#SerieRelacoes:
O
Amor e a Mulher!
“Na vingança e no amor
a mulher
é mais bárbara do que
o homem...!”
Nietzsche
Baseado em estudo
psicanalítico de Jacques-Alain Miller, (fontes abaixo) buscamos esclarecer alguns pontos
nas relações homem mulher em relação aos sentimentos provocados por um ou
outro. Os efeitos diferençados no homem e na mulher.
Em nosso ultimo encontro
enfocamos o homem, ou seja, o masculino no amor e sua dependência ou
interdependência na relação e verificamos que temos (nós, homens) muito a
aprender sobre a mais antiga arte da relação humana, que faz parte, inclusive
da sobrevivência. Agora vamos ver o que o pesquisador nos diz sobre
como a mulher enxerga o amor:
Nosso pensador
preferido e precursor da psicanalise, Nietzsche, era um ferrenho crítico do
sexo feminino em razão de sua criação (sua mãe e do envolvimento quase de uma
segunda mãe ou de uma espécie de “sargentão” de sua própria irmã). Por isso
suas descrições, aforismos ou mesmo citações sobre a mulher são no mínimo, na maioria
das vezes, senão criticas as vezes até maldosas.
Nietzsche costumava
dizer que: “...Máscaras. - Há mulheres que, por mais que as pesquisemos, não
têm interior, são puras máscaras. É digno de pena o homem que se envolve com
estes seres quase espectrais, inevitavelmente insatisfatórios, mas precisamente
eles são capazes de despertar da maneira mais intensa o desejo do homem: ele
procura a sua alma - e continua procurando para sempre...!”
Será que é isso mesmo?
Nosso pesquisador Jacques-Alain Miller
quando perguntado se Amar seria mais difícil para quem: Os homens já sabemos. Do
encontro anterior. Mas e as mulheres:
É menos habitual. No
caso mais frequente há desdobramento do parceiro masculino. De um lado, está o
amante que as faz gozar e que elas desejam, porém, há também o homem do amor,
feminizado, funcionalmente castrado. Entretanto, não é a anatomia que comanda:
existem as mulheres que adotam uma posição masculina. E cada vez mais. Um homem
para o amor, em casa; e homens para o gozo, encontrados na Internet, na rua, no
trem… Fica a pergunta: Por que cada vez mais? Os
estereótipos socioculturais da feminilidade e da virilidade estão em plena
mutação. Os homens são convidados a acolher suas emoções, a amar, a se
feminizar; as mulheres, elas, conhecem ao contrário certo “empuxo-ao-homem”: em
nome da igualdade jurídica são conduzidas a repetir “eu também”. Ao mesmo
tempo, os homossexuais reivindicam os direitos e os símbolos dos héteros, como
casamento e filiação. Donde uma grande instabilidade dos papéis, uma fluidez
generalizada do teatro do amor, que contrasta com a fixidez de antigamente. O
amor se torna “líquido”, constata o sociólogo Zygmunt Bauman. Cada um é levado
a inventar seu próprio “estilo de vida” e a assumir seu modo de gozar e de
amar. Os cenários tradicionais caem em lento desuso. A pressão social para
neles se conformar não desapareceu, mas está em baixa. Lacan
dizia que o amor é sempre recíproco. Em nossos dias, isso ainda é verdade?
O
pesquisador tem uma maneira peculiar de responder a isso:
Repete-se esta frase
sem compreendê-la ou compreendendo-a mal. Ela não quer dizer que é suficiente
amar alguém para que ele vos ame. Isso seria absurdo. Quer dizer: “Se eu te amo
é que tu és amável. Sou eu que amo, mas tu, tu também estás envolvido, porque
há em ti alguma coisa que me faz te amar. É recíproco porque existe um
vai-e-vem: o amor que tenho por ti é efeito do retorno da causa do amor que tu
és para mim. Portanto, tu não estás aí à toa. Meu amor por ti não é só assunto
meu, mas teu também. Meu amor diz alguma coisa de ti que talvez tu mesmo não
conheças”. Isso não assegura, de forma alguma, que ao amor de um responderá o
amor do outro: isso, quando isso se produz, é sempre da ordem do milagre, não é
calculável por antecipação.
Mas e a nossa cara metade? E
aquela outra parte que nos completa, ela Existe? Existe
o que Freud chamou de Liebesbedingung, a condição do amor, a causa do desejo. É
um traço particular – ou um conjunto de traços – que tem para cada função
determinante na escolha amorosa. Isto escapa totalmente às neurociências,
porque é próprio de cada um, tem a ver com sua história singular e íntima.
Traços às vezes ínfimos estão em jogo. Freud, por exemplo, assinalou como causa
do desejo em um de seus pacientes um brilho de luz no nariz de uma mulher!
Mas
será que o amor é fundado somente nestes valores, nestas baboseiras: O pesquisador é enfático quanto a isso:
A
realidade do inconsciente ultrapassa a ficção. A senhora não tem ideia de tudo
o que está fundado, na vida humana, e especialmente no amor, em bagatelas, em
cabeças de alfinete, os “divinos detalhes”. É verdade que, sobretudo no macho,
se encontram tais causas do desejo, que são como fetiches cuja presença é
indispensável para desencadear o processo amoroso. As particularidades miúdas,
que relembram o pai, a mãe, o irmão, a irmã, tal personagem da infância, também
têm seu papel na escolha amorosa das mulheres. Porém, a forma feminina do amor
é, de preferência, mais erotômana que fetichista: elas querem ser amadas, e o
interesse, o amor que alguém lhes manifesta, ou que elas supõem no outro, é
sempre uma condição sine qua non para desencadear seu amor, ou, pelo menos, seu
consentimento. O fenômeno é a base da corte masculina.
Está bem
mas, o problema é que os homens dizem não
compreender o que querem as mulheres; e as mulheres, o que os homens esperam
delas…:
Sim.
O que faz objeção à solução aristotélica é que o diálogo de um sexo ao outro é
impossível, suspirava Lacan. Os amantes estão, de fato, condenados a aprender
indefinidamente a língua do outro, tateando, buscando as chaves, sempre
revogáveis. O amor é um labirinto de mal entendidos onde a saída não existe.
Ame
a vontade e do seu jeito... Homem ou Mulher!
Mas
se pensar muito nas consequências desta relação pode doer.
Pensar
sobre isso não...
Entendimentos
& Compreensões
O
Homem e a Mulher no Amor
Transpirado
da Entrevista do psicanalista
e
pesquisador Jacques-Alain Miller
Enviado pela minha sábia amiga
Reny Martins
Arquivos da Sala de Protheus.
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