" Para que os
homens deem um único passo para dominar a natureza por meio da arte da
organização e da técnica, antes terão que avançar três em sua ética..."
Friedrich Leopold Von Hardenberg - Poeta alemão - 1772
A situação, no geral, em que se encontra
nosso amado Brasil, atualmente, faz pensar para onde iremos, ou, onde queremos
realmente ir.
O assunto é deveras desgastante, e
necessitaria muita analise, e das mais profundas, e até históricas, sobre o porquê
chegamos aqui. Mas, em vez disso, encontrou-se em arquivos uma espécie de
comparação com o passado.
Na folha de São Paulo, em junho de 1879, o
estudante de Direito, Clóvis Bevilacqua escreveu:
"
Quando na solidão de meu gabinete contemplo o Brasil, que agoniza no leito das
torturas que lhe armaram os desmandos do regime que nos rege; Quando escuto as
invectivas indecorosas que mutuamente se assacam os bandos políticos que, como
lobos famintos, disputam entre si as migalhas de um poder degenerado; Quando
constato o estado de apatia coletiva que mais parece uma saliência de caráter
nacional enquanto o povo contorce-se nas garras aduncas da miséria, da
ignorância e do vilipêndio; Quando vejo a honra e o talento abatidos pela
exaltação da mediocridade bem-sucedida dos charlatães e pusilânimes da causa
pública e quando descortino o horizonte da impunidade e da desesperança - eu me
pergunto:
Não
haverá um único homem que, purificando o trabalho das instituições, sustenha a
Pátria que resvala para o abismo no fundo do qual ira encontrar seu
esfacelamento?
Como
aterradora resposta, recolho o silêncio e o desânimo".
Um apelo feito ha mais de um século, que hoje
se aninha no fundo do coração de milhares de brasileses de agora.
O cronista conclui sua matéria em termos: "...dai o meu apelo ` Divina
Providência para que, em meio a essa democracia abaganhada que nos foi legada
por um regime de força detestado, faça surgir desse atoleiro um homem.Um homem
estatua capaz de, a exemplo da incumbência confiada a Moisés em relação ao povo
hebreu, transformar este Brasil indigente em Terra da Promissão, onde haja
realmente progresso, bem como respeito às leis divinas e humanas".
Deste pensamento, estupefato, recolhe-se o
primordial, para que, ao raciocinar-se sobre os assuntos de agora, não se
busque no tormento da ignorância primitiva a resposta para males que tortura
nossa alma em nossa época.
O que mais necessitamos, não são, hoje, de homens
estatuas, mas sim de homens com dignidade e muitíssimo caráter para que
defendam os preceitos básicos, não somente das leis divinas, mas também das
sociais, das quais, de todas necessitamos, para um convívio pacífico,
harmonioso, inteligente, e de que, através destes, possamos buscar tudo aquilo,
dos quais apregoamos sob o nome de modernidade, progresso, século vinte e um.
A disposição de nosso caráter para com
assuntos que nos dizem respeito diretamente, esta por sua vez, diretamente
ligada e proporcional às águes que buscamos para solucionar pequenos conflitos
que nos causam grandessíssimos problemas.
Precisamos acabar de uma vez por todas, com
os crimes que acontecem, contra a Pátria, contra o caráter destes povos aqui
reunidos, contra nossos símbolos e principalmente contra a falta quase que
total de patriotismo.
Obviamente, que não ha outro país como este,
e certamente não haverá.
Trate-mo-lo bem. Ame-mo-lo mais ainda.
Certamente descobriremos as soluções para intrigados problemas políticos e
sociais de agora.
Obviamente, se assim concordares, execute-o.
Em contrário, apenas cale-se, o que seria demasiado ruim. Obvio, não é mesmo?
Porém, pensar ainda não dói...
Das Leituras & Pensamentos da Madrugada
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