quinta-feira, 25 de julho de 2013


“Fragmentos!”




“... Assim, múltiplo e grande, ou melhor, universal é o poder que em geral tem todo o amor, mas aquele que em torno do que é bom se consuma com sabedoria e justiça, entre nós como entre os deuses, é o que tem o máximo poder e toda felicidade nos prepara, pondo-nos em condições de não só, entre nós, mantermos convívio e amizade, como também com os que são mais poderosos que nós, os deuses...!”

 O Banquete – Platão – 354 a C.


Segundo Edgar Amorin: “Existe, atualmente, uma grande rede espontânea de propagação de pensamento complexo”.
Entre nós, também. Pessoas buscam o inexplicável para “tentar” se posicionar como gente. Esquecem os sentimentos mais nobres. Porém os mais fáceis de serem convertidos em ação. Amar é razão. Razão é amar.
Precisamos, em termos de amor, também descobrir que “pensar não dói...”.

Os pequenos fragmentos do dia-a-dia, se juntados, constituem-se em valores primordiais deste “bicho- homem” tão carente de ações essenciais para o seu próprio coração. Com a mania de “juntar”, anotar, guardar, tudo que de bom meus ouvidos percebem, diariamente, pequenos fragmentos se tornam elucidativos do pensamento das pessoas que nos rodeiam.

Algumas convivem rapidamente. Outras estão conosco tanto tempo, no trabalho, na sociedade em geral, que vez por outra dizem coisas, diferentes. Balbuciam frases, que no fundo, tem sentido profundo. Senão para nós, para eles mesmos. Talvez seja a forma encontrada de ir fundo, muito fundo, da busca incansável do próprio “Eu”.

Mas elas vão. Destes acontecimentos fugazes algumas coisas devem ser divulgadas como forma de inteligência deste amável “bicho-homem”.

1.     Sonhar é sentir se realizar um sonho. É como viver coisas que nunca viveu. É sentir o que nunca sentiu. Alegria não é para todos, uma forma de viver, mas um motivo para a vida. Ter alguém com quem compartilhar os sentimentos não é para qualquer um, mas sim para todos. Todos os que querem Ter alguém, com a certeza de nunca perdê-lo.

2.     Existem pessoas sem sentimentos. Sem amor.  E por isso são “contados” como frios e desumanos. Mas o ponto em questão não é isso, mas sim como se encara um assunto. Como se vive com alguém desumano e sem amor e fazê-lo sentir o amor e a humanidade que existe em nossos corações. Embora, não seja imediato, mas há tempo para tudo, debaixo do sol. O tempo, inclusive, de amor.
3.     Homens permanecem fieis a seus caminhos na medida em que tais caminhos se ajustam às circunstâncias. Pois a sorte é uma mulher, sendo necessário, para dominá-la, empregar a força. Pode-se ver que ela se deixa vencer pelos que ousam e não pelos que agem friamente. O ato criativo traz novos prazeres e culminamos em um processo de realização.

4.     Já que de um modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato. Todos podem ver, mas poucos são capazes de sentir. Todos veem a aparência feminina, poucos sentem o que realmente são. Se  pretender conquistar e manter, será sempre tido como honroso e elogiado por todos, os que se identificam com a vida e se alguém com o seu esplendor, beleza,  dedicação ousar, conseguirá.

Muitos destes fragmentos, figurativos, lembram “conselhos” do grande Maquiavelli, em 1492. Usados com imaginação para a decifração de sentimentos e de atitudes entre o bicho-homem, torna-se não manipulativo, mas especulativo. A tendência de explicação sobre as ações, principalmente, entre homem e mulher, já rendeu páginas e páginas, de romances intrigados, de tratados psicanalíticos, de dissertação psicológica, mas, sobretudo, é uma parte da evolução deste ser tão animalmente sofisticado, racional, e ao mesmo tempo tão instintivo.

As formas prazerosas de convivência transformam-se conforme as necessidades sociais. Em nosso tempo, parece, estamos buscando valores mais convincentes na relação do homem com a mulher. Muito mais de sentimento do que simples instinto de macho e fêmea. Muito mais de saber que amor é razão. Racionalizamos mais quando amamos. Pensamos menos quando não amamos. E este “pensar” não é simplesmente na forma de condução sentimental. Transforma-se em lubrificante para os neurônios. Talvez precisemos amar mais.  Mas, sobretudo, temos que pensar.

Tenham a certeza, não dói... Nada. Não tem contraindicações. Dá efeitos colaterais. Isto sim. Mas, sobretudo, não importa como: Ame. Seja gente.
Pode continuar sendo instintivo, mas racionalmente. Caso contrário terá contraindicações e grandes efeitos colaterais.

Vamos tentar?



Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES –

www.konvenios.com.br/articulistas

Um comentário:

  1. Amar é um exercício de convivência. Há de se ter amor bastante para dias de mau humor, congestionamento no trânsito e mental. Amar é ouvir e ser ouvido para que os laços de cumplicidade se fortaleçam a ponto de superar as intempéries. Amar em muitos momentos é olhar olho no olho sem nada dizer e tudo ali, naquela fração de segundos, ser entendido no mais perfeito silêncio. Mostrar-se de corpo e alma ao ser amado... O corpo, banalizado hoje em dia, aparece em qualquer horário, de qualquer jeito, como se fosse uma mercadoria. Não é assim... É sagrado no que tem de instintivo e de sentimento. Desnudar-se diante do outro é fragmentar-se em sentimentos e desejos. Ame a natureza, a vida, os outros, fraternalmente, e cultive o amor em si para florescer "na luz de seus olhos" o GRANDE AMOR!

    ResponderExcluir