quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

#Pensamentos de Final de Ano:


“O Ter, o Ser e o Viver!”


  
“ Um homem sério tem poucas ideias;
Um homem de ideias nunca é sério...!”.

                                                       Paul Valery – Poeta Francês - 1871 -1945-


     Um artigo publicado há tempos em uma revista chamou-me
bastante a atenção. Tratava-se do tema "Não confunda sucesso com riqueza", uma abordagem sobre o que vale e o que não vale a pena fazer ou sacrificar
 “para chegar lá".

Baseado no pensamento de Tom Morris, filósofo de 47 anos e fundador do Instituto Morris de Valores Humanos, o artigo mostra também
uma pesquisa feita no site da revista com mais de mil pessoas, perguntando,
entre outras coisas, o que empregados de todos os escalões prefeririam:
ganhar mais dez mil reais, por ano, ou uma hora livre todo dia? As respostas
são significativas... No caso específico, muitos abriram mão do dinheiro para
 viver melhor.

     Ainda na mesma edição, pergunta-se a alguns milionários se estão
satisfeitos com a vida plena de dinheiro, poder, fama e status. "Não", é a
resposta da maioria. Não estão, e são sinceros ao justificar-se: sentem-se
vazios e carentes de novas oportunidades que os desafiem a realizar algo
diferente, que mexa com suas potencialidades. Tendo tudo, nada mais há
para descobrirem. Pequenos prazeres são descartados na busca da meta tão
sonhada e, quando a 
 alcançam, as coisas que mais gostavam de fazer, como por exemplo...

Como... Puxa o que é mesmo que eles gostavam de fazer?
Churrasco com os amigos? Nadar? Andar de bicicleta? Não sabem.
As emoções perderam-se em meio a celulares, notebooks e ações na bolsa.
Segundo a referida matéria, há na vida dois tipos de insatisfação: a
 “insatisfação do possuir" e a "insatisfação da aspiração".

A insatisfação do possuir gira em torno do desejo de possuir mais. Como vivemos numa cultura competitiva, fica difícil estabelecer limites. E aí quase nos matamos para conseguir alcançar o sucesso. Às vezes, quase nem notamos que já o ultrapassamos há tempos.

Quanto à satisfação da aspiração, essa é benéfica e não tem contraindicações: quem já está satisfeito com a inteligência que alcançou? Com a cultura? Ou com a ascese espiritual? (do grego ἄσκησις, derivado di ἀσκέω, “exercitar”-  consiste na prática da renúncia do prazer ou mesmo a não satisfação de algumas necessidades primárias, com o fim de atingir determinados fins espirituais.) Ninguém. E buscar essas coisas só nos faz bem.
Diógenes, assim como Cícero, foi verdadeiro monumento na arte
grega de filosofar.

O primeiro, mais ácido em suas observações, também era
conhecido como "O Cínico". Um dia recebeu a visita de Alexandre, o Grande.
Diógenes perguntou-lhe então quais eram seus planos para o futuro.
Alexandre respondeu: "Conquistar a Grécia".
 "E depois?", indagou Diógenes.
"Conquistar a Ásia Menor", respondeu Alexandre, "e depois o mundo".
 E o Cínico continuou: "E depois disso?". Alexandre disse que então iria descansar e se divertir.

 Diógenes então fulmina: "Por que você não se poupa a esse trabalhão todo e começa a descansar e a curtir a vida agora mesmo?".
Vivemos para alcançar o sucesso: não apenas para desfrutá-lo, mas
também para buscá-lo. Na verdade, as pessoas que tiram mais prazer do sucesso são aquelas que tiram mais prazer enquanto o buscam. Não é o destino, a chegada, mas a viagem que lhes dá prazer.



Esse pode ser um dos segredos. Até as religiões ensinam assim. Deus, por exemplo: costumava “dizer” coisas desnorteadoras, como:
"Dou aos meus filhos enquanto dormem... (Salmos 127:2),” “... pois, de que adianta se preocupar com o dia de hoje ou de amanhã, se você não pode acrescentar um só fio de cabelo à sua cabeça?". Ou: "De que te vale conquistar o mundo inteiro se vieres a te perder de ti mesmo?".

Salomão, o riquíssimo e sábio rei de Israel, jogava no lixo suas minas de ouro e prata ao comparar a vida com coisas bem menos buscadas pelos mortais, como a sabedoria e a humildade. "As duas são irmãs e valem mais do que o ouro e a prata", escreveu.

     A prática tem mostrado que essas teorias têm razão: a vida é bastante
simples e o gosto de viver não está no que se alcança, mas no curtir
enquanto se alcança. Isso é viver.
 E outro sucesso é pensar... Não dói!

Experimente nos últimos dias do ano... Quem sabe toda uma atitude diferençada para o próximo tempo que vem ai...

Bom novo tempo...



Entendimentos & Compreensões
Publicado no Grupo Kasal – Vitória – ES –
www.konvenos.com.br/articulistas
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