“...
Quer Mesmo Ser Professor...?”
... É isso, não vou entregar os pontos
Vou procurar o valor de X
Buscar mais adjetivos
Aprender com o que já fiz...!”
Vou procurar o valor de X
Buscar mais adjetivos
Aprender com o que já fiz...!”
Da Obra do mesmo título acima
de Monica Raouf El Bayeh
"Todo
professor deve ter um pouco de ator"
Ariano Suassuna.
Amava quando
meu ídolo, Rubem Alves em falar do processo da educação, afirmava:
“... Sem tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar
em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com
invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos
e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos,
apenas os rótulos". “Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa...”.
Para quem pega,
em mãos, a nova obra literária de Mônica
Bayef – eis aqui seu “quinto” filho
literário -, pelo título, espera encontrar um verdadeiro manual para todo aquele que tem em seu
âmago um dia ser professor, ou então como ser um melhor professor.
Novamente um engano.
Aliás, como diz minha mestra literária e minha
fonte de pesquisas na literatura, a mineira e também professora Claudia Ezdgidia de Carvalho: “Mônica
já deveria estar no “hall” dos grandes escritores nacionais. Não
é possível – Continua Claudia – (...) que uma escritora e poetisa do talento
de Mônica ainda não tenham uma divulgação de acordo com seu talento”.
Confesso sem o
conhecimento profundo de minha mestra que também não sei. Aliás, penso que sei:
Em um país onde não se valoriza a cultura e a educação como o nosso não
poderíamos esperar nada de diferente. É tudo na base do: “(...) quanto mais ignorante for melhor...”. Triste constatação de
governos – em todos os sentidos – Do
nacional ao municipal. Da União aos Estados não valorizem os verdadeiros
talentos puros, e ainda desconhecidos deste imenso Brasil.
Ao conversar com o
meu Mestre em Linguística e Simbologia, Professor
Nelson Valente, aliás, o grande mentor e “navio”
que serviu para “levar” todo o
talento de Mônica ao grande público brasilês, dialogávamos sobre a missão de
fazer com que verdadeiros e natos talentos como a escritora e poetisa, nossa
amiga, deveriam ter seu “lugar ao sol”
e através de sua genialidade chegar a tantos seres necessários.
Mônica, como já se
afirmou, em crônicas anteriores faz uma espécie de estilo “confessionalismo” – um estilo muito raro no Brasil. Mais conhecido
na Europa e Estados Unidos.
Ela se baseou nestes grandes literatos para sua
poesia e escrita?
Não. Mônica é natural. Um talento nato.
Muito vem de sua riqueza
cultural... Somado ao fato de ser uma psicóloga e, principalmente, uma
professora em diversas áreas, ensinando inclusive línguas como o francês. Sua
origem genética tem muito a ver com seu talento.
Mas e o livro? E a nova obra de Mônica?
Bem, como sempre é
tudo, novamente ao contrário do que o simples leitor espera ao ver a capa de
uma de suas obras.
Ela conta exatamente o
que um professor enfrenta em sala de aula, através de seus próprios
exemplos. As “armadilhas” que escapa de todo tipo de aluno. Como por exemplo:
Ela trabalha com a
mesma linguagem do aluno. Mesmo, acredito que enfrentando “verdadeiras batalhas interiores” que seu lado de psicóloga ajuda,
mas nem sempre explica. Ah, Freud...
Com uma aluna:
-Minha mãe está grávida.
- Que legal! Está feliz? - claro que a pergunta é de Mônica.
-Muito. Vi o exame do bebê em posição “fecal”.
- Quer merda, né?
Ops: linguagem inapropriada?
Para os padrões do MEC, muito acima do que eles próprios estão acostumados.
É isso que, por incrível que pareça, Mônica
consegue fazer em sua nova obra:
Sim. Transformar em sorrisos verdadeiros “pesadelos” de sala de aulas,
entrecortadas por poemas – todos de
professor na prática – com crônicas que são acontecimentos de suas aulas.
De faculdade?
Engano novamente. De uma escola comum. Daquelas
estaduais do Rio de Janeiro. Sim, pode ser do tipo que você esteja pensando
agora.
Mas, Mônica em vez de perder as “estribeiras” (para cavaleiros (e não
cavalheiros) como o gaúcho quer dizer: (estribeira)
estribo usado pelo cavaleiro que monta à gineta (com estribos curtos, sela e
arreios adequados); correia que prende o estribo ao arreio). Ou seja, continuar “cavalgando” sem perder o equilíbrio. E deixa dito ao final de um
poema:
Ver tudo
acaba cansando
Ouvir demais
já não é preciso
Menos às
vezes é mais
Nesse caso,
prejuízo.
Poderá achar
até engraçado. Mas eis nossa realidade brasilesa. Aqui narrada pela professora
Mônica:
- Qual nome
de seus filhos? (aluno perguntando a profe Mônica)
- Pedro e
Maria.
- Engraçado,
rico gosta de nome de pobre. (para aluno professora é sempre rica).
Mônica em sua infinita sabedoria e iluminação perguntam, ao
aluno:
-O que é nome
de pobre, Wildson?
-Assim, João,
Ana, José, Pedro, Maria....
- E de rico,
como é? - indaga a
professora Mônica:
-Chique,
assim: Jéssica, Wedson, Weviton Uoston,
Kerolyn, entendeu?
- Claro...
Assim de pequenas
doses homeopáticas (duras, é verdade)
a escritora Mônica mostra como é seu dia de professora.
E o incrível é que
para ela – Mônica – Tudo vira em
poesia... Tudo se transforma em crônica poetizada... Ah, espíritos elevados que
conseguem ver na ignorância a singeleza dos seres.
Ah, professores de alma nobre que consegue, mesmo com o
martírio e ausência de um governo que cultue a educação, consegue continuar sua
missão... Não pelo escasso “salariozinho”
medíocre e completamente inadequado a mestres de verdade – perdoem-me e redundância – mas utilizando a linguagem poética –
não em nível de Mônica, mas ao menos tentar “engolir”
tanta deseducação de pseudos governos que se implantam... E nós permitimos.
Somente posso pedir
ao leitor: Por amor a cultura, a educação, a poesia (tão necessária nestes tempos de mentes obscuras) pegue, folheie,
tenham, busquem estas preciosidades que esta “guria” (meu termo carinhoso para Mônica) faz com tanto amor,
devoção, divindade. Digna de um coração e alma evoluídos.
Nesta nova obra – Quer
Mesmo Ser Professor? – Mônica mostra sua humanidade a toda prova.
Por sua consciência
e sua inteligência... Por favor: Não deixe de ler e de ter esta obra divina
deste grande ser divino que, para nossa felicidade ainda habita entre nós.
Já perdemos os dois
citados no início: Alves e Suassuna. Mônica é uma mistura dos dois. Singeleza,
simplicidade, genialidade, sensatez, humanidade, cordialidade e um amor
infindável por alunos... Por seres que precisam de seus conhecimentos divinos.
Emociona-me
profundamente a cada obra que tenho o privilégio de folhear, de cada folha,
cada pensamento, cada poema, cada crônica tal qual imaginando que, por osmose,
consiga chegar, ao menos, um pouco próximo de tanta criatividade e ao mesmo
tempo tanta simplicidade... Quase uma humildade divinizada.
Desta vez não encerro com suas ultimas
palavras. Busco da página 43 onde em duas estrofes de um poema chamado: Erro, mas continuo tentando...
Mônica
deixa-nos a seguinte mensagem:
Erro sempre
Mas, tem
épocas que a margem amplia
Penso nas
causas, penso nas razões
Talvez
precisasse de assessoria
Erro
cronicamente
Mas, insisto.
Erro faz parte da minha anatomia
Pior que
errar, é nem tentar
Permanecer na
correta antipatia.
Simpatia. Afirmo
eu.
Como eu
gostaria de ter uma professora como Mônica.
Certamente
diminuiriam minha ignorância de ser humano...
Certamente
conseguiriam galgar, ao menos, alguns degraus acima de uma existência tão pobre
como as que convivo, quase que diariamente.
Somente posso
deixar como reles mortal um agradecimento:
Obrigado
Mônica por existir.
Torna nossos
dias muito melhores...
Com Mônica El
Bayef e suas obras... Pensar não dói... E nos emociona muito!
Transpirado da obra
Quer Mesmo Ser Professor?
Mônica Raouf El Bayef
Amazon Editora – RJ – Julho/2014
E do meu carinho, amor incondicional
e homenagem de amigo...
Desta grande escritora Brasilesa.
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