Um Doutor na Sala de Protheus
Sergio Avellar - Rock Puro -
Do Twitter:
Kitty realmente existiu e seu
assassinato marcou profundamente a sociedade americana, criando até a
expressão, "Síndrome de Genovese” para descrever a indiferença egoísta
das pessoas que evitam 'se envolver' nos problemas das outras,
por mais graves que estes sejam.
Ao todo decorreram 45 minutos desde
o primeiro ataque até a morte, só então um vizinho da vítima chamou a
polícia. Os policiais chegaram dois minutos depois e encontraram seu
corpo sem vida. A vítima foi identificada como sendo Catherine
Genovese, 28 anos, que estava voltando de seu emprego, todos os vizinhos a
conheciam.
O caso Genovese tornou-se um símbolo
da apatia social não apenas para os americanos dos anos 60, mas para
toda uma geração consciente de que a aglomeração das grandes cidades
favorece a desumanização 'dos outros’, favorece a inércia dos espectadores
e acerba a indiferença para com quem não lhe é próximo, porque o espaço
urbano pertence a um povo que não tem nada a ver com eles.
avellar@rockpuro.net
Release:
http://rockpuro.net/sergioavellar.html
Sergio Avellar - Rock Puro -
Do Twitter:
O Brasileiro Moderno e
a Síndrome de
Genovese!
"...Quanto mais pessoas, menos solidariedade.
O Efeito Espectador...!"
O Autor.
Observando a apatia social diante
das anomalias com que a mídia nos bombardeia diariamente, lembrei de
um fato e não pude deixar de traçar um paralelo. Um sombrio paralelo.
Antes, vou contar o caso de Catherine
Genovese, conhecida por Kitty Genovese.
Gravidade que às vezes leva à morte,
como no caso de Kitty.
Passavam alguns minutos das 3 da
manhã do dia 13 de março de 1964, uma jovem mulher atrás do volante saiu
do carro e iniciou a caminhada de uns 30 metros em direção ao seu
apartamento no bairro de Queens, Nova York, quando percebeu um desconhecido em
seu caminho.
Então ela mudou de direção e foi
rumo à esquina onde havia uma cabine
telefônica policial.
Subitamente, o homem agarrou-a e ela
gritou desesperada. Moradores de apartamentos próximos ao local
acenderam as luzes e abriram as janelas, ao todo 38 pessoas.
A mulher gritou novamente: "meu Deus, ele me apunhalou! Por favor, me ajudem!".
De repente, as luzes dos apartamentos se apagaram e as janelas foram fechadas.
A mulher gritou novamente: "meu Deus, ele me apunhalou! Por favor, me ajudem!".
De repente, as luzes dos apartamentos se apagaram e as janelas foram fechadas.
Kitty conseguiu escapar correr rumo
ao seu apartamento, mas o agressor a agarrou e a esfaqueou novamente.
"Estou morrendo!”, ela gritou.
As janelas se abriram novamente. O
agressor entrou num carro e foi embora.
As janelas se fecharam, mas logo o agressor voltou. Kitty agora havia se arrastado para a porta da frente de um prédio próximo. Ele a encontrou estendida no chão e a esfaqueou novamente, atacou-a sexualmente, desferiu mais algumas facadas matando-a.
As janelas se fecharam, mas logo o agressor voltou. Kitty agora havia se arrastado para a porta da frente de um prédio próximo. Ele a encontrou estendida no chão e a esfaqueou novamente, atacou-a sexualmente, desferiu mais algumas facadas matando-a.
Seis dias depois da morte da jovem,
a polícia prendeu um suspeito - Winston Moseley, 29 anos, operador
de máquinas em comércios que vivia com sua esposa e os dois filhos.
Moseley acabou confessando não
apenas ter atado Kitty, mas também duas outras mulheres. Disse possuir
"um desejo incontrolável de matar". Ele falou aos agentes que vagava pelas
ruas à noite em busca de vítimas enquanto sua esposa, Elizabeth,
estava no trabalho. "Eu escolhia mulheres para matar porque elas eram
mais fáceis e não lutavam", disse Moseley.
Quem circula naquele espaço não faz
parte de sua vida. As pessoas se enclausuram numa cápsula virtual
tornando-se espectadoras passivas das mazelas que as rodeiam.
A essa atitude foi dado até um nome
"bystander effect" (efeito espectador), fenômeno psicológico no qual indivíduos
mostram-se nada propensos a ajudar outras pessoas em situações
emergenciais quando percebem que há outros presentes no mesmo local,
é o jeito eufemístico de dizer, "não tenho nada com isso".
Acho que devemos considerar melhor quando se diz que o ser humano é
solidário, é generoso, se preocupa com o bem estar alheio, não é isso que a
prática demonstra.
Observando a atitude dos
brasileiros, a apatia geral da grande massa com relação ao estado em que se encontra
o país, não posso deixar de comparar o Brasil com a Kitty
Genovese que, sangrando, implora ajuda da Sociedade, que segue sua vida
indiferente aos desígnios da nossa Pátria.
A Cultura de Massas, filha absoluta
do Marketing mais rasteiro, vem modificando a atitude e o pensar do
povo brasileiro, anulando as identidades das pessoas que, sem
perceber, assumem tranquilamente um novo modelo, proposto pelas grandes
mídias.
Esse mecanismo vem subvertendo os
tradicionais valores e as instituições, como conhecemos, vão
sendo solapadas por um novo perfil sócio cultural, onde impera a
mesquinhez, arrogância, indiferença e um consumismo exacerbado.
O certo é que a Antropologia da
Maldade decidiu fazer da barbárie uma civilização.
Um antropólogo da maldade não
acredita ser possível ensinar atemática ou a poesia de Camões e Manuel
Bandeira ao morro ou à periferia, mas está certo de que o morro e a
periferia é que têm de ensinar funk e rap aos "imperialistas" e aos
"playboys", já que se trataria da expressão de um novo sistema de valores. É como
se aquela "civilização" já não fosse a nossa.
Lutam para preservá-la da nefasta
influência da cultura central, pobre e populista, corroída pelo
materialismo, pelo capitalismo e por um moralismo de fachada.
Esse é o novo brasileiro. Critica a
Sociedade estruturada, desenvolvem uma nova concepção de Sociedade que
os levem à ser como somos nós, só que "sem fé, sem lei e sem
rei": sem esperança, sem estado e sem governo.
Uma concepção equivocada, onde os
piores suplantam os melhores e criam padrões que são imediatamente
absorvidos e copiados.
Pobres brasileiros...
Dos Entendimentos & Compreensões do meu amigo
Sérgio AVELLAR - profissional
multimídia.
Comunicólogo com doutorado em
"Master en Publicidad" pela Universidad de Barcelona, onde se aprofundou sua
tese sobre a "Cultura de Massas e a Perda das Identidades".
Autor e mantenedor da Rádio
RockPuro, um formato exclusivo.
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