“... Se existe um caminho para o Melhor,
ele exige uma visão completa do
Pior...!”
dos pensamentos de T.Hardy
Quando desejo perdoar o próximo o que
significa?
Significa que desejo perdoar a mim
mesmo.
Quando desejo ferir o próximo o que
significa?
Significa que desejo ferir a mim mesmo.
Feche seus olhos. E pense no mundo como
ele é visto do espaço.
Daquela distância ele é calmo.
Silencioso. Pacífico. Único.
Devíamos
tomar cuidado com o poderoso apego exclusivo a outra pessoa; ele não é como
algumas pessoas pensam evidência da pureza do amor. Esse amor encapsulado,
exclusivo – alimentando-se de si próprio, não dando nem se importando com os
outros -, está destinado a desmoronar sobre si mesmo. O amor não é apenas uma centelha
de paixão entre duas pessoas; há uma distancia infinita entre se apaixonar e
permanecer apaixonado. Mais propriamente, o amor é um modo de ser, um “dar a”, não um “enamorar-se”, um modo de se relacionar como um todo, não um ato
limitado a uma única pessoa. Freud afirmava: Ternura é um resultado de
sublimação da energia.
É como a busca de significado. Essa busca é muito semelhante à busca de
prazer, O significado resulta da atividade significativa: quando mais o
procurarmos deliberadamente, menos provável será seu encontro. As perguntas
racionais que alguém pode fazer a respeito do significado sempre excederão as
respostas.
Um dos grandes paradoxos da vida é que a autoconsciência provoca
angústia. A fusão elimina a angustia de modo radical – eliminando a
autoconsciência. A pessoa que se apaixonou e ingressou em um bem aventurado
estado de fusão não é autorreflexiva, pois o eu solitário questionador (e
a concomitante angustia do isolamento) não se dissolve no nós. Assim, a pessoa se livra da
angústia, mas perde a si mesma.
Alguns filósofos imaginam muito mais;
que a arquitetura da mente humana torna cada um de nós responsável pela
estrutura da realidade externa, pela própria forma do espaço e tempo. É aqui,
na ideia da autoconstrução, que reside a angústia; somos seres que desejam
estrutura, e ficamos amedrontados ante um conceito de liberdade que afirma que
embaixo de nós não existe nada, apenas pura falta de fundamento.
Ainda assim, ”todas as coisas”, nas palavras de Spinoza, “lutam para persistir em sua própria existência”. No âmago de cada
pessoa há um eterno conflito entre o desejo de continuar a existir e a
consciência de algo inevitável, como a morte, principalmente, como resultado
desta angústia.
E isso pode nos levar a um pesadelo que
é um sonho mal sucedido, um sonho que, por não “manejar” a angústia, falhou em seu papel de guardião do sono.
Embora os pesadelos defiram no conteúdo manifesto, o processo subjacente de
todos os pesadelos é o mesmo: a pura angústia da perda ou da morte escapou de
seus guardiões e explodiu na consciência.
Perante qualquer situação,
principalmente a de uma paixão, racionalmente, sabemos que o passo crucial é a aceitação
da responsabilidade por nossa própria condição de vida. Na medida em que
acreditamos que nossos problemas são causados por alguma força ou entidade fora
de nós mesmos, não há avanço em uma resposta racional e consciente. Afinal de
contas, se os problemas estão fora, por que acreditaremos que poderemos
modificar? É o mundo externo (amigos,
trabalho, companheiros, cônjuges) que devem modificar-se – ou trocados.
Claro que algumas pessoas têm desejos
bloqueados, não sabem o que sentem nem o que querem. Sem opiniões, sem
inclinações, elas se tornam parasitas dos desejos dos outros. Essas pessoas
costumam serem cansativas e enfadonhas. Ou quem sabe nós somos assim? Nietzsche afirmava: que em uma condição de angústia,
ou de paixão incontrolável, era necessária uma abstinência higiênica; assim mantinham-se
os sentimentos originais. A racionalidade era alimentada mesmo que
inconscientemente resultasse algo. É o caso específico, como gosta de salientar
meu mestre em Língua
Portuguesa , professor Ironi Andrade: Eis aqui algo que com a consciência que comando, tenho certeza, mas com
a inconsciência que me comanda, não tenho tanta certeza.
Por isso podemos pensar. Afinal, ainda,
não dói!
Entendimentos & Compreensões
Publicado
no Sul, Bahia e ES.
Crônica
que originou o PPS Apego do sitio www.viverearte.com.br
É bem mais confortável colocar a culpa no outro. Eu realmente precisava ler isso hoje!
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