“... Criança
é esse ser infeliz que os pais põem para dormir quando ainda está cheio de
animação e arrancam da cama quando ainda está estremunhado de sono...!”
dos pensamentos de Millôr Fernandes
Nosso amado e saudoso “poetinha” – assim gostava de ser
chamado, não por ser um poeta qualquer, mas por ele saber ser pequeno na
estatura – Mário Quintana, afirmava: “Quando
guri, eu tinha de me calar, à mesa: só as pessoas grandes falavam. Agora,
depois de adulto, tenho de ficar calado para as crianças falarem.”
Esta semana li a página da Rioeduca.net, sobre a família e uma receita maravilhosa da
Professora Maria Delfina que faz-nos retornar aos tempos de criança, ou ainda
de deixar sair, lá do fundinho a nossa própria criança.
A professora desfila uma enorme receita do que fazer com as
crianças nas férias. Sim Uma professora, em tempo de férias, como se estivesse
dizendo aos pais: “Por favor, cuidem bem
delas enquanto estivermos fora..!”. Às vezes parece, os papeis estão invertidos.
Os conceitos não. Há uma diferença enorme entre valores e disciplina.
A escola e a educação são disciplinas; O que passamos as
crianças, nesta ou em casa, são valores. E a professora deixa isso claríssimo
Mas porque parecemos tão impressionados com o gesto natural
desta professora? Simples: Nunca se falou ou discutiu tanto sobre a parte mais
nobre na formação de um ser humano: A educação. Nunca cobramos e fomos tão cobrados
pelo que deixamos de ser ou fazer por nossas crianças e ver o que se
transformaram mais tarde. Políticos fazendo estupidez, bizarrices e outros
seres que “apanharam” uma
oportunidade utilizam, usam as pessoas. E uma enorme multidão fazendo audiência
ao maior Big Bobos, que já se
apresentou na TV Brasileira. Porque eles apresentam isso? Porque tem audiência.
Mas porque uma baboseira idiotizada daquelas tem toda esta audiência? Aqui
entra a professora Maria Delfina.
No Ensino Fundamental. Na origem de onde aprendemos e como
aprendemos. E se aprendemos. É lá que
começamos a subir a escadinha da educação. Junto vem a língua portuguesa. É lá
que juntado letrinhas, formamos palavras, que se tornam frases; e que de períodos
e parágrafos se tornam orações e um belo texto que nos remete a um contexto. E
tudo isso precisa de discernimento. E poucos têm e outros tantos não sabem o
que significa. Assim a criança precisa, antes de tudo, de ser criança. E em
suas “férias” que eles tanto esperam
é que começa nosso trabalho de pais. Fazendo tudo o que eles querem. E pais
eles não querem Disneylândia, coisas impossíveis ou caras. Não. A grande
maioria quer brincar com os pais que estiveram “longe” deles o ano inteiro. Querem mostrar para os pais o que aprenderam
as novas brincadeiras. Mas querem, sobretudo, que os pais mostrem a eles como
brincavam. Esta é a descoberta maravilhosa de ter uma criança dentro de um
adulto.
Bem de uma forma ou outra ainda me impressiona e surpreende,
muito, o que as pessoas fazem com as pessoas.
Que graça e emoção ler a receita da professora Maria Delfina.
Ela lembra o pensamento do escritor italiano, criador da Divina Comédia. Dizia
Ele: “Sai da mão de Deus que a contempla,
antes de criá-la, como uma criança, que chora e ri sem verdadeiro motivo,
a alma ingênua que tudo ignora, exceto quando, movida pelo desejo de
retornar a Ele, segue de bom grado o que a diverte.”
Pais, nestas férias, sejam crianças para suas crianças.
O prêmio que receberão ficará guardado eternamente. Em ambos
os corações. Pensem país... Não dói...!”.
Das Leituras & Pensamentos da Madrugada
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