domingo, 16 de fevereiro de 2014


Oh, Dó...!




Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Tá com dozinha de alguém? Oh, Dó!

Ah, isso me lembra de um dos versos de Willian Shakespeare quando diz: “... Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte, em vez de morrer de um só golpe...!”.

Ter dó; Estar com pena de alguém por alguma razão, estar penalizado; (mesmo que esse ultimo o utilizemos erradamente, quando diz que um jogador foi penalizado ou o juiz proferiu uma sentença penalizando alguém – nestes casos eles receberam pena, então foram apenados), assim não agredimos tanto nossa tão bela, mesmo que inculta e ultima flor do lácio.

Literalmente sentir pelo outro, colocar-se no lugar de alguém que sofreu ou sofre, ou dor pela perda ou por doença. Este sentimento altruísta vem do coração porque o espirito manifesta-se através do coração. Por isso Fernando Pessoa afirma tanto, que (...) tudo vale a pena quando a alma não é pequena (...).
Mas o que é Dó!

Ora, basta procurar no dicionário, diria você, mas não esqueça que além de saber o que procurar, você precisa saber exatamente onde aplicar este substantivo masculino. Afinal, hoje está mais fácil: Joga na Rede Mundial e lá está o significado. Porem não esqueça que dicionaristas são buscadores, pescadores, pesquisadores de palavras, com todo respeito a alguns poucos filólogos de respeito que ainda temos em nosso País. O restante tem uma equipe que sai por ai “garimpando” novas palavras e jogando em um maço de paginas para quem não faz ideia alguma do que significa. A língua Portuguesa é uma das únicas que aceita neologismos e regionalismos e acaba se tornando parte integrante do discurso, seja ele oral ou escrito,

Assim este sentimento que denota pena em relação a outra pessoa; comiseração, esta por sua vez, pode ou não ser aplicado como sinônimo, pois é um sentimento de piedade para com a infelicidade alheia, é ter compaixão.
Comiseração vem do latim, nossa origem linguística, de commiseratiône – que é um apelo a piedade.
Diz-se em um estado de sofrimento que o ser passa por uma profunda autopiedade, (pela nova reforma, que ainda não virou lei, perdeu o hífen), ou seja, tem dó de si mesmo, logo em seguida para a comiseração, ou uma tristeza muito grande por ele mesmo ou pelo que está sentindo.

Terapeutas já trataria como “depressão” mesmo que não concorde com o termo utilizado, pois deprimir-se significa ter perda de fluxos elétricos no cérebro e ao mesmo tempo perda neuronal, transtorno bipolar, distimia, dislexia, hipomania e outras classificações e isso seria neurológico e afetaria o psicológico.
Mas sentir dó, os poetas já utilizaram de todas as formas possíveis, exatamente para mostrar tudo isso.

Dó vem do latim dolus.  Mas estamos falando de um sentimento exclusivamente humano, e nenhuma denotação para a primeira nota musical na escala maior.


Assim se você se sentir desconfortável em utilizar a palavra “dó”, pode buscar alguns sinônimos de acordo com quem vai ser o receptor de todo este sentimento tão profundo, de colocar-se no lugar do outro, ou seja: quando você está com dó, de você mesmo ou de outro, você está comiserado, está compadecido, está em compaixão, com enternecimento, até se for mais profundo, você até lastima, tem misericórdia, fica com pena, de piedade, de remissão.

Mas independente da semântica que você possa entender ou utilizar, ainda é um sinal de compaixão. E estar piedoso por alguém é como se você quisesse até se redimir por tudo aquilo que esta acontecendo e você fica impotente.
Muitos autores da língua portuguesa Brasilesa não gostam de utilizar este substantivo, mas ai já tem influencia da psicologia. E, bem, dai é outra questão.

Estar compassivo por alguém, ter dozinho por algo ter acontecido é sinal de humanidade.

Mesmo que cause dó, pode sentir já pensar sobre tudo isso, tenha certeza, não dói...

Inspirado na cientista de Diálogos do Caderno
Lais Martins com afagos na alma de sua mãe!
Crônica Publicada:
Sitio Kasal – Vitória – ES
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Em Diálogos do Caderno
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