#PensarNaoDoi:
“Amigo...?”
ao
menos tornar-se assim por meio da felicidade
de seus
amigos. Mas a inveja lhe tira este ultimo recurso...!”
Jean de La Bruyére –
Caracteres ou
Costumes deste Século –Do
Homem – tópico 22.
Há vícios que
não devemos a ninguém, que nasceram conosco e que os fortalecemos pelo hábito;
há outros que se contraem e que nos são estranhos. Nascemos às vezes com
costumes simples, complacentes até e com todo o desejo de agradar; mas pela
maneira como nos tratam as pessoas com quem vivemos e das quais até dependemos,
logo somos jogados para fora de nossas medidas e até de nossa índole;
adquirimos um amargor e raiva que não conhecíamos, vemo-nos em outra situação
de vida e os surpreendemos ao nos sentirmos secos e agressivos. O que temos,
hoje, por algumas pessoas... Repito: somente algumas pessoas... Bem raras, é um
sentimento diferente do que vemos e ouvimos todos os dias. As pessoas em sua maioria hoje saem por ai dizendo
que todos são seus melhores amigos. A expressão não tem mais um significado
verdadeiro. Conhecidos
trocam abraços e beijos em profusão, quase como um tratamento generalizado de
algumas carências, talvez não sentidas... No segundo, ou no máximo terceiro
encontro, contato vão-se cartões, mensagens em telefones, manifestações em e-mails, redes sociais, correios... Tudo
é distribuído por atacado.
Enfim todos demonstram por escrito apenas fragmentos
de sentimentalidade por alguém que mal ou nunca conheceram de fato. E todo
mundo ama todo mundo... Simples... Fácil... Será? Como resultado, quando dizemos que amamos alguém,
hoje, a pessoa nem ouve. Mas temos estes amigos, principalmente, neste mundo de
tantos ‘seguidores’ que podemos
afirmar ser ‘meu melhor amigo’? Há pessoas
hoje, para quem a arrogância é grandeza; a desumanidade é firmeza e a esperteza,
Inteligência. Os espertos acreditam facilmente que os outros
também o são; não se deixam enganar, mas enganam por pouco tempo. Certamente, trocaria de boa vontade ser esperto
por ser estúpido e passar como tal. A qualquer um ou a todos. Ninguém engana por bem; a esperteza acrescenta
malícia à mentira.
E, finalmente, penso
que se houvessem menos crédulos, haveria menos gente esperta e aproveitadora,
menos desses seres que se enchem de vaidade porque souberam, durante uma vida
toda, enganar os outros. Como é possível para quem a falta de palavras, ausências
de sensibilidade, esperteza, longe de prejudicar, mereceram apoio e benefícios
daqueles mesmos a quem prejudicou ou mentiu, não se envaideça de seu talento ou
habilidade? Nada faz tanto por um
espírito razoável a suportar tranquilamente as ofensas dos amigos que a
reflexão sobre os vícios que possuímos e de como é difícil para todos serem
constantes, generosos, fieis, capazes de sentimentos de amizade, superiores à
ideia de seus interesses. Quando começamos a
conhecer o alcance desses defeitos, não se exige mais dos seres que penetrem à
própria alma, que voem que tenham qualidade. Podem-se odiar os seres de forma
generalizada, por que no fundo muito poucos são dotados, realmente de virtudes...
Mas no fundo acaba desculpando a cada um, particularmente, ama a todos por
motivos mais ou menos relevantes e se empenha em merecer o mínimo que possa
semelhante à indulgência...
Assim ao procurarmos o que
tanto necessitamos, utilizo novamente o pensador citado no inicio e lhe pego
emprestado o final destes sentimentos, destes pensamentos descritos, pois (...)
nada existe que os homens gostem mais de
conservar e que tanto desperdiçam com sua própria vida. Complicado? Não. Apenas triste! Eis o estagio em que sem encontram as “amizades”! Pode pensar... Não dói!
Entendimentos &
Compreensões
Pensamentos &Leituras da Madrugada
Transpirado dos Amigos e
Escritores
Nelson Valente e Antônio
Figueiredo.
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