Et Maintenant
Que Vais Je Faire...
Et maintenant
que vais-je faire
Je vais en
rire pour ne plus pleurer
Je vais
brûler des nuits entières
Au matin je
te haïrai
Et puis un
soir dans mon miroir
Je
verrai bien la fin du chemin
Pas
une fleur et pas de pleurs
Au moment de
l'adieu
Je n'ai
vraiment plus rien à faire
Je n'ai
vraiment plus rien...
Eu irei rir para não mais chorar
Eu irei arder nas noites inteiras
Mas na manhã eu irei te odiar
E então numa noite em meu espelho
Verei bem la no fim do caminho
Nenhuma flor e nenhum choro
Até o momento do adeus
Na verdade nada mais a fazer
Na verdade nada mais a fazer
Gilbert Becaud
O Monsieur 100.000 Volts, como era
conhecido pela energia que passava em seus shows era também o cantor dos
“amores desesperados”, talvez por uma forte influência de Edith Piaf, que foi sua
grande incentivadora no início da carreira.
Uma tônica em suas canções era o
descompasso entre o início fulgurante e o final humilhante dos “amores humanos”
feitos de miserabilidade entre a euforia e a depressão. Com certeza, sua
juventude passada durante a II Guerra Mundial na qual participou da Resistência
Francesa ainda adolescente, levaram-no muitas vezes ao sentimento de “nulidade
da vida” pelas perdas próximas de amigos queridos.
É a eterna briga entre os “desejos”
do coração e a “prudência” da razão humana. A sofreguidão necessária de uma
paixão em queda livre e a razão perdida no vácuo de “quand l’amour est mort”.
São sempre assim esses “amores desesperados”. Deles lembro-me de muitos e hoje
me rio.
Uma coisa que eu sempre me disse nas
“horas confusas”, é que “hoje tudo está muito enrolado, mas “amanhã” ainda vou
rir muito disto tudo... Acalme-se, Toninho”. Talvez Gilbert tenha muito a ver
com este meu estoicismo. Afinal, sempre é bom se ter uma filosofia na vida para
não se pular dentro do poço. Inconsequente sim, suicida, jamais.
A toda e qualquer das grandes
desventuras um “grande amor” resiste, mas jamais à sua “menor das mentiras”. O
“grande amor” tem passos muito largos. Anda depressa demais e as “pernas
curtas” não conseguem acompanha-los.
Bem, nesta altura do campeonato muitos
dos habituais leitores devem estar se perguntando: o que “este Martha Suplicy de
calças”, (aquela dos tempos de Sexóloga da Globo), vem teorizar sobre relações
afetivas, nem sempre racionais e normalmente carregadas de desejo sexual, se
habitualmente só vem aqui dar “pitacos políticos”?
Explico-me. Nos anos 60 uma peça
teatral de Vinicius de Morais e Carlos Lyra, que alguns vão se lembrar, já
profetizavam o atual momento político brasileiro com sua Pobre menina rica. Assim
como quando Noel Oliveira da Acadêmicos do Salgueiro compôs O neguinho e a
senhorita.
Como o “amor” nascido entre a
intelectualidade de esquerda moradora de Zona Sul e Jardins, “guerrilheiros democráticos”
e “trabalhadores metalúrgicos”, poderia se tornar uma “loucura nacional”, conciliando
“paixão, tesão e razão” e ser “um casamento até que a morte os separe”?
Do “casamento prático” parece que de
há muito a intelectualidade já pulou fora do barco e com isso foi-se a “razão”.
Só restaram as mentiras de amor, a paixão e a tesão, que ao que parece evidente
hoje, “agora é cinza, tudo acabado e nada mais” ...
L’amour est mort ... et maintenant, PT.
Das lembranças Românticas
De Antônio Figueiredo
Escritor e Cronista
São Paulo - SP
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