A
Mestra em Língua Portuguesa Brasilesa
e
Mineira Claudia Carvalho – é a convidada de hoje
da
Sala Protheus
No
Limiar do Ser!
"... A lucidez só deve chegar ao limiar da alma.
Nas próprias antecâmeras do sentimento
é proibido ser explícito...!"
Fernando Pessoa
Estava
olhando alguns livros que havia muito não lia. Quando de repente um deles cai
ao chão e a frase em destaque é a seguinte: “Viver
é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”, era uma
tese de Oscar Wilde.
Aquele
pequena frase me levou a uma espécie de tempestade de pensamentos. Coloquei-me
como objeto daquela frase. Será que minha existência pode ser considerada uma
vida, no seu sentido mais pleno e profundo!
Meus
pensamentos vagam e sinto que estou sempre no limiar entre o existir e o viver!
Sou aquela que vai embora antes do melhor da festa. Bem no instante em que algo
mágico poderia acontecer.
Algo me diz: vá embora, saia daqui!
Como
se corresse risco de morte e não chance de vida. E sem pestanejar, nem ao menos
refletir vou-me embora. Assim, eu driblo qualquer expectativa e aquele tudo que
poderia acontecer, mas que de repente poderia se frustrar, continua existindo
como uma possibilidade para quando eu quiser!
E
não é uma escolha da qual eu me arrependa!
Ao
mesmo tempo em que me poupo me abstenho de que poderia ter sido!
È
como se eu me poupasse do mundo e ao mesmo livrasse o mundo de mim.
Distração?
Egoísmo?
Não
sei que nome dar a isso. Só sei que as vezes me encuca.
Porque
sou assim?
Assusta-me
a rapidez com que me canso e me desfaço das coisas, das pessoas, das pessoas
coisificadas. Não tenho muitos amigos e nem possuo objetos de que goste e me
orgulhe. Só gosto e cultivo amor por coisas e pessoas das quais não espero
nada!
Assim
não me decepciono.
Quando
me apaixono sinto certo frenesi, uma
espécie de culto pela minha própria paixão! Acho belo meu amor, minha entrega,
minha veneração, mas até do quem a esta recebendo.
Meu
grande amor pelas pessoas, pelas coisas é o meu talismã sagrado.
Amor
incondicional, que não pede nada em troca, porque se pedisse seria impossível
de ser devidamente correspondido!
A
essas alturas, quem me lê deve imaginar: Egoísmo, defesa, fraqueza!
Pois
então que seja! E o que você ama afinal? Alguém deve se perguntar. Amo meu
estado de solidão, amo meus defeitos. Porque não ter fraquezas? Porque não
querer me defender do que o mundo teria para me dar se não tenho certeza do que
seria?
E
o tudo para mim é a minha paz, é um sono profundo, sem pesadelos.
E
os meus desejos?
Ah!
Esse é outro assunto!
PS: Para minha amiga Claudia, pensar sobre seus próprios sentimentos não dói... Afirmo Eu!
Entendimentos
& Compreensões
Dos
pensamentos de minha amiga
Cláudia Ezídgia de Carvalho - Minas Gerais -
Licenciatura em Língua Portuguesa Brasilesa
Universidade
Federal de Ouro Preto
Mestrado em Literatura Comparada
Unicamp - SP
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