quarta-feira, 18 de maio de 2016

#PensarNaoDoi:

A Sofisticação da Simplicidade!
“...A simplicidade é o último
grau da sofisticação...!”

Leonardo da Vinci.

Charles Dickens disse: Um fato maravilhoso para refletir é que toda criatura humana é constituída para ser o grande segredo e o mistério para todos as outras.
                          O romancista inglês do século dezoito, que adotou o pseudônimo Boz, no início de suas atividades literárias foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana.
Para quem não lembra seus maiores clássicos são Um Conto de Natal, Oliver Twist, Christmas Carol e David Copperfield.
Morreu em junho de 1870, sepultado no Poet´s Corner (Esquina dos Poetas), na Abadia de Westminster. Na sua sepultura está gravado:
“ Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos ...!”
                         Para quem conhece a literatura clássica, parafraseando sua biógrafa, Claire Tomalin, Charles sempre será amado pelas pessoas comuns, que sabem que eles está ao lado delas.
                         Claro que nenhum socialista deve ter lido Dickesns, teria a sabedoria perfeita para estar entre os que tanto “defendiam”. Fui Irônico agora, propositadamente.
                          O que pego de “gancho” deste genial romancista inglês é a sua sabedoria dotada de uma classe divina, simplesmente com escritos fantásticos lotados de sofisticação e dirigido à classe mais pobre dos ingleses. Em sua época.
Daí surge a frase em epígrafe que todo mundo utiliza.
                        Suas obras principalmente a mais conhecida, Um Conto de Natal, e simplesmente algo fantástico de ser lido, e com uma classe e sofisticação natural. Daí se tira que todo ser com classe nasce. Não se aprende a ter classe.
                        Você pode até fazer curso de boas maneiras, de etiqueta, como utilizar até dez talheres, 3 copos e mais duas taças em um fino jantar. Mas para olhos observadores, saber-se-á, no exato momento de pegar o talher se você tem classe ou aprendeu. Com isso é artificial.
                           Os cumprimentos rotineiros, as frases mais usuais no dia a dia das pessoas podem ou não serem dotadas de um refinamento – que a grande maioria chama de frescura – e com elas uma classe, uma sofisticação.
                        Você pode tomar chá da tarde – costume dos ingleses que trouxeram do Oriente – na praia de bermudas e chinelos. Sem problema. O que vai diferir da classe é como você faz isso.
                      Uma xícara e um bule com seus pratinhos e alguns salgados ou doces, devidamente colocados em tigelas de acordo, darão na simplicidade uma certa classe que trará a sofisticação.
                              Isto não quer dizer quer dizer que você não possa tomar chá em um copo de vidro qualquer. Não é esta a questão. Estamos falando de classe.
                            Os gaúchos – mesmo tendo a fama de grosseiro e até fanfarrão – Jamais deixam uma mulher entrar em um carro sem abrir-lhe a porta antes. Jamais senta à mesa sem retirar a cadeira para uma dama. Serve primeiro a dama e espera que ela aprecie primeiro, tanto a bebida quanto a comida.
                             Fomos ensinados e casa a sermos assim. E diziam apenas que era gentil um “peão” – rapaz – agir assim com uma “prenda” - moça-. E levamos isso conosco até hoje.
                                  Quanto você, de outro estado, vir a serra gaúcha – moda agora no inverno – verá que a maioria dos restaurantes de Canela e Gramado, no café da tarde, famoso em Gramado, todos estes detalhes estarão a mesa para todos.
                         Região colonizada por italianos trouxeram de seus antepassados estes costumes da Europa.
                                 Se você for para a região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, como Joinville, Brusque ou Blumenau além de outras cidades de colonização alemã, verá mais detalhes ainda. Pois as mesas terão toalhas rendadas, assim como os guardanapos. As tolhas e as roupas de cama dos hotéis conservam este bom gosto.
                                   Mas isso tudo não quer dizer que você precisa andar em um carro de milhões de reais, roupas de nomes famosos para ser de classe e ter sofisticação.
Muito pelo contrário. Geralmente é nestas “máscaras” que se escondem a pobreza de detalhes e grossura dos seres humanos. 
                                       O Brasil é campeão nisso tudo. Os famosos novos ricos, então, nem se fala. Basta comprar uma roupa famosa, um carro de valor alto e lá vai o fulano.... Achando-se sofisticado. Ledo engado.
                                     Daí a famosa frase: "Você pode ter saído de uma vila, mas a vila jamais sairá de você.! ”. Presenciamos isso na última década.
                                Esta classe, este refinamento está exatamente nos detalhes. E isto vem de berço, da educação dos pais. Não se aprende nem em curso de etiquetas. Caso contrário políticos, muitíssimo bem remunerados, ao menos falariam bem, sem erros e saberiam dar, no mínimo, um nó de gravata descente, em meio aos seus caros ternos, pagos por nós.
Não é esta a questão. 
                                O que mais está faltando em nosso povo hoje, principalmente, digamos, neste início de um novo tempo, pós-comunismo de quinta categoria é uma espécie de gentileza.... De bons gestos.... De sorrisos sinceros.... De cumprimentos doces com o olhar.                                         De pegar na mão como se estivesse segurando uma flor. De sentar à mesa, mesmo em um shopping com um pouco de educação e não como se estivesse em uma “barraca de praia”.
                                  Tudo isso é notado por quem tem um pingo de classe e educação. Um simples olhar sorrateiro e genérico sobre o lugar e sabemos exatamente onde estamos e quem frequenta.
                                  E ensinar isso aos filhos não é frescura. É obrigação. É assim que se faz seres refinados, educados, com classe, que tratarão os outros da mesma forma. E tal qual bola de neve, vai se formando um grupo sofisticado. E isto não é a tal de “elite” tão propalada pelas colunas sociais (geralmente pagas para dizerem as asneiras que falam), muito pelo contrário; isto é uma necessidade tão emergencial em nossa so ciedade, cuja carência nota-se em todos os lugares.
                                      Ceder o assento em um ônibus público para uma senhora ou pessoa de idade, ou ainda grávida, é sinal de respeito e de educação vinda de casa, da família.
                         Respeitar os sinais de trânsito e suas regras, assim como a faixa de pedestres, ceder seu lugar na fila de banco.... Enfim os exemplos são vários.
Mas cada gesto destes, quando efetuado, é captado por muitos olhos que forma uma impressão direta de sua personalidade e principalmente de seu estilo cidadão.
                   Torna-se apropriado hoje, principalmente no caos do ensino das escolas, ter um tempo para estes pequenos detalhes com filhos e netos.
                  Adequá-los ao que se foi criado e não a uma horda selvagem que sai em shoppings, cinemas, restaurantes e parques como uma turba fazendo arrastão.
Não. Podemos sair em grupos, mas com uma determinada classe, um pouco de refinamento. E isto está com os que ganham pouco também.
                  Era isto que Dickens se referiam em seus romances e contos. Claro que ele falava de um povo cultíssimo, os ingleses. Mas quem disse que não podemos ser assim?
                  Podemos admirar a beleza de uma mulher passando, mas com classe, quase como um elogio a ela, e não a vulgaridade do olhar baixo e com comentários insinuosos e mais toscos ainda.
O mesmo vale para as mulheres. Para os adolescentes.
                  É de um tipo assim de sociedade que estamos precisando hoje, depois de mais de uma década de grossura sórdida de todos os tipos indo cá em baixo onde vivemos até os três poderes da república.
                Glória Kalil é conhecida no Brasil exatamente por sua educação primorosa e sua sofisticação. Em Pedidos de Perdão, Glória deixa a sugestão:
“.... Fazer alguém esperar sem uma desculpa séria, sem um motivo importante e, principalmente, sem um telefonema no meio do caminho para justificar o atraso, é uma prova de arrogância e falta de civilidade. Está aí uma boa hora para usar o celular...! ”
Viu alguma dificuldade nisso?
Não? Ótimo. Que tal sermos um pouco mais educados...
Um pouco mais sofisticados... Mesmo em nossa pobreza financeira?
Pensar não dói... Sofisticação também não!


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Transpirado de um ser de classe e sofisticação
Publicado originalmente no Grupo Kasal – Vitória – ES.
http://konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=27791#.VzywSpErK00
Arquivos da Sala de Protheus
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br

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