Dia dos Espíritos!
“... O espírito é aquilo que foi
pensado com frequência,
mas que ainda não foi expresso
tão bem...!”
S.
Johnson – 1765 - em Cowley –
Vida dos Poetas Ingleses.
Desperto na manhã, de
domingo, em meio a uma algazarra: o espírito da preguiça, em seu melhor dia,
esbravejava ao espírito de domingo. Um queria a cama acolhedora, quentinha,
aconchegante para aquele dia que deveria começar mais tarde um pouco, chuva
fininha e teimosa. A primavera, no Sul, faz tudo isso. De todas as estações
traz um pouco.
O
espírito de domingo, louco para sair à rua, apreciar o dia de nada fazer –
fazendo tudo – e aproveitar.
Enquanto
espreguiçava-me, notei o espírito da saudade, confabulando com o espírito do
amor, este que andava longe (mas só
geograficamente). Perguntava quando ia aparecer. Era, por sua vez,
confortado, pelo espírito da amizade. Afinal, se um não está o outro toma o seu
lugar.
Deixei-os
ali, e junto ao espírito de criança nos entregamos felizes, aos exercícios na manhã.
Logo chegou o espírito esportivo, trazendo consigo o espírito de luta, de
combatividade. Triste em um canto, desta vez, ficou o espírito derrotista,
sozinho.
Quem
tentou chegar perto foi o espírito de porco, sempre cínico e zombeteiro. O
espírito de criança não ligava e riamos até não aguentar.
È
neste momento que o espírito da lembrança traz Ly. Sim apenas Ly. com suas
risadas incríveis. Lembrança e saudade, estes dois estão sempre juntos.
Durante
os exercícios o espírito da complacência lembrava que o espírito do amor, por
certo, queria nos dizer algo, já que apareceu tão cedo.
Puxa!
Parece que esqueci o espírito da camaradagem e não o ouvi. Eis que surge o
espírito da conciliação, como para recordar que o espírito da contemplação tudo
vê e nada esquece.
O
espírito destrutivo sempre aparece nestas ocasiões, mas não o vi. Penso que o
espírito combativo deve tê-lo censurado.
Assim
ficou somente o espírito esportivo, em dupla, com o espírito de luta. Ambos
adoravam o espírito de criança.
Logo
o espírito do consumo lembrava o horário – meio dia – e o espírito aproveitador
fez festa, imaginando aperitivos e um almoço tradicional.
Deixei-os
lá. Acompanhava-me o espírito da complacência e do amor. Logo atrás, correndo
para alcançar o espírito da saudade.
O
quarteto seguia, na tarde ensolarada, em busca de mais integrantes.
Juntaram-se
o espírito da amizade e o espírito aventureiro.
De
passada, sorrateiramente, lançando olhares zombeteiros, o espírito de porco. Por
certo, dirigindo-se a um futebol.
Mas
era domingo e a noite chegava. Desta vez aconchego-me com o espírito da
consciência e do equilíbrio. Fico, no pensamento, com o que gostava de dizer
Machado de Assis: mudei eu ou os
espíritos é que andam irreconhecíveis.
Enfim, terminei o domingo tendo
certeza que Pensar Não Dói...!
Já a saudade...
Entendimentos & Compreensões
Publicado no Grupo Kasal –
Vitória – ES –
www.konvenios.com.br/articulistas
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