e fora delas, há uma tendência “tecnicista” na aprendizagem e na “ensinagem”. O modelo do "faça assim". Na maioria das graduações os formandos recebem informações superficiais e desvinculadas de práticas funcionais, reflexivas e científicas.




                           O sujeito não é construtor do seu conhecimento. Com a réplica do conhecimento do outro, do “ouvi dizer que fazendo assim dá certo”, os educadores e ou aspirantes, constroem, exercem e ou exercerão a sua prática. A prática já nasce patológica, contaminada desde o berço, sugerindo passos e técnicas de um fazer “bem redondinho”. Siga o mestre! E não pense com o cerébro direito e muito menos com o esquerdo. Faça. Siga o modelo!



                         É um círculo vicioso. E ausente de reflexões. São poucas as faculdades e ou universidades que oportunizam uma construção profunda sobre os saberes. E mais raras ainda, as que levam os seus alunos a serem pesquisadores do seus conhecimentos. Tenho pesquisado algumas grades dos cursos que formam educadores, em sua maioria apresentam uma proposta e uma prática "tecnicista".



                      A formação dos educadores pede socorro. Hoje é imprescindível que ( re) avalie as grades curriculares dos cursos que os formam e suas práticas. Penso sem muita certeza de que, os conteúdos não contemplam um aprofundamento dos saberes. Permeiam a supreficialidade e os equívocos acontecem. Krishanamurti, em 1987 escreveu que “antes do pensar”, temos que ensinar o “como pensar”. 


                   Falta na formação dos educadores esse refinamento. A formação tecnicista os impedem que respondam com uma prática compreensiva e agem sem reflexão. Como se fosse possível editar o conhecimento em série, e conseguem. Infelizmente! Fazendo eu, uso da gramática visual, o filme “Tempos Modernos”, retrata sem muita dificuldade a situação já comentada.


                 No filme, Chaplin simplesmente tem que apertar os parafusos, a coisa é mecânica. Desprovido de qualquer pensar. Krishanamurti também escreveu:





“O que atualmente chamamos de educação é

um processo que concentrará em acúmulos de informações."
                   Ainda hoje, em 2013 continuamos a praticar e a pensar em educação como um molde. Ou seria a não pensar Educação? Copiar? Moldar? Com este modelo tão arcaico só poderemos ter em nossas escolas, métodos e alunos superficiais. Aliás, os métodos também são os culpados. Eles não funcionam adequadamente. Espere, mas eles se aplicam sozinhos? Tem vida própria? Acho que não. O modismo é quem tem vida e longa. E a contaminação continua. "Façamos assim, pois todos agora estão fazendo".

Percebo que os educadores trabalhavam como se a educação fosse uma gigantesca "xerocopiadora". Apertam o botão e vão copiando todo o conhecimento. O pior é que entregam os conhecimentos clonados e ausentes de qualquer construção aos alunos. Os mesmos os devolvem da mesma forma, com conhecimentos clonados. Mas aí, todos ficam indignados com os resultados no final de cada ano! Gastam "zilhões" discutindo e criando estratégias para melhorar as formas de avaliar o aluno.
O aluno? Sim. Exatamente. Ele quem não sabe pensar...

Ao professor foi dada a missão de medir e reproduzir e ao aluno?  Acho que de contribuir com os resultados. Mais ainda, ser o resultado! Consequência não? Não! Resultado com direito a nome e estatísticas.


Testes de toda a natureza e reuniões pedagógicas para descobrirem a causa de tanto "fracasso". Sem contar com a "patogenização" do aluno. Tudo é Transtorno de Aprendizagem. Então vamos encaminhar? Sempre. Não temos molde ou modelo para o enfretamento. E usamos a frase clássica, este assunto não compete ao professor. Prossigamos. "Cego é aquele que tem olho, mas não quer ver”.


A formação de nossos educadores anda exatamente assim. Os educadores responsáveis por esta formação necessitam de um (re) pensar quanto à formação dos mesmos. Urgentemente e continuamente! Se quisermos uma educação funcional, reflexiva e pensante teremos que investir em gente. Competente é gente e não modelos. O investimento terá que ser no material humano, oportunizando conhecimentos profundos e estruturando os saberes do educador na raiz de sua formação. E não na superficialidade! Tomando o

Ensino Fundamental como uns dos muitos exemplos, o professor trabalha com a língua escrita, mas não a compreende. Alfabetiza? Acho que segue modelos do "faça assim", mas não lhe é oportunizado identificar com propriedade as construções dos saberes.


Hoje grande parte dos educadores compreende que Alfabetizar é equivocadamente identificar as fases da escrita. Parece que isto basta. E tem bastado. Tem esperado que alguém lhe desse a receita. Não há problema algum em compartilhar e trocar saberes. Mas o educador na maioria das vezes não troca, fica esperando a conclusão do "outro". Dê a César o que é de César!


E dê ao professor a dignidade de opinar com clareza sobre os seus saberes e mais ainda, compreender a sua prática com cientificidade e não com fases, moldes ou modelos.


Andréa Weffort - Psicopedagoga Clínica e Educacional,
Coaching Educacional, Fonoaudióloga Clínica e Educacional, Administradora Educacional, Orientadora Educacional,
Educação Especial e Assessora Educacional do Colégio
Adventista de Campo Mourão, Palestras e  Capacitações sobre Educação.
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