#PenarNaoDoi:
Nessa brincadeira, abusam do poder de
tributar em nome de serviços e estrutura nunca entregues. Abusam do poder de
multar, culpando os motoristas sobreviventes das estradas que não existem.
Abusam do poder de legislar para interferir na autoridade da escola em
reprovar, em nome de uma "proteção" da criança que estuda pouco.
Abusam das mulheres em baladas, carros, rua e em casa e, em nome do desamparo,
todas aceitam caladas, engolem na vida adulta o que não quiseram ouvir dos pais
guilhotinados no passado.
Por fim, abusam do direito, em nome de
uma liberdade meramente virtual. Enquanto isso, dissolvem-se vidas encantadas
no sonho de uma autoridade que torne concretos os limites que tornariam todos
iguais, passo a passo, respeitada a liberdade em cada parte desfragmentada da
sociedade. Igualdade e liberdade sólidas, materializadas nas autoridades reais
de cada ambiente, plenamente reconhecidas nos limites que lhes cabem atuar,
desde a base da casa, passando pela escola, até o topo da política.
Um Estado Democrático Ou Demoníaco?
- Ensaio sobre liberdade e igualdade -
“...Legisladores ou revolucionários que prometem
simultaneamente a igualdade e a liberdade
são sonhadores ou charlatães...!”
Johann
Goethe
A democracia pressupõe
igualdade de direitos e deveres, mas perante a quem ou ao quê, cara pálida? Que igualdade é esta,
imposta na sociedade com tributação diferenciada por classe social?
Que igualdade existe
na perversidade imposta por uma ideologia política, que obriga as gerações
futuras a corrigir "desigualdades
históricas"?
Onde está a igualdade
no trânsito, que mata mais por falta de estrutura básica de circulação do que a
propagandeada falta educação dos motoristas?
Que igualdade é pré-requisito
para a tal democracia? Será que a solução não está um pouco mais longe dos
olhos do poder e mais perto da base da vida dos indivíduos, considerados
livres?
Hoje, o poder da lei ė tão contraditório
quanto um adolescente que passa o dia expondo a vida nas redes sociais. Pouco
olha as pessoas de casa, mas cobra mais atenção dos pais. Um poder que gasta
mais energia em encontrar culpados a quem acusar, do que fazer o que lhe cabe
na função que ocupa.
E, pelo exagero de
maquiagem, seja do marqueteiro político, seja do cirurgião plástico, seja ainda
dos esteroides anabolizantes estampados sob as peles tatuadas das academias, o
indivíduo se vê como uma pessoa incompleta. Sem igualdade real e concreta,
sente-se insuficiente no meio de tudo. Dependente deste tudo vazio, sem noção
clara de absolutamente nada.
Nessa incerteza estrutural, atendemos
prazeres imediatos, anestesiamos a angústia na hora, tão rápido, quanto o vazio
da satisfação disponível. Fugindo de perdas naturais, reprimindo os próprios
erros e os repetindo na proporção da falta presente, enquanto uma nova
realização instantânea é alimentada pela ansiedade.
Um vazio
existencial repetitivo, onde a fragilidade dos laços humanos reais e sólidos,
só oferece espaço para dois papéis. Alguns atuando como predadores e o resto,
sobrevivendo como presas desamparadas.
Infelizmente, tais
personagens, sejam eles sociais, econômicos ou naturais, quando identificados na
mesma espécie, sugere somente uma palavra, canibalismo.
Todos carentes de referências morais
claras, que lhes imponham a responsabilidade cruel de ser igualmente livre.
Talvez ainda, reconhecer o outro, também como igual, mas diferente, um simples outro,
tão distintamente livre, nos mesmos limites que a igualdade se impõe a todos.
E ambos, tão
insignificantemente iguais perante ao resto e tudo mais, por serem igualmente
responsáveis também entre si.
Deixar de exigir
respeito aos próprios limites e sim, oferecer o mesmo tipo de respeito exigido.
Preservar a partir de si, o limite do outro. Sem respeito ao limite do outro,
nada mais tem valor, o limite que não vale a um, muito menos importaria ao
outro.
Num mundo sem
limites, as mulheres são abusadas, física ou socialmente.
Entretanto, seguem lotando as salas dos
cinemas, absolutamente encantadas com um personagem masculino que impõe sua
autoridade com violência física de forma clara e abusiva. Por outro lado, o
homem que se atrever a lembrar de que "a mulher apanha" e que talvez
isso seja desrespeitoso, corre sério risco de guilhotina na própria cozinha.
O "casaquinho" que a mãe insiste em
vestir na filha é rejeitado, por vergonha das amigas da balada. Qual o mal de
levar o respeito do pai, a proteção da mãe e usar ambos para ter a coragem
autêntica de voltar antes da balada sem se submeter ao medo inútil da vergonha?
A autoridade do respeito corre sério
risco de ser decapitada já em casa e proteção simbólica causa vergonha na rua.
No entanto, a autoridade romanceada da violência encanta mais do que provocação
intelectual da educação. Pena que a realidade do crescente número de agressão
física de mulher, desencanta, e muito.
Sem reconhecimento claro de qualquer
autoridade na vida real, seguem as pessoas romanceando a vida virtual.
Renova-se a assinatura da angústia a cada final de semana de ressaca, a cada
"gatinho" que não liga no outro dia, a cada mulher "pega"
entre sexta e domingo, dissolvendo o mal-estar na esperança de outra final
semana diferente, mas que se repete exatamente igual.
Anestesiado no tempo, parece que o ser
humano escolhe dissolver a própria vida num liquidificador sempre disponível,
onde hélices imediatas giram no ciclo do prazer, angústia e medo, acionadas
pelo simples toque dos dedos. Na esperança de vencer os dois últimos, os dedos
funcionam procurando o primeiro, mas o tempo passa e, imediatamente, as outras
lâminas alcançam a vida. Num tempo considerado imediato pela eminência do
próximo prazer.
No entanto, o que se faz dessa vida,
nesse tempo que passou entre as hélices, acaba dissolvido e alguns poucos
sonhos reais (naqueles que ainda têm a capacidade de sonhar) se perdem. Mais
tarde, a inconsistência da vida concreta se mostra cruelmente real.
Neste momento aparecem outras duas lâminas,
desamparo e indiferença. Seja do mundo predatório já experimentado, seja
daquelas mesmas autoridades decapitadas no passado, muitas mortas ou distantes
demais para serem acusadas do vazio dissolvido.
Estas cortam de verdade, nem
que seja simplesmente na memória, a alma se prende na angústia e no medo,
girando na velocidade dos dedos ávidos por prazer, que terminam o serviço todo.
No final, jaz o indivíduo na submissão a qualquer autoridade, desde que seja
clara, presente, servindo até a abusiva.
Abusam do marketing, em nome da proteção de um
hierarquia política obscura. Abusam da ausência de autoridades claras, em nome
de uma responsabilidade totalitária inexistente. Abusam desta responsabilidade,
em nome de uma democracia desigual. Abusam desta tal democracia, em nome de
"desigualdades históricas".
Diferente disso, segue o sonho de que não
doa muito a próxima porrada do galã, que saiu do filme e acordou dentro da casa
de alguém que já sonhou com a balada da próxima semana, cujo pai sonhava na próxima
votação do congresso, numa sociedade esperançosa na próxima eleição, votada por
pessoas que, simplesmente, estão à espera da próxima mensagem elogiosa no
WhatsApp. Twitter, like no Instagram.
E, caso este texto acabe no Face book, Twitter, coitados
dos que não "curtirem", não serei mais amigo de vocês e irão arder no
fogo do inferno por toda eternidade. Tanto lá, quanto no paraíso, terão que
experimentar igualdade e ver que tipo de liberdade seria possível cultivar aqui
na Terra.
Pode pensar... Ainda não dói...!
Entendimentos
& Compreensões
Leituras
& Pensamentos da Madrugada
Dos
meus diálogos com
Michael
Nedeff Chehade
Especialista
em Direito.
Amigo
& Irmão de alma.
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