
“Siga o
Mestre!"
"Se a vida tem um significado mais alto e
mais amplo,que valor tem a nossa educação se
nunca descobrimos esse significado?”
Krishanamurti
Em quase
todas graduações e fora delas, há uma tendência “tecnicista” na aprendizagem e
na “ensinagem”. O modelo do "faça assim". Na maioria das graduações
os formandos recebem informações superficiais e desvinculadas de práticas
funcionais, reflexivas e científicas.
O sujeito não
é construtor do seu conhecimento. Com a réplica do conhecimento do outro, do
“ouvi dizer que fazendo assim dá certo”, os educadores e ou aspirantes,
constroem, exercem e ou exercerão a sua prática. A prática já nasce patológica,
contaminada desde o berço, sugerindo passos e técnicas de um fazer “bem
redondinho”. Siga o mestre! E não pense com o cerébro direito e muito menos com
o esquerdo. Faça. Siga o modelo!
É um círculo
vicioso. E ausente de reflexões. São poucas as faculdades e ou universidades
que oportunizam uma construção profunda sobre os saberes. E mais raras ainda,
as que levam os seus alunos a serem pesquisadores do seus conhecimentos. Tenho
pesquisado algumas grades dos cursos que formam educadores, em sua maioria
apresentam uma proposta e uma prática "tecnicista".
A formação dos
educadores pede socorro. Hoje é imprescindível que ( re) avalie as grades
curriculares dos cursos que os formam e suas práticas. Penso sem muita certeza
de que, os conteúdos não contemplam um aprofundamento dos saberes. Permeiam a
supreficialidade e os equívocos acontecem. Krishanamurti, em 1987 escreveu que
“antes do pensar”, temos que ensinar o “como pensar”.
Falta na formação dos educadores esse
refinamento. A formação tecnicista os impedem que respondam com uma prática
compreensiva e agem sem reflexão. Como se fosse possível editar o conhecimento
em série, e conseguem. Infelizmente! Fazendo eu, uso da gramática visual, o
filme “Tempos Modernos”, retrata sem muita dificuldade a situação já comentada.
No filme, Chaplin
simplesmente tem que apertar os parafusos, a coisa é mecânica. Desprovido de
qualquer pensar. Krishanamurti também escreveu:
“O que atualmente chamamos de educação é
um processo que concentrará em
acúmulos de informações."
Ainda hoje, em 2013
continuamos a praticar e a pensar em educação como um molde. Ou seria a não
pensar Educação? Copiar? Moldar? Com este modelo tão arcaico só poderemos ter
em nossas escolas, métodos e alunos superficiais. Aliás, os métodos também são
os culpados. Eles não funcionam adequadamente. Espere, mas eles se aplicam
sozinhos? Tem vida própria? Acho que não. O modismo é quem tem vida e longa. E
a contaminação continua. "Façamos
assim, pois todos agora estão fazendo".
Percebo
que os educadores trabalhavam como se a educação fosse uma gigantesca "xerocopiadora". Apertam o
botão e vão copiando todo o conhecimento. O pior é que entregam os
conhecimentos clonados e ausentes de qualquer construção aos alunos. Os mesmos
os devolvem da mesma forma, com conhecimentos clonados. Mas aí, todos ficam
indignados com os resultados no final de cada ano! Gastam "zilhões" discutindo e criando estratégias para melhorar
as formas de avaliar o aluno.
O aluno?
Sim. Exatamente. Ele quem não sabe pensar...
Ao
professor foi dada a missão de medir e reproduzir e ao aluno? Acho que de
contribuir com os resultados. Mais ainda, ser o resultado! Consequência não?
Não! Resultado com direito a nome e estatísticas.
Testes de toda a natureza e reuniões pedagógicas para descobrirem a causa de
tanto "fracasso". Sem contar com a "patogenização" do
aluno. Tudo é Transtorno de Aprendizagem. Então vamos encaminhar? Sempre. Não
temos molde ou modelo para o enfretamento. E usamos a frase clássica, este
assunto não compete ao professor. Prossigamos. "Cego é aquele que tem
olho, mas não quer ver”.
A formação
de nossos educadores anda exatamente assim. Os educadores responsáveis por esta
formação necessitam de um (re) pensar quanto à formação dos mesmos.
Urgentemente e continuamente! Se quisermos uma educação funcional, reflexiva e
pensante teremos que investir em gente. Competente é gente e não modelos. O
investimento terá que ser no material humano, oportunizando conhecimentos
profundos e estruturando os saberes do educador na raiz de sua formação. E não
na superficialidade! Tomando o
Ensino
Fundamental como uns dos muitos exemplos, o professor trabalha com a língua
escrita, mas não a compreende. Alfabetiza? Acho que segue modelos do "faça
assim", mas não lhe é oportunizado identificar com propriedade as
construções dos saberes.
Hoje grande parte dos educadores compreende que Alfabetizar é equivocadamente
identificar as fases da escrita. Parece que isto basta. E tem bastado. Tem
esperado que alguém lhe desse a receita. Não há problema algum em compartilhar
e trocar saberes. Mas o educador na maioria das vezes não troca, fica esperando
a conclusão do "outro". Dê a César o que é de César!
E dê ao
professor a dignidade de opinar com clareza sobre os seus saberes e mais ainda,
compreender a sua prática com cientificidade e não com fases, moldes ou
modelos.
Andréa Weffort -
Psicopedagoga Clínica e Educacional,
Coaching Educacional,
Fonoaudióloga Clínica e Educacional, Administradora Educacional, Orientadora
Educacional,
Educação Especial e
Assessora Educacional do Colégio
Adventista de Campo
Mourão, Palestras e Capacitações sobre Educação.
De meus arquivos pessoais
Entendimentos & Compreensões
Leituras & Pensamentos da Madrugada
Muito bom o artigo, vou indica-lo ao técnico da escola para compartilhar em nossa semana pedagógica 2013 que começa amanhã aqui no Pará.
ResponderExcluirAlém das dificuldades muito bem colocadas, existe em muitos casos o licenciado que vai para sala de aula sem querer ser educador piorando mais ainda o quadro do sistema educacional. Acrescento também os educadores que se negam a mudar sua metodologia e usam o mesmo plano de aula a anos... enfim, é muito difícil a classe assumir sua culpa, sempre a responsabilidade é do aluno, da família e até mesmo da administração escolar.
Meu pai sempre pensou diferente desse tipo de ensino única e exclusivamente teórico. Durante 40 anos meu pai construiu e administrou uma Escola Técnica onde o aluno aprendia FAZENDO! Era uma Escola de Torneamento e Fresagem. Além disso, como Chefe do Ensino Industrial do Estado de PE (iniciado no gov Arraes em 1963) ele criou no Estado de PE 23 Ginásios Industriais. Infelizmente com a morte de meu pai ha 11 anos a Escola Técnica Nilza Ferraz deixou de existir.
ResponderExcluir