Do Escritor e Articulista
Antônio Figueiredo Especial
Para a Sala de Protheus:
Antônio Figueiredo Especial
Para a Sala de Protheus:
Vote o Bom Voto...!
Por que quero o VOTO
DISTRITAL?
Porque quero eleger meu
vizinho.
Estará mais perto das
minhas mãos
para aplaudi-lo ou para
esganá-lo.
O Autor
O tema mais reclamado, dentre os
atuais, é a REFORMA POLÍTICA, vocalizado pela sociedade como ampla e
pela Presidente Reeleita e o PT, enfocando mais o Financiamento Público de
Campanha e o Voto em Lista Fechada como as “poções mágicas”
solucionadoras de todos os problemas do sistema de representatividade.
As Listas Fechadas funcionam em países com forte organização partidária
inclusive com altíssima filiação e participação, mas no caso brasileiro só
encherá o Congresso de “caciques partidários” sem voto. Já o Financiamento
Público deve ser reavaliado e não somado às atuais prebendas, como o
Horário Eleitoral Gratuito e Fundo Partidário, que já representam um
ônus excessivo ao contribuinte. Ambos, a meu ver são preocupações secundárias e
não corrigem nos erros e vícios atuais.
Na realidade uma reforma que não contemple o Voto Distrital, seja o Misto
ou o Puro em Listas Abertas com Voto Majoritário,
Domicílio Eleitoral Obrigatório, Fidelidade Partidária, Cláusula de Barreira e
Eleições Primárias para os cargos majoritários, jamais vai estar expressa
clara e fortemente a vontade do eleitor.
Não
existe argumento de defesa mais forte para o Voto Distrital, do que o de
que a “representação democrática” foi criada de forma a proteger as “minorias”
e a menor parcela de uma sociedade é representada por um pequeno distrito, que
pode ser um bairro de uma metrópole, uma pequena cidade ou um município e até
mesmo um pequeno Estado.
Já comentei, em crônica anterior, que durante minha infância e adolescência a
Vila Maria, na Capital, (SP), ainda que tivesse desde 100 mil até 200 mil
eleitores, jamais elegeu um vereador, pois o Voto Proporcional sempre favorecia
candidatos com maior peso oriundos dos diferentes bairros de São Paulo, quando
com uma concentração de votos do distrito ensejaria a eleição de 2 e até 3
vereadores. Isso ainda acontece em muitos locais no Brasil.
Por essa
razão também a exigência de Domicílio Eleitoral Obrigatório por um prazo
mínimo de 10 anos evitaria o oportunismo de um José Sarney, que se
elegeu Senador pelo Amapá e até mesmo de um Alexandre Padilha,
que nas últimas eleições candidatou-se a Governador por São Paulo. A
residência estável favorece não somente o conhecimento pelo eleitorado, mas
também o controle dos compromissos assumidos.
Atualmente o domicílio eleitoral do candidato pode ser trocado até 1 ano antes
da eleição, deferentemente do “domicílio civil”, que é muito mais
restritivo e é caracterizado pelo “ânimo definitivo de residência”. O
eleitoral por sua flexibilidade dá margem ao “ânimo conveniente de
residência”.
A Fidelidade Partidária estabelece um vínculo cruzado entre o Partido e o
Candidato, pois que independente de um “programa nacional” o Partido tem
que possuir um “programa distrital”, de forma a atrair filiados e
eleitores distritais e é dentre estes que se escolherão candidatos
comprometidos não só com estes programas, mas evidentemente com os “nacionais”
também. O mandato pertence ao Partido e a troca de partido subentende a perda
do mandato.
A Cláusula de Barreira estabelece que para um Partido lançar candidatos
em um Distrito, tem que ter ali organizado um Diretório Distrital e se
tiver ambições eleitorais maiores, deverá se organizar estadual e nacionalmente.
Por outro lado para esse Partido possa incluir-se nos círculos decisórios mais
importantes e gozar dos recursos públicos deverá ter uma participação mínima de
10% em todas as Casas.
Já as Eleições Primárias deveriam ser organizadas no âmbito dos Partidos
para a escolha de seus candidatos aos cargos do Executivo, (Prefeitos,
Governadores e Presidente) dando liberdade democrática de apresentação de
candidaturas, fora da influência das cúpulas partidárias.
De
propósito deixei para o final a discussão sobre o Voto Distrital Puro ou
Misto.
O Voto Distrital
Puro é o que pode chamar de “democracia direta”, pois que sendo 100%
majoritário torna eleito o candidato que obtenha a maioria simples dos votos
seja para o Executivo ou Legislativo. No caso das Casas Legislativas elegem-se
decrescentemente os candidatos mais votados até o preenchimento das cadeiras. Pode-se
adotar no caso dos Executivos um 2º turno para se obtiver a maioria absoluta.
O Voto Distrital Misto pressupõe, exclusivamente para os cargos
Legislativos exceto para o Senado, uma votação dupla para estabelecer a
proporcionalidade da participação partidária na Casa. Alguns países adotam uma Lista
Fechada e o primeiro voto é dado à legenda e dela se extrairá uma
quantidade fixa de eleitos. O segundo voto é dado diretamente ao candidato.
Minha preferência é que o primeiro voto seja dado à legenda e a quantidade de
votos indique a proporção das cadeiras a que o partido tem direito na Casa. O
segundo voto seria dado diretamente ao candidato constante na Lista Aberta
e os eleitos seriam definidos pelo critério de proporcionalidade do primeiro
voto. Isso torna a eleição mais transparente, pois elimina o intrincado cálculo
do Coeficiente Eleitoral em uso.
Muitos alegam que o
problema representado pelo Voto Distrital seja a divisão dos distritos
equanimemente, do que discordo veementemente.
Hoje em dia
os programas de Saúde, Educação, além da divisão da responsabilidade policial,
dos cartórios de registro civil, subprefeituras das grandes metrópoles,
Correios e muitas outras atividades já é distritalizado. A meu ver o importante
seria analisar as presentes divisões distritais utilizadas e organizá-las
melhor, considerando critérios de índices sociais, econômicos e principalmente
populacional, para que as necessidades específicas fiquem muito bem demarcadas.
Regiões críticas que englobem vários distritos devem ser assistidas por “planos
emergenciais” de desenvolvimento e equilíbrio social tanto a nível de municípios,
como estadual e federalmente. É isso que sempre se procurou fazer através da SUDENE,
SUDAM, SUDECO e outros planos.
O “mais
relevante” é que se acabe com o Voto Proporcional, dos puxadores de votos, que
carregam no bojo da sua votação candidatos sem voto e muitas vezes
irrelevantes, pois não permitem a renovação das câmaras legislativas. Com isso
alijam da representação regiões normalmente mais desassistidas e de mais baixo
número de eleitores, além de embutir um conceito de Coeficiente Eleitoral
pouco transparente e de complicado entendimento ao eleitor.
Outra excrecência eleitoral a exterminar são as Coligações de
Legendas, que permitem a união de programas partidários antagônicos em
benefício de uma “associação do tráfico de influência” em um “balcão
de negócios” com seus mensalões e petrolões.
Outra razão importante da recusa dos políticos para a adoção do Voto Distrital
é que implantado com todas as premissas apontadas, provocaria uma redução
brutal da quantidade de “partidos nanicos”, que é a grande “fonte de
negociatas” e desperdício do dinheiro público com o Fundo Partidário,
Horário Eleitoral e custo de gabinetes de lideranças no Congresso.
Estas são as preferências dos partidos políticos, pois passada a eleição cada
candidato individualmente se desobriga de quaisquer compromissos assumidos sob
a desculpa de submissão às “decisões superiores” dos partidos. Esta é a
resistência deles ao Voto Distrital, pois que acostumados a “pastos
largos” e “sem cercas”, por iniciativa deles jamais aprovarão “cercadinhos
apertados”.
Esta é a razão pela qual a Reforma Política jamais avançou e sempre se
propuseram “meras perfumarias” como o Voto em Lista Fechada e o
Financiamento Público de Campanha. Dá-se o periférico para negar o
essencial, ou melhor, dão-se os anéis para se conservarem os dedos, (deles).
Esta é a razão da atual descrença e desconfiança dos cidadãos nos políticos,
pois que protegidos pelas “estruturas oligárquicas” montadas no decorrer
destes 125 anos de república, riem-se e faz pouco caso dos reclamos da
sociedade e não “largarão o osso” a menos que se vejam obrigados a
fazê-lo e a mudar.
Já tivemos o exemplo do que através da iniciativa popular se pode fazer para a
moralização da Política, através da Lei da Ficha Limpa. Aos políticos
deve caber única, legal e funcionalmente representar de forma “limpa e
integral” ao eleitor.
Chegaram a hora e vez do Voto Distrital já para as
Eleições de 2018...
Das vivências, percepções e pesquisas
de Antônio Figueiredo.
– De algum lugar em São Paulo ou do Brasil
por onde andou. Economista, Escritor, Empresário, Militante Apartidário
Parlamentarismo e Voto Distrital Misto. Ex - Ativista Movimentos Sociais
Católicos/ Metalúrgico/ Estudantil (1961/73). Operário da Cidadania.
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