quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Educação que não Educa!




 "... O homem procura um principio em nome do qual possa desprezar o homem. Inventa outro mundo para poder caluniar e sujar este; de fato só capta o nada e faz desse nada um Deus, uma Verdade, chamados a julgar e condenar esta existência...!"

Friedrich Nietzsche


O Mundo terminou? Claro que não. Ou, talvez, da forma como o conhecíamos, sim. Senão vamos pensar um pouquinho na educação. Hoje, agora. Filas de doutores (sim, aqueles com doutorado, e não o que conhecemos como médicos). De PHDs, sim, os pós-doutorados. Mestres? Exigência básica do tal MEC – tenho dúvidas até hoje do real significado destas três letrinhas em forma de sigla -  Pós-graduados? Aos montes. Graduados? Ora, é apenas um colegial melhorado. Concursos Públicos com centenas de milhares de vagas – tudo para ter garantido o “seu” ao final do mês - . ENEM? Nova mania para acabar com outra mania que tinha se transformado em indústria. O vestibular. Que ainda não morreu. Está ai, sobrevivendo. O novo sistema para entrar na faculdade. Simples. Centenas de milhares de jovens, se “atracam” literalmente em 10 ou 12 horas de provas. Hércules ficaria ruborizado com isso! 
Parece que nossas “crianças” já estão nascendo assim. Com esta mentalidade. Estão, assim, mais para “esqueçam o amor por aprender mais”. Agora estão do tipo: “vou fazer uma faculdade e pronto”. Sim o ápice de um sistema educacional falido. Nem aprender a ler, nem aprender a escrever. Para os brasileses ao menos mais uma folguinha: a novo acordo ortográfico ou como já vi na rede virtual “desacordo" ortográfico, utilizado por Ricardo Santana, não entrou em vigor. Podem continuar a escrever errado e falar... Bem isso não é importante.
Tirar notas altas não é igual a aprender. Sintomaticamente antagônico. Mas o que temos aqui, seja no ENEM, nos moribundos vestibulares ou os chamados “concurseiros” – aqueles que só estudam para passar em concurso público -  Se tornam “mestres” em passar nas provas. Passam? Sim, mas não aprendem. É memorização. Acabam esquecendo tudo após a prova. E em terminando-as, termina a competição. Bem esta cultura não é típica do brasiles, mas faz parte de todo um sistema chamado de “educação”.
Porém, como tudo, começa em casa, com os pais, a tão difundida e propagandeada família: o pai e hoje, mais ainda, a mãe, retornam de seus trabalhos  - afinal tem que ganharem para sustentarem a família – e o assunto é como venceram aquele dia com suas capacidades gigantescas e deixaram para trás outros “colegas” no trabalho. Sim, cada um explora todas as chances que aparecem.
E a criança? Ora, ela escuta. Grava. E leva com ela.
Nossa dita sociedade adora “marcar” uma espécie de pontuação. Até no congresso é assim: O poder judiciário acaba sendo o juiz e declarando os “vencedores de quem rouba mais”. Depois de declarados? Ora, voltam ao congresso. Simples.
E a criança? Esta assistindo tudo. E gravando. E levando com ela.
Está ai. No nosso dito “grupo social”, na família. Como não estar na escola?
Cadê, começando com os pais, continuando com os professores... Os livres pensadores... Os inovadores... Os idealistas?
Em que tempo ficaram: honestidade, integridade, caráter? Bem, ninguém sabe.
Ora bolas, e quem precisa disso? Diriam alguns.
E em meio a tudo isso fica uma geração de adolescentes e pós-adolescentes entregues a um quadro em que o bom senso parece ser um monstro terrível... Ás vezes!
E nossa juventude... Está ficando adoentada. Cada vez mais o percentual de estresse vai subindo enquanto a idade, por sua vez, baixa. A depressão, ao menos em alguns lugares, já esta sendo tratada como saúde pública. Sim, a faixa já está nos 14 anos. Exatamente, adolescentes com depressão. Necessitando entrar na lista de remédios que jamais pensaríamos a apenas algum tempo. E a faixa de suicídio ou outros transtornos, oriundos de uma psique posta a prova, por tudo, estão aumentando na mesma proporção que a faixa de idade está  baixando.
Até acredito no capitalismo. Ele abastece este “nosso lado” competitivo. É a força vital da economia. Mas, por outro lado, pode trazer algumas das nossas tendências mais odiosas.
Como salientou meu amigo Patrick Renee, em sua crônica: “ está faltando habilidade e sensibilidade”... De todos nós. Pais e educadores. Estamos nos tornando cada vez mais inábeis e insensíveis. O preço? Nossos jovens deixando de ser jovens e se tornando velhos e doentes aos vinte e poucos anos. Emocionalmente despreparados. Intelectualmente medíocres e aprendizes de sociopatas.
Parece  que pensar, cada vez mais, está causando dor...
E pensar não dói!

  Dos Pensamentos & Leituras da Madrugada

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