#SerieCompreensao:
O
Verdadeiro e o Falso!
“...O
verdadeiro e o falso são atributos da
linguagem,
não das coisas. E onde não há
linguagem,
não há verdade nem falsidade...!”
Thomas
Hobbes.
Estamos em um movimento
quase metafísico das relações e compreensões entre os seres humanos. Entre nós,
todos os dias, em todas as partes. Desconhecemos valores e seus tributos e
atributos. Estamos nos robotizando com o que vem primeiro. Se é falso ou verdade... Bem, deixa para
depois. Para compreender essas duas
coisas, o verdadeiro e o falso, necessitamos começar pela significação das palavras,
o que nos permitirá ver que são apenas denominações extrínsecas (externas) das
coisas e que só lhes são atribuídas para um efeito retórico (conjunto de regras
que constituem a arte do bem dizerem, a arte da eloquência; oratória). O grande pensador e
filosofo Espinosa, 1665, considerava a retórica como a admissão de que uma palavra
tem valor próprio e independente daquilo que denota. Quando falamos sobre o verdadeiro
e o falso, o pensador revelava uma preocupação com problemas de linguagem e
como atribui a pensadores (a filosofia) a tarefa de desencavar a prima
significatio (o primeiro significado) das palavras, a fim de recuperar ou
criticar o sentido inicial que se apresenta.
Mas como é que o simples,
ou o sem ou com pouca cultura, ou instrução encontra primeiro as palavras que
os pensadores ou o que chamávamos de mestres empregam depois, cabe àquele que
procura a significação primeira de uma palavra perguntar o que esta significou
primeiro para o sem instrução ou cultura, entre nós seria o analfabeto,
sobretudo na ausência de outras causas que poderiam ser tiradas da própria natureza
da linguagem para fazermos um pesquisa verdadeira dos significados e suas
origens, assim como a significação para nós todos, para o que estamos
vivenciando. Foi há não muito tempo,
a que a primeira significação de verdadeiro e falso apareceu nas narrativas e
logo em seguida registrada, como significação de algo com tal atributo. Quando se estuda a
filosofia diz-se que uma narrativa é verdadeira quando o fato narrado aconteceu
realmente, falsa quando o fato nunca aconteceu em parte alguma. Foi muito tempo
mais tarde do pensador Espinosa, que se começou a empregar a palavra para
designar o acordo e o não acordo de uma ideia com seu idealizado. Assim,
denomina-se ideia verdadeira aquela que mostra uma coisa tal como é em si
mesma, e falsa aquela que mostra uma coisa diversamente do que ela realmente é.
Com efeito, as ideias são apenas as narrativas ou histórias da natureza do
espirito humano. A partir disso, por metáfora passou-se a designar da mesma
maneira as coisas inertes, como é o caso quando falamos em ouro verdadeiro e ouro
falso (vulgarmente chamado de ouro de tolo – inclusive música título de Raul
Seixas),como se o outro que nos é apresentado nos contasse algo sobre si mesmo,
sobre o que está e o que não está nele.
Aqui novamente
recorro ao filósofo, para dissecar este pensamento que “parecemos” conhecer,
mas que na maioria das vezes foge de nossa compreensão e discernimento, do mais
simples até o mais sábio dos seres. Dizia
Espinosa: A verdade não é
adequação da ideia ao ideal, nem o falso é inadequação da ideia ao ideal. A
verdade é o encadeamento necessário das ideias, encadeamento determinado pelo processo
que as envolve. A verdade não pode ser acrescentada ou retirada às coisas, pores
é uma qualidade das ideias e não das coisas. A ideia verdadeira é aquela que
mostra sua própria gênese, por isso a verdade é intrínseca à ideia e não
extrínseca como naquilo que parece adequado. Utilizei aqui dois
pensamentos do Grande pensador e Filosofo holandês, do século dezesseis, para
vermos, um pouco mais, a clareza das ideias, com que não conseguimos manifestar
nossos ideais. Com isto não sabemos
distinguir o verdadeiro e o falso, entre nós desde a educação familiar,
passando pela péssima instrução escolar, das quais as qualidades das ideias não
são mais discutidas a partir de ideais e
sim de uma formatação, quase mecanizada, recebido de cima, para que obtenha os
resultados desde baixo. (o ensino assim é manipulado desde o primeiro ano do
fundamental e vai sendo colocado na criança) Desta forma quando chegar à idade
adulta terá sempre dúvidas entre o que lhe concerne como verdadeiro ou falso.
No fundo eis uma das
origens de todos os nossos problemas sociais e culturais sentidos e vivenciados
em nossa época. Sendo resultado exclusivo de uma ”politicagem” vestida de
politica e disseminada por uma imprensa que tem ausência de discernimento e as
espalha exatamente como as recebe. Perdemos a noção, com isso, do que é
realmente verdadeiro e do que é falso.
Pensar
ainda não dói... Já identificar os conceitos e valores aos quais estamos
sujeitos todos os dias é um pouco mais difícil...
Leia
mais... Ajude-se e ajude o Brasil!
Entendimentos
& Compreensões
Leituras
& Pensamentos da Madrugada
Inspirado
nos pensamentos metafísicos de
Baruch
de Espinosa – Filosofa Holandês
Do
século dezesseis – tradução para a Língua
Portuguesa
Brasilesa em 1991.
Editora
Nova Cultural
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