quarta-feira, 15 de abril de 2015

#RealidadeBrasilesa:
 
Bestas Políticas...
 É sua própria natureza de um animal político;
Vida em sociedade é ter reciprocidade;
Política não é só corrupção. Política é organização;
Política não é para enganar. Política é para ajudar;
Política não é só individualidade. Política também é coletividade
Política não é só pra parlamentar. Política é se manifestar (v2)
Animal Político vive de política;
Onde estão os ideais dessa nova geração
Que se encontra entorpecida de sua realidade
Animal Racional ou Irracional?
Delatores – Animal Político

 
                                       “Em tempos de política, (eleições), nunca sabíamos, se papai entraria andando porta adentro, ou se carregado pelos amigos, baleado”, assim dizia uma amiga, nascida e criada lá pelo Vale do Rio Doce nos anos 40, quando todo o Leste Mineiro, assim como a Área do Contestado, divisa de Minas e Espírito Santo, era dominada pelos “coronéis” e pelos “pistoleiros”.
                                       O avô dela era um daqueles “coronéis latifundiários”, que receberam um revólver com o brasão de armas da República e por isso “senhor da vida e da morte” naquelas paragens, além da franquia de “ocupação das terras devolutas” da União, garantida pelo mesmo “revólver federal”.
                                       “Eu nunca matei ninguém”, afirmava o velho. “Mandava matar”, retrucava, rebeldemente, minha amiga.
                                        Quis o destino que seu pai (genro) se tornasse “desafeto político” do seu avô e daí o medo constante, até que, como vingança por uma derrota política, o “coronel” encomendou um incêndio na serraria do seu pai e com isso toda a família foi levada à miséria. Essa foi a demonstração de poder do “coronel”, não poupando nem mesmo sua família.
                                       Jogo bruto e brutal, pois o “velho coronel” mantinha um “exército de afilhados vigilantes” de todas as suas cercas atuais e futuras, que compunham o seu “curral”.
                                      Quem conhece a história da ocupação das melhores terras do Brasil no Norte do Paraná nos anos 40 e 50 sabe que o comportamento do “amigo do Ditador”, Assis Chateaubriand não foi “mais amoroso” do que o narrado e tornou-se um “modelo padrão” até os dias atuais para as contendas nos Estados do Pará e Mato Grosso. A “pistolagem” faz a lei.
                                     Hoje, contudo, gozamos de mais Democracia e por isso mudaram-se as regras, mas o jogo continua o mesmo. A violência à Democracia faz-se através do aparelhamento, instrumentalização e até o “armamento” dos movimentos sociais, da ocupação política por quadros partidários de cargos técnicos da administração pública e dos fundos de pensões, do cooptação da imprensa regular mediante verbas publicitárias oficiais despropositadas, das redes sociais com o financiamento de barreiras de apoio e desinformação e de organizações não governamentais nebulosas em seus objetivos.
                                        De outro lado sindicatos e confederações, que na maioria dos países mais fortemente democratizados mantem uma linha ideológica tanto à Esquerda, como à Direita, não se misturam com partidos políticos, porque legalmente são impedidos de fazê-lo, posto que sua missão restrita é se dedicar exclusivamente à política sindical trabalhista, ainda que por vezes se manifestem em apoio às iniciativas partidárias.
                                          Essa distorção pode fazer refém uma nação de uma classe específica e foi o que se conseguiu no Brasil, fazendo-os uma “linha auxiliar” de sustentação política, chegando-se ao absurdo de sindicalistas acumularem mandatos políticos e sindicais. Não aprendemos com o exemplo vizinho de como uma Nação pode ser destruída por esse método levado ao extremo, como o fez o Peronismo na Argentina.
                                           Essa desmontagem será cruenta, pois nada mais violento, que a quebra de privilégios de organizações estruturadas na defesa de interesses corporativos antidemocráticos e nesse contexto podemos incluir o “crime organizado” do século passado nos USA, posto que fosse uma “organização acima” da lei e da ordem dos princípios constitucionais americanos. Nessa mesma categoria inclui-se o nosso “atual” crime organizado, que representa um “poder real dominante” onde o Estado não dá “o ar da sua graça”.
                                           Outro ponto perigoso da nossa Democracia é que muitas “instituições referência”, tais como OAB, Maçonaria, Fundações Religiosas, Cabeças Pensantes ou foram atraídas ao centro do poder ou tiveram sua atuação degradada pela lateralização partidária, que deixaram de representar um “contraponto da razão” no pensamento político e apresentação de alternativas futuras.
                                            Entretanto, o ponto mais grave é a extremização das posições da sociedade e que são demonstradas no dia a dia das redes sociais. Muito antes de representar uma “central de consciência política”, demonstram uma ferocidade partidária, que provoca a ruptura do “pensamento político mediano” e transforma tudo em “briga de torcidas”.
                                           Mostra a experiência mundial, que partidos no poder representam soluções pontuais ao desejo momentâneo da sociedade, fruto de impasses na perseguição dos objetivos maiores de qualquer sociedade e o grande paradoxo é que a sociedade brasileira não tem consciência de “aonde quer chegar”.
                                             Tirar um partido do poder e substituí-lo por outro, ou provocar o impeachment de um governante é meramente uma “solução de um impasse momentâneo” e jamais um “projeto de futuro” para uma Nação e nesse o ponto todos os “extremistas” em ambos os polos não ajudam no que é o mais importante no momento: a união da sociedade na busca de um objetivo nacional permanente.
“Dividere per vincere”, já ensinavam os romanos.
Somos bons alunos...

 
Dos Entendimentos & Percepções
Do Escritor & Cronista
Antônio Figueiredo
São Paulo – SP -

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