“... É
preciso bem menos que a
morte
para matar um homem...!”
Nietzsche, o
filósofo do séc. XVIII gostava de “deixar”
a frase quando alguém lhe fazia questionamentos que ele não estava a fim de
responder ou continua uma discussão retórica. Apenas dizia. Palavras são como fazer amor...
Elas continham
ambiguidade. Sim tanto poderiam ter um significado positivo quanto negativo.
Poderia ser inocentes quanto poderiam ter segunda intenção.
Martinho Luthero, o
criador do protestantismo no século XVI, também gostava de aforismos. Um de
seus famosos era: Sempre vi um mundo que odeia o mal mais do que ama o bem(...)
Essa semana que passou concluí a leitura de
um livro em que me foi colocado às mãos.
Meio que forçosamente deveria ler. O título me levava à religiosidade.
Respeito às dos outros por educação, para não dizer que alimento hipocrisias.
Mas são deles. Que mania que as pessoas tem de “empurrarem” crenças “goela abaixo” nos outros. É meio
antiquado e me lembra da inquisição espanhola – período mais violento da igreja católico na Idade média, na Europa como
forma de controle do poder da igreja sobre pessoas, povos, governos, príncipes -.
Voltando ao livro, chamava-se O Médico Jesus,
escrito por José Carlos De Lucca, além de tudo meu
homônimo. Á primeira vista vi tratar-se de uma obra sobre espiritualidade,
assim me defendi de pseudas religiões existentes. Fui simpático com a pessoa e
peguei o livro. Confesso meio a contra gosto.
A leitura me surpreendeu. Foi didático. Interessante diria mais. Não que contivesse
novidades, ou assombros desconhecidos que fizessem pautar por um novo
comportamento. Longe disso.
Porem o escritor De Lucca deixava algumas
mensagens claras.
Entre elas todas aliadas ao célebre aforismo
latino, “Mente sã em corpo são...”:
Diz ele:
Não
trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade
seja também extinta. A cura real somente acontece do interior para o exterior.
Sim, diga a seu médico que você tem dor no
peito, mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.
Conte a seu médico que você tem azia, mas
descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos
no estômago.
Relate que você tem diabetes, no entanto, não
se esqueça de dizer também que não está encontrando mais doçura em sua vida e
que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.
Mencione que você sofre de enxaqueca, todavia
confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito
sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.
Muitos querem se curar, mas poucos estão
dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo
do pessimismo e o câncer do egoísmo. Não querem mudar de vida.
Procuram a cura de um câncer, mas se recusam
a abrir mão de uma simples mágoa.
Pretendem a desobstrução das artérias
coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.
Almejam a cura de problemas oculares, todavia
não retira dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.
Pedem a solução para a depressão, entretanto,
não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a
perdas experimentadas.
Suplicam auxílio para os problemas de tireoide,
mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para
expressarem suas legítimas necessidades.
Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia,
insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas
emocionais do passado. Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos
aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.
No final o escritor diz que a Divindade nos
fala através de mil modos; a enfermidade é um deles e por certo, o principal
recado que lhe chega da sabedoria divina é que está faltando mais amor e
harmonia em sua vida. E encerra
afirmando: Toda cura é sempre uma autocura. Independente da religiosidade, a
espiritualidade ou o pensamento mais profundo do autor tem razão.
Portanto se você estiver com alguns dos
pré-sintomas acima, consequentemente,
estará com o que, uma simples anamnese, lhe diria.
Estamos assim “meio largados” demais e aguardando milagres, que por sua vez
acontecem todos os dias “debaixo” de
nossos olhos e não percebemos.
Estamos ficando meio, ou como diria um amigo
muito gozador, aqui do sul, ´abichornadamente´
(sim é quase um neologismo)
dependentes demais em situações em que os donos da real situação somos nós
mesmos.
O mais difícil, parece, em meio a isso tudo é
que o ser, dito humano, e às vezes demasiado humano, ainda não aprendeu que
pensar...
Não dói... Nadinha... Ainda! São bons pensamentos para qualquer período.
Entendimentos
& Compreensões
Leituras
& Pensamentos da Madrugada
Publicado
no Grupo Kasal – Vitória – ES em 13.03.2013
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