Uma Noite Em
Silêncio!
posso dormir de remorso
por tudo o que eu
deixei de cometer...!"
Mário
Quintana – Poeta e escritor gaúcho.
Ali estive entre várias pessoas.
Ano novo e uma nova
vida! É o que se fala. É o chavão da sorte. As coisas velhas e até o ano que se
foi, se tornaram obsoletos.
Recomeçar é a
palavra de ordem!
A ceia estava
animadíssima. Vozes partilhavam seus projetos, intentos, um passeio, estudos,
enlaces, mudança de vida, emprego, negócios, tudo ao despontar das primeiras
horas daquele novo ano.
Pessoas de várias
classes sociais e financeiras.
Algumas realmente
gostam de mim, outras sabem que existo e outras ignoram, não fazem o mal e nem
o bem.
Ali estive,
alimentamos da mesma iguaria.
Que apetitosa ceia
e ainda nos deliciamos com a sobremesa.
Assentamos a mesma
mesa, cadeiras, bancos, brincadeiras, sorrisos, flash. Ali estive olhando
as pessoas se fotografando.
Ali estive e vi um
jovem, muito alegre.
Fotografou uma
pessoa ao meu lado e uma criança quase encostada em mim. Um senhor chegou e
disse: tira dela também...
Sem muita vontade,
o jovem tirou uma foto que nunca vi.
Ali estive e vi meus amigos conversando, brincando, rindo.
Ali estive e vi meus amigos conversando, brincando, rindo.
Outros posavam para
fotos e convidavam a muitos.
E eu ali. Não fui notada senão por poucos, inclusive por aquele senhor que falou para também fotografar-me.
E eu ali. Não fui notada senão por poucos, inclusive por aquele senhor que falou para também fotografar-me.
As pessoas passavam
por mim e foi como se eu estivesse invisível.
Cumprimentos, as
pessoas não ouviam, não viam.
Fiquei até o final. Estava curiosa para aprender um pouco mais sobre o comportamento humano.
Fiquei até o final. Estava curiosa para aprender um pouco mais sobre o comportamento humano.
Nada mais tive por
fazer senão a observar uma festa, movimentos, atos. Não sofri por isto, apenas
vi como somos muitas vezes fúteis, até mesmo em lugares e épocas especiais.
Forçamos alegrias que não existe, mantemos aquela sensação de bem estar que nos
leva à perdição, ao flagelo interior.
Temos que sorrir,
blindar, cantar, aplaudir!
Um garoto conversou
muito comigo. Despediu-se. O outro estava muito cansado. Brincou demais. A mãe
deles não me notou. Eu despedi e as crianças responderam. A mãe me ouviu? Se
ouviu, também nada respondeu.
Não fiquei alegre e
nem tão pouco triste com a grandeza da festa.
Não posso ainda dizer se é bom ou não ser uma pessoa notada.
Não posso ainda dizer se é bom ou não ser uma pessoa notada.
Depende da
necessidade momentânea de cada um!
Dos Entendimentos & Percepções
da minha
amiga Mineira Marilene Marques
amiga Mineira Marilene Marques
Mineira, nascida na Vila de Assaraí, Município de Pocrane, Região do
Vale do Rio Doce, MG, Aposentada, trabalha com voluntariado social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário