#PensarNaoDoi:
“Família - Origem de
Tudo...! ”
![](https://lh3.googleusercontent.com/-aQ0U4zzfuy4/Vy_pNuyU4iI/AAAAAAAAD5I/C8Ny-S-mZFIW7wdVhz3nrXyRxu1dedVDgCLcB/h120/a%2Bfamilia%2B2.jpg)
“...Toda a doutrina social que visa
destruir a família é má, e para mais
inaplicável. Quando se decompõe
uma sociedade, o que se acha como
resíduo final não é o indivíduo,
mas sim a família...!”
Victor
Hugo
Se eu perguntasse a você o que é família, certamente a resposta seria
fácil e de acordo com o pensamento geral que se tem dela.
A família é a unidade básica da sociedade, formada por indivíduos com ancestrais em comum e ligados por laços afetivos.
Viu? Simples. Será?
O que estamos experimentando no Brasil atual é consequência
de nossa vida familiar. Sim a primeira célula de uma comunidade, que gera uma
cidade, que por sua vez compõem um estado e uma união como um todo. Como uma
gigantesca família. Muitos irmãos diferentes, parentes que se misturaram com
outras raças e formaram primos, tios de várias tonalidades, mas sempre com a
significação mais profunda. A união do sangue. A união divina.
Estas duas últimas, parece, nos últimos tempos foi
diluindo-se aos poucos... os irmãos de sangue foram dispersando-se... Ficando
mais longe uns dos outros.... Os pais foram morrendo... E a impressão que fica
é que a família foi desaparecendo... E a parte divina também se dilui.
Ao divino referi-me a espiritualidade e não a religião
discutível em todos os gêneros e tipos. Esta primazia do ser humano que ao
juntar-se, em pequenos grupos em seus primórdios foi buscando significação
através de muita simbologia para tudo o que ele não tinha explicação.
Começou adorando e sendo grato aos elementos da
natureza:
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O Fogo, A água, o Ar e a Terra. Os quatro principais.
Deles fez de sua imaginação uma criativa seleção que hoje temos como base a
religião. Ou todas elas. Todas com o mesmo princípio com nomes e rituais
diferençados. A busca do Divino... Aquela centelha de Deus presente em cada
espirito, enquanto aqui com esta roupagem dita humana.
Falando com um ser muito especial, nestes dias, por
obviedade da grande divulgação nacional, veio à tona o assunto dos discursos
dos deputados na votação do impedimento presidencial na Câmara dos Deputados em
Brasília – Nosso Distrito Federal – Nossa capital brasilesa.
Ela chamou-me a atenção que independente das vaidades
de estar sendo mostrados em rede nacional, o que todos proferiam de certa forma
uníssonos era: Em nome de minha família.... De meus filhos.... De meus pais....
De minha mulher... Claro que junto a esta família veio outros congêneres que
aqui não interessa fazer nenhuma conotação. Pois delas surgiriam denotações.
Estas, agora, desnecessárias.
Do
outro lado da linha, este ser especial, antevendo minha reação, por tratar-se
de uma demagogia política antecipou-se a uma possível argumentação,
conhecendo-me, continuou:
-
Não importa em que momento estejamos vivendo.... Não importa a maneira que cada
parlamentar falou, se foi da mulher ou da amante.... Porem quase todos deixaram
como que em um registro, que em seus íntimos o que estavam fazendo tinha a
representatividade daquilo que eles julgavam de mais caro; A família.
Confesso:
Prendeu-me a atenção.
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Continuou
este ser especial:
- Veja
bem (tem uma maneira única de se referir a mim, do qual permitam-me manter esta
privacidade, tão cara.) Mesmo em momentos tão delicados que passa todo o País:
Corrupção, ausência e educação, cultura destruída, ao menos a recente,
violência generalizada e uma ausência de segurança da própria família, em um
momento decisivo para uma nação, Eles – os parlamentares – primeiro, antes do
voto diziam: Em nome de meus filho... Em nome de minha família... Por minha
família... Será que no fundo esta carência e esta necessidade de valorizarmos
nossa célula mais importante não está reascendendo em nosso pais, em um momento
em que tudo está sendo discutido?
Confesso:
Este ser deixou-me pensativo e fez-me rever posições, algumas radicais de
análise em todos os aspectos.
Ela
citou-me o exemplo do Papa Francisco, que mesmo não sendo diretamente para o
Brasil, generalizou a necessidade de manutenção de uma força gigantesca e
divina que somente a família possui.... Que o novo Presidente Argentino Mauricio
Macri, em um de seus discursos junto ao Papa Francisco – seu conterrâneo – no
Vaticano, começa, antes de tudo valorizando a família...
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Mas
família é muito mais.
Quanto ao
tipo de relações pessoais que se apresentam numa família, o grande autor Lévi-Strauss
refere três tipos de relação. São elas, a de aliança (casal), a de filiação (pais
e filhos) e a de consanguinidade (irmãos). É nesta relação de parentesco, de
pessoas que se vinculam pelo casamento ou por uniões sexuais, que se geram os
filhos.
Outro
autor, Atkinson e Murray, a família é um sistema social uno, composto por um
grupo de indivíduos, cada um com um papel atribuído, e embora diferenciados,
consubstanciam o funcionamento do sistema como um todo. O conceito de família,
ao ser abordado, evoca obrigatoriamente, os conceitos de papéis e funções, como
se têm vindo a verificar.
Bonito a
forma com que a literatura mostra e define a família.
Mas no
mosaico chamado Brasil família é isso mesmo?
A família
tem como função primordial a de proteção, tendo sobretudo, potencialidades para
dar apoio emocional para a resolução de problemas e conflitos, podendo formar
uma barreira defensiva contra agressões externas. Outros autores reforçam ainda
que, a família ajuda a manter a saúde física e mental do indivíduo, por constituir
o maior recurso natural para lidar com situações potenciadoras de estresse
associadas à vida na comunidade.
![](https://lh3.googleusercontent.com/-wmfyQOPSvbc/Vy_phH-DMHI/AAAAAAAAD5Y/x3QUfOPlTjsVL5NPi-fx_5hlPZD0IgotwCLcB/h120/a%2Bfamilia%2B5.jpg)
Relativamente
à criança, a necessidade mais básica da mesma,
remete-se para a figura materna, que a alimenta, protege e ensina, (aqui entra
a educação mais elementar de todas) assim como cria um apego individual seguro,
contribuindo para um bom desenvolvimento da família e consequentemente para um
bom desenvolvimento da criança. A família é então, para a criança, um grupo
significativo de pessoas, de apoio, como os pais, os pais adoptivos, os
tutores, os irmãos, entre outros. Assim, a criança assume um lugar relevante na
unidade familiar, onde se sente segura. Em nível do processo de socialização a
família assume, igualmente, um papel muito importante, já que é ela que modela
e programa o comportamento e o sentido de identidade da criança. Ao crescerem
juntas, família e criança, promovem a acomodação da família às necessidades da
criança, delimitando áreas de autonomia, que a criança experiência como
separação.
Mas e
nosso país? Não cresceu junto, ao todo, entre nós, entre todos? O que nos
faltou? Um “pai e uma mãe” como representantes da Nação?
Sim.
Exatamente isto. Precisamos, para aprender, que o exemplo venha de cima. É
através dele que aprendemos e criamos a nossa personalidade, seja ela
particular, familiar ou comunitária e nesse caso nacional.
Na última
década nos tornamos, literalmente, órfãos de um pai e uma mãe nacional. Nossos
irmãos brigaram por “migalhas”, outros foram “comprados”, outros
“revoltaram-se”, mas a grande maioria continuou, tal qual “soldado de Branca
Leone”, lutando sozinho... Muito aos poucos, nestes últimos dez anos, os outros
“irmãos”, foram aparecendo, foram juntando-se a estes, e como se por memória
genética, houve uma lembrança de Pátria – família -. Muitos comoveram-se...
Muitos arrependeram-se... Muitos engajaram-se... E, talvez.... Apenas talvez,
tenhamos sobrevivido até hoje, exatamente por causa desta memória familiar. Que
nos é tão cara. Tão necessária.
Talvez
cada Brasilês tenha que buscar dentro... E não fora o que tem de tão necessário
para ser FAMILIA.
![](https://lh3.googleusercontent.com/-4_GeoQAT9k0/Vy_pm6Qw_TI/AAAAAAAAD5c/ALuWLCn7byg_nikvlAd3EropO8l_8TlCgCLcB/h120/a%2Bfamilia%2B6.jpg)
Nosso
amado Rubem Alves deixou escrito:
“.... Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta
ajudar um broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que não podem ser
ajudadas. Tem que
acontecer de dentro para fora...! ”
Mas
não podemos esquecer nunca: fomos o que nos fizeram...
Em família.... Em amor
incondicional.
Ou
como disse Nietzsche, em sua obra Humano, Demasiado Humano: “...O
que o pai calou aparece na boca do filho, e muitas vezes descobri que o filho
era o segredo revelado do pai...! ”
Vamos voltar a ser e conviver como família?
Vamos voltar a ser Brasil... Uma Nação.... Muitos
irmãos.
Pensar não dói... Ausência de uma família/nação dói
muito...
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da
Madrugada
De diálogos com Seres Especiais
Fontes pesquisadas:
LÉVI-STRAUSS (cit. por PINHEIRO, 1999
ATKINSON e MURRAY (cit. por VARA, 1996),
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. Rio: Forense, 1977.
MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1990. p. 25-69.
SARACENO, Chiara – Sociologia da Família, Lisboa:
Estampa, 1997.
Publicado originalmente no Grupo
Kasal – Vitória – E.S.
http://konvenios.com.br/info/verArtigo.aspx?a-id=27752#.Vy-r1fkrLNM
Arquivos da Sala de Protheus.
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br
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