#Cidadania:
Uma das pessoas mais admiradas
E respeitada do TwitterUma das pessoas mais admiradas
Marisa Cruz é a convidada
Especial da Sala de Protheus:
Um Dia Que Parece Uma Mentira!
sem o exercício
pleno da cidadania e da ética global...!”
Carlos R. Sabbi
Como
boa “conversadeira”, resolvi, no dia
da eleição, puxar “prosa” com os
eleitores que estavam na fila e me inteirar sobre o que significava este dia e
o que esperavam dos candidatos escolhidos para prefeito e vereador. Usarei
nomes fictícios, pois o que lerão a seguir é quase que unanimidade.
Baseada nesses encontros classifiquei os tipos de eleitores:
Eleitor Tipo 1: MARIA VAI COM AS OUTRAS!
Dona Maricota: Uma senhora na faixa etária de 30 e poucos anos.
Perguntei-lhe se havia escolhido os candidatos ao que me respondeu:
-Meus vizinhos lá do meu bairro falaram para votar no “Pafúncio” para prefeito porque ele vai
asfaltar as ruas, fazer o saneamento básico porque pisamos em esgoto a céu
aberto até o ponto de ônibus, fazer uma escola e posto de saúde e também
segurança com viatura porque aqui tem muito assalto.
Indaguei se ela sabia alguma coisa sobre a vida política
dele. E qual não foi à resposta:
- Não, nem sei quem ele é, mas meus vizinhos dizem que ele é
bom então vou votar nele.
- E vereador?
-Ah, vou votar num morador lá do bairro que também promete
que vai trazer tudo que falta para nós.
– E a senhora acredita?
- Claro!
- E se eles forem eleitos, durante os quatro anos a senhora irá
à Câmara e na Prefeitura cobrar?
- Eu não! Tenho mais
o que fazer que seja trabalhar fora, cuidar da minha casa, do marido e dos
filhos!
Eleitor Tipo 2: DESINFORMADO!
Sr. Godofredo: Um senhor na faixa etária de 50 anos. Novamente a mesma
pergunta sobre em quem iria votar. Ouço que escolheu pelas promessas e
principalmente porque o candidato comprometeu-se em lutar por melhor
aposentadoria. Aproveitei para
explicar-lhe que nem prefeito e nem vereador tem qualquer interferência neste
assunto porque isto é decisão do governo federal e aprovado ou não pelo
Congresso. Ele me olhava com cara de desconfiado achando que eu deveria ser
cabo eleitoral do outro candidato.
Eleitor Tipo 3: ALIENADO!
Serginho: Observo este rapaz de 18 anos, com ar de seriedade e vou
puxar conversa. Qual não foi minha
surpresa ao descobrir que a tal seriedade não passava de cara feia mesmo porque
iria perder a “pelada” com churrasco
e cerveja no bairro vizinho. Mesmo assim
perguntei se ele tinha escolhido os candidatos a prefeito e vereador
- Vou votar em qualquer um porque todos são ladrões mesmo.
- E você, votando em qualquer um não está alimentando isso?
- Até pode ser, mas sozinho não vou mudar o Mundo.
- Mas quem disse a você que está sozinho? Será que não está
na hora de conhecer mais sobre política e de quantos brasileiros estão lutando
para uma mudança? Se você tem PC basta entrar no Google que encontrará grupos que estão discutindo sobre isto e verá
que existe jeito sim para melhorarmos. Só passeando pelas redes sociais e
participando constatará que não é uma andorinha a fazer verão.
- Este país não tem jeito não e também quero arrumar uma
boquinha dessa e botar o burro na sombra.
- Mesmo que você arrume sua vida, já fez a conta da quanto
paga pela roubalheira de todos os outros aproveitadores?
– Hum, nunca pensei nisso!
– Pois comece a pensar e verás que esta não é a melhor
saída.
Muitos outros tipos poderiam ser classificados como Eleitor
Interesseiro esperando o cargo público ou ascensão prometida pelo candidato;
Eleitor Imediatista que assim que seus candidatos tomam posse já quer solução
de todos os problemas; Eleitor Peixe Fora D’Água que detesta Política e assim
por diante.
Eleitor Tipo 4: CIDADÃO PLENO!
Caminhando mais um pouco vejo um senhor de seus 65 a 70 anos
que me chamou muito a atenção pelo traje de vestia: Terno, sapatos engraxados,
barba feita, pronto para ir a uma festa.
Puxei a conversa elogiando seu traje e ele, Sr. Benedito me respondeu:
- Para eu votar. É um dever cívico que merece minha melhor
roupa. Fiquei admirada com a resposta e não me contive em perguntar-lhe sobre
este momento da eleição. Recebi uma aula de patriotismo, civismo e
cidadania.
- Na minha idade já vi muita coisa na política brasileira.
Do Getulismo, com ações boas para o povo, de um Juscelino com sua mania de
grandeza construindo Brasília e colaborando para o aumento da dívida pública e
tornando a Capital Federal distante dos olhares de todos nós e uma “Ilha da Fantasia”, presa fácil para
negociatas. Tão fácil que até um grupo queria implantar o comunismo que a
maioria dos brasileiros não queria. E ouvindo o clamor do povo os militares
tomaram o poder e até hoje me pergunto por que, depois de 6 meses, a ordem
estabelecida, eles não devolveram ao eleitor o direito de escolha do presidente,
senadores e governadores. Será que gostaram do poder? Ou temiam a força
comunista da União Soviética na América Latina, que acabaram permanecendo no
Poder por 21 anos?
E veio a Constituinte para elaborar uma Nova Constituição e
as eleições indiretas para presidente. Tancredo eleito morre e assume o Vice-presidente.
Outra coisa que não entendo: Se o presidente não tomou posse por que o vice
toma? Deveria ter tido outra eleição no Colégio Eleitoral. Este período foi de
inflação galopante. A gente não dava conta de ganhar e pagar para comer. Tinha
que estocar tudo. A maquininha da remarcação passava a noite inteira trabalhando...
– E mostrou um risinho de constrangimento e resignação.
Nós brasileiros fomos para as ruas pedir Diretas Já e
vencemos com o primeiro presidente eleito na República Democrática Brasileira
depois do Regime Militar. Um jovem candidato bonito, elegante, que prometia
acabar com os marajás. Eleito, confiscou
o nosso dinheiro da poupança por 1 ano e abriu o mercado para os importados
obrigando os industriais a aperfeiçoarem suas fábricas para concorrer com o que
vinha de fora do país. Mas o moço quis
ser o único marajá e os deputados e senadores inflamaram o povo para pedir o impeachment e o mesmo renunciou ao cargo,
assumindo o vice, novamente. Resolveu pôr um fim na inflação e lançou junto com
o ministro do Planejamento o Plano Real, que
foi uma benção para nós.
Tivemos um presidente sociólogo, um metalúrgico aposentado e
hoje uma presidente “gerente”, com
diz seu criador. Todos trouxeram muitas coisas reais para o povo, mas nenhum
deles conseguiu amenizar a corrupção em todos os níveis da máquina pública e
muito menos cobrar dos juízes a punição aos ladrões do nosso dinheiro.
Ai está outra coisa que me deixa encafifado: Será que o povo
brasileiro não sabe que qualquer governo, federal, estadual ou municipal não
tem nada além dos impostos arrecadados em tudo que compramos (de uma caixa de fósforos a uma casa, carro)
ou consumimos (água encanada, luz,
telefone, gás, combustível) e que nós deveríamos cuidar de cada centavo que
gastam? Não é assim que fazemos em nossa casa? E outra coisa que me espanta
nestes meus 70 anos é ver que muitos brasileiros, quando perguntados se pagam
imposto, dizem que são isentos! Vivo numa cidade grande e fico imaginando com é
nos fundões do Brasil.
Disse-me também que
investigou a ficha dos candidatos escolhidos e pesando as promessas e o que
realmente cada um iria fazer nos 4 anos seguintes seguindo de perto caso fossem
eleitos.
Despedi-me encantada com este senhorzinho que com sua sabedoria
de vida merecia ser um professor de cidadania dando aulas ao eleitor brasileiro
por todo Brasil.
Quantos benditos Beneditos precisamos para mudar o rumo
deste País...
Encontrei poucos na fila que tinham consciência política,
que examinaram a ficha corrida dos escolhidos e muitos com raiva deste ou
daquele partido.
Depois desta aula de história, política e cidadania, resolvi
caminhar na fila dos que justificam o voto.
Eleitor Tipo 5: PREGUIÇOSO!
Encontrei o Sr.
Raimundo, na faixa dos 35 anos, preenchendo a ficha e perguntei-lhe há
quanto tempo morava na cidade.
- Moro aqui há 15 anos.
Perguntei por que ainda não tinha transferido o título
eleitoral para o novo domicílio. Respondeu-me que era mais cômodo justificar do
que ir ao TRE fazer a transferência. Indaguei que o prazo para a transferência
era bem longo, geralmente 5 meses antes da eleição. Aí justificou que sempre esquecia e só
lembrava no dia da eleição. Desta feita
fui eu a dar uma de cidadã e expliquei que não votar é não participar da vida
política e como iria cobrar dos eleitos se ele mesmo não havia feito a sua
parte? Parou, pensou um pouco e respondeu-me: É verdade!
Nesta fila de justificativas se encontra de tudo: do que
nunca lembra, daquele que ainda pensa em voltar para sua terra natal, mesmo
estando aqui há 20 anos... Outros diziam que tinham programado ir para sua
cidade e não deu certo.
E vejam a incoerência: Povo foi para as ruas pedir eleições
diretas (direito ao voto). Conseguiu
e vota como se fosse para um convescote
obrigatório e agora pede fim da obrigatoriedade. Por que ao lutar pelo voto não
pediu também a desobrigação do mesmo?
Nas andanças não só no dia da eleição, mas diariamente,
vemos um povo desinformado sobre o que é dever e compromisso de um parlamentar
ou governante. Mistura obrigações em nível federal com governo estadual e
prefeitura. Não conhece os caminhos para exigir os direitos constitucionais
como também não reconhece seus deveres.
Será que a saída é confeccionar uma Cartilha com o BÊ-A-BÁ
e letrinhas de caderno de caligrafia para todo brasileiro poder entender o que
é Cidadania e Cidadão Pleno?
A receita do Bolo está pronta só falta colocar no Forno!
Mãos a Obra!
"Mesmo com diploma Universitário, me
tornei um Cidadã Observadora através dos ensinamentos de meu Pai: Um homem que
deixou como legado a sabedoria de Vida mesmo tendo diploma de primário, CPEOR,
um autodidata que lia os Jornais de “cabo
a rabo”, ouvia notícias nos rádios, assistia na TV Programas de debates
políticos e econômicos e se tornou um conselheiro da Família e dos Amigos. Não
só diplomas nos fazem cidadãos plenos, mas sim o nosso interesse em sê-lo."
Das percepções, entendimentos e
da sabedoria compartilhada
da Mestra Marisa Cruz –“Cidadã
Brasileira” –
Como Ela mesma gosta de afirmar:
Formada
na Escola da Vida
São Paulo - Sp -
Arquivos da Sala de Protheus
São Paulo - Sp -
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Obs.:
Todas
as PUBLICAÇÕES e OPINIÕES
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de Protheus, são de INTEIRA
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de seus autoes.
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