Do
escritor paulista
Antônio Figueiredo
Especial para a
Sala de Protheus:
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Vamos à minha “lista mínima”, então:
Antônio Figueiredo
Especial para a
Sala de Protheus:
Feliz Ano... De Novo...!
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Ivan Lins
Hoje é trinta e um de mais um dezembro e como de hábito segue-o
um “primeiro de janeiro”, daqueles que sempre juramos que “este ano eu vou ...”
e então o enchemos de “promessas vencidas”, (exceto as muitas das quais já
desistimos em definitivo). Todas não cumpridas, para variar, acumuladas naquele
monte de “primeiros de janeiro”, que já tiveram cumpridos os seus dezembros.
Mas este ano será diferente. Tenho a mais absoluta das certezas
... Só não me lembro bem, se já disse isso no passado ...
Bem, em primeiro lugar quero me livrar de qualquer complexo de
culpa, que carrego por todos estes anos por: não parar de fumar; não fazer regime
e não começar a “malhar” e etc. ..., e é melhor parar por aqui.
Minha consciência, sem vergonha que é, já não cora mais de
vergonha, pois acostumou-se a “descumprir projetos de ano novo”, pode “encher-se
de má vontade” e então não cumprir os meus “firme propósito e desejos” para
2015.
- Gratidão - Que eu seja grato, até
mesmo ao receber um sorriso tímido e ver nele o maior tesouro que ganhei
em toda a vida e jamais esquecer a importância daquele gesto e do momento;
- Generosidade - Que eu seja
generoso gratuitamente, pois todas as dádivas que a vida dá em
oportunidades, saúde, felicidade, paz e amor assim o são e muitas das
vezes de quem menos esperamos ou de desconhecidos e que sejamos “devedores
fieis” pagando com a mesma moeda nossos “estranhos”;
- Solidariedade - Que eu seja solidário
naturalmente, até mesmo com quem apenas pede um olhar ou um sorriso, pois um
vigilante guardião não deixa passar e de perceber por menor que seja a
necessidade ou pedido;
- Justiça – Que eu seja humanamente
justo e compreenda a limitação e tolere as deficiências e divergências com
nossos semelhantes e que a maior das injustiças, que cometa seja a de
tolerar os intolerantes;
Eu poderia desfilar propósitos por todo um ano e mesmo assim,
ainda que os cumprisse a todos, quiçá não lograsse atingir a perfeição como ser
humano. Contudo, na vida “jamais buscamos a perfeição” e sim “nos aperfeiçoar”.
Ser hoje melhores que ontem, mas não ainda o bom suficiente para
o amanhã, que deve ser o nosso objetivo máximo permanente, que jamais
concluiremos, mas constantemente perseguiremos.
Somos como pedras brutas lavradas continuamente e que ainda
assim não perdem em tamanho, mas que crescem dia a dia ao formar parte de uma construção,
quer de amanhãs melhores, quer de caminhos mais planos e amplos, onde todos possam
caminhar juntos em pé de igualdade. Isso se formos “pedras do bem”. Outros
simplesmente seguem seu destino eterno de “pedras brutas” e que só são úteis e
se prestam a apedrejar as “Marias madalenas”.
Um “ano novo” é mais que uma contagem cronológica de tempo a ser
celebrada a cada novo marco. É a lembrança de que ele “tempo” está passando e
nos questionando o que temos feito com ele. Se o estamos aproveitando bem ou
desperdiçando-o? Se estamos construindo com ele, ou se nada agregamos ao tempo
que passou? Um dia certamente nos tomará a “prestação de contas”.
O tempo é um “diário” cheio de páginas em branco e uma “pena de
escrever” autônoma, sobre as quais não se impõe qualquer vontade ou mando
humano, mas que se auto escreve com as “verdades absolutas”, que testemunha,
cinicamente.
Não são verdades sujeitas à interpretação ou versões de quem
quer que seja, pois é a “verdade pura”, que um dia rebeldemente se revelará e
então escreverá a História real, plena e absoluta. O tempo é também um
“corretor de textos”, mas tão somente dos “nossos escritos”, porque o seu
sempre reina dominante e eterno.
Já o que chamamos de “realidade”, para ele são simples “ilusões
individuais”. Cada um de nós vê a sua com os seus “olhos da alma” e é assim que
a constrói. Podemos enganar nossa percepção, mas não aquilo que o tempo
“registrou” indelevelmente. O tempo é o senhor da razão e da verdade.
Sempre foi dito, que a história é a “versão dos vencedores”.
Hoje não mais, pois nestes tempos em que a “informação eletrônica” de múltiplas
fontes gira a Terra em questão de segundos e o Universo em minutos os fatos reportados
“on line” submetem-se a diversidade da inteligência humana a decifrá-los e a
interpretá-los com espantosa rapidez e fidelidade.
Qual será o “tempo” do Brasil em 2015? Continuaremos a tratar a
“informação oficial” como a indiscutível e irrefutável “voz do rei”, ainda que
agrida às inteligências mais primárias? Essas são as “perguntas do milhão”.
Seguirão sendo as “ilusões individuais” de alguns “vendedores de
quimeras” a “realidade do Brasil”? Ou será, que é chegada a hora de “acertar os
ponteiros” desse relógio histórico e será a “ilusão coletiva” de uma Pátria
Justa e Limpa, que começara a se impor em benefício da cidadania?
Ainda, que não tenha havido uma “promessa de ano novo” em
primeiro de janeiro deste ano, a “verdade do tempo” se impôs e de trás das
cortinas emergiu não uma “ópera bufa”, mas uma “pornochanchada política” da
pior qualidade de enredo e protagonistas a debochar do “cidadão contribuinte”.
As “vergonhas da nação” ficaram expostas, até no plano
internacional e a surpresa ficou por conta, de que o nu era mais decoroso, que os
“farrapos ideológicos” que as cobriam.
Todavia, cumprimos agora “tempos de purificação” e já cobrimos
nossas cabeças de cinzas, jejuamos e cingimos nossos cintos em expiação pelos
tempos de adoração ao “bezerro de ouro” e a “ira democrática” punitiva sobre
todos nós, certamente não nos condenará a esperar e vagar nesse “deserto de
ideias” por 40 anos.
“Doze anos bastam, ó Liberdade ...”.
Os “muros dessa Sodoma infame”, aos judeus tocou uma Jericó, já
estão à vista e expugnáveis e é para lá que vamos marchar circundando-os e
batendo as nossas “sandálias dos humilhados” com toda nossa e muita mais força,
levantando uma nuvem de pó, que encobrirá esse “sol de vergonha”, que cobre a
Nação. Esses muros cairão em 2015 e isto é mais que uma promessa ou desejo de
“ano novo”, é a vontade de um povo tomando a “pena e o livro do tempo” em suas
próprias mãos para então escrever o seu “tempo criador” de futuros.
O homem “é e faz o seu tempo presente” e é sobre o “alicerce do hoje”,
que edifica o seu futuro, pois ainda que eterno senhor da razão e da verdade, o
tempo é subalterno à vontade e à ação do homem. Ele tão simplesmente se
assenhora da “razão exercida”, “despoeira” a mentira e armazena o “grão da
verdade” nos celeiros da História.
A razão decide, mas é a alma que inflama e nos leva aos “limites
da irresponsabilidade”, inclusive quanto à preservação do nosso ancestral
“instinto de sobrevivência” e sempre foi com estas “labaredas da indignação”,
que se escreveram as mais belas páginas da história de todos os povos. Muitas
vezes sangrenta, mas que a “alma brasileira” saberá redigi-las em paz.
Se é sincero cantar, que “se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não
foge à luta e nem teme, quem te adora, a própria morte” e atendermos ao que nos
pede a nossa “terra adorada, (que) entre outras mil és tu, Brasil,
ó Pátria Amada” poderemos celebrar:
Feliz Ano Novo, Brasil... Enfim! E em paz...
Do amigo Escritor e articulista
Antônio Figueiredo
São Paulo – SP.
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