terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


Que Seja Eterno... E Não à Toa! 





“...Que seja eterno enquanto dure, e que dure para
sempre mesmo que o para sempre não exista...!”.

Dayane Aparecida



                                   Que seja eterno enquanto durar. Durar o quê? Se não for amor, não vai durar a vida toda, pois o destino se encaminhará de que as direções sigam diferentes caminhos. Eu mudaria essa frase para: “Que seja delicioso enquanto tem gosto. Assim é bem mais degustável, não é mesmo?”.

            Eterno para durar. Durar enquanto for eterno, soa meio à toa. Coisas palpáveis têm mais apreço e pés no chão. Seria bom que tudo que amamos, deliciamos, durassem o tempo que fosse necessário, e nos deixariam quando estivéssemos prontos para recomeçar. E quem está pronto para recomeçar?

            O passado tem a magia de nos encantar com seus pensamentos em pessoas e coisas que não voltarão. E para viver uma nova história, outro amor, é preciso vencer a infelicidade de nos prender a memórias inesquecíveis.
            O beijo tem que ser eterno sempre. O abraço amigo, aconchegante tem que ser todos os dias até que meus braços não se possam mais curvar. O diálogo tem que ser constante nas relações, ou morrerá para sempre o amar. O perdão tem que ser mais do que pedir desculpas, tem que ser súplica verdadeira de reconhecimento do erro. Os segredos tem que ser guardados a sete chaves que foram perdidas. Receita básica para se viver eternamente e não à toa.

            Não precisam serem eternos: os rancores, as caras feias, as meias palavras, as discussões, as brigas, as ofensas, e muitos outros sentimentos de abandono, que estes sejam levados para sempre do nosso viver, ou que sejam eternos enquanto durem, aí sim, que seja à toa!
            Até a eternidade de existir, deveriam prevalecer, os bons dias dos vizinhos que sempre nos sorriem; o muito obrigado verdadeiro das pessoas; as compreensões sem qualquer favor em troca; os elogios, sem mentiras; as ajudas mútuas sem preço.

            Que seja eterno enquanto dura... Dura o quê? Uma relação que já começou se desmoronando? O amor unilateral em uma relação de anos? As conversas por obrigação? O carinho apenas por causa da excitação? O mendigar de sentimentos do outro? O beijo longo que nunca mais foi dado nos últimos dois anos? Não, não tem que durar! Precisam de recomeços! É preciso que se migre para outro gostar, verdadeiro.




            Sim, que seja eterno, para sempre, enquanto existirem as belezas do que é bom e nos fazem felizes. Que seja eterno, o amanhecer calmo com céu de esperança, o estar ao lado de pessoas que transmitem sorrisos e alegrias, amar incondicional a vida, fazer a diferença onde existe um pardo viver, olhar para as pessoas com amizade e apreço, existir para fazer histórias.

            A vida é um constante palco de espetáculos, e eu não quero soar à toa nas minhas cenas do cotidiano. Quero ser a atriz principal em todas as apresentações de amor, felicidade, existência, luta, seguir em frente, recomeçar. Quero estar no palco, e sentir a minha plateia feliz pelo simples de eu existir, fazer parte da vida deles, isto sim é viver eternamente, e não enquanto durar.

            Eu não sou à toa, logo, sou para durar uma vida longa, a vida toda.



Da minha amiga Mineira Simone Guerra – Professora,

Amante da Literatura, Poesias e Escritora.

Sua obra mais recente e premiada é Para Cruzar o Atlântico,
Ganhadora do 6° Concurso Literário Mário Quintana em 2010, Categoria: Crônica.
Mais em  http://paracruzaroatlantico.blogspot.com.br/

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