“... O Mestre não é aquele que lhe diz,
mas aquele que o desperta...!”
A. de Mello
E me transformei
em Borboleta. Era uma larva e agora me sinto uma borboleta, não das mais
bonitas e com belas cores, mas enfim borboleta, e sei que posso voar.
E pelo resto de minha
vida serei grata ao mestre que me despertou que transformou o medo das chamas
em confiança e esperança, e que me demonstrou que não sou nenhum verme.
É assim que Jose-Vicente Bonet, em sua obra Autoestima - O que é e como se faz-, pela editora
Loyola, lançado em 2003, da obra
original espanhola de 2000 – Teologia del
gusano – Autoestima y evangelio - faz análise da autoestima, buscando em
Eric Fromm, este mais profundamente, mesmo citando vários outros autores, uma
análise profunda do que temos hoje, em demasia, em uma espécie de necessidade
de mascararmo-nos a todo momento, em todos os lugares, para todos os seres. A
rede mundial de computadores que o diga. Fotos são colocadas – os chamados avatares - que no fundo pouco dizem de
nós mesmos. Geralmente são fotos buscadas ou reformuladas. Imagens que
gostaríamos que nos visualizassem dessa forma e não da que somos realmente.
O Autor diz mais: A
pessoa que se autoestima de forma autêntica, em toda a sua realidade individual
e social, prefere a vida a morte, o gozo ao sofrimento. E também esta
disposta a sacrificar-se por uma pessoa ou causa que se identifique.
O ser humano nasce egoísta. O bebê pega tudo o que está ao
seu alcance, mas a autoestima e uma arte que precisa ser aprendida não só para
o bem do individuo mas para toda a sociedade.
Só o eu individual plenamente desenvolvido pode desapegar-se
do Ego. Nas palavras de Eric Fromm (O
criador da análise transacional).
Narcisismo é um amor a si mesmo desvinculado do amor ao
próximo.
Narcisista é a pessoa, que tal como o Narciso do mito, se
apaixona por sua imagem ao ponto de esquecer-se dos vínculos profundos que as
une aos ouros mortais.
O narcisista busca a autorrealização, mas se detém na
periferia de si mesmo, no gosto, no
estilo, na imagem que projeta no exterior, pois se revela demasiadamente
incomodo para ele aprofundar-se em seu interior por medo do que possa descobrir.
O narcisista “sempre carente de autoestima”... A partir de seu vazio interior
olha ao seu redor e busca pontos de referência.
Em
Assim Falava Zaratustra, Nietzsche escreveu: Quero dizer uma coisa aos que desprezam o corpo: desprezam aquilo a que
devem a sua estima. Quem criou a estima e o menosprezo e o valor e a vontade?
O
próprio ser criador criou a sua estima e o seu menosprezo, criou a sua alegria
e a sua dor. O corpo criador criou a si mesmo o espírito como emanação da sua
vontade.
Diz um pouco mais no capítulo Das
Alegrias e das Paixões: Seja a tua virtude demasiado alta para a familiaridade de
denominações; e se necessitas falar dela não te envergonhes de balbuciar.
Fala e balbucia assim: “Este é o meu bem, o que amo; só assim me agrada
inteiramente; só assim é que quero bem!”
Neste tempo de
construirmos falsas imagens para abastecermos uma pseudo autoestima, precisamos
nos colocar, primeiro conosco mesmo, nos descobrirmos. O outro não existe se
não existirmos nós, primeiro e antes de tudo.
Não somos mais bebês, não
conseguiríamos mais “querer” e “pegar” tudo o que quisermos. Mas
podemos esforçar-nos, um pouco mais, e conquistar, sendo nós mesmos.
Só isso.
E pode Pensar. Ainda não
dói...
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Transpirado de Veneno Luar
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES – em 06.03
O narcisista espelha uma falsa autoestima, porque cultua apenas a aparência para ocultar a fragilidade do ser. Grifes até camuflam, mas não conseguem esconder o tempo todo a insegurança! É preciso cultivar o interior para o exterior brotar belo verdadeiramente!
ResponderExcluirJá dizia a TORÀ: Ama a teu próximo, como a ti mesmo. E este mandamento sempre entendido às avessas como se fosse "egoísta". O ensinamento correto é "ama a ti mesmo, como és capaz de amar a outro", pois hoje ama-se ao outro e dele se cobra o "amor que não nos damos a nós mesmos".
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