"ENSAIOS ACERCA DO ENTENDIMENTO -
II"
“...Os
maiores acontecimentos e pensamentos,
são
os que mais tardiamente são compreendidos..."
Friedrich Nietzsche
A palavra
distingue os homens entre os animais; a linguagem, as nações entre si - não se sabe de onde é um homem antes de ter
ele falado. Como é linda a profundidade de Rosseau, quando se referia desta
maneira. Sabemos, pois, que o uso e a necessidade levam cada um a aprender a
língua de seu país, mas o que faz ser essa língua a de seus pais e não a de
outro?
Bem, primeiro precisamos reportar-nos a algum motivo que se prenda ao
lugar e seja anterior aos próprios costumes, pois, sendo a palavra a primeira
instituição social, só a causas naturais deve a sua forma.
A grande eloquência, com que Rosseau, coloca
as coisas, nos faz pensar em outra maneira de ver estas mesmas coisas, senão
vejamos: Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível,
pensante e semelhante a ele próprio, o desejo ou a necessidade de comunicar-lhe
seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso.
Tais meios só podem provir dos sentimentos, pois estes constituem os
únicos instrumentos pelos qual o homem pode agir sobre outro. Aí está, pois, a
instituição dos sinais sensíveis para exprimir o pensamento. Os inventores da
linguagem não desenvolveram esse raciocínio, mas o instinto sugeriu-lhes a
consequências.
Vejam por exemplo: supõe-se aqui o homem em um nível de existência
extremamente singelo - vive sozinho, embora venha a ter contato com os
semelhantes.
Em tais condições, não se necessita explicar o
uso da palavra nem pela razão nem por um impulso inato, pois estamos em face de
um fenômeno de "vivência";
a possibilidade oferecida pela constituição do homem vale à necessidade trazida
pelo contato com o outro homem.
Mas o que consiste o raciocínio?
Se o conhecimento geral, através da linguagem consiste na percepção do
acordo ou desacordo de nossas próprias idéias, e o conhecimento da existência
de todas as coisas exteriores (exceto
apenas a de Deus, cuja existência todo o homem pode certamente conhecer e
demonstrar para si mesmo a partir de sua própria existência).
Se
operasse, obviamente, apenas por nossos sentidos, que lugar haveria então lá
para o exercício de qualquer outra faculdade, apenas sentido externo e
percepção interna? Qual a necessidade que pode existir, nesse meio, da razão?
Enorme, visto os últimos acontecimentos, principalmente dos meios
políticos, em que a linguagem, como fator principal da grande eloquência,
vislumbrada, entre estes mesmos políticos, engalfinhando-se em palavra quase
que desconhecidas para eles próprios, e no raciocínio, dos quais tentaram
exercitar, sem nenhum sucesso.
Desta parte da razão, em que se separa, racionalmente é claro, da
emoção, viu-se acontecimentos, visões, e outros, quase enlouquecedor da conduta
dos seres humanos, votados por um destes povos, para representá-los para a
conivência pacífica social, e a exultação as leis.
Óbvio, que falta o talento, o conhecimento básico de linguagem, sem
falar do raciocínio.
E mais óbvio ainda que ainda não aprenderam que Pensar Não Dói...!
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES
www.konvenios.com.br/articulista
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