sexta-feira, 10 de julho de 2015


#SerieRelacoes:

 

O Amor e a Mulher!


“Na vingança e no amor a mulher
é mais bárbara do que o homem...!”

 

Nietzsche

 

                         Baseado em estudo psicanalítico de Jacques-Alain Miller, (fontes abaixo) buscamos esclarecer alguns pontos nas relações homem mulher em relação aos sentimentos provocados por um ou outro. Os efeitos diferençados no homem e na mulher.
                       Em nosso ultimo encontro enfocamos o homem, ou seja, o masculino no amor e sua dependência ou interdependência na relação e verificamos que temos (nós, homens) muito a aprender sobre a mais antiga arte da relação humana, que faz parte, inclusive da sobrevivência. Agora vamos ver o que o pesquisador nos diz sobre como a mulher enxerga o amor:
                         Nosso pensador preferido e precursor da psicanalise, Nietzsche, era um ferrenho crítico do sexo feminino em razão de sua criação (sua mãe e do envolvimento quase de uma segunda mãe ou de uma espécie de “sargentão” de sua própria irmã). Por isso suas descrições, aforismos ou mesmo citações sobre a mulher são no mínimo, na maioria das vezes, senão criticas as vezes até maldosas.
                         Nietzsche costumava dizer que: “...Máscaras. - Há mulheres que, por mais que as pesquisemos, não têm interior, são puras máscaras. É digno de pena o homem que se envolve com estes seres quase espectrais, inevitavelmente insatisfatórios, mas precisamente eles são capazes de despertar da maneira mais intensa o desejo do homem: ele procura a sua alma - e continua procurando para sempre...!”


Será que é isso mesmo?
Nosso pesquisador Jacques-Alain Miller quando perguntado se Amar seria mais difícil para quem: Os homens já sabemos. Do encontro anterior. Mas e as mulheres:
                           É menos habitual. No caso mais frequente há desdobramento do parceiro masculino. De um lado, está o amante que as faz gozar e que elas desejam, porém, há também o homem do amor, feminizado, funcionalmente castrado. Entretanto, não é a anatomia que comanda: existem as mulheres que adotam uma posição masculina. E cada vez mais. Um homem para o amor, em casa; e homens para o gozo, encontrados na Internet, na rua, no trem… Fica a pergunta: Por que cada vez mais? Os estereótipos socioculturais da feminilidade e da virilidade estão em plena mutação. Os homens são convidados a acolher suas emoções, a amar, a se feminizar; as mulheres, elas, conhecem ao contrário certo “empuxo-ao-homem”: em nome da igualdade jurídica são conduzidas a repetir “eu também”. Ao mesmo tempo, os homossexuais reivindicam os direitos e os símbolos dos héteros, como casamento e filiação. Donde uma grande instabilidade dos papéis, uma fluidez generalizada do teatro do amor, que contrasta com a fixidez de antigamente. O amor se torna “líquido”, constata o sociólogo Zygmunt Bauman. Cada um é levado a inventar seu próprio “estilo de vida” e a assumir seu modo de gozar e de amar. Os cenários tradicionais caem em lento desuso. A pressão social para neles se conformar não desapareceu, mas está em baixa. Lacan dizia que o amor é sempre recíproco. Em nossos dias, isso ainda é verdade?


O pesquisador tem uma maneira peculiar de responder a isso:
 Repete-se esta frase sem compreendê-la ou compreendendo-a mal. Ela não quer dizer que é suficiente amar alguém para que ele vos ame. Isso seria absurdo. Quer dizer: “Se eu te amo é que tu és amável. Sou eu que amo, mas tu, tu também estás envolvido, porque há em ti alguma coisa que me faz te amar. É recíproco porque existe um vai-e-vem: o amor que tenho por ti é efeito do retorno da causa do amor que tu és para mim. Portanto, tu não estás aí à toa. Meu amor por ti não é só assunto meu, mas teu também. Meu amor diz alguma coisa de ti que talvez tu mesmo não conheças”. Isso não assegura, de forma alguma, que ao amor de um responderá o amor do outro: isso, quando isso se produz, é sempre da ordem do milagre, não é calculável por antecipação.
Mas e a nossa cara metade? E aquela outra parte que nos completa, ela Existe? Existe o que Freud chamou de Liebesbedingung, a condição do amor, a causa do desejo. É um traço particular – ou um conjunto de traços – que tem para cada função determinante na escolha amorosa. Isto escapa totalmente às neurociências, porque é próprio de cada um, tem a ver com sua história singular e íntima. Traços às vezes ínfimos estão em jogo. Freud, por exemplo, assinalou como causa do desejo em um de seus pacientes um brilho de luz no nariz de uma mulher!


Mas será que o amor é fundado somente nestes valores, nestas baboseiras:  O pesquisador é enfático quanto a isso:
A realidade do inconsciente ultrapassa a ficção. A senhora não tem ideia de tudo o que está fundado, na vida humana, e especialmente no amor, em bagatelas, em cabeças de alfinete, os “divinos detalhes”. É verdade que, sobretudo no macho, se encontram tais causas do desejo, que são como fetiches cuja presença é indispensável para desencadear o processo amoroso. As particularidades miúdas, que relembram o pai, a mãe, o irmão, a irmã, tal personagem da infância, também têm seu papel na escolha amorosa das mulheres. Porém, a forma feminina do amor é, de preferência, mais erotômana que fetichista: elas querem ser amadas, e o interesse, o amor que alguém lhes manifesta, ou que elas supõem no outro, é sempre uma condição sine qua non para desencadear seu amor, ou, pelo menos, seu consentimento. O fenômeno é a base da corte masculina.
Está bem mas, o problema é que os homens dizem não compreender o que querem as mulheres; e as mulheres, o que os homens esperam delas…: 
Sim. O que faz objeção à solução aristotélica é que o diálogo de um sexo ao outro é impossível, suspirava Lacan. Os amantes estão, de fato, condenados a aprender indefinidamente a língua do outro, tateando, buscando as chaves, sempre revogáveis. O amor é um labirinto de mal entendidos onde a saída não existe.


Ame a vontade e do seu jeito... Homem ou Mulher!
Mas se pensar muito nas consequências desta relação pode doer.
Pensar sobre isso não...

 

Entendimentos & Compreensões
O Homem e a Mulher no Amor
Transpirado da Entrevista do psicanalista
e pesquisador Jacques-Alain Miller
Enviado pela minha sábia amiga
Reny Martins
Arquivos da Sala de Protheus.

 

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