Quando Deus Quiser...
Tá contada a minha estória
Verdade e imaginação
Espero que o sinhô
Tenha tirado uma lição
Que assim mal dividido
Esse mundo anda errado
Que a terra é do homem
Num é de Deus nem do Diabo
Verdade e imaginação
Espero que o sinhô
Tenha tirado uma lição
Que assim mal dividido
Esse mundo anda errado
Que a terra é do homem
Num é de Deus nem do Diabo
Sérgio Ricardo- Deus e o Diabo na Terra do Sol
Muitos vão julgar minha afirmação
inicial parecer apostasia, mas acredito sinceramente que foi um “excesso de
religião”, que nos condenou à dependência permanente da “vontade de Deus” a
marcar nossa história e o que é o pior, a índole do brasileiro de delegar ao
“divino” soluções exclusivas do “humano”. Não podemos nos esquecer que na
Península Ibérica vigorava a “Idade das Trevas” sob a égide da Santa Inquisição
e a “hipocrisia religiosa” acobertava as “piores intenções” do ser humano e
sempre em “nome de Deus”.
O mais intrigante é que a Primeira
Missa em 1500 foi rezada por um frei franciscano, Frei Henrique de Coimbra, mas
a Primeira Missão Religiosa foi encabeçada pelos Jesuítas, Padre Manoel da
Nóbrega, em 1549, apenas 9 anos após a fundação dessa ordem religiosa, que se
dispunha ao acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém, ou “para onde
o Papa os enviasse, sem questionamentos”.
Essa negociação ocorreu sob o reinado
de Dom João III, filho de Dom Manuel, conhecido como “O Pio” e visava à catequese
dos índios, porém antes em 1536 o rei havia permitido, por fortíssima pressão
da Santa Sé, a instalação da Santa Inquisição em Portugal, para contrabalançar
o crescente movimento luterano na Europa, (1517-1521). Em 1548 promoveu a
divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias, que marcou o efetivo início da
“ocupação da terra”. Nesse cenário surgiu o Brasil.
Pois bem, uma coisa de que sempre
duvidei, é da boca, que diz falar em nome do “senhor”, seja esse senhor o “Ser
Celestial”, ou aquela que é a “senhora da verdade” ou da “voz de um povo” e é
dessas “bocas charlatãs messiânicas”, que a História do Brasil está povoada
desde sempre e ainda está.
Fala-se muito de que só com Educação
conseguiremos mudar o atual paradigma, do que discordo veementemente, pois
ainda que o nível educacional do povo brasileiro fique muito a dever, não se
pode classifica-lo de “inocente ingênuo”. A “idade da inocência” já ficou lá
para trás no retrovisor histórico.
Não podemos dizer também, que o povo
brasileiro seja um “esperto aproveitador”, que jamais vai cuspir na mão que o
afaga e aquinhoa, pois não jogará no “lixo” um benefício mensalmente garantido.
O resultado das últimas eleições
presidenciais, com uma vitória tão apertada da candidata situacionista, vem
demonstrar que o Bolsa Família não foi tão decisivo assim e no final das contas
a decisão deu-se pelos votos dos que “não votavam PT”, contra os que “não
votavam PSDB”.
A realidade é que os dois partidos,
que mal completaram 30 anos de existência, são “mortos vivos”, que jamais
representarão uma maioria expressiva do eleitorado para as próximas eleições,
assim como vem acontecendo às várias anteriores.
E a explicação é muito simples.
Faltam-lhes “quadros expressivos”. “Nomes”. E a razão para isso também é
facilmente explicável historicamente. Político brasileiro, que se preza, não
deixa “nada crescer” na sua sombra e nem “cobra para picá-lo” no seu “quintal”.
Partidos políticos brasileiros nascem, crescem e morrem junto com seus
fundadores e é o que está acontecendo com PT e PSDB, como já aconteceu com o
PTB de Vargas, o PDT de Brizola, o PSB de Arraes e Eduardo. E é assim que
nascerá, crescerá e morrerá o partido de Marina Silva, porque ele é Marina e só.
O brasileiro que viu suas maiores
conquistas e hegemonia esportivas serem fruto do “trabalho em equipe” em
esportes coletivos, como o futebol e o voleibol, é incapaz de fazer seus “times
vencedores” politicamente. E é nisso, que continuaremos a patinar. Entre PT e
PSDB.
Na verdade é a “força conjunta” com
seus valores e expressões, que deveria prevalecer na formação de um partido
político, onde pessoas proeminentes e respeitadas nos mais diferentes segmentos
das necessidades nacionais passassem a população à ideia de um “time
comprometido” na solução dessas necessidades. É evidente, que nessa equipe uma
liderança maior se destaque e certamente será em face da necessidade “mais
emergencial”.
O que realmente ocorre é que a “um
homem”, o iluminado, se entrega toda essa responsabilidade, exclusivamente por
sua capacidade de “falar ao coração do povo”. Na realidade histórica temos mais
exemplos de “coveiros da pátria”, que de “salvadores da pátria”, quando assim
se decide por uma liderança nacional. Sir Winston Churchill e Franklin Delano
Roosevelt, para mencionar líderes da II Guerra, eram líderes de Partidos
Políticos, com uma ideologia e objetivos muito bem traçados.
Já Adolf Hitler, que devolveu à
Alemanha o seu orgulho nacional e fez dela uma potência em poucos anos, só
conseguiu isso pela força e estrutura sociais, que a Alemanha já possuía, mas
levou-a à ruína, quando colocou seus objetivos pessoais de poder em uma
direção, que não era a pretendida por seu povo. E o povo alemão pagou por toda
essa “loucura”.
Alguns líderes brasileiros recentes
em muito se assemelham a ele, pois usam a “massa descamisada” em delírio para
ascender e manter o poder, mas que o próprio tempo se encarrega de provar, que
são “muito pequenos” para a missão, que se propuseram. E é este o momento
nacional, que se vive.
Aqui os judeus são os “sulistas de
olhos azuis” e o “inimigo a destruir” é toda uma massa de eleitores, que não se
alinha às suas pretensões. Por incrível que possa parecer, essa massa é a mais
produtiva e a maior pagadora de impostos. Cabe aqui uma pergunta: se essa massa
efetivamente for alijada, do que se comporá a Nação?
A resposta já está dada. É só olhar à
que situação interna e à imagem externa que o país foi levado em nome desse
“projeto de poder” e o mais incrível: ninguém é responsável por nada e mais uma
vez a “receita amarga” será bebida de um só folego não só por votantes na
oposição, mas também para os da situação.
E agora, José?
Vamos mais uma vez pedir: Pai, afasta
de mim esse cálice ..., ou vamos traga-lo, como seremos obrigados a fazê-lo
para manter a “pátria em pé”, mas vamos atirá-lo vazio na cara de quem mais uma
vez o colocou em nossas mãos, sem que o pedíssemos, mas que consentimos.
Brava gente brasileira, como diz o
ditado: Quanto mais nos abaixamos mais aparece a nossa bunda...
Vamos mais uma vez consentir: Cuecas
fora, brasileiros?
Entendimentos & Compreensões de
Antônio Figueiredo
Escritor e cronista
São Paulo – SP -
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