#PensarNaoDoi:
“... Quer Brincar
de Gente?”
“...O amor é o fenômeno mais próximo da meditação:
os amantes abandonam suas máscaras, são uma
alma dentro de dois corpos....!”
Osho
Vamos fazer uma brincadeira
diferente hoje? Eu e você?
Eu te explico:
Eu te convido a
retirar a “máscara” que te impede até
mesmo de respirar. Assim... Devagarinho, com muito jeito para não machucar... Começa
lentamente, aquele fiozinho, aquela dobra, cuidado... Se puxar rápido demais a
dor vai ser intensa. E o choque com a luz talvez você não aguente... Mas
calma.. Você se acostuma! Mas eu te
ajudo, posso te garantir que é um brinquedo diferente. E depois, com o tempo, ele
passará a ser um hábito.
Ah, eu até compreendo!
Há muito tempo estás empenhado em construir, cuidadosamente, a máscara que carregas.
Cada dia um elemento
novo a ser acrescentado: As expectativas dos que nos cercam os compromissos sociais,
os nós de tantas gravatas, os horários a serem cumpridos, os sorrisos
obrigatórios... As lágrimas contidas... As explosões reprimidas... As ternuras
amordaçadas... O sexo marcado no relógio...
E onde ficou o brilho
antigo do teu olhar, os planos geniais o entusiasmo contagiante?
Ah, sei, a correria do
dia a dia não permite, o tempo chama ruidosamente... Ah, você até ouviu... Amigo:
“tempo é dinheiro”.
É lentamente, quase
sem perceber, você foi construindo esse arremedo, essa caricatura que apresenta
socialmente, como um escudo, como um cartão que dispensa comentários.
Socialmente, ele parece bom. Mas não é verdade, não representa a tua essência.
Vamos continuar puxando essa tua segunda pele; depois do choque inicial vai te
sentir muito melhor.
Sim, a boca. Esta
começando a esboçar um meio sorriso e consigo adivinhar que esse meio sorriso
vai se alargar até explodir. E mais tarde treinando os espontâneos que conheço...
Estou falando do sorriso puro e espontâneo que conheço... E mais tarde ainda,
essa boca vai dizer que és um fraco, que tem medos, e enfrentará momentos de
insegurança, e muitas vezes até te sentiras só e muito assustado.
Puxa mais, até chegar
aos olhos. Percebes como estão duros e frios? Com uma ponta de cinismo, poderia
te dizer. Calma, não estou te acusando de nada. Desmancha esta carranca. Quero
um olhar morno suave. Assim, não: parece um olhar de conquistador barato,
farejando a presa Entendo é o velho costume exigido pela sociedade atual.
Tentemos outra vez: eu quero um olhar de menino sonhador imaginando estrelas,
fazendo piqueniques ou travessuras aos domingos, mas em plena terça-feira.
Chute latinhas... Você sabe empinar papagaio? Venha eu te ensino. Consegues
correr atrás de uma bola? Vá eu te acompanho. Eu? Bem eu não posso
fisicamente.. Mas eu te assisto e te acompanho feliz na imaginação...
Melhorou muito, vai
acabar conseguindo.
Mas o que é agora?
Teu olhar se sombreou,
vejo um brilho diferente nele... Estás chorando?
Não, por favor, deixa
a lágrima cair, não interrompas sua trajetória... Permita-me contemplá-la. É
linda a tua lágrima, é macia e vem rolando maciamente...
Ahahahahaha...
Conseguiu a gargalhada, teu olhar ficou menino outra vez, e até o milagre da
lágrima tu conseguiste. Estou feliz com o nosso brinquedo novo.
Como? Que horas são? A
máscara? Por quê? Ah, sim, vais sair.
Precisa cumprir teus
compromissos já assumidos... Sim estou lembrando o tal do “tempo é dinheiro”... Está bem... A competição... As aparências.
Mas... Estavas chegando perto... Não podemos continuar a brincadeira? Não
consegues deixar a máscara e tentar enfrentar o mundo com a tua cara real, teus
olhos reais, teu sorriso real, tua lágrima real?
É impossível? É isto
que está dizendo... E recolocas rapidamente a máscara do teu rosto. Não há
tempo a perder...
Observo porem, que a
recolocastes muito mal ela não se parece mais com uma segunda pele; não estás
confortável como antes. Sinto – ou será
apenas um desejo meu? – que a máscara não te pertence mais, ela não te
cobriu os olhos e pude perceber o olhar de menino maroto pensando no
piquenique, ou no carrinho para descer a ladeira. Precisa partir. Antes
vislumbro um sorriso quase aberto que a máscara, torta e desajeitada, não conseguiu esconder.
Mas, está bem.. Eu te
espero outro dia, para continuarmos o brinquedo. Você vem tá?
Enquanto isso pensa. Não
dói!
Sê feliz...
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Virginia de Andrade
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