#PensarNaoDoi:
“Casa Da Mãe Joana!”
- Da
Riqueza de Nossa Língua Pátria -
“... Os ignorantes, que
acham
que sabem tudo,
privam-se de um dos
maiores
prazeres da vida: aprender...!”.
Provérbio Popular
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (utilizando um exemplo), com cerca de 230 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da
riqueza léxica da língua portuguesa.
Segundo um
levantamento feito pela Academia
Brasileira de Letras,
a língua portuguesa tem atualmente cerca de 360 mil unidades lexicais. Essas
unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Agora
se relacionarmos, neste vernáculo todo, os regionalismos passaremos de 540 mil
vocábulos ou verbetes que são utilizados por esta vasta e riquíssima língua,
sem contar às gírias que também são características de cada região deste vasto
país continental.
Dia destes, em uma
mensagem, o professor e economista Ossami Sakamori, referiu-se que estamos (o
Brasil) em uma verdadeira “casa-da-mãe-Joana”.
O que o referido professor quis
dizer com isso?
Casa da Mãe
Joana é um lugar em que todo mundo manda e faz o que bem entende.
O rei
francês, de 1285 a 1314, Felipe IV o Belo, resolveu comprar uma briga feia:
cobrar impostos sobre os bens da Igreja. A discussão foi tão séria que em 1303
o papa Bonifácio VIII excomungou Felipe, que, em represália e por não ser tão
belo assim, mandou que um de seus legistas (um perito em legislação, Felipe
ainda estava vivo), Guilherme de Nogaret, invadisse a Itália e prendesse o
papa. Bonifácio VIII morreu na prisão e foi sucedido por Bento IX. Logo, logo,
em 1305, assumia um novo papa, Clemente V, que, seguindo um gentil conselho de
Filipe, transferiu a sedo do papado, de Roma, para a cidade provençal de
Avignon.
Avignon foi
residência de sete papas, de 1309 a 1378, mas no início não era dos papas,
pertencia a uma napolitana, Joana I, rainha de Nápoles.
Linda e
inteligente, Joana era mecenas (um patrocinador de artes e intelectuais) de
poetas e intelectuais. Ela casou-se com o primo, Andrew, irmão de Luís I, da
Hungria. Andrew foi assassinado numa conspiração que, dizem as más línguas teve participação da própria esposa.
Furibundo, Luís I invadiu Nápoles em
1348, obrigando Joana a se refugiar em Avignon. No mesmo ano, ela vendeu a
cidade a Clemente V, com a condição de ser declarada inocente de sua
participação na morte do ex-marido. Joana foi assassinada por seu sobrinho e
herdeiro, Carlos de Anjou em 1382.
Enquanto
ainda mandava e desmandava em Avignon, Joana resolveu regulamentar os bordéis
da cidade. Uma de suas medidas foi estabelecer que todo bordel deveria ter uma
porta por onde todos entrariam. Assim, cada prostíbulo conhecido como “paço da mãe
(a dona da cidade) Joana”, com o sentido de uma casa que esta aberta a qualquer
um.
A
expressão viajou até Portugal e veio para o Brasil, onde a palavra paço, de uso
pouco popular, foi logo substituída por casa.
Os
desbocados, aproveitando-se da associação Joanna-bordel, substituíram a palavra
casa por outra menor, mais expressiva e popularizaram a expressão sinônima de (ânus)...-da-mãe-Joana.
Bem talvez
não fosse esta a expressão desejada pelo nobre professor, mas...
Pensar Não Dói... Já nossas expressões
cotidianas...
Entendimentos & Compreensões
R. Magalhaes Jr, Dicionário brasileiro de provérbios,
locuções e ditos curiosos, Rio de Janeiro,
Editora Documentário, 1974.
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