terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Passividade Brasilesa!




“... Uma vida de reação é uma vida de escravidão,
intelectual e espiritual. É preciso lutar
por uma vida de ação... Não reação...!”

Rita Mae Brown



De onde vem nossa passividade. Sim, o Brasiles é extremamente passivo. Quase parando. Até fala. Mas é assim, um pouco automático. Fica “por isso mesmo”.

Senão vejamos:
Tem a voz e o verbo passivo, mas isso faz parte da gramática, uma das partes da Língua Portuguesa Brasilesa: veja bem já está na língua a passividade. Mas também temos os articuladores (alguns até se dizem jornalistas) que são passivos. A corrupção já é mais que passiva, tornou-se passivante. Nossas dívidas, na contabilidade vão todas para o passivo. Se formos fumantes ou temos algum outro vício também somos passivos.

Nossos ditos “políticos” sem ofender aqueles que realmente o são – de outros países é claro – são completamente passivos. A dita “Oposição política” se existe, é completamente passiva. Se fizer o faz por ela somente.

Temos compradores, pois nossos vendedores são passivos. O máximo que conseguem articular em um início de diálogo é o velho: “Pois não”... Ou “As suas ordens”!
Nosso Judiciário não poderia ser mais passivo. Aliás, nunca foi reativo mesmo. Então é uma redundância.

Os eleitores... Ah, os eleitores, estes sim se tornam super-reativos até receberem uma “bolsa-qualquer-coisa” e lá se vão eles, entregues a passividade para a reação de quem vai receber seu voto.

Somos inertes, inativos, completamente sob (sim, abaixo de) ação de quem reage primeiro.

O antropólogo Roberto DaMatta afirma que a sociedade “brasileira” (a citação é dele não vou corrigir) não é proativa – no sentido de exigir seus direitos e defender as causas públicas. Define-a como “reativa”, age de forma solidária e emocionada quando sobrevém a destruição, a dor  ou  o luto.
— Deixa que chegue ao pior para tomar uma medida, as quais são sempre insatisfatórias — lamenta.

DaMatta diz mais: O Brasil contraiu um pacto com o ente apelidado de Sobrenatural  e Almeida, segundo o qual “não vai dar nada”, “nada acontecerá de ruim” e pequenas transgressões serão perdoadas. É por isso que se dirige acima do limite de velocidade, não se é cordial nas filas, se solta “sputniks” em uma boate superlotada com arquitetura de gaiola. Fala-se ao celular dirigindo, não se usa o cinto de segurança, entre muitas outras transgressões, que digamos, vamos considerar leves. Até no futebol que é uma paixão nacional... Bem ai reagimos... Contra a outra torcida e os mandamos ao hospital. Só! E voltam para casa... Passivos!

Mas reagimos contra os mensaleiros. Mas só no papo,
Reagimos contra os ladrões que infestaram Governos, União e Estados, para não dizer na grande maioria dos municípios. Ou seja, entra-se na política e tudo pode, ninguém faz nada.

Ate falam. Mas é assim, “tipo” automático, só falam... Balbuciam ou então repetem o que ouviram, mesmo que nada tenha entendido de coisa alguma.

Parece que precisamos de uma revolução cultural. Esta somente acontecerá quando a Educação for levada a serio. Sim muito a sério. Quando professores começarem a serem respeitados em todos os sentidos. Principalmente por eles saberem mais daqueles que o procuram ou estão sentados à sua frente.

Por isso são chamados de mestres. Eles dirigem a “orquestra” do saber daqueles que nada sabem. Ou seja, a grande maioria dos brasileses.

No ano que vem teremos dois grandes eventos. E estamos pensando somente em um, enquanto os políticos estão pensando em outro.

Nossa passividade esta felicíssima: Teremos Copa do Mundo de Futebol. Pronto. Pão e Circo. E o povo ficará feliz. E passivos...

E os políticos bem reativos... Farão politicagem... Pois em seguida tem eleição, e os eleitores saídos dos campos da copa, passivos, votarão passivamente, em qualquer um, afinal para que sair desta passividade se “alguém” poderá fazer por eles.

O filósofo Baruch Espinoza já afirmou no século dezesseis, em Ética, parte 3, prop.9: “Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa".

Será que é assim?





Está mais do que hora de acordar. De mostrar para nossos filhos e futuras gerações que não passamos por uma vida inteira, passivamente, e deixamos um passivo incrível para que eles paguem, depois... No futuro.
                                
Que tal pensarmos um pouco mais... Afinal não dói!

Já a passividade... Bem esta traz consequências doloridas, desagradáveis, incompreensíveis e não recicláveis.

Vamos Brasileses...  Mais paixão... Mais reação... Menos passividade!


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