Política: Descrença Generalizada!
(*) Nelson
Valente
“...Não devemos contar nossos
sonhos e nossos
ideais aos outros, pois eles
irão tão-somente
tentar destruí-los com suas
dúvidas e descrenças...!”
Catherine
Ponder
Depois das
denúncias de corrupção é um erro levantar a bandeira da ética e da moralidade.
Nos dias de hoje, há uma descrença generalizada.
Os
escândalos no Congresso, as falcatruas no governo, a falta de lisura em alguns
membros do Judiciário, tudo isso faz crer que a ética está em pane, promovendo
a prevalência da tristemente famosa “Lei de Gerson” (a vida é dos espertos).
A
presidente Dilma e seu projeto de governo, estão presos a ásperas condições
sociais e seus sonhos e de pouca relação com a realidade brasileira.
A
presidente está em boa companhia, com relação a esse equívoco, pois os demais
planos de governo (pelo menos os
conhecidos) também parecem feitos para um país que não é o nosso. Certamente fiel ao axioma: “Palavras
loucas, ouvidos moucos”.
Não adianta
o PT se refazer. É preciso encontrar a “síndrome”
causadora de atos de corrupção e de outras mazelas individualizadas, que não
adianta tratar isoladamente. Não é tarefa para uma só pessoa, mas para a
sociedade e especialmente a comunidade científica. Estamos perdendo uma imensa
chance de colaborar com o Brasil e com o mundo.
É do tipo “não aprendi nada”, que diz à população:
vocês tinham razão de esperar muito do PT porque nós somos a reserva moral da
Nação. Houve um “probleminha” entre
nós, mas continuamos sendo a reserva moral da Nação. Essa “cegueira pessoal” pode ser solução imediata para o partido, mas a
médio e longo prazo não funciona.
Não
descarta a possibilidade de o grupo de petista que assumiu a condução do
partido nos últimos anos tenha chegado ao poder já com más intenções (mas exclui dessa turma o ex-presidente da
República), não sendo apenas resultado da corrupção do poder.
O Brasil
encontra-se frente a um desafio maior do que fazer uma faxina moral como
propunha Tarso Genro e de novo um gaúcho se apresentava como bastião da
moralidade.
Antes era
um ex-guerrilheiro e até mesmo o ex-presidente da República, que construiu
recentemente uma frase questionável lógica. Lula havia dito, e sempre repete,
que é filho de analfabetos, sofreu muito na infância, percorreu uma trajetória
socialmente baixa até alcançar a Presidência da República, “logo” não há no Brasil pessoa mais ética do que ele.
Esse “logo” não liga nada a nada, a frase de
Lula foi de “uma infelicidade absoluta”.
Nesse
sentido, a queda de um partido que se comportou o tempo todo como um termômetro
moral, uma bússola moral, foi atacado exatamente nesse ponto e se transformou
em biruta ao sabor das negociatas, coloca o País frente a duas possibilidades:
quando o ex-ministro da Justiça, atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso
Genro assumiu interinamente a presidência do partido e seu primeiro discurso é
sobre a faxina moral, é evidente que a sociedade espera que os corruptos,
enganadores, manipuladores, que são muitos, sejam apenados conforme a lei; no
entanto, ideologizar isso e novamente propor à Nação um projeto de pureza
moral, é novamente criar ilusão.
Dos Pensamentos & Compreensões do meu amigo
Nelson Valente – Blumenau – Santa Catarina -
Professor Universitário, Jornalista e Escritor
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