Passividade Brasilesa!
“... Uma vida de
reação é uma vida de escravidão,
intelectual e
espiritual. É preciso lutar
por uma vida de
ação... Não reação...!”
Rita Mae Brown
De onde vem nossa passividade. Sim, o Brasiles é extremamente passivo. Quase parando. Até fala. Mas é assim, um pouco automático. Fica “por isso mesmo”.
Senão vejamos:
Tem a voz e o verbo passivo, mas
isso faz parte da gramática, uma das partes da Língua Portuguesa Brasilesa: veja
bem já está na língua a passividade. Mas também temos os articuladores (alguns até se dizem jornalistas) que são
passivos. A corrupção já é mais que passiva, tornou-se passivante. Nossas
dívidas, na contabilidade vão todas para o passivo. Se formos fumantes ou temos
algum outro vício também somos passivos.
Nossos ditos “políticos” sem ofender aqueles que realmente o são – de outros países é claro – são completamente
passivos. A dita “Oposição política” se
existe, é completamente passiva. Se fizer o faz por ela somente.
Temos compradores, pois nossos
vendedores são passivos. O máximo que conseguem articular em um início de
diálogo é o velho: “Pois não”... Ou “As suas ordens”!
Nosso Judiciário não poderia ser
mais passivo. Aliás, nunca foi reativo mesmo. Então é uma redundância.
Os eleitores... Ah, os eleitores,
estes sim se tornam super-reativos até receberem uma “bolsa-qualquer-coisa” e lá se vão eles, entregues a passividade
para a reação de quem vai receber seu voto.
Somos inertes, inativos,
completamente sob (sim, abaixo de) ação
de quem reage primeiro.
O antropólogo Roberto DaMatta afirma que
a sociedade “brasileira” (a citação é
dele não vou corrigir) não é proativa – no sentido de exigir seus direitos
e defender as causas públicas. Define-a como “reativa”, age de forma solidária e emocionada quando sobrevém a
destruição, a dor ou o luto.
— Deixa que
chegue ao pior para tomar uma medida, as quais são sempre
insatisfatórias — lamenta.
DaMatta diz mais:
O Brasil contraiu um pacto com o ente apelidado de Sobrenatural e Almeida,
segundo o qual “não vai dar nada”, “nada acontecerá de ruim” e pequenas
transgressões serão perdoadas. É por isso que se dirige acima do limite de
velocidade, não se é cordial nas filas, se solta “sputniks” em uma boate superlotada com arquitetura de gaiola.
Fala-se ao celular dirigindo, não se usa o cinto de segurança, entre muitas
outras transgressões, que digamos, vamos considerar leves. Até no futebol que é
uma paixão nacional... Bem ai reagimos... Contra a outra torcida e os mandamos
ao hospital. Só! E voltam para casa... Passivos!
Mas reagimos contra os mensaleiros. Mas só
no papo,
Reagimos contra os ladrões que infestaram
Governos, União e Estados, para não dizer na grande maioria dos municípios. Ou
seja, entra-se na política e tudo pode, ninguém faz nada.
Ate falam. Mas é assim, “tipo” automático, só falam... Balbuciam
ou então repetem o que ouviram, mesmo que nada tenha entendido de coisa alguma.
Parece que precisamos de uma revolução
cultural. Esta somente acontecerá quando a Educação for levada a serio. Sim
muito a sério. Quando professores começarem a serem respeitados em todos os
sentidos. Principalmente por eles saberem mais daqueles que o procuram ou estão
sentados à sua frente.
Por isso são chamados de mestres. Eles
dirigem a “orquestra” do saber
daqueles que nada sabem. Ou seja, a grande maioria dos brasileses.
No ano que vem teremos dois grandes
eventos. E estamos pensando somente em um, enquanto os políticos estão pensando
em outro.
Nossa passividade esta felicíssima:
Teremos Copa do Mundo de Futebol. Pronto. Pão e Circo. E o povo ficará feliz. E
passivos...
E os políticos bem reativos... Farão politicagem...
Pois em seguida tem eleição, e os eleitores saídos dos campos da copa, passivos, votarão passivamente, em
qualquer um, afinal para que sair desta passividade se “alguém” poderá fazer por eles.
O filósofo Baruch Espinoza já afirmou no século dezesseis, em Ética,
parte 3, prop.9: “Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a
queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos
esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a
julgamos boa".
Será que é assim?
Está mais do que hora de acordar. De
mostrar para nossos filhos e futuras gerações que não passamos por uma vida
inteira, passivamente, e deixamos um passivo incrível para que eles paguem,
depois... No futuro.
Que tal pensarmos
um pouco mais... Afinal não dói!
Já a
passividade... Bem esta traz consequências doloridas, desagradáveis, incompreensíveis
e não recicláveis.
Vamos Brasileses...
Mais paixão... Mais reação... Menos passividade!
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