segunda-feira, 14 de outubro de 2013


"ENSAIOS ACERCA DO ENTENDIMENTO - II"



                                                                                

“...Os maiores acontecimentos e pensamentos,
são os que mais tardiamente são compreendidos..."
             Friedrich Nietzsche


                        A palavra distingue os homens entre os animais; a linguagem, as nações entre si - não se sabe de onde é um homem antes de ter ele falado. Como é linda a profundidade de Rosseau, quando se referia desta maneira. Sabemos, pois, que o uso e a necessidade levam cada um a aprender a língua de seu país, mas o que faz ser essa língua a de seus pais e não a de outro?

Bem, primeiro precisamos reportar-nos a algum motivo que se prenda ao lugar e seja anterior aos próprios costumes, pois, sendo a palavra a primeira instituição social, só a causas naturais deve a sua forma.

                    A grande eloquência, com que Rosseau, coloca as coisas, nos faz pensar em outra maneira de ver estas mesmas coisas, senão vejamos: Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a ele próprio, o desejo ou a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso.

Tais meios só podem provir dos sentimentos, pois estes constituem os únicos instrumentos pelos qual o homem pode agir sobre outro. Aí está, pois, a instituição dos sinais sensíveis para exprimir o pensamento. Os inventores da linguagem não desenvolveram esse raciocínio, mas o instinto sugeriu-lhes a consequências.

Vejam por exemplo: supõe-se aqui o homem em um nível de existência extremamente singelo - vive sozinho, embora venha a ter contato com os semelhantes.
                        Em tais condições, não se necessita explicar o uso da palavra nem pela razão nem por um impulso inato, pois estamos em face de um fenômeno de "vivência"; a possibilidade oferecida pela constituição do homem vale à necessidade trazida pelo contato com o outro homem.

Mas o que consiste o raciocínio?
Se o conhecimento geral, através da linguagem consiste na percepção do acordo ou desacordo de nossas próprias idéias, e o conhecimento da existência de todas as coisas exteriores (exceto apenas a de Deus, cuja existência todo o homem pode certamente conhecer e demonstrar para si mesmo a partir de sua própria existência).
                              Se operasse, obviamente, apenas por nossos sentidos, que lugar haveria então lá para o exercício de qualquer outra faculdade, apenas sentido externo e percepção interna? Qual a necessidade que pode existir, nesse meio, da razão?

Enorme, visto os últimos acontecimentos, principalmente dos meios políticos, em que a linguagem, como fator principal da grande eloquência, vislumbrada, entre estes mesmos políticos, engalfinhando-se em palavra quase que desconhecidas para eles próprios, e no raciocínio, dos quais tentaram exercitar, sem nenhum sucesso.
                               
Desta parte da razão, em que se separa, racionalmente é claro, da emoção, viu-se acontecimentos, visões, e outros, quase enlouquecedor da conduta dos seres humanos, votados por um destes povos, para representá-los para a conivência pacífica social, e a exultação as leis.

                                  Óbvio, que falta o talento, o conhecimento básico de linguagem, sem falar do raciocínio.

E mais óbvio ainda que ainda não aprenderam que Pensar Não Dói...!


Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES
www.konvenios.com.br/articulista

                               

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